Vita Brevis

Vita Brevis Jostein Gaarder




Resenhas - Vita Brevis


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Jow 17/09/2010

Uma mulher à frente de seu tempo.
Ler Vita Brevis, é mergulhar em um período histórico que ainda hoje é pouco documentado. É uma época de difíceis achados históricos, pois se trata doos séculos IV e V da era cristã, ou seja, o declínio do Império Romano perante as invasões barbaras, e o condicionamento da Igreja cristã que mais a frente surgiria mais forte e unificada.

No livro, Flória Émilia escreve uma carta-resposta para Aurélio Agostinho(Santo Agostinho) que é bispo de Hipona Régia, cidade que naquele momento era um dos pilares de sustentação da Igreja Católica. Flória comenta e rediscute a história do livro de Santo Agostinho, que no caso, são as suas Confissões. E a partir de Flória, essas Confissões ganham uma nova leitura. Pois, Santo Agostinho relata suas mémorias, munido muitas vezes de discursos exaltando a abstinência da carne, dos sentidos, das vontades do corpo. E vê tudo como uma forma de se aproximar de Deus. Esse radicalismo levou Agostinho a experimentar extremos, como comer apenas para fazer o corpo se sustentar, ter cuidado com os sonhos, repudiar o sexo feminino, e perceber em muita coisa física, a ausência de Deus(que se tornou, aquilo que Agostinho chama de A Definição do Mal).

Então, ao receber o livro de Agostinho do Padre de Cartago, Flória que é uma mulher altamente letrada, começa a contrapor os pontos falados por Agostinho, afinal ela o conhecia bem por ter sido sua concumbina por 12 anos, chegando a ter um filho com ele, chamado Adeodato. Agostinho tentando esconder/esquecer, chama Flória em suas confissões de A Outra.

Munida de inteligência fora do comum para uma mulher da época, Flória rebate com elegância e fortaleza, as questões de fé levantadas por Santo Agostinho. Flória bebe da fonte de grandes pensadores da Antiguidade Clássica(Grécia e Roma)por exemplo: Cícero, Homero, Horácio, Terêncio. E fazendo alusões a algumas escolas de pensamento gregas como o Epicurismo e o estoícismo. Tão compraovada era sua sabedoria, que Flória vê com olhos de desprezo, a paixão de Agostinho pelos escritos platônicos, algo que vai fundamentar altamente a obra mais importante do santo, o livro A Cidade de Deus.

Por tudo isso, não há como se render a Flória Emília. Uma mulher que estava acima de sua classe social, do seu tempo, e que foi um coringa na história como outras mulheres de seu tempo como Santa Modesta.
Trazendo para o nosso tempo, Flória é a figura da mulher moderna, que não se cala diante das intervenções dos homens, de políticas masculinas, e que buscou de uma forma incrivel o conhecimento, para poder se defender das armadilhas que o homem lançava as mulheres naquela época. Era uma visionária, porque já adianta em sua carta algo que só aconteceria oito séculos depois, o começo da perseguição as mulheres. Realmente ela tinha razão ao dizer que "[...]Escrevo essa carta não só para voce Aurel, mas talvez para toda a Igreja Cristã."

É uma pena não sabermos o que aconteceu com Flória, mas ela tinha razão em muita coisa que escreveu. Principalmente quando dizia que "A vida é muito curta."
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Mays_4 23/12/2022

O livro é muito bom!!

Que cartas, Flória Emília!
Flória uma mulher forte, determinada e apaixonada mas ao mesmo tempo triste, insatisfeita e com muita raiva após ter sido deixada por Aurélio Agostinho (Santo Agostinho). Nas cartas, de Flória, ela consegue transmitir muita emoção e muito sentimento ao ponto de conseguimos sentir o que ela estava sentindo no momento em que escrevia. Flória tem uma opinião tão forte q até esquecia que estava lendo um livro com cartas do lV e isso é incrível e impressionante pois a realidade q ela vivia era totalmente diferente da que vivemos hj. Quando peguei o livro para ler achei q a leitura fosse difícil mas n é, a leitura é bem tranquila e o livro não é tão longo.

Este livro me surpreendeu bastante e espero q mais pessoas possam ler e se surpreender também.
Lucas1429 23/12/2022minha estante
depois que li o mundo de sofia fiquei doido pra ler mais obras do autor. tenho esse na minha estante e depois dessa resenha já vou dar prioridade a ele




Roberta.Biasioli 24/07/2023

Um livro que nos deixa intrigados sobre as origens da carta original na qual teria sido baseado: uma carta milenar, composta por cerca de 80 páginas, escrita por Flória Emília para Aurélio Agostinho, bispo de Hipona, o qual se tornaria Santo da Igreja Católica.
Em suas páginas, Flória questiona Aurélio sobre o fato de ter sido separada dele e fo filho de 12 anos, sob o pretexto de que ele deveria se casar com uma moça de posses, fato que nunca ocorreu.
Com base em fortes pressupostos filosóficos, Flória faz questionamentos profundos sobre aspectos relacionados à religião e seu poder sobre homens e mulheres em nome de Deus.
Muito bom!
Henrique Sanches 24/07/2023minha estante
Parabéns pela leitura e pela resenha.


