Crítica da Razão Criminosa

Crítica da Razão Criminosa Michael Gregorio




Resenhas - Crítica da Razão Criminosa


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buca 23/03/2011

Brochante.
Como suspense, o livro é muito fraco. A trama toda gira em torno de quato assassinatos ocorridos em Königsberg, cidade de Kant. O desfecho, contudo, fica óbvio já na metade do livro, tornando o resto da leitura tediosa.
Quando li o título pensei que o autor incorporaria mais elementos kantianos ao livro, mas eles são bem superficiais.
Por fim, a tradução é péssima e essa edição está cheia de erros de gramática. Lamentável, não?
Marco 26/04/2012minha estante
Não li o livro na versão portuguêsa, porém veja por outros livros que as traduções muitas vezes tem os mesmos defeitos e absurdos que dublagens de filmes. Agora a leitura em inglês do livro foi maravilhosa. Embora se suspeite firmemente na metade do livro quanto os assassino, a motivação e o desembaraço dos mesmos ainda intriga até o final.




patita 25/06/2010

Empolgante
Mais um livro que não se pode largar. Você o lê tombando de sono mas só deixa de ler quando, sem perceber, teus olhos se fecham.
Crisinha 03/07/2014minha estante
senti o mesmo, gostei muito do livro, mas o final deixou a desejar.




Sintaxe 10/01/2024

Por uma via não deu certo, tentemos por outra...
De início, tomei como objetivo divertido avaliar esta obra à luz da filosofia kantiana a fim de fazer o balanço dos seus acertos, erros, aproximações e distanciamentos, julgamento que não seria inteiramente superficial - típico de um estudante de filosofia pedante e por vezes arrogante como eu - visto que levantaria a sempiterna questão das adaptações e traduções em um outro registro, a saber, o da ficção histórico-psicológica, difundida ad nauseam entre leitores mais jovens e, arrisco dizer, mais midiaticamente iletrados. Este objetivo, todavia, logo se viu frustrado pois, não só há muito pouco de Kant neste livro supostamente inspirado em suas obras, como não há praticamente nada de filosofia exceto algumas ponderações de ordem ética em paragráfos pontualíssimos, onde a discussão se resume à simples cisão entre Romantismo exasperado e Iluminismo tosco, empapado de "tunnel vision", para me valer de uma expressão da língua inglesa (não resisto em acrescentar que esta cisão é imprecisa e no limite fictícia. O romantismo se opõe sim ao iluminismo; porém, o conteúdo desta oposição não é homogêneo entre os diversos autores nos quais compõem os mosaicos de ambos os lados, visto haver cumplicidades declaradas entre um e outro. Conferir iluministas e românticos tais como Goethe e Schiller, e predecessores dessa mistura, tais como Diderot e o próprio Kant). A coisa é tão grave que a trama retrata a enorme genialidade deste filósofo incomensurável, cujas ideias permeiam nosso pensamento até os dias de hoje; retrata a grandiosidade de sua filosofia como sendo, meramente... um método racional. Incrível! Antes de Kant não éramos racionais! Genial! Sinceramente, é tamanho descaso com qualquer semblante da história da filosofia (isto porque não enumerei as interpretações mesquinhas, típicas da anglosfera, nas quais reduzem o epistemólogo a modesto filósofo da mente) que, se eu for realmente avaliar esta obra sob seus próprios preceitos e desejos, acabaremos com um simples: "é um show de horrores". Então, quais aspectos podemos elogiar? Passemos a isto.

Parcos, os bons elementos são sempre afogados nesse manancial de lama que é a trama investigativa mais incompetente que já li (apesar de não ter lido muita coisa deste tipo, isto é, desta figura mais ou menos recente da indústria cultural, ao menos em seu estado contemporâneo, profundamente influenciado pelas movimentações dos anos setenta). Decerto, muito me agrada a confecção dos ambientes, das estruturas sociais, da atmosfera prussiana. Os objetos, as paisagens, as vestimentas são todas bem descritas, permitindo uma aclimatação, para usar a expressão arantiana em outro contexto, saborosa do leitor neste mundo sombrio e repleto de miasmas da Europa sob ameaça napoleônica. Este fio se tece sozinho, aliás: tremendamente anti-napoleônico, portanto, ironicamente anti-iluminista - em uma narrativa inspirada pelo maior dos iluministas! -, Crítica da razão criminosa é surpreendentemente reacionário. Quer dizer, o autor, ou dupla de autores, mostra o caráter abusivo das autoridades de Königsberg, o sentimento generalizado de paranóia social e os inúmeros preconceitos subjacentes entre os soldados. Se tudo isso faz parecer que uma crítica estará se encaminhando, revelando o que há de nauseabundo nessa cidade pacata, situada no território de um país atrasado e ditatorial, logo somos lembrados das verdadeiras alianças retrospectivas desses autores, ou autor, que, suspeito, se pretenderiam historiadores se não carregassem garbosamente o título de romancistas. Os "bonapartistas" (termo conservador, os hegelianos sabem que as guerras napoleônicas são antes guerras revolucionárias) são sempre piores: pervertidos sexuais, assassinos de criancinhas, loucos em busca de poder. Não à toa nosso querido protagonista, cujo comportamento é intrigante na medida que é autoritário, eventualmente consegue seu final feliz por ter seguido a boa Razão e expulsado o caos do crime. Desvelando, assim, o aspecto moralista ao excesso do texto. Na luta entre bem e mal, lógica e sentimento, ordem e caos, quem prevalece é o velho alazão, agora imagem ideológica para europeus nostálgicos, do positivismo científico. Seria aceitável se tivesse sido escrito dois séculos atrás, mas parece-me que o autor errou de tempo...

