Clube da Insônia

Clube da Insônia Tico Santa Cruz




Resenhas - Clube da Insônia


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Nanda 16/08/2012

Um clube onde dormir não é permitido
Eu já tinha conhecimento que o Tico escrevia por ser seguidora dele no twitter, e visitava o blog dele, também chamado de Clube da Insônia. Meu primeiro contato com um livro do Tico Sta Cruz foi em um livro não publicado chamado Pólvora, Sexo e Chumbo, que eu já resenhei aqui no blog.
Tico tem uma forma de escrever que te envolve do início ao fim e, consequentemente, você não consegue parar de ler até chegar ao fim do livro. Eu sempre gostei de crônicas, muitas vezes elas são melhores que um livro com uma história ruim.
Clube da Insônia é dividido em duas partes, na primeira Tico fala sobre sua vida pessoal, sua adolescência, descoberta do amor, com texto que fluem rápido e que são divertidos. Da primeira parte os meus preferidos são: Eu vi você, Carta a mim mesmo, Das coisas que mudam o mundo e O agora não pode ser depois. Os outros textos também são ótimos, mas esses foram os que mais me tocaram.
Além de crônicas, o livro também tem poesias, todas bem arranjadas e que dão inveja a qualquer um que queira escrever poesias um dia, eu escrevo alguns poemas e, posso não ser especialista mas, eu sei como é difícil você fazer um verso que não soe batido ou repetitivo, e Tico consegue colocar os seus sentimentos no papel com uma facilidade visível.

"Pense nisso!Você pode ser esta pessoa para alguém.E se alguém for esta pessoa para você.Tenha certeza de que vale a penadescobrir se vale a pena."

Já na segunda parte do livro, Tico critica a sociedade, seus problemas sociais e culturais e, principalmente, a política. Eu me considero uma pessoa apartidária mas, nem por isso, deixo de acompanhar notícias sobre política e sou aberta a qualquer tipo de opinião viável. O que Tico fala no livro é, na minha opinião, a mais pura verdade, ele consegue expressar a sua revolta contra um governo que não dá assistência suficiente para quem necessita e com a ajuda da mídia, o governo faz o que bem entender.
A maioria dos jovens de hoje são alienados pela mídia, seja lá pelo que for, às vezes o filho que recebeu carinho e atenção se enverada por um caminho diferente apenas por "diversão", como muitos fazem. O que eu vejo presente em algumas pessoas com quem eu convivo é esse sentimento de repressão do governo, é o querer mudar mas não ter meios de fazer isso. Felizmente já é possível observar uma mudança em alguns jovens, é pequena mas todas as coisas grandes começaram pequenas em um dia.
Eu me diverti muito com um texto dessa segunda parte, A visão do gato, que Tico escreveu como se fosse o seu gato pensando e ele mesmo critica a sociedade e sua alienação. Outro texto muito bom é Direto da redação, no qual Tico deixa claramente visível o seu pensamento sobre o que se passa nas mídias e veículos de comunicação, e eu concordo com a sua visão.
O livro como um todo é excelente, a segunda parte apesar de se tratar de críticas à sociedade tem o diferencial poético que nos faz pensar além. A diagramação do livro também é excelente, eu fiquei apreciando as ilustrações ao final e início de cada texto, e elas são belíssimas. A Belas-Letras fez um excelente trabalho com Clube da Insônia. E eu, com certeza, recomendo a leitura.
Cristiano @imagensdocris 17/08/2012minha estante
Olha Nanda, serei sincero, gosto de algumas opiniões do Tico, mas, com Nietzsche...Hesse na estante pensei: não, não irei comprar o livro do Tico. Depois de ler sua resenha, comprei.


