Elogio da Loucura

Elogio da Loucura Erasmo de Roterdã




Resenhas - Elogio da Loucura


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Rafael.Augusto 04/05/2020

Simplesmente fantástico
O elogio da loucura é um livro do início do século XVl, e me impressionou absurdamente. A narrativa é em primeira pessoa, e é ela, a deuza loucura quem nos conta todos os benefícios dados a nós por ela. Livro absolutamente satírico e de uma ironia deliciosa, que vai nos descrevendo como nossa vida seria impossível sem sua presença; como manteríamos nossos amigos se a loucura não nos ajudasse a desconsiderar certas atitudes, como nos casaríamos se a loucura não nos ajudasse a suportar o controle exercido de parte a parte, como suportaríamos funcionários e patrões etc etc etc.
Erasmo de Roterdã faz uma crítica muito forte a igreja católica. Por intermédio de sua interlocutora, nos conta como essa igreja desviou dos caminhos indicados por Jesus Cristo. Será que pagando indulgências o ser humano está livre de seus pecados tendo a perspectiva do paraíso? Será que o padre tem o poder de mandar esse ou aquele para o fogo do inferno? O o quê se diria da inquisição, que mandou milhares de pessoas para a fogueira? Estaria essa igreja no caminho de Jesus Cristo, ou seria ela totalmente influenciada pela deuza filha da riqueza e da volúpia?
Leiam esse livro! Inclusive, é ótimo para iniciar em filosofia.
Samuel Paulo 04/05/2020minha estante
Achei muito interessante os pontos que você mencionou sobre essa obra, vou até adiantar esta leitura!


Rafael.Augusto 04/05/2020minha estante
Sim Samuel! O livro é excelente cara! Pode ir na fé. Depois me diz o que achou.


Samuel Paulo 04/05/2020minha estante
Ok! Pode deixar.


Mariana.Oliveira 04/05/2020minha estante
Uaaaauu... Sua resenha me fez querer conhecer mais esse livro, que por sinal parece ser muito interessante e nos ensinará coisas valiosas!!!


Rafael.Augusto 05/05/2020minha estante
Show Mariana! Isso que é legal aqui do Skoob! Podemos ter uma idéia da experiência das pessoas com os livros! E, sim! Eu achei super valioso!


Daniella.DAfonseca 13/05/2020minha estante
Legal, já vou incluir na lista


Rafael.Augusto 13/05/2020minha estante
Foi uma grata surpresa Daniella! Depois me diz o que achou.


Thais645 08/03/2021minha estante
Agora sim. Fiquei com mais vontade de ler o livro. Obrigada.


Rafael.Augusto 08/03/2021minha estante
Leia sim Thais! Você vai gostar : )


Robson.Nunes 21/07/2022minha estante
Livro delicioso de ler, embora tenha sido escrito no séc XVI. Dei ótimas risadas com ele e me via a todo momento, de alguma forma, nele retratado. Vale muito a pena conhecer e indicar esta obra.




Clio0 26/04/2024

Ou quando Erasmo de Roterdã escreveu uma denúncia em formato de sátira para escapar da censura... e da fogueira.

Escrita no início do século XVI, é pelas palavras da deusa Loucura, que o autor critica a formação do Estado, a corrupção da Igreja Católica, as normas sociais, as instituições convencionais e tudo o mais que lhe vier a cabeça. Do casamentos aos filhos, do quotidiano a aventura, nada é poupado.

Não é um texto pesado, todavia, como foi escrito primeiramente em formato de monólogo, há uma boa dose de piadas e ridicularização que não apenas disfarçam a ácidez como dificultam a compreensão de quem acha se tratar de apenas mais uma peça.

