Claire 11/12/2017Final DecepcionanteO jovem Takeo teve sua vida salva pelo nobre Otori Shigueru, e a partir dai, dedicou a ele sua vida, descobrindo muitas coisas sobre si, como sua verdadeira origem, suas habilidades místicas, seu poder. Shigueru viveu a grande guerra, há dez anos, na qual seu clã foi traído e derrotado, perdendo a maior parte do seu território, seu pai, e tendo tirado de si o direito de governar o clã, que era seu por direito.
Takeo cresce muito como personagem, e Shigueru é um homem encantador, honrado, corajoso, com um sorriso que faz com que todos o amem. Poucas coisas ainda lhe dão forças para continuar vivo, principalmente após o assassinato de seu irmão pelos Tohan.
Os Tohan são o clã vencedor da guerra passado, liderados por Lida Sadamu, homem perverso e mal, sem motivos mais profundos que o prazer na violência e a constante busca por poder. Ele odeia Shigueru a nível pessoal, por motivos que vão aparecendo no decorrer do livro.
A história toda caminhava para um final bom, tendo um desenvolvimento interessante. Há a protagonista, Kaede, uma moça de 15 anos que é refém de aliados do clã Tohan, e cuja participação na trama me surpreendeu satisfatoriamente. Apesar de ser criada com educação da nobreza, o que a deixa dependente de servos e com mentalidade mais estreita sobre o mundo, ela é corajosa e se esforça para compreender tudo o que acontece a sua volta, entre violência, assassinatos, conflitos, mentiras.
A questão é que, no final, o protagonista Takeo toma uma atitude tão absurda, mas tão absurda, que parece que o autor foi trocado nas últimas dezenas de páginas. Eu fui lendo e tentando negar aquilo, tentando dizer que não, não poderia ser, que eu deveria estar entendendo errado, mas foi exatamente o que aconteceu. Takeo pareceu virar outro personagem ao final do livro, indo contra TUDO aquilo que ele pensava e acreditava, sem um motivo forte o bastante para isso. Ele simplesmente abandonou toda a personalidade que construiu durante toda a história e agiu da maneira mais absurda possível, algo impensável e inimaginável, principalmente depois de tudo o que aconteceu.
Eu lamentei muito o livro ter tomado esse rumo, foi uma contradição ao próprio nome da saga, "Otori".
Mas... fazer o quê.