O Piso-Rouxinol

O Piso-Rouxinol Lian Hearn




Resenhas - O Piso-Rouxinol


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Denise 02/10/2020

O Piso Rouxinol
Esse ano de 2020 está sendo um ano de releituras pra mim. Eu adoro reler meus livros favoritos e confesso que alguns livros que li a anos atrás, tenho um pouco de medo de reler e pegar estrelas de volta ( risos ) porque eu mudei muito como leitora.

A Saga Otori eu li em 2012 e amei, sempre falo que só eu e a mãe da autora lemos esses livros (Skoob por favor, emojis please, aqui teria três rindo)

Agora aproveitei para reler e continuo achando uma história muito legal.
A trama passa no Japão Feudal cheio de guerras, intrigas, magia e um amor proibido, é claro.

As descrições dos lugares são tão perfeitas que a gente se sente transportado para aquele tempo.
Super recomendo para quem gosta de personagens fortes e de mergulhar numa história incrível.
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Psychobooks 21/07/2014

A Saga Otori é composta por cinco livros, "O Piso Rouxinol", "A Relva Por Travesseiro" e "O Brilho da Lua" formam a trilogia central da Saga. "A Rede do Céu é Vasta" é uma prequel que se passa anos antes e contam a história de Shigeru ainda jovem, enquanto que "The Harsh Cry of the Heron" (ainda não lançado no Brasil) se passa anos após "O Brilho da Lua" e encerra a saga.
Quando comecei a leitura de O Piso Rouxinol, não esperava muito da história, mas a cada página fui ficando mais envolvida e apaixonada pela história. Não se deixe enganar pelas as capas mais 'sóbrias', esse livro é voltado para o público jovem-adulto, mas os adultos também podem se jogar ;)

- Enredo

O local onde se passa a Saga é um país imaginário, com algumas características japonesas. O país feudal, é dividido em três partes: O Oeste é governado pelas clãs Maruyama (a líder Naomi Maruyama é a última senhora de terra por direito); Seishuu, e Shirakawa; O Central é governado pelo clã Otori e o Leste é governado por Iida Sadamu do clã Tohan. O país está à beira de uma guerra, pois Iida Sadamu quer expandir seu domínio, algumas famílias não querem entrar na batalha, por isso, buscam alianças entre as clãs para evitar o confronto.

Tomasu vive em Mino, junto com sua mãe e foi criado dentro da religião dos Ocultos, que estão sendo perseguidos pelo implacável Iida Sadamu. Tomasu nunca conheceu seu pai, é apaixonado pela floresta e aprendeu com sua mãe a ser justo e acreditar que todos são iguais perante aos olhos do grande deus. Enquanto estava dando um dos seus passeios costumeiros pela floresta, a cidade de Tomasu foi completamente dizimada pelo Iida, ao fugir, ele esbarra em Shigeru que o salva da morte certa.

Shigeru Otori é um senhor respeitado e membro de uma família tradicional poderosa no país. Shigeru perdeu seu pai - e líder do clã - e seu irmão na batalha de Yaegahara, algum tempo depois sua mãe também faleceu, bem como sua esposa. Mesmo sendo o herdeiro legítimo de seu clã, seus tios é quem são os líderes atuais: Shoichi e Masahiro Otori.

Para a surpresa de Tomasu, Shigeru resolve adotá-lo legitimamente, mudando seu nome para Takeo Otori e assim lhe transformar em seu herdeiro legítimo. O garoto sente que deve lealdade ao Sr. Shigeru por tê-lo salvado da morte e fará tudo que ele pedir. O garoto começa a perceber algumas mudanças em seu corpo e percepções, sua audição está cada dia mais aguçada e ele ajuda a salvar a vida de Shigeru. Depois de algum tempo, o garoto descobre sobre a origem de seu pai e do lugar ao qual ele pertence: A Tribo.