Recomendo.
Karina Paidosz 26/04/2024minha estante
Gostei! Até já baixei pra ler




Lista de Livros 27/06/2014

Lista de Livros: Elogio da Loucura, de Erasmo de Roterdã
“Já escreveu sensatamente alguém que ser deus consiste em favorecer os mortais.”
*
“Só a gramática é mais do que suficiente para nos aborrecer durante toda a vida.”
*
“A verdade se encontra no vinho e nas crianças.”
*
“Em lugar de um epílogo quero oferecer-vos duas sentenças. A primeira, antiquíssima, é esta: Eu jamais desejaria beber com um homem que se lembrasse de tudo. E a segunda, nova, é a seguinte: Odeio o ouvinte de memória fiel demais.”
*
Mais em:

site: https://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2014/06/elogio-da-loucura-erasmo-de-roterda.html
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Fulana de Tal 29/05/2009

adoro esse tipo de humor acido e ironia vindo de uma epoca em que isso beirava a heresia.
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Fred Fontes 30/12/2012

De médico e louco, todo mundo tem um pouco
Tivesse a expressão "de médico e louco, todo mundo tem um pouco" uma origem literária, esta seria o "Elogio da loucura", de Erasmo de Roterdã.
Incrível ler esses livros escritos há tanto tempo (esse, precisamente, em 1501), e perceber que o ser humano do século XV é o mesmo do século XXI. Apenas o mundo muda, ou, diria, o aspecto material do mundo muda, mas o espírito do homem é imutável. O homem que andava a cavalo, depois a vapor, depois a combustão, depois a jato, era, é e será movido sempre pelas paixões, ou, nos termos empregados por Erasmo, pela loucura. E dela ninguém escapa, do servo ao papa.
E que bom! Nessa sátira ao racionalismo e à filosofia (e, não esqueçamos, ainda não estávamos no Iluminismo), o pensador holandês lança um olhar irônico e impiedoso aos que se julgam sãos. Filósofos, teólogos, a nobreza, o clero, ninguém escapa. Quase todos são loucos, como bem demonstrado pelo autor. E os poucos que não são, sofrem por não serem.
Só os loucos são felizes. Felizes as crianças, por não terem ainda a idade da razão. Felizes os idosos, por já a terem perdido. Felizes os que, loucos, não pensam nas misérias humanas e com elas não se angustiam. Felizes os velhos que torram sua fortuna com mulheres 40 anos mais jovens, felizes as velhas que acolhem jovens 40 anos mais moços (como diz o ditado, melhor comer filé-mignon com os amigos que carne de pescoço sozinho). Felizes os bobos engraçados, cercados de amigos e risos. Tristes os intelectuais chatérrimos e solitários. Felizes os que não sabem que são infelizes.
A ignorância como anestesia das desgraças, em contraponto à dor que a luz da razão nos traz, é um tema até "batido", mas poucos o abordaram com tanta inteligência, humor e, por que não, loucura.
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Ananda 15/10/2021

Uma narradora peculiar
Irônica, assertiva e extravagante, a Loucura vai dançando sozinha uma valsa sem som no meio da humanidade, provando que todos precisam dela : “O sábio refugia-se nos livros dos antigos e deles tira apenas sutilezas verbais. O louco enfrenta de perto as situações com seus riscos correspondentes, e assim adquire, se não me engane, a prudência”, revelando a hipocrisia de muitos: “Todos reconhecem aos teólogos o direito de manipular o céu, ou seja, as Sagradas Escrituras, puxando – as para cá e para lá como um elástico [...] " e provando sua utilidade: “[...]ambos governaram a louca multidão com invenções fabulosas. É com tais bobagens que domina a grande e potente besta que é o povo”.

O livro é denso, e apesar de poucas páginas precisa de atenção, tem várias referências aristotélicas, escolásticas e helenistas. Aconselho saber o mínimo de mitologia e filosofia grega para entender essa obra de modo mais completo. Com certeza será um livro que lerei novamente, porque só com uma leitura não dá para absorver tudo.
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Cynthia Cunha 06/03/2022

Sensacional
Não é um livro para fracos ou os muito sábios. A loucura é a voz feminina que representa toda humanidade. Eis o maior elogio.
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GioMAS 30/05/2023

Para aprender a gostar de filosofia - A Sátira do Humanismo
Sabe um livro que dá gosto de ler?

Posso afirmar com convicção que "Elogio da Loucura" reúne todas as características de uma obra cult, com as pompas e circunstâncias da literatura intelectual, filosófica, sem perder o bom humor.

O autor, teólogo e filósofo humanista, por meio da personificação mitológica da loucura, desenvolve um monólogo satírico, abordando, em uma única "pegada", as características mais pungentes do movimento historico-cultural situado na transição da Idade Média para a Idade Moderna - movimento designado, principalmente nas esferas da arte e filosofia, como humanismo renascentista.

