Resenhas - Mar Morto

Jessica 04/03/2024

Forte, real, bonito, e trágico
Combina perfeitamente romance, contexto histórico e questões sociais em uma narrativa fluida, com ação, música e personagens muito bem construídos - além de muito bem localizados com indicações precisas de pontos reais de salvador.
é imersivo.
não há pontas soltas e mesmo alguns termos ou posturas que entendemos como problemáticos hoje, estão antes datados pela época em que foram escritos e não comprometem a experiência.

itsfabiantunes 26/11/2023

Retrato da Realidade Brasileira
Em Mar Morto, Jorge Amado apresenta através do romance o cotidiano de grande parte da população brasileira com um teor heróico e religioso.
A população do cais mesmo em sua miséria extrema e dificuldades de viver enxergam o heroísmo da vida conduzindo os saveiros e expoem a fé sublime do povo em Iemanjá. Retrato claro e sincero sobre a vida, a pequena elite e outros temas sociais importantissimos para o desenrolar da obra como a educação e o aborto.

Ps: favoritei s2

zaitalendo 23/07/2023

O q não dizer dessa poesia
Novamente Jorge amado e suas poesias em prosas, q emocionam, deslocam e impactam o leitor.
cheguei esperando uma crítica social foda, assim como em Capitães da Areia. mas foi impactante de diversas formas mesmo sem. a "prisão" em q Guma se encontra em não deixar o mar, por amor, fé e devoção à iemanjá.
uma história q amei e recomendo, e nos faz questionar o real valor de algumas coisa.

InfinitaTBR- Jana 18/02/2023

Um Jorge Amado que eu não conhecia.
Acho que de todas as obras do autor que eu li até agora, nenhuma tinha uma relação tão profunda com o mar e seus mistérios.
Eu, habituada a ler o Jorge que falava mais do sertão e da luta dos trabalhadores, fui pega de surpresa pela história de amor de ???? ? ?í???. Além de toda uma trama envolvendo a vida dos pescadores do cais de Salvador ( #saudadesdesalvador ? ).

Guma e Lívia me surpreenderam de uma forma inédita. Os caminhos que eles tomaram por causa das marés e tempestades da vida, me lembraram muito as sensações que tive ao ler ?????ã?? ?? ?????. Coisas do tipo ?não me compete julgar?. Porém, o livro tem muitos outros personagens interessantíssimos, como Rosa Palmeirão e Esmeralda.

??? ????? aborda também muito das crenças daqueles pescadores, e a maior delas é a devoção a Iemanjá. Além disso, o autor escreveu lindamente sobre a paixão, o medo e o mais profundo respeito da gente do cais pelo mar.

??? ????? é puro lirismo. Acho que foi essa a minha maior surpresa com o livro e que de certa forma me causou estranheza no começo. O livro é rico em elementos que compõe a atmosfera de um jeito que você vai querer ver o mar de Salvador. Então vá. ?

@juliosanttana 19/12/2021

?É doce morrer no mar? assim cantam os marítimos cada vez que um companheiro segue com Iemanjá para lendária terra de Aiocá aqui no livro Mar Morto de Jorge Amado.
Publicado em 1936, Mar Morto é o quarto romance escrito por Jorge Amado, fazendo parte da primeira fase de sua produção literária.
Nessa obra encontramos um retratado do cotidiano, da cultura e religiosidade dos homens e mulheres do recôncavo baiano, que geração após geração dedicam suas vidas ao trabalho no mar.
Aqui as histórias na beira dos cais de salvador e a rica mitologia em torno da figura de Iemanjá, são temas central da narrativa.
Nessa leitura temos um painel sobre a luta dos trabalhadores do mar pela sobrevivência, homens cujo o destino parece ter sido traçado a gerações, morrer no mar indo ao encontro de Iemanjá, deixando suas mulheres numa espera resignada no cais.

Anna Araújo 03/03/2021

Leitura poética
Gostei da história, no começo nos temos um círculo sem fim sobre Guma, a história faz idas e vindas no mesmo lugar algumas vezes.
Saber sobre Guma e o destino dos homens do mar trás um pouco de melancolia, Lívia que não era muito ligada ao mar por fim precisa se voltar a ele para não perder as referências que seu amado deixou.
A áurea mística que o livro entrega é muito boa.

sam | @msamlima 10/01/2021

Jorge Amado escreve o mundo como ele é!
Numa relação sempre dialética entre a realidade e a poesia, entre a crítica social e a pontuação desinteressada e entre a dor e a delícia, Jorge Amado transforma o mar, a Bahia, seus saveiros e seus sujeitos em uma prosa que instiga. Você devora. Não quer parar.
A vida dos homens do mar, meio liberdade, meio prisão, meio viva, meio certeza de morte, meio escolha e meio falta dela transforma a narrativa de Mar Morto num livro único na literatura brasileira. Eu viajei, me emocionei e me senti dentro da própria Bahia.
É sempre difícil falar de livros que me tocam profundamente, mas a certeza é de que foi uma delícia começar redescobrir Jorge Amado e o universo de sua obra - com todos os seus pontos de intersecção - com Mar Morto.