Nanda 17/08/2012minha estante
Olá Cristiano, que bom que gostou da resenha. Espero que goste do livro assim como eu gostei, como eu disse na resenha, no livro o Tico vai além das opiniões com o diferencial poético, eu achei muito bom mesmo. ;D


Nanda 19/08/2012minha estante
Originalmente postada em: http://www.entrelinhascasuais.com/2012/08/resenha-um-clube-onde-dormir-nao-e.html




Rafa 04/08/2012

Resenha - Clube da Insônia - Tico Santa Cruz
Nossa, eu jurava que era uma autobiografia. Não é. É só um livro do Tico Santa Cruz cheio de prosa e poesia. Tem também algumas histórias. Um conto. Eu adorei!!!

No começo do livro deu a impressão de que ele escrevia para o amor da vida dele, logo depois mudei de ideia, ele queria escrever para se conhecer e se descobrir, se abrir para o mundo, mostrar o que ele realmente achava de todas as coisas. Adorei suas indiretas, principalmente o final, acabou com àqueles bandidos.

A parte que mais gostei foi o conto do gato e seu ponto de vista. O gato é tão verdadeiro que eu tive que concordar em tudo o que ele dizia. Era muito real, mano. Outra coisa que achei estranho, foi a cena em que Tico se depila. Ele disse que isso não mudaria sua masculinidade, fez porque quis.

Não entendi o título, talvez seja porque ele passou a noite toda escrevendo o livro, e queria que nós nos tornássemos parte do clube. Eu já entrei.

Escolhas, prosas, poesias, ilustrações estranhas, culpa, concepções de viver, fé, medo, suas várias comparações sobre tudo, plásticos, como sou, globalização, capitalismo e muito mais. A vida de Tico, suas ideias são muito legais, eu adorei ler o livro dele. Afinal de contas, ele foi sincero do começo ao fim de seu pequeno mas verdadeiro livro.

As redes sociais potencializam o narcisismo exagerado. Tudo por seguidores, qualquer coisa para ostentar um grande número de amigos. A matemática do reflexo na lama. Página 82

As folhas ora preto ora branco tornou a leitura gostosa e fácil de suspirar em vários momentos em suas poesias. As ilustrações mostravam bem quem ele era e o que pensava. Não há mais nada a falar. É um livro de pensamentos, espero que leia.
Angela Cunha 09/10/2012minha estante
Aguardei tanto esse livro pra ler e quando o fiz, não foi assim, tudo que eu tinha esperado.
Sei lá...acho que ficou faltando algo que não descobri o que era..rs
Adoro o Tico, desde suas músicas a sua loucura, mas na boa, achei os poemas repetidos demais..sabe,nada de inovador. Pra um cara q tem um vocabulário tão vasto, achei que seria mais denso...
O que mais gostei foi o da depilação.rs ri horrores.
É um livro válido, com certeza...mas...poderia ter sido melhor!!

Beijo


Ju 29/12/2012minha estante
Não sabia direito qual era a desse livro. Estou louca pra ler esse conto do gato! Amei a ideia!

Muito legal ele ter sido tão sincero e ter se aberto tanto através da escrita.




Zilda Peixoto 19/07/2012

Clube da Insônia
Desde o lançamento do livro e das divulgações nas mídias sociais venho alimentando um súbito desejo por esse livro. A editora Belas-Letras acertou em todos os aspectos na publicação deste livro. E obviamente, devemos dar o grande destaque ao autor Tico Santo Cruz.

Quem já conhece o talento de Tico à frente da banda Detonautas Roque Clube e acompanha seu projeto intitulado “Voluntários da Pátria”, onde Tico escreve textos e poesias que tem como pano de fundo questões sócio-políticas pode esperar um livro muito bem escrito, cheios de indagações e perplexidades em relação ao comportamento da sociedade.

Clube da Insônia é composto por 22 textos dos mais diferentes gêneros literários. Entre poesias, contos, crônicas e desabafos que parecem canções, Tico prende o leitor a cada palavra. A leitura é frenética, pulsante e faz o leitor prender a respiração até o último parágrafo. Utilizando uma linguagem simples e comum ao dia-a-dia do leitor, o autor nos conduz a sua realidade onde a noite é palco para suas reflexões.