Assim, sob a perspectiva da Loucura, representada como divindade mitológica, solidária e, na mesma medida, aversa aos dramas humanos, o autor nos envolve em debates sobre a hegemonia da Igreja Católica, a relação com a espiritualidade, política, arte e filosofia, traçando, de forma descontraída, os contornos do cientificismo e racionalismo.

Como não poderia deixar de ser, há extensa reflexão sobre a sociedade e a condição humana. O homem, como elemento central do discurso, é avaliado por sua conduta, caráter e posicionamento. A Loucura, enquanto testemunha das dinâmicas sociais e oradora, compreende o indivíduo como agente ativo, autônomo, responsável por seus atos, ilustrando, assim, a ruptura com o autoritarismo religioso e a influência da Igreja Católica na construção da identidade.

A Loucura, inclusive, engrandece a liberdade em todas as suas acepções, opondo-se veementemente à utilização dos dogmas religiosos como subterfúgio para dominação e violência. Aos adeptos desta prática, chama de hipócritas, pedantes, cegos pelo véu da falsa sabedoria e soberba.

Nesse ponto, a obra retrata com excelência o resgate da mitologia grega e romana, decorrente da conversão da visão teocentrista para a antropocentrista. A mitologia pagã, mesclada com a arte, permitia a exaltação das emoções humanas, suas imperfeições, vícios, paixões excessos e decadência, contrapondo-se à rigidez das produções artísticas cristãs.

O ensaio aborda a temática de forma extensa, valendo-se de inúmeras referências à literatura greco-romana, ironizando as mazelas dos deuses e dos homens, ambos absortos em vaidades e devaneios dos mais diversos.

Desnecessário frisar a importância da obra para a Reforma Protestante. Irrelevante, também, mencionar as críticas ao Clero, não é mesmo?Tampouco me ocuparei com digressões sobre os monarcas, fidalgos, comerciantes, advogados, mulheres e o tragicômico papel que, aos olhos da Loucura, eles interpretam. Não! Esses são aspectos já muito explorados e evidentes - não que os demais não sejam. A verdade é que qualquer temática se mostra interessante e inovadora para os leigos, assim como eu. Podendo, por outro lado, soar como infindável ladainha - mais do mesmo - aos cultos. De toda forma, prefiro me ocupar de outro debate.

Por mera satisfação pessoal e petulância, adentrarei em uma análise narrativa que certamente não tenho competência ou conteúdo para travar - desculpem-me os filósofos, mas essa é a beleza das redes sociais, falar com muita convicção e nenhuma erudição. Sim, aceito de bom grado críticas e correções (coragem? Talvez. Arrogância, jamais).

Apesar da manifesta oposição à retórica, o autor utiliza-se de técnicas discursivas para formação do convencimento. Pode-se dizer que a capacidade persuasiva da narradora provém de sua credibilidade, diga-se, inquestionável, eis que dotada de autoridade divina e onisciente.

Além disso, há forte apelo às emoções, crenças profundamente arraigadas e motivações subjetivas, estimuladas, em geral, por enunciados abstratos e, simultaneamente, sensíveis ao interlocur, como a infância, velhice, romances, beleza, ódio etc. Basta identificar pontos comuns, apelo ao inconsciente e pronto, está feito, estreitaram-se os vínculos entre leitor e orador.

Em sequência, são apresentados fatos, verdades universais, conceitos racionais capazes de amparar a conclusão que se pretende. O leitor é conduzido para o desfecho - que lhe parece - óbvio.

Tem-se, portanto, os três pilares fundamentais da retórica de Aristóteles, ethos, pathos e logos, em outras palavras, ética (caráter), emoção e lógica. Veja se não é o triângulo retórico?

Erasmo nos presenteia, ainda, com metáforas, analogias, perguntas retóricas, refutação e exagero (ironia carregada). Um mestre da retórica, não se pode negar.

Calma, eu sei. Ao refutar a retórica, o autor se refere à técnica sofista, descompromissada com a verdade, ou seja, a manifestação da "sabedoria (sapientia) aparente mas não real?, utilizada tão somente para favorecer o orador. Não diz respeito, evidentemente, ao discurso filosófico, voltado para a verdade objetiva e absoluta.