Emilly 24/05/2020

Guma e o povo do mar
As histórias dos marinheiros donos de saveiros do cais de Salvador e dos moradores dos arredores é contada com brilhantismo por Jorge Amado.

Aqui se apresentam as aventuras corriqueiras dos trabalhadores do mar, bem como seu sofrimento e daqueles poucos que permanecem na terra por perto a ajudar os que necessitam. Dos personagens brasileiros que deixam legados de histórias incríveis nas cidadezinhas do país tupiniquim, aos que conquistam o pão do dia arriscando a própria vida e ditando o futuro de suas companheiras e filhos, Mar Morto é uma imersão no cais da Bahia.

micaela 03/04/2019

LIRISMO E IEMANJÁ
Mar morto é meu primeiro livro do aclamado Jorge Amado, na obra vamos embarcar (literalmente) na história de vida de uma comunidade de saveiros, canoeiros e pescadores. A narrativa é bastante lírica e traz versos de músicas que ressaltam os encantos e os perigos do mar.
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"É doce morrer no mar..."
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Guma perdeu o pai cedo, levado pelo mar o pai de Guma deixou a vida pra encontrar com Iemanjá no fundo do mar nas terras de Aiocá. Todos os homens do mar sabem que seu destino um dia é se encontrar com a rainha dos mares, mãe e esposa, Iemanjá.
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Li o livro em três dias completamente apaixonada por seu cenário, riquíssimo em detalhes, é quase impossível não se sentir no porto, na beira do mar, sobre um saveiro com o balanço das ondas.
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Jorge Amado conta os detalhes da vida de miséria do povo que vivia do mar, das angústias das esposas que oravam pra Iemanjá não levar seus maridos mesmo esse final sendo inevitável, das crenças do povo do mar, tudo isso de forma encantadora, lírica e fascinante. Com personagens marcantes como Rosa Palmeirão, que traz navalha na saia e punhal no peito e que tem um sinônimo atual de mulherão da porra. ⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Nesse livro o mar se torna personagem instável, ameaçador e encantador que conduz a vida da maioria dos personagens presentes na obra. Toda crença e misticismo envoltos na trama são completamente instigantes. ⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀ "Iemanjá vem...
Vem do mar...
Eh, a sereia
A sereia vem brincar na areia...
Sereia do mar levantou...
Sereia do mar quer brincar"

site: https://www.instagram.com/p/Bn4jOVNHdPx/

Cris @cristinadaitx 06/02/2019

O livro retrata a vida de homens que tiram seu sustento do mar, não com pesca mas com pequenos fretes entre as ilhas. E principalmente, nos conta a história de Guma. Seu pai, seu tio, todos os homens de sua família foram homens do mar, e muitos tiveram o mesmo destino, foram levados por Iemanjá. E com ele não foi diferente, desde os 12 anos sua vida é o mar, e ele cresce número povoado onde todos os home vão para o mar e as mulheres e crianças esperam e rezam que eles voltem. Por isso, Guma decide que não vai se casar, pois um homem do mar deve ser livre, e não deve deixar uma esposa esperando por alguém que pode nunca voltar, pois o destino de uma mulher que perde o marido para o mar é passar fome ou trocar o próprio corpo por dinheiro para sobreviver. Mas então Guma conhece Lívia, uma moça da cidade, a quem ele não consegue esquecer. Ele sai para o mar tentando esquecê-la mas o destino é mais forte, e eles acabam se casando. E cada vez que ele vai para o mar Lívia vai também, pois ela sofre muito a cada espera, ela sempre acha que ele não vai voltar. Porém, Lívia engravida, e essa vida de espera e angústia a atormentam ainda mais. Ela quer que Guma venda o barco e eles se mudem para a cidade, para montar um negócio. Guma pede pra ela um prazo para que possa primeiro pagar algumas dívidas, mas esse prazo se estende e anos se passam. O filho dos dois já está começando a se encantar pelo mar também, e ela quer levá-lo logo embora dali, ela não quer ter que esperar e sofrer duas vezes, pelo marido e pelo filho. O pior então acontece, Iemanjá leva Guma, nem ao menos seu corpo ela devolve, e ela não consegue ver Guma uma última vez. E então ela resolve ficar, ela comandará o barco agora, e ensinará ao filho como ser bravo e destemido como o pai, ela será uma mulher do mar, e sempre que estiver no mar estará perto de Guma.