O livro faz um paralelo entre as noites que passamos em claro, momento no qual estamos entregues a nossa consciência. É exatamente, este o ponto máximo do livro. Clube da Insônia é um grande diálogo com a consciência. Com uma linguagem simples, Tico confronta seus medos, questiona suas atitudes, aponta o dedo na ferida da sociedade hipócrita e preconceituosa no qual todos nós fazemos parte.

O livro é dividido em 2 partes. A primeira parte contém textos e poesias que questionam e falam sobre o universo íntimo do autor, expondo situações que o levam a descrever coisas simples que relatam seu crescimento pessoal. Tico reflete sobre questões pessoais que falam de insegurança, tristeza, amor e respeito.

Seria muito difícil citar apenas um ou dois textos que representam a qualidade do livro e que torna sua leitura tão prazerosa. Por isso, quero destacar os que mais me marcaram. São eles:

- Em “Sou um pouco de mim”, Tico fala um pouco de sua história, desde sua infância até sua “aparente” maturidade. Fazendo um pequeno flash do que vivera até hoje, Tico nos relata os caminhos percorridos, escolas que frequentou e como cresceu aprendendo a viver com as diferenças. Um texto singelo e objetivo.

- Em “Viagem ao fundo do universo”, Tico faz uma comparação ao universo íntimo de cada um. O leitor que se permitir viajar dentro de si mesmo, naturalmente lidará com as adversidades do universo em que vive. Não existem fórmulas, muito menos conselhos. A mudança é interna e depende do esforço de cada um.

- Em “O agora não pode ser depois” é um desabafo que fala sobre medo, fé e amor. Na prática, eles não caminham necessariamente na mesma ordem. O título é objetivo e não há mais nada a acrescentar. Que consigamos conviver com nossos medos rompendo a barreira da estagnação, pois devemos viver o agora sem medo do que está por vir.

Na segunda parte do livro encontramos textos mais rebeldes. O leitor é convidado a refletir sobre temas políticos e sociais, tudo na mesma proporção. Tico Santa Cruz deixa fluir sua veia político-social em cada texto que está por vir.

- Em “Aperte o verde”, Tico faz uma analogia ao botão verde da urna eleitoral. Em que acreditar? “Na TV? Nos jornais? Na igreja? Somos puta especulação?" E você, leitor? Acredita em você? Acredita na fé? No amor? No próximo? Em que você acredita? Esse texto é impactante, é uma “sacudida cerebral.”

- Em “Paz.exe” conhecemos a história de um menino que mora numa favela. Tico descreve brilhantemente a realidade de quem vive diante de tantas dificuldades. Impossível falar sobre paz quando não a conhecemos. E, principalmente, é ainda mais contraditório tentar repassar um conceito que não se aplica e que não é praticado. Como saber o que é paz se, na maioria das vezes só conhecemos a guerra? Nos dias de hoje, o texto de Tico é o retrato fiel do mundo em que vivemos, sem metáforas ou frases prontas. O “feio” é realmente “feio” e tudo é potencializado. E no fim das contas, ninguém está verdadeiramente preparado para conviver com ele.

- Em “Circo fantástico” somos convidados a refletir sobre nossas atitudes no que hoje chamamos de círculo social. E as mídias sociais merecem o destaque. Quem são nossos ídolos? Quem é o artista? Num mundo cada vez mais egoísta, onde pessoas se expõem gratuitamente por míseros segundos de “fama”, em quem depositaremos confiança? Na juventude? Ah! A juventude está no twitter falando um monte de bobagens ou no Facebook compartilhando coisas inúteis. Sim! Esse é o retrato da maioria, lamentavelmente.

- Em “Plástico”, Tico utiliza-se da poesia para falar do grande vilão do século XXI: o plástico. Porém, consideremos que nos dias atuais tudo é derivado de plástico: os sentimentos, as relações, a personalidade humana. Ou não. Exagero? Talvez! Estamos nos tornando plásticos? Vazios? Sem vida? Vale a pena ler, discutir e refletir.