No Oeste vive Kaede, uma garota que é mantida refém dos Seishu há muitos anos acabou de completar quinze anos, com isso, ela chamou a atenção de um guarda e para defender sua honra, ela o ataca e ganha um protetor e aliado. O Sr. Seishu acha que a melhor solução para a situação da garota é casá-la, por sua reputação de que todos os homens que a desejam encontram a morte, Kaede irá se encaixar nos planos de Iida.

- Desenvolvimento do enredo e narrativa

O livro está repleto de reviravoltas e tem muitas intrigas políticas, traições, dramas familiares, amor proibido, assassinatos e uma pitada de fantasia.
A autora foi bem criativa ao escrever a parte de fantasia, os personagens que pertencem à Tribo, têm algumas habilidades especiais, como por exemplo, audição aguçada, invisibilidade. Essas pessoas são fiéis à quem paga mais, por isso, não se envolvem com questões de guerra, ao mesmo tempo que são úteis para os poderosos por serem assassinos extraordinários.

O desenvolvimento do enredo é feito de forma gradual, a autora libera um pouco de informação por vez, criando um suspense sobre os destinos dos personagens e consegue sustentá-lo até o final do livro. A trama principal é resolvida nesse livro, mas a forma como ele termina, deixa o leitor ansioso para o próximo da série.

A história é narrada em primeira pessoa por Takeo, mas alterna momentos em terceira pessoa sob o ponto de vista de outros personagens, como a Kaede.

- Concluindo

"O Piso Rouxinol" é o começo de uma saga que promete ser sensacional. Com ritmo de leitura acelerado, muitas reviravoltas, um final surpreendente e triste, o livro prende a atenção do leitor do começo ao fim que deve estar preparado para querer começar "A Relva Por Travesseiro" o mais rápido possível!

"(...) Quando a neve derreteu, Tomasu, o menino meio selvagem que perambulava pela montanha e lia apenas seus animais e plantas, desaparecera para sempre. Eu me transformara em Takeo, tranquilo, aparentemente inofensivo, pintor, um pouco dado a livros, um disfarce que escondia os ouvidos e olhos aos quais nada escapava e também o coração que estava aprendendo lições de vingança."
Página 85


site: www.psychobooks.com.br
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Matheus 29/11/2020

Gostei muito do livro!
A história se passa no Japão feudal e achei muito bem escrita e elaborado
O jeito que a autora separou os capítulos intercalando o foco narrativo foi muito interessante
A linguagem não é difícil apesar de algumas palavras e a leitura foi bem fluida
Gostei bastante e recomendo
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barbs 09/11/2020

Um dos meus livros prediletos, a escrita da Lian é perfeita e a forma como o amor de Takeo e Kaede é descrita acaba com meu coraçãozinho.
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Silver Se7e 27/05/2010

Livro excelente
Uma história muito bem construída, de conteúdo que prende do começo ao fim. Com protagonistas que nos cativam e antagonistas que nos dão ódio. Um livro que faz aflorar várias emoções e por isso vale muito a pena. Mal posso esperar para ler a continuação. Recomendo.
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Domi Berthoux 05/03/2013

O Melhor Livro que já Li
Vou dar uma explicada rápida sobre o começo do livro:

A história se passa em um país imaginário (dividido em três), no período feudal:
O Oeste, que possui três clãs: Maruyama (onde as mulheres tem mais poder que o normal e é governado por Naomi Maruyama, cuja filha é mantida refém por Iida Sadamu); Seishuu (onde Kaede é mantida refém), e Shirakawa (onde vive a família de Kaede);
O Central, governado pelo clã Otori, cujos líderes são Shoichi e Masahiro Otori. Eles eram irmãos de Shigemori, o antigo senhor do clã, morto na sangrenta batalha de Yaegahara, onde perdeu também seu filho Takeshi. Seu outro filho, Shigeru, era o herdeiro legítimo do clã. Mesmo assim Masahiro e Shoichi conseguiram o poder e agora abusam dos habitantes com seus impostos;
O Leste, pelo expansivo clã Tohan, governado por Iida Sadamu, inimigo declarado de Shigeru. No leste também há os Ocultos, povo devoto ao deus oculto, e seguem uma religião alternativa que presa a vida e a igualdade.
Na cidade de Mino vive um garoto chamado Tomasu, que nunca conheceu o pai verdadeiro, e, após ser salvo de um massacre por Shigeru, jura lealdade e é adotado por ele. Shigeru muda seu nome de Tomasu para Takeo, pois agora o jovem é um fugitivo.
Do outro lado do país há uma jovem chamada Kaede mantida por muitos anos refém dos Seishu, finalmente é libertada por sua reputação ser útil para os planos de Iida.
A história é narrada por Takeo, ou baseada em suas próprias experiências ou no que Kaede lhe contou; descrevendo como os dois entraram em neste novo mundo de morte, intriga e traição.

Quando uma amiga bibliotecária que eu tenho me recomendou este livro, eu fiquei ansiosa, pois sou apaixonada pela cultura japonesa. Aluguei ambos o primeiro e o segundo da trilogia. Minhas expectativas já estavam altas, mas está magnífica obra conseguiu superá-las.
Depois de ler O Piso-Rouxinol eu agarrei rapidamente Relva por Travesseiro (a continuação), e dei graças a deus por tê-la em mãos. Porque O Piso-Rouxinol não me deixou apenas com depressão-pós-livro, mas também de ressaca.
Ressaca por causa do turbilhão de emoções que tive ao lê-lo: Raiva, felicidade, fúria, tristeza, serenidade, saudade, alívio e, acima de tudo, uma ansiedade carnal. Todos esses sentimentos vieram intensamente, às vezes ao mesmo tempo.
Enquanto lia a história de Takeo, Kaede e Shigeru, eu fiquei pensando sobre a história mesmo nos raros momentos de meu dia em que não estava lendo. Não conseguia largar o livro, deixá-lo longe de minhas mãos, que em alguns pontos chegaram a ficar trêmulas.
O livro é realmente uma obra de arte, é estonteante.
Me apaixonei por tudo neste livro: Os personagens (principalmente, a Sra. Maruyama, Shizuka, Makoto e Arai), os cenários, o enredo, a narrativa. Boa parte da narrativa é discrição do cenário e dos sons que Takeo ouve, e eu gostei mesmo assim. Até trechos que a princípio eu não gostaria muito me cativaram.
Me apaixonei por este livro. Perdidamente. Queria tê-lo comprado, pois teria orgulho de deixá-lo na minha parede. Talvez eu compre um dia.
Termino minha resenha dizendo que é um must-read e recomendando a todos, por que é o melhor que eu já li e com certeza meu favorito.

OBS: Durante o livro Takeo mede o tempo como os chineses, usando expressões como “a hora do boi”, “hora do galo”, “hora do macaco” etc. Como a maioria de voc~es não deve estar familiarizada com esses termos, coloquei aqui os significados:
RATO - 23:00 à 1:00 horas
BOI - 1:00 às 3:00
TIGRE - 3:00 às 5:00
COELHO - 5:00 às 7:00
DRAGÃO - 7:00 às 9:00
SERPENTE - 9:00 às 11:00
CAVALO - 11:00 às 13:00
CABRA - 13:00 às 15:00
MACACO - 15:00 às 17:00
GALO - 17:00 às 19:00
CÃO - 19:00 às 21:00
PORCO - 21:00 às 23:00
Espero ter ajudado. Até a próxima. ;)
sonia 19/03/2014minha estante
Legal ter colocado as horas aí, o editor poderia ter colocado uma notinha de rodapé para os leitores. Uma leitura leve e bem agradável.




spoiler visualizar
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Elu 24/03/2009

Uma história muito bem construída com personagens fortes e cheios de vida. Sobre o Japão, sobre costumes, sobre intolerancia, sobre vida e morte. Um livro excepcional. Além de ser mágico, em vários sentidos.
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Lu 11/05/2010minha estante
Vc disse tudo!




