A literatura e o mal

A literatura e o mal Georges Bataille




Resenhas - A literatura e o mal


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Joachin 02/12/2012

Em termos literários, talvez ninguém melhor que o escritor francês Georges Bataille, na obra A literatura e o mal, para explicar a significação estética que o mal adquire na escrita. Bataille acompanhou os desfechos das duas grandes guerras mundiais e, ao prefaciar a sua citada obra, definiu-se como pertencente a uma geração tumultuosa que buscou testar todos os limites da linguagem por meio do surrealismo. De acordo com o escritor, a literatura é uma forma de comunicação e, assim sendo, o mal tem a função de intensificar essa comunicação.

De acordo com Georges Bataille, se o autor tem algum intuito de transmitir uma forma de conhecimento do mundo por meio da literatura deve ser o mais honesto possível. Se a razão ocidental fundou uma sociedade alicerçada por valores restritos aos cálculos de interesses pessoais, os temas da selvageria, bem como os da violência física e simbólica contra o outro, que aparecem transfigurados na literatura, podem servir para o escritor denunciar a cumplicidade do leitor ou de forçá-lo a tomar uma atitude em face do mal.
Sergiojo 18/07/2016minha estante
A geração a que pertenço é tumultuosa. Ela despertou para à vida literária nos tumultos do surrealismo. Houve, nos anos que se seguiram à Primeira Guerra, um sentimento que transbordava. A literatura sufocava em seus limites.; Parecia que ela continha em si uma revolução. Estes estudos sobre Emile Brontë, Charles Baudelaire. Michelet. William Blake. Marques de Sade. Marcel Proust. Franz Kafka e Jean Genet. são o essencial ou não são nada. O Mal, uma forma penetrante do Mal, de que ela é a expressão, trem para todos nós, creio eu, o valor soberano, Mas esta concepção não impõe a ausência da moral, exige uma "hiper moral". George Battaile - contracapa do volume "A Literatura e o Mal




Adriana Scarpin 10/01/2018

A primeira parte fala sobre Emily Bronte, de como O Morro dos ventos uivantes é um romance de expiação e de como o mal lhe era intrínseco, versa sobre a morte como renovação do eu. Também debate uma suposta experiência mística de Bronte comparada à Teresa D'Avila e como isso a traz ainda mais perto da experiência com a morte, como bem a experiência hipermoral.
Na segunda parte sobre Baudelaire Bataille contrapõe sua visão sobre o mesmo com a do livro de Sartre, este Bataille indica que enxerga sua poesia sob um olhar da individualidade, quando é necessário enxergar a poesia baudeleriana e a vida do autor sob um viés materialista historicizado.
Na terceira parte Bataille nos traz suas considerações sobre A Feiticeira de Jules Michelet, de como este tirou as bruxas de sua posição de opróbrio, o que me fez ter uma ânsia em conhecer tal livro.
Na quarta parte o autor discorre sobre William Blake e deixa bem claro que este é um de seus mais queridos representantes da literatura inglesa muito em virtude de seu linguajar caótico, Bataille ainda esclarece ser muito interessante analisar Blake sob a luz da psicologia, seja pelo viés freudiano ou junguiano.
Na quinta parte Bataille nos fala de Sade, sobretudo de sua obra-prima 120 dias de Sodoma e infere que Sade se instalaria mais na posição do masoquista do que na de sádico, se Flaubert era Bovary, Sade era Justine.
Na sexta e melhor parte Bataille discorre sobre Proust, mesclando considerações sobre Jean Santeuil, Recherche e questões pessoais do próprio Proust como seu socialismo de juventude e o papel da moralidade e mentira em sua vida e obra.
Na sétima parte o autor explicita as dimensões antirrevolucionárias presentes na obra de Kafka, como O Castelo e O Processo e como essa passividade de seus protagonistas/alter-egos se vê refletida no relacionamento com seu pai.
Na oitava e última parte Bataille acaba por manter um diálogo com o livro de Sartre, Saint Genet, e aborda o mal em Genet enquanto soberano refletindo na incomunicabilidade de sua escrita.
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