- Em “Senado Finado” não tenho muito a dizer. O título é óbvio. Fazendo referência ao Senado do nosso país, Tico berra aos nossos ouvidos a indignação e revolta diante da máfia que manipula o Brasil. Com palavras duras, Tico coloca cada um de nós em seu devido lugar. Aliás, você sabe qual posição ocupa na sociedade?
Neste último texto escrito em versos, Tico Santa Cruz fecha com chave de ouro seu primeiro livro e espero que seja o primeiro de muitos.

Para finalizar, não poderia deixar de destacar a diagramação do livro. A editora Belas-Letras sempre capricha em suas publicações. Em Clube da Insônia não seria diferente. O livro possui diversas ilustrações, alternando os textos com imagens que representam a ideia a ser transmitidas por cada um deles. Intercalando páginas pretas com letras brancas e vice-versa, o livro possui uma linda e perfeita diagramação.

Gostaria de agradecer a editora por possibilitar que o blog mais uma vez resenhasse um de seus livros e que pudesse compartilhar mais uma bela e gratificante leitura com seus leitores.

Recomendo o livro a todos! Que o leitor possa ler Clube da Insônia com os olhos, ouvidos e coração. Faça parte desse Clube também!
Cherry 21/07/2012minha estante
Quando estou lendo esse livro, a impressão que tenho é de que o Tico está ali do nosso lado, falando conosco. Realmente é mágico, a cada página uma linda descoberta. Que seja o 1º de muitos,parabéns a editora Belas Letras e ao Tico Sta Cruz.


Adri 28/08/2012minha estante
Concordo com a Cherry, esse livro nos aproxima do Tico e nos faz pensar nas escolhas (feitas e por fazer) de nossas vidas . To adorando!




Lelê 18/09/2012

Clube da Insônia
Excelente!
Verso, prosa e poesia da melhor qualidade.
O autor, que também é músico, escreveu com maestria tudo o que passou por seus pensamentos. Desde uma rebeldia, seus grandes amores e seu cotidiano.
São vinte e dois contos maravilhosos, que me fizeram rir, mas muitos deles foram feitos para refletir sobre política, violência e o dia-a-dia.

Em "Paz.exe" vamos conhecer a história de um menino de rua que não faz ideia do que seja o amor e a paz. E como poderia saber sem conhecer? Pensei muito sobre isso, até reli o texto todo só para pensar melhor.

"Das coisas que mudam o mudo": ri, mas ri muito da loucura do autor. Ele fez uma coisa tão idiota se tornar hilária.

Em "Sonho de astronauta" eu viajei na poesia lindíssima.

Ah! Eu não poderia deixar de fora este: "A visão do gato", sério, eu que adoro gatos, nunca parei pra pensar, nem se quer imaginar o que ele acha das coisas que faço com ele. Estou começando a mudar meu conceito em relação a Bonnie Tyler (é isso mesmo, minha gata se chama Bonnie Tyler).

Todos os contos são muito bons, esses que citei são os que eu gostei mais. Porém selecionei alguns quotes de outros contos, versos e poesias para você ter mais uma ideia.



"E que futuro um povo omisso como o brasileiro merece?
Uma copa do mundo?
Uma cerveja no botequim?
Qual será teu fim no final?
Embrulhado com saco plástico ou envolto em um jornal?
Terás velas no teu funeral?
Pag. 100


"O que dizer da solidão?
De ficar atento a todos os movimentos da calçada.
De ver um filme antigo e dar risada.
De ligar para alguém às duas da madrugada e não dizer nada."
Pag. 35


"Vende-se uma felicidade.
Cada um compra a que quer.
Há quem considere a fama, poder e fortuna.
Há quem busque um ganha-pão, um homem, uma mulher."
Pag. 65


"Mas quem foi que disse para você
que arriscar o tempo todo é sinal de
coragem? Não percebe que é sinal de
coragem também dar passos para trás,
e que somente os estúpidos e ignorantes
andam para a frente sem saber onde
estão indo?
Pag. 12



Não posso deixar de destacar o incrível trabalho gráfico da editora que me surpreendeu novamente. Quando eu acho que a Belas Letras já se superou, ela lança outro livro ainda mais bonito.
A capa é linda demais! Por dentro é todo trabalhado. É cheio de ilustrações e com páginas que variam de branca com letras pretas e páginas pretas com letras brancas. Não tem como ser mais perfeito.

