naniedias 01/11/2012O Primeiro Dia, de Marc LevyKeira é uma arqueólogo que busca descobrir quem foi o primeiro homem. Mas uma inesperada tempestade no sítio arqueológico onde conduzia suas escavações faz com que ela perca anos de pesquisa e torna praticamente impossível o seu sonho de encontrar a verdade sobre os primórdios da humanidade.
Adrian é um astrônomo que busca saber mais sobre as estrelas. Estava em um observatório na América do Sul - onde esperava fazer importantes descobertas -, mas acaba tendo que voltar para a Inglaterra por causa de problemas de saúde.
Os dois buscam verdades sobre os primórdios. Os dois foram impedidos de continuar suas pesquisas.
Os dois irão se cruzar e empreender uma incrível jornada para encontrar conhecimentos dos quais a humanidade nunca havia sequer suspeitado.
Mas nada será simples e eles terão que lidar com muitas adversidades.
O que eu achei do livro:
Eu já havia ouvido falar de Marc Levy - até tenho um livro do autor na minha estante (que ainda não li) -, mas ainda não conhecia o autor e não sabia muito bem o que esperar dele.
Entretanto, O Primeiro Dia se mostrou um livro extremamente interessante, agradável e viciante! Ainda bem que já tenho a continuação - A Primeira Noite - aqui em casa, porque eu vou precisar começá-la agora!
A escrita de Marc Levy é bastante bonita - até chega a ser meio poética. Gastei vários post-its para marcar passagens muito interessantes no texto, mesmo que esse seja um livro que eu poderia classificar como uma aventura, um thriller de ação.
Justamente por ser pautado em cima da aventura dos dois protagonistas em busca da verdade, o ritmo do livro é bem dinâmico, assim como a leitura - mesmo que a escrita do autor não seja tão simples.
Na verdade, a história demora um pouquinho para embalar - de certa forma, há uma grande introdução, que é um pouco mais lenta, antes de entrarmos mesmo na aventura que é o auge do livro.
Entretanto, apesar de mais lenta, essa introdução é extremamente bem feita e super interessante - o autor apresenta vários fatos, que são verdadeiros, para corroborar a ficção que escreve. Explica bastante coisa e deixa o leitor muito interessado na história que conta.
A narração é feita por um dos protagonistas, Adrian, mas nem sempre se encontra em primeira pessoa. Na verdade, principalmente no início da história, alguns capítulos são contados em terceira pessoa. E, baseando-me puramente na lógica, eles não devem estar sendo contados diretamente pelo Adrian, embora o final do livro nos faça pensar isso.
O livro para mim não se tornou nota dez por causa de dois motivos: personagens chatos e mistérios demais.
Os personagens são muito bem caracterizados, não foi esse o problema. O que me desagradou foi o fato deles serem extremamente seguros e pedantes - o que, para mim, os tornou chatos. Muito inteligentes, sempre sabendo o que fazer, quando um temia o outro estava lá para "se jogar". Talvez fosse essencial para o desenvolvimento da trama, mas conseguiu fazer com que eu não me sentisse próxima de nenhum deles.
Eu realmente gosto quando consigo me identificar com os protagonistas (ou até mesmo com algum personagem secundário), porque me sinto mais próxima da história e, de certa forma, consigo vivenciar melhor a leitura.
Falar dos mistérios é um pouco mais complicado. Claro que eu curto mistérios - eles são essenciais para deixar a trama interessante e prender o leitor, além de fazer com que a leitura da continuação seja uma necessidade!
Mas o que me incomodou nesse livro foi não só a quantidade de mistérios que vão se acumulando - sendo que pouca coisa é explicada nesse volume -, mas também o fato deles serem um tanto mirabolantes.
O Primeiro Dia não é um livro único - ainda há A Primeira Noite para fechar a história. Então, talvez, esse ponto nem seja tão negativo no final das contas, quando o autor finalmente revelar tudo. De qualquer forma, entretanto, eu prefiro quando os mistérios vão sendo revelados aos poucos - ao invés de ficarem todos para o final.
Todavia, mesmo com os dois pontos citados, a leitura é muito agradável e eu fortemente a recomendo - pois adorei!
Mal posso esperar para ler a continuação.
PS: Não pude deixar de notar um detalhe. Não vou entrar em especificações, porque quem ler vai saber do que estou falando tão logo inicie a leitura.
Digamos apenas que há alguns políticos envolvidos na história e que eles são tratados por codinomes - codinomes que são, em sua maioria, a capital dos países que representam. Com uma exceção: Rio. Isso mesmo, a representante do Brasil não é Brasília, mas Rio.
Isso foi um lapso? Foi proposital?
Achei super estranho... até porque se for pensar em uma cidade que deveria representar o Brasil além de sua capital, não pensaria no Rio de Janeiro, mas em São Paulo.
Nota: 8
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