Henrique Sanches 24/07/2023minha estante
Ficou muito interessante a maneira como o autor fala de história e religião com uma pitada de filosofia. Ficou uma boa combinação!!!




Tibério 09/09/2011

Agostinho exagerou sua culpa nas "confissões".
Nas confissões de Santo Agostinho, na primeira parte desta obra, o autor que é o próprio Agostinho, portanto um livro autobiográfico; coloca de forma aterradora seu passado da infância e juventude até a idade adulta como se ele fosse uma pessoa muitíssimo errada moralmente. Chegando ao ponto de renunciar ao convívio com o mundo mundano para entrar numa situação de penitências, jejuns, etc. Quem ler somente as confissões pode até achar que ele tinha razão, mas lendo "vita brevis" percebemos que ele apenas elevou seus erros a uma potência matemática imaginária de muitas grandezas além do que realmente existia. Simples: ele amava uma mulher que também o amava. Teve um filho com ela. E no fim por uma ilação não muito feliz da filosofia platônica ele abre mão de tudo que é material castigando seu corpo em benefício do que é intangível no caso sua própria alma. Abandonou a mulher que amava, sufocou os desejos puros da natureza humana que refreados pelo sentimento do amor transforma a união dos sexos em coisa bela e divina. Então, sofreram Flora e Agostinho, morreu o fruto de seu amor um filho ainda jovem. Tudo em nome de que?! Será que para ser digno da dádiva divina é necessário machucar os sentimentos com tormentas e dissabores voluntários?!A doutrina de Agostinho conduziu-lhe a enganar a se próprio e torturar-se omitindo seus próprios sentimentos de homem comum, desejando não ser humano e ser somente alma. Infelizmente gerações foram influenciadas por estes ensinamentos infelizes.
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Graziela Delazir 15/04/2021

O que dizer dessa mulher que passou tantas coisas em nome do amor. E como ela deu a volta por cima se tornando uma mulher inteligente e culta para falar a altura com sabedoria.

Esse livro foi relevante para meu conhecimento e me rendeu ainda uma tatto escrito Vita Brevis rsrs

Por mulheres mais fortes e por mais estórias contada por elas.
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Gabriele 13/12/2021

Carta da amada de Santo Agostinho, Flória Emília, dirigida a ele depois que ela leu suas 'confissões', aparentemente revoltada por ter sido citada nas confissões como momentos de pecado e por ele ter falado tão pouco do filho que geraram no amor, Flória escreve sua carta de forma emocionada e envolvente.
Foi um romance de 12 anos que gerou um filho, antes de Agostinho fazer seus votos à igreja.
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Craotchky 03/12/2016

Vita brevis = Vida breve
Jostein Gaarder, na introdução deste livro, nos conta como foi parar numa feira de livros em Buenos Aires na primavera de 1995. Então, em dado momento entrou em um pequeno sebo de livros raros onde achou, em uma caixa vermelha, um manuscrito em latim, com aproximadamente 75 folhas, intitulado: Codex Floriae. Nele havia uma saudação introdutória:

"Floria Aemilia Aurelio Augustinho Episcopo Hipponiensi salutem."
(Saudações de Flória Emília a Aurélio Agostinho, bispo de Hipona.)

Tratava-se, pois, de uma carta. A curiosidade do autor de O mundo de Sofia despertou. Já tendo lido as Confissões de Agostinho, sabia ele de uma mencionada concubina a quem o futuro bispo foi obrigado a renunciar e com quem até teve um filho. Assim, Gaarder comprou o Codex por algo em torno de 12 mil dólares, mesmo sem ter ideia da autenticidade do documento.

Enfim, o manuscrito foi datado do final do século XVI e pode ser a transcrição de um documento mais antigo, ou da própria carta original. Na introdução Gaarder diz:

"De minha parte, não tenho mais dúvida sobre a autenticidade da carta e sobre se realmente deve ser atribuída à amante de muitos anos de Agostinho."

Verdadeira ou não, o fato é que é extremamente interessante. Flória rebate vários preceitos que Agostinho expõe em suas Confissões, inclusive argumentando com citações de muitos grandes pensadores da história. Este livro tem tantas referências que o texto da carta é escrito somente nas páginas de números ímpares. Nas páginas de números pares ficam apenas as explicações de tais referências, como notas de rodapé. (As que seriam de números pares sequer são numeradas, porém são contabilizadas). Por esse motivo o livro é de rápida leitura pois, além de letras maiores que as usuais, o texto da carta ocupa umas 100 páginas somente.