Agora eu faço parte literalmente do "Clube da Insônia", pois li depois que todos foram dormir e terminei de madrugada. Posso garantir que valeu a pena as horas de sono que não dormi. Não foram horas de sono perdidas de maneira alguma, ganhei muito mais coisas em que sonhar!

Recomendadíssimo!!

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Andressa 28/08/2012

Clube da Insônia - Tico Santa Cruz
Logo que o livro foi lançado cheguei a ver alguns comentários nas redes sociais de que seu autor - o vocalista da banda Detonautas Roque Clube, Tico Santa Cruz – já escrevia algumas crônicas e as postava na internet. Como nunca tinha lido nada de sua autoria – e nem mesmo sabia que ele escrevia – fiquei curiosa para conhecer o livro apesar de não ser exatamente do gênero o qual costumo ler. Essa curiosidade só aumentou depois que o livro chegou para resenha, já que sua diagramação chama a atenção por ser diferente e muito bem trabalhada.

O livro é curto e de rápida leitura – se tivesse tempo teria terminado a leitura em apenas algumas horas após seu início – e é dividido em duas partes. Pode-se perceber o motivo dessa separação de partes nitidamente, já que na primeira as crônicas são mais focadas na vida pessoal do autor, onde ele conta um pouco sobre suas reflexões interiores quanto à ele mesmo e nos mostra um pouco de sua vida, suas passagem nas escolas onde estudou quando jovem e como veio a ser o que é hoje.

Porém, na segunda parte o autor foca mais em assuntos do mundo, como a globalização e a política e foi aonde encontrei as crônicas de que mais gostei: ‘’Agraciado estava...’’, ‘’Paz.exe’’, ‘’A visão do gato’’ e ‘’Memórias de um mundo careta’’. Essas foram as quatro crônicas que mais conseguiram mexer comigo durante a leitura, me fazendo refletir muitas vezes sobre as questões que cada uma abordava, como a diferença social e a crítica ao modo que a sociedade cada vez mais tem a necessidade de ser um modelo, acabando por se conformar com tudo o que lhe é imposto sem pestanejar.

Gostei muito do modo de escrita do autor que em momento algum se torna cansativa ou repetitiva e posso dizer com certeza de que o livro me surpreendeu - esperava crônicas mais fictícias e não com abordagens tão profundas como as retratadas nele. É um livro muito bom para aqueles que estão prontos para ouvir, para refletir e para tentar fazer alguma diferença na nossa sociedade tão modelada.

''Medo. Muito medo de falar o que se pensa. De pensar e se aprofundar. Não vale a pena; em dois minutos o assunto já está repleto de teias de aranha. Um mar de piadistas de plantão, fazendo gracinhas com todo e qualquer assunto. Se antes qualquer um era modelo ou ator, hoje qualquer um é DJ ou Stand Up Comedy. Pobre dos verdadeiros profissionais de todos esses ramos. Digo, dos que têm talento.'' Pág 82.
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ricardo_22 27/08/2012

Resenha para o blog OverShock
Clube da Insônia, Tico Santa Cruz, ilustrações de Carlinhos Muller, 1ª edição, Caxias do Sul-RS: Belas Letras, 2012, 104 páginas