Francisco 17/01/2010

"A Saga Otori - O Piso de Rouxinol" tem como plano de fundo um reino oriental antigo situado em alguma epoca feudal e de ano e local nao determinado. Epoca essa em que a vida era desenrolada levando em conta as segregações de clãs; sendo o seu sangue que determinava a sua situação permanente de vida.
Se passa em um periodo onde o Clã Tohan governa quase por sua totalidade os "Tres paises" tendo Ilda seu líder, homem austero e cruel, que nao mede forças e consequencias para o alcance do maximo poder.

A Saga conta a historia de garoto com dons incriveis, que é salvo da ira de Ilda por Shigeru Otori, que ira lhe adotar e inicia-lo na arte da luta e sabedoria.

Historia de luta pelo poder, pela libertação, de amor.
Fantastica por sua trama e bela por sua historia, retratando os costumes orientais.
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Diana 09/02/2009

Este é o primeiro livro da trilogia A saga Otori. Nos leva a um mundo épico desconhecido em que acompanhamos por quase mil páginas os feitos humanos e também sobrenaturais de Takeo Otori, em tempos feudais em um país que parece ser o Japão.
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Thami 15/11/2009

Quando me disseram para ler A Saga Otori porque eu iria gostar, eu não acreditei... mas quando finalmente li, me apaixonei logo de cara, na primeira página.
E foi então que o primeiro livro da trilogia se tornou o meu favorito durante algum tempo, porque é realmente mágico e sinto que é muito especial. Foi uma história em que entrei de cabeça, realmente a fundo, pensando sobre os personagens e seus motivos, o porque de cada ato e em que a autora estava pensando quando ela escreveu, qual seria a mensagem que ela gostaria de passar, afinal?
Tive que pensar muito pra finalmente entender um pouco de tudo, mas não acho que conseguiria passar tal mensagem.
O cenário é muito interessante, a narração que vai se alterando no começo da história entre primeira e terceira pessoa me deixava um pouco impaciente, mas nem por isso menos interessada no que estava por vir. Um mundo difícil, diferente, por alguns lados cheios de crenças, por outros poder e inteligencia - e brutalidade, devo dizer - onde devemos pensar em honra, lealdade, consequências, deveres, escolhas... onde sobrevive o mais forte... e aos poucos, quase sem perceber como, vemos um líder crescer... de maneira fantástica, na minha visão.
Entre as poucas pessoas que eu conheci que leram esse livro, elas se dividiam entre o segundo e o terceiro livro, mas para mim, O Piso Rouxinol é o melhor, em principal pelo Shigeru. Eu o acho um personagem tão fantástico...
Enfim, um livro perfeito!
Deeh 24/08/2016minha estante
E um ótimo livro




Lu 24/05/2010

Essa é a segunda vez que eu leio esse livro e foi um prazer enorme rever Takeo, o Senhor Shigueru e os outros personagens. Sem dúvida, é um dos melhores livros que eu já li.

Confesso que tenho uma certa queda por história que se passam no Japão. Na minha opinião, nenhum mundo de fantasia é mais misterioso que o do país do Sol Nascente, com seus costumes e regras tão diferentes dos nossos. Sinto que nunca vou entender muito bem o que vai por trás dos gestos de alguns personagens. E por mim, tudo bem.

Definitivamente, um livro que vale a pena ler e reler muitas vezes. Recomendado!

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Elba Mara 22/09/2011

Melhor do que imaginei
Estou louca pra ler o volume 2
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Anderson Tiago 20/01/2014

[RESENHA] O Piso-Rouxinol - Lian Hearn
A Saga Otori, escrita por Lian Hearn (pseudônimo de Gillian Rubinstein) nos leva em uma viagem através de um país imaginário inspirado no Japão feudal. A autora, britânica residente na Austrália chegou a aprender japonês, estudar história e cultura japonesa e morar no país para escrever a série.

