Nickie Dias 30/04/2024
Um livro intenso!
Inverno do mundo começa em 1933, nove anos após os eventos que encerraram o primeiro livro. No segundo volume da série continuamos acompanhando a trajetória dos Dewar, Ulrich, Fitzherbert, Williams e dos Peshkov.
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Mas agora, a história das cinco famílias são centradas na próxima geração, nas mais de 800 páginas, capítulo a capítulo vamos acompanhar as escolhas desses jovens, suas ambições, paixões, patriotismo e idealismo, durante os eventos da Segunda Guerra Mundial.
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E já que alguns desses jovens são frutos de relações fora do casamento que aconteceram no primeiro volume, cinco dos oito protagonistas nesta sequência são meio irmãos, um retrato de uma sociedade hipócrita, que colocava a opinião das pessoas e suas ambições sociais, acima dos sentimentos e das responsabilidades.
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Neste volume a luta pela igualdade de gênero continua e agora é fortemente representada por Dayse Peshkov, Carla Von Ulrich e Zoya Vorotsyntsey. Adorei que o autor não se conformou em deixá-las sentadas em suas salas de estar, mas em vez disso, as colocou no centro da guerra, participando de eventos importantes, lutando pelo que acreditam.
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No entanto, apesar de ser uma história sobre a Segunda Guerra Mundial, não tem muitos trechos sobre a batalha no front, o livro se concentra mais na política externa, na espionagem, na construção da bomba atômica e nas repercussões que a ocupação nazista teve na vida desses jovens e dos civis, principalmente na Alemanha, porém pouco se apresentou sobre a devastação da bomba nas cidades de Nagasaki e Hiroshima.
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A cada capítulo foi como ver pequenos retratos captados pelo olhar de um fotógrafo ?britânico?, com heróis muitas vezes feito de homens e mulheres sem farda e vilões que não se limitaram aos nazistas, imagens captadas de pessoas no seu pior e só as vezes melhor momento. A linguagem foi mais dura e o sexo mais ousado em relação ao primeiro livro, foi preciso respirar fundo algumas vezes, para conseguir terminar trechos de desespero, violência e tortura.
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E assim, como no primeiro livro esses personagens fictícios se misturam com personagens históricos, como Hitler, Stalin e Oppenheimer, porém é mais uma menção às figuras desses homens, do que a participação efetiva no livro.
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Enfim, há de se valorizar o trabalho de Ken Follet ao dar voz às minorias. Durante todo o livro ele levantou a bandeira da igualdade de oportunidades para todas as pessoas, independente de sexo, cor, etnia, orientação sexual, origem social, capacidade física ou mental.