Compositor, escritor e poeta, Tico Santa Cruz ficou conhecido por liderar a banda Detonautas Roque Clube, fundada em 1997. Além da banda, Tico possui projetos sociais, como o grupo Voluntários da Pátria, que leva música, poesia e debates sócio-políticos a escolas, universidades e penitenciárias.
Em Clube da Insônia, primeiro livro de Tico Santa Cruz, encontramos textos que mostram a personalidade e os ideais do escritor carioca. Muitas vezes criticado por sua forma de pensar, o autor não tem medo de expor sua opinião sobre os mais variados assuntos e esse é o diferencial em Clube da Insônia, que como o título sugere, foi escrito durante a madrugada, a melhor hora para trabalhar com a arte – independente de qual seja ela.
Dividido em duas partes, encontramos textos em vários gêneros, como poesias, crônicas e contos. Na primeira parte, é o lado pessoal do autor que está explícito em cada página e palavra; enquanto na segunda parte, a opinião do autor sobre a sociedade é mais explorada, o que faz com se torne ainda mais aproveitado para o leitor.

“Consciência não é um remédio que se compra no mercadinho; consciência é entender que dentro de você existe uma voz que se preocupa com os demais, mesmo que os demais não se preocupem com eles mesmos.” (pág. 13).

No caso das crônicas, o autor escreve de tal forma que a leitura se torna rápida, não deixando de lado o bom humor característico desse estilo. Com crônicas marcantes, a opinião de Tico Santa Cruz é sempre forte, capaz de permanecer em pensamentos e gerar reflexões sobre alguns assuntos importantes, como a política e a desigualdade.
Assim como acontece com suas composições, sempre com versos fortes, os contos em Clube da Insônia relatam histórias reais - ainda que sejam até certo ponto simples - e que infelizmente estão presentes na nossa socidade. Para quem está acostumado com os versos de suas músicas, não encontrará diferença em seu estilo. Esse gênero mostra a capacidade literária e a grandiosidade de Tico também na prosa.
Em trechos poéticos, Tico Santa Cruz mostra os sentimentos despertados durante uma noite de insônia. Seja no amor ou na família; em reflexões sobre si mesmo e sobre seu passado; em críticas a sociedade e suas diversas divisões; ou nos desabafos que causam reflexões, principalmente quando tratam da realidade.
Não é difícil perceber o lado musical de Tico Santa Cruz. Ainda que na prosa isso também seja percebido pela maneira que as palavras são usadas, tudo é ainda mais claro nas poesias, sejam elas sentimentais ou não. No atual momento da política brasileira, é importante destacar Aperta o Verde e Senado Finado, os melhores protestos em Clube da Insônia. No primeiro, Tico pergunta: “Vou acreditar em quem?” e logo em seguida responde: “Vou acreditar em você. Tá creditado. Aperta o verde e confirma. Confirmado”; já no segundo, o autor cita que o “Nosso senado, finado, acovardado, anda de braços dados com a impunidade e com a maledicência da nação” - um bom momento para usar essas palavras - e mais tarde exclama “Senado de MERDA! CONGRESSO sem moral”. São apenas dois exemplos dessa obra rica e mostram o que o leitor pode esperar na estreia de Tico no mercado literário.

Mais em: http://www.blogovershock.com.br/2012/08/resenha-102-clube-da-insonia.html
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Vanessa Meiser 21/07/2012

http://balaiodelivros.blogspot.com/
Recebi de parceria com a Editora Belas Letras o lançamento de Tico Santa Cruz, o vocalista da banda Detonautas intitulado Clube da Insônia. O livro é uma coletânea de crônicas, textos, poesias e afins escrito pelo autor nas noites de insônia em que todo o resto do mundo dorme enquanto ele sofre com a falta de sono. É nestas horas que surgem os mais belos e complexos textos que nos são apresentados neste lançamento.

Clube da Insônia impossibilita uma resenha explicadinha devido ao fato de não ter um assunto específico, abordando então em seus 22 textos e Parte 1 e Parte 2 várias questões como por exemplo política e sociedade.

Na Parte 1 temos questionamentos sobre as próprias situações vivenciadas pelo autor expondo seus medos, angústias e descrenças. Já na Parte 2 encontramos uma espécie de desabafo de insatisfação com a sociedade e política atual com textos que levam o leitor a parar e pensar exatamente naquilo que o autor quer que avaliemos.