Será?

Estaríamos diante do teólogo ou da Deusa Loucura?

A Loucura estaria mais inclinada à retórica oportunista e charlatã ou adotaria postura sóbria e responsável?

Minerva - talvez - seja capaz de nos responder.

"Quanto a mim, deixo que os outros julguem a minha tagarelice; mas, se o meu amor próprio não deixar que eu o perceba, contentar-me-ei de ter elogiado a Loucura sem estar inteiramente louco."
(Erasmo de Roterdã).

Por fim e finalmente, rsrs, fico com a alegria e jovialidade dos loucos. Deixemos para os sábios a hipocrisia e vaidade.
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Carlos 01/07/2021

A dona loucura é espirituosa, irônica e revela com humor e seriedade nossa insensatez. Mesmo escrito há tanto tempo, fala muito sobre nós enquanto seres humanos.
Já denunciava os excessos da justiça, dos acadêmicos, e principalmente da religião. Sobra pra todo mundo!
Recomendo muito a leitura.
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Marcos 24/04/2022

A loucura necessária
Na primeira metade do livro, Erasmo trata da loucura essencial para viver - ou melhor, a loucura busca se defender das acusações contra ela. Ou seja, aquilo que Nietzsche chamava de Dionísio em oposição a razão de Apolo, ou que outros definem como caos em oposição a ordem, e que outros podem chamar de alegria em oposição a tristeza.
Toda a argumentação parte da própria loucura e, com muita ironia, trata de nos mostrar como a loucura é necessária para a homem. Muito mais do que religião, filosofia, ciência ou arte. Interessante esse posicionamento que não é falso, mas que deve partir do posicionamento da época e seu contexto político para entender o que Erasmo queria. Ele não queria mostrar os problemas atuais (como um video de um comentarista do YouTube aborda e usa como exemplo o feminismo), mas os de sua própria época. Em específico a religião. A renascença trouxe o humanismo de volta e os debates com os luteranos estava a todo vapor. Então, não é de se esperar que criticas a igreja surjam no livro de forma irônica. Recomendo a leitura para todos que queiram abrir a mente para posturas loucas que temos e que não refletimos sobre elas.
Leitora 24/04/2022minha estante
Tenho e irei ler principalmente porque sou louca e depois dessa resenha, mais ainda.




Gustavo.Moura 14/08/2020

Livro difícil de ler. A linguagem e o humor são de outra época. Muitas das críticas ainda se mantém, porém nos dias de hoje talvez já tenhamos nos tornado mais conscientes dos vícios que o livro denuncia, por isso não me pareceu nada novo, quando na verdade foi o próprio livro um precursor dessa consciência desses vícios sociais.

É estranho que o autor critique tão ferrenhamente os sábios, os teólogos e filósofos, quando ele próprio, pelo que escreve, se apresenta como um.

Também achei contraditório o que ele entende por loucura: diz ser algo bom, que faz fugir dos vícios da sociedade, mas em outros momentos se mostra como algo ruim - como a loucura do príncipe, que o faz abandonar a responsabilidade de governar para o povo para apenas usufruir de seu poder.
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Brenoarf 26/05/2021