Ainda restaria esmiuçar a estupidez do que há de investigativo neste thriller criminal, com soluções óbvias para qualquer leitor minimamente atento, métodos "revolucionários" de investigação (sério que a narrativa retrata a análise racional da cena do crime como uma invenção engenhosa de Kant, como se todos antes dele não passassem de imbecis capazes apenas de interrogar, agredir, matar?), informações convenientes cuja procedência na investigação poderia haver se dado muito antes (sério que Koch não pensou em momento algum perguntar sobre Lutbatz não sei das quantas assim que descobriram ser uma agulha a arma do crime? Ele só lembrou que sua esposa comprava suas quinquilharias de costura com este sujeito ao acaso, lá para o começo do fim?) e assim por diante. Mas não estou com paciência para tanto, as pistas que deixo podem ser seguidas por investigadores muito mais habilidosos do que esse protagonista com tendências coléricas, incapaz de formular um pensamento racional sequer, ainda que se pretenda o baluarte da lógica, orgulhoso herdeiro do racionalismo de Immanuel Kant!... Até parece.
Senhorita_morland 10/01/2024minha estante
Eita que esculhambou, tá poxa




Gerson Donizete 14/09/2012

Livro muito interessante;
trata de uma investigação criminosa na Prússia da invasão francesa;
a metodologia dos investigadores é muito realista mostrando toda a dificuldade que um investigador normal enfrenta em seu dia a dia.
Ótima leitura; recomendo
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Peterson Boll 22/03/2013

Filosofia Pop
Seguindo uma linha literária surgida nos anos 90 com Jostein Gaarder e seguindo anos 2000 em diante com best-sellers como "Quando Nietzsche Chorou", este é mais um que imiscui ficção com a figura de um filósofo e sua filosofia. Mas enquanto a maioria dos livros vai pela caminho da auto-ajuda, este aqui dirige-se ao suspense, estilo Sherlock Holmes.Um bom entretenimento que apesar de distante,consegue passar algumas ideias kantianas.
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Ana Ruppenthal 22/09/2017

Bom
A obra é de 2006 escrita por Michael Gregório - pseudônimo dos autores Daniela de Gregorio e Michael Jacob. Conforme a orelha do livro,

Na fria Königsberg, na Prússia da virada do século 18 para o 19, a pena do grande filósofo Immanuel Kant escrevia páginas obscuras. Depois de ter tratado da mente comum em A crítica da razão pura, seu mais famoso livro, agora enveredava pela mente doentia de um serial killer. Mas o que aquelas idéias secretas poderiam ter com os assassinatos que apavoravam a cidade em 1804? Acompanhe neste 'Crítica da Razão Criminosa' as investigações do jovem magistrado Hanno Stiffeniis, um dos poucos que conversou com Kant sobre as páginas secretas.

E de fato, é uma obra que tem como personagem central - ou um de seus personagens centrais - o famoso filósofo Imanuel Kant (sim, aquele que fez densos tratados sobre filosofia e epistemologia, mais constantemente associado ao racionalismo).

E é justamente sobre esse ponto, em cima desse aspecto estritamente racional do filósofo que os autores desenvolvem a trama: Na narrativa, Kant teria escrito uma obra não sobre a mente humana racional que podem ser exploradas por habilidades cognitivas comuns, mas que seriam exploradas precipuamente por mentes de pessoas pré-destinadas ao crime.

Ao meu ver, os autores foram muito fieis ao contexto social e histórico, e mesmo pessoal, que envolveu o filósofo em vida - afinal, como retratado na obra, Kant passou toda a sua vida na cidade hoje extinta de Königsberg, na Prússia, levando uma vida reclusa como todo bom filósofo, mantendo relações com um círculo muito estrito de pessoas (como no livro, em que Kant tinha amizade com o magistrado Hanno, outro personagem principal).

Mas no que concerne à fidelidade com o aspecto intelectual do filósofo, eu acredito que os autores não seguiram tão estritamente - até porque o legado de Imanuel Kant é tão complexo (a razão pura nada mais é do que a abstração irrestrita do pensamento, num nível complicado de entender), que me pareceu muito inteligente essa jogada dos autores com as ideias do filósofo, ainda que em termos de acurácia deixe a desejar.

O enredo é muito bem construído, bem como o seu desenvolvimento no lapso temporal, associada à também muito boa e pertinente construção dos personagens secundários. Obra de leitura fácil e um dos poucos romances contemporâneos que consegue ser ao mesmo tempo intrigante e estupefaciente, dada à sua inteligência.
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