Além de um livro com conteúdo, Clube da Insônia é recheado de belíssimas ilustrações de tatuagens que representam a essência do texto que se segue a elas. São todas lindas e expressivas.

Enfim, eu só tenho a agradecer pela oportunidade de ler este livro e desejo mesmo que ele faça todo o sucesso que merece e que os belos textos de Tico Santa Cruz sejam devidamente compreendidos pelos leitores que tiverem a oportunidade de ler Clube da Insônia.

" Deixe a paranoia no lugar dela. Deixe-a fazer o papel de paranoia.

Identifique-a e neutralize com uma respiração profunda.

Quando chegar a hora de partir, terá deixando um legado de coragem aos que lhe seguiram, aos seus filhos e a sua família.

Vá! Faça! Aconteça!

Não se cale." Pág 41

"...faça como os manifestantes que ficam por aí pedindo paz sem oferecer soluções para isso...

Digite no seu computador, na pasta de busca por arquivo, um arquivo chamado:

Paz.exe.

Provavelmente ele vai retribuir com o seguinte:

Arquivo não encontrado." Pág 76
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Leitora Viciada 25/08/2012

Este é o primeiro livro de Tico Santa Cruz, mas ele não é iniciante como escritor; além de ser compositor e poeta, não apenas nos projetos musicais, ele publica seus textos no blogue Clube da Insônia.
Sempre gostei muito de sua banda Detonautas e sempre admirei seu lado de ativista social. Porém, ao analisar seu livro, tentei me desvincular totalmente da imagem que tenho do Tico Santa Cruz famoso para mergulhar apenas no mundo do Tico Santa Cruz escritor.
Não obtive sucesso total. Por culpa do próprio Tico. Sua forma de escrever fez com que a todo o momento parecesse que eu o estado ouvindo, não apenas lendo suas palavras. Acho que por tanto conhecer a sua voz, foi difícil separar a imagem pré-estabelecida por mim do autor do livro. Ler Clube da Insônia foi como se estivesse ouvindo o escritor.

São vinte e dois textos bastante variados divididos em duas partes: crônicas, contos e poesias. Na primeira parte do livro encontramos textos mais emotivos e íntimos; na segunda parte textos mais críticos.
Algumas crônicas são reflexões, pensamentos, confissões e desabafos. Os contos são textos claramente por ele utilizados para apontar a realidade do brasileiro. E as poesias emanam os mais diversos sentimentos. Alguns trechos parecem diários, outros parecem recados e mensagens escritas diretamente aos leitores. Notavelmente são páginas de um escritor, compositor e poeta - tudo misturado.
Ao mesmo tempo em que ele mostra seu lado rebelde, inquieto, contestador, também demonstra seu lado sensível, sentimental e sonhador. Ele contesta, aponta e denuncia falhas sociais que a maioria da população tenta ignorar e pouco faz para modificá-las. Ele também expõe sua pessoa, opiniões e pensamentos íntimos, mostrando que ninguém é perfeito (nem ele). No entanto relembra o leitor que todos nós somos culpados pela sociedade em que vivemos.

O mais admirável é que embora seja curto e de breve leitura, o livro é extremamente marcante e inquietante. Porque você encontra diversos avisos, broncas e mensagens. Enquanto Tico conversa com si próprio ou diretamente conosco, nos sentimos abalados pelas falhas óbvias que nossa sociedade tem, assim como as questões pessoais e íntimas de cada ser humano.
São 104 páginas muito atraentes visualmente, excelente e diferenciada diagramação e várias ilustrações tribais bonitas e enigmáticas. O livro possui um sumário, páginas pretas com letras brancas que se alternam com o oposto e uma capa com simbolismo. Sentado na mesma forma da escultura de Rodin, O Pensador um ser que me parece uma mistura de anjo e demônio, de homem e animal a refletir.