‘’Contentar-me-ei de ter elogiado a loucura sem estar inteiramente louco.’’
Irônico e objetivo, Erasmo de Rotterdam, exímio teólogo e humanista, estabelece uma crítica cirúrgica à Igreja do século XVI, asfaltando esse percurso mediante uma certa “ridicularização” dos ditos sábios e filósofos da Antiguidade Clássica. Na obra, é estruturado um auto-elogio por meio do qual Erasmo assume a voz da loucura e passa a “desfazer” a sociedade de modo a explicar os mecanismos em que o desvairar se faz presente enquanto uma dinâmica vinculada às ocasiões, atitudes, vivências e profissões de uma forma geral. Sob essa ótica, não há como negar a excelência com a qual o autor transcendeu a rasa definição gramatical do termo loucura, pois, para além da ideia de “insanidade mental”, ele trata a loucura de uma forma externa ao homem, de tal maneira que o homem só será louco se desejar ser. Nessa sátira, a "Deusa da Loucura", divindade metaforicamente responsável pelos maus comportamentos humanos, se auto elogia por ser a única forma de fazer o homem sentir-se bem perante seus atos que afrontam as demais divindades. Aqui, a loucura é a verdade, é responsável pela perpetuação da espécie, pois, para viver como homem, é preciso abster-se de sabedoria. Engana-se quem acredita que o que nos torna humanos é a racionalidade, a sabedoria em sua versão dicionarizada... o que nos faz humanos é a Loucura. A alegria é preenchida pela incompreensão, não há razão que a define, que a limite. Quando isso ocorre, ela logo escapa! O bem-estar, a felicidade e, até mesmo, a verdadeira sabedoria, quando significados apenas na ideia limitada de razão, fazem com que passemos o restante da vida atrás daquilo que sempre está nos escapando na medida em que a encontramos, definimos, limitamos. Entender ‘’Elogio da Loucura’’ é entender a essência da Reforma Protestante, é conceber um esclarecimento acerca da ruptura religiosa com a educação, a política e ciência, é ter contato com uma perspectiva atemporal do aspecto moralista e hipócrita da idade média e do Renascimento. Uma obra excelente, contemporânea em narrativa e essencial a todos que almejam compreender a loucura como um patrimônio universal da humanidade necessário à vida e à felicidade dos mortais.
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Wagner 03/05/2020

INVENÇÕES FABULOSAS

(...) Minos e de Numa: ambos governaram a louca multidão com invenções fabulosas.
É com tais bobagens que se domina a grande e potente besta que é o povo (...)

in; ROTTERDAM, Erasmo de. Elogio da loucura. São Paulo: Martin Claret, 2008. pg 40
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Hell 25/02/2020

Todas as coisas estão cheias de loucura
"[...] a felicidade consiste, sobretudo, em se querer ser o que se é." O que é a loucura além da mais pura paixão de agir? A própria loucura relata como está presente na trajetória dos deuses, filósofos, monarcas e seres comuns, da infância à velhice, sendo suprimida apenas pela razão que toma os adultos que insistem em serem sábios, a sabedoria é a razão da tristeza/melancolia dos homens ao passo que a loucura é equivalente à felicidade. Leitura envolvente e reflexiva!
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Lady Murphy 15/09/2012

Escrito em primeira pessoa, como sendo a voz da Loucura ao enumerar as benesses de se distanciar da razão e aproximar-se dela própria, de uma forma espontânea e ácida, Erasmo nos mostra que, onde a loucura se instala, instala-se também a alegria de viver, felicidade, os melhores delírios e emoções de nossas vidas. Que a sabedoria e a erudição tornam-nos pessoas amargas e ranzinzas, uma vez que caminhamos em direção à razão e esquecemos da vida. E quanto mais distantes estivermos da razão, tanto mais felizes seremos. Faz parte desse delírio acreditar, e apenas acreditar, que fazemos o bem, que somos importantes, que somos queridos. É um grande erro basearmos nosso contentamento na realidade. A narrativa mostra-se de início despretensiosa e inofensiva, de um jeito que torna a vida minimamente mais agradável como que para “calibrar” o leitor quanto à piada do livro. E quando vem a crítica, para quem ela realmente se destina – governantes, autoridades e até mesmo a própria Igreja- o leitor já esta situado quanto às intenções do autor. Satírico, Erasmo faz a vez do bobo Shakespeareano. Aquele que diz toda e qualquer verdade sob o pretexto de ser quem é: a personificação da sinceridade total, da verdade que tanto almejamos, a própria Loucura. E com uma mira certeira, ele aponta os erros e defeitos, e os atira sobre seus culpados. Nesse tom jocoso, denuncia males reais como a ingratidão, a hipocrisia e a intolerância, principalmente praticada por aqueles que se dizem, e que detêm títulos para tal, os homens justos, homens de deus. É dificil colocar uma interpretação precisa sobre o livro pois o leque de interpretações é extenso. Ou, nem isso, o leque de focos é extenso. Pode-se observar a Loucura como a mocinha, aquela que é responsável pela felicidade do homem, como também pode-se observá-la como a vilã, a responsável pela cegueira do mesmo. Ambas são verdadeiras. Há quem diga que é uma infelicidade ser enganado. Bem, maior infelicidade ainda é não ser.
Patrícia 24/04/2014minha estante
quero muito ler esse livro...




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