"Sou de opinião que é arrogância humana rejeitar esta vida em favor de uma existência que talvez não passe de uma abstração."

O livro tem muitas frases marcantes e muita filosofia ao longo de suas páginas. Fui fisgado, foi difícil fazer pausas durante a leitura e só as fiz quando não pude deixar de fazê-las. Tive uma ótima surpresa com este livro.
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Maíra 11/05/2009

No prólogo Gaarder nos informa que adquiriu em uma livraria de Buenos Aires uma carta do início da Era Cristã manuscrita por Floria Emília e destinada a Aurélio Augusto, bispo de Hipona, Santo Agostinho.Com apoio desta carta, qual a Igreja Católica nega a autenticidade bem como a existência, Vita Brevis revela os sentimentos de Floria Emilia por Aurélio Augusto.

Toda narrativa é em forma de uma imensa carta, que nos remete a pequenos fragmentos da vida do casal, desde o momento em que se conheceram até a vida atual deles, separados pela vida reclusa de 'Aurel', e ainda nos apresenta toda a visão de Flora sobre Deus, vida, ações e reações do tal Aurel e os caminhos por eles trafegados.

Ainda estou pensando nas frases de Flora, no esforço em que ela fez para se mostrar uma mulher culta, tentando dizer ao santo que tinha mudado e que, se ele não estivesse nesse caminho, poderia se tornar sua esposa.

Pensando em como tudo que acreditamos pode estar totalmente certo ou totalmente errado para o outro, e em como algumas situações são gravadas em nossa alma, e não saem de lá após anos e anos...

Dessa obra vou guardar só uma frase. Uma frase que eu cheguei a escutar a Flora dizendo no momento da leitura: "A vida é tão breve!!"
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Carol 29/01/2010

É uma leitura bem leve. Eu estava querendo uma leitura mais despreocupada, e encontrei neste livro. Li em questão de 1 hora e meia. Gostei da carta, além de ter sido a primeira obra de Jostein Gaarder que leio. O próximo será O Mundo de Sofia.
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Lúcia Ramos 07/09/2009

Apaixonante.
Apaixonei-me pela estória inspirada no romance entre Flória Emília e Aurélio Agostinho, o Santo Agostinho. Forte, desesperada, inteligente, apaixonada e corajosa a ponto de enfrentar toda a Igreja, era Flória. Admiro-a. Muito.
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Ju Lopes 15/04/2017

Muito interessante
Talvez devesse ter lido As Confissões de Santo Agostinho antes desta carta resposta às confissões dele, porque a qui só temos alguns trechos, somente um lado da história. Mesmo assim é uma carta muito interessante se pensarmos no ano em que foi escrito por Flora.
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Thiago 03/02/2022

Razoável resume
O livro apresenta uma temática interessante, uma suposta carta escrita pela concubina de Agostinho de Hipona a ele. Nessa carta, ela comenta sobre alguns de seus princípios e valores expostos em seu livro Confissões - princípios estes que serviram e servem de base para a Igreja Católica - como a necessidade de fuga da concupiscência. Ela advoga pela aceitação do prazer terreno, algo que também foi criado por Deus. No entanto, a escrita não empolga, a tentativa de metalinguagem do autor soa artificial e ela escreve como uma mulher do século XX, usando até mesmo a expressão "Oxalá" (culpa do tradutor, é claro). Além do fato dela citar vários autores da antiguidade aos quais, mesmo tendo se tornado, como o autor frisa, "culta" (o que é estranho, pois ela já parecia culta antes, segundo o modo como se conheceram), dificilmente teria acesso, uma vez que algumas das referências são às cartas privadas de Cícero...
Vale a leitura? Sim, uma vez que o livro é bem curto e simples. Empolga ou dá a sensação de alegria e aprendizado após concluí-lo? Não, infelizmente.
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renata.rossetto 27/05/2018

Muito bom conhecer
Uma mulher sofrida, angustiada que não superou o abandono do homem que amava, no caso Aurélio Agostinho, o Santo Agostinho. É uma carta dirigida a ele, na qual ela relembra a história vivida por eles, seu grande momento de amor quando ele tocou seus cabelos num passeio ao longo do rio Arno, e fala de sua decepção por ter sido trocada por uma moça bem mais nova que ela e aprovada pela sogra.
Interessante a leitura pela oportunidade de conhecer o sofrimento de uma mulher do século IV, suas tristezas e angústias.
Luisa Amélia 01/06/2018minha estante
Amei a resenha, mãe :)


renata.rossetto 19/06/2018minha estante
Deu vontade de ler?


Luisa Amélia 29/06/2018minha estante
Sim!




Ibercson 21/05/2020

Bom!
Tudo tem 2 lados...
Ler a visão da Flória "ainda que não tenha certeza que foi realmente escrito por ela." Dá a voz a quem ficou oculta na história.

Muito top!
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