A saga é formada por cinco livros, três deles formam o núcleo principal da história. Os outros dois mostram acontecimentos ocorridos anos antes e anos depois, cada um focado em tempo específico. No Brasil já foram lançados quatro livros pela editora WMF Martins Fontes com uma pequena modificação na ordem cronológica de lançamento. Originalmente o último livro a ser lançado foi o que mostra os acontecimentos passados enquanto aqui no Brasil o último a ser lançado será o livro que encerra a saga.

O Piso-Rouxinol é o primeiro volume e nele somos apresentados aos protagonistas: Takeo e Kaede. O primeiro é um jovem criado em um clã oculto que vê toda a sua família e conhecidos assassinados e só escapou da morte certa ao ser salvo por Otori Shigeru, importante membro de um clã nobre. Já Kaede é uma jovem de quinze anos proveniente de família nobre e criada como refém desde os sete anos. O foco narrativo alterna entre as personagens e é interessante notar que ao passo que a narrativa de Takeo ocorre em primeira pessoa, a de Kaede é contada em terceira pessoa.

"...ele fixou o olhar na escuridão, falando baixinho: - Estou preso entre duas obrigações. Não posso cumprir as duas, no entanto não posso descumprir nenhuma."

O país onde se passa a história é dividido entre três grandes clãs: Otori,Tohan e Seishuu e seus vassalos: Maruyama, Shirakawa, Noguchi, entre outros. O clã Tohan controla a maior parte do território e seu líder Iida Sadamu é um sádico que trata o seu povo e seus inimigos com punhos de ferro, protegido em seu castelo pelo piso-rouxinol. Esses pisos cantam como pássaros quando alguém pisa sobre eles e realmente existem sendo possível encontrá-lo no Castelo Nijo em Kyoto no Japão. Acompanhamos a trajetória de Takeo e os mistérios que permeiam a sua origem, a descoberta de habilidades secretas e a sua busca por vingança, enquanto Kaede apenas procura sobreviver em meio às maquinações políticas que a tornam um joguete nas mãos dos poderosos, além dos problemas causados pela sua beleza.

A escrita é poética e as descrições são lindíssimas. A autora conseguiu verdadeiramente captar o espírito oriental e coloca-lo no papel, a paciência, os rituais, a cultura. Não espere ver aqui o aspecto de thriller que se faz presente na maioria das obras atuais do estilo, as ações seguem um tempo mais lento e isso não diminui em nada a obra, uma vez que casa perfeitamente com a proposta apresentada.Apesar de ter uma escrita belíssima, nem tudo são flores na trajetória dos Otori. Traição, juramentos quebrados, assassinatos, conspirações, amores proibidos, tudo isso acompanha a história dando o clima dramático que nos faz continuar virando página atrás de página. O desfecho do livro é surpreendente e triste.Mal posso esperar para ler o segundo.

"A morte vem de repente, e a vida é frágil e curta. Ninguém pode alterar isso, nem com orações nem com encantamentos. Crianças choram por esse motivo, mas homens e mulheres não choram. Precisam resistir"

Resenha assinada por mim para o site INtocados

site: http://intocados.com.br/index.php/literatura/resenhas/36-a-saga-otori
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Virginia 25/11/2023

O piso-rouxinol
Atualmente, o Japão exerce um grande fascínio no Ocidente, muito por conta dos animes e dos mangás que acabam por fazer grande furor neste lado do mundo. Mas, os animes e os mangás não explicam tudo: há algo nas tradições nipónicas, na sua beleza natural, nas suas cores e também na sua História que nos deixam fascinados. Lian Hearn brinca com esse nosso fascínio pelas terras nipónicas e constrói uma história fantástica e interessante.

Takeo foi criado entre os Ocultos, um povo que se esconde nas montanhas - alvo de todo o tipo de superstições por causa do seu isolamento. Quando o terrível senhor da guerra, Iida Sadamu, chacina todo o seu povo, Takeo é salvo pelo misterioso Otori Shigeru. Otori Shigeru também odeia Iida e, juntamente com Takeo, os dois planeiam a sua vingança contra o infame senhor da guerra. Há apenas um problema: para chegar a Iida, é preciso primeiro passar pelo famoso piso-rouxinol, um soalho que canta a cada passo.

Creio que devo iniciar esta minha crítica por mostrar o meu desagrado com a tradução do título para português de Portugal. A tribo dos mágicos não reflete em nada a história deste primeiro volume d'A saga dos Otori. A tradução para o português do Brasil é uma tradução muitíssimo mais adequada - O piso-rouxinol. Mas, porquê esta minha teimosia com título, perguntam-se vocês. Por uma razão muito simples: sem dar grandes spoilers, este piso-rouxinol - que canta a cada passo, frustrando quaisquer tentativas de furtividade - é central para a trama deste primeiro volume. Será que Takeo é capaz de o atravessar é a questão que permeia todo o livro, do início ao fim. Destarte, a atmosfera do livro é um tanto opressiva, no sentido em que sabemos que algo está para acontecer, mas desconhecemos o que seja e essa incerteza deixa-nos ansiosos.

O livro é narrado por dois pontos de vista - Takeo e Kaede. Takeo viveu uma vida de paz até ao momento em que todos os que amava foram brutalmente assassinados. A partir daí, o rapaz descobre a sua herança mágica e é atirado para o mundo da corte e da política. Neste primeiro volume, a jornada de Takeo é a uma de vingança, no entanto a sua vingança nuca toma as proporções cegas a que estamos habituados a ver na ficção. Hearn consegue alterar este paradigma ao introduzir Otori Shigeru na jornada do nosso protagonista, o qual torna-se numa presença amenizadora para o nosso protagonista (e também numa espécie de mentor). Kaede é a segunda protagonista do livro. Shirakawa Kaede é uma refém de alto valor, mantida sobre o controlo dos Seishuu. A jornada de Kaede neste livro segue uma via mais feminista, explorando o papel relegado às mulheres numa sociedade patriarcal, ao mesmo tempo que a personagem vai conquistando mais espaço e descobrindo como manobrar a política a seu favor.

Uma característica que marca todas as personagens secundárias é o facto de não sabermos em quem podemos confiar e isso torna-se palpável nas suas interações com os protagonistas. Contudo, a personagem que mais me fascinou foi, sem dúvida, Otori Shigeru. Hearn soube construir uma personagem misteriosa e cativante, deixando-nos a nós leitores e ao protagonista um tanto maravilhados com a sua presença. Em vários momentos do livro são feitas alusões ao seu passado, embora estas nunca sejam plenamente explicadas - apenas aguçando a nossa curiosidade em relação a esta personagem.

Como já foi dito, a atmosfera deste livro é opressiva e isso reflete-se na narrativa. Hearn apresenta-nos um mundo da sua criação, ao mesmo tempo que retira inspiração do Japão feudal e das figuras dos samurai. Nesse sentido, a autora prioriza as descrições feitas pelos olhos dos protagonistas e das sensações que isso lhes provoca. A autora não se apressa em apresentar-nos o mundo que ela criou, deixando a narrativa seguir ao seu ritmo, tendo como resultado final um livro viciante onde é impossível largar a página. Hearn aborda temas como a honra, a lealdade, o dever, o que é certo e o que é errado, no meio de lutas pelo poder. Dizer que estou curiosa para ler o próximo volume é um eufemismo.

Em suma, A tribo dos mágicos apresenta-nos a um universo fascinante, inspirado no Japão feudal, e a personagens cativantes.
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