O livro começa com textos leves e introspectivos, como se fosse uma autobiografia poética, onde ele comenta sobre sua infância e adolescência, sua vida pessoal, familiar e amorosa. Encontramos textos sobre a busca do sentido da vida.
Depois ele aponta as falhas da sociedade brasileira, dos problemas socioculturais à política.
As reflexões vão ficando mais profundas e as críticas explícitas. Ele não poupa a sociedade, os políticos e nem a imprensa. Existem também alguns contos fictícios utilizados para exemplificar a violência e o descaso com a população e eu também gostei muito desses textos - estes eu não esperava encontrar no livro e foi uma boa surpresa!
Embora Tico seja claro e direto, utilizando uma linguagem cotidiana sem poupar palavras duras, seu texto não perde o ar poético e sensível, muito menos as ideias nas entrelinhas. Achei isso simplesmente fantástico e me pareceu ser a forma natural dele escrever.

Um pouco da parte um, onde Tico mergulha em si próprio:
Somos nós a madrugada é uma boa introdução e saudação ao leitor. "Não vou ficar para ver o dia nascer. A noite me basta."

Eu e ela é a conversa de Tico com sua própria consciência. "Sou um estúpido sem você e você não existirá sem mim."

Com Nosso sagrado antídoto, Sou um pouco de mim e Viagem ao fundo do universo Tico mostra seu lado pessoal através uma retrospectiva da vida e de reflexões profundas que servem de guia para o leitor. "Abrir os olhos às vezes é complicado. A luz pode cegar, mas se tiver coragem, logo, logo estará vendo o mundo por um ângulo mais interessante."

Em Eu vi você ele fala sobre o amor e pessoas especiais e em Cosmos sobre a solidão e autoconhecimento. "Para ser feliz com alguém, é preciso se suportar."

Com Carta a mim mesmo, Tico escreve lembretes que servem de motivação para qualquer pessoa. "Não se cale."

Sonho de astronauta é uma poesia que contém o desejo mais sincero de uma sociedade sem desigualdades e cheia de paz. "não existem regras, nem leis. Não existem plebeus, nem reis."

Mais desabafos e reflexões com Uma colagem em segredos, Das coisas que mudam o mundo e O agora não pode ser depois. "Não há mocinho, nem vilão. Apena há!"

Com Ooooooooooooooooooooo o escritor se mistura ao poeta num interessante resultado. Como se estivesse compondo uma canção e parando para conversar consigo mesmo sobre ela. "O sol é vermelho. Sou de carne, osso e coração. Chamo-me determinação."

Um pouco da parte dois, onde Tico critica sem censuras:
Com Aperte o verde, pensei logo nas eleições, numa urna eleitoral e nas eternas dúvidas sobre quem escolher, o que escolher. "De onde vem a verdade? Da Igreja? Do Congresso? Da Constituição? Do progresso? Do capitalismo? Podemos, de fato, ser iguais? É espiritual? Está no comunismo? Onde está o manual?" Certamente um dos textos mais poderosos do livro.

Com Agraciado estava e Paz.exe Tico escreve contos fictícios, que na verdade mostram a dura realidade do povo brasileiro. Um cidadão correto é o protagonista do primeiro e um menino de rua do segundo. Ambos escritos de forma única. Não imaginava que o Tico utilizaria de contos para nos lembrar o quanto o cotidiano esconde a triste realidade de muitas pessoas. "Queria ser como o Ronaldinho, que vira ser celebrado como um deus, nos jogos que passavam no boteco da favela. Mas não tinha o que comer."

A visão do gato, como já diz o título, o texto foi escrito por um gato; é a visão do gato sobre os humanos. Lúdico e ao mesmo tempo realista. Um gato que possui um lar e donos que cuidam dele, mas que gosta de escapar para a rua, estar em contato com o mundo e outros gatos. Ele não fica relaxado em seu mundinho confortável. "Vocês são esquisitos, têm vergonha de fazer amor, de ver os outros fazendo amor, mas não têm vergonha de matar, de agredir seus semelhantes e a nós, animais."

Memórias de um mundo careta é um texto explícito, que critica as desigualdades sociais, o egoísmo do indivíduo em relação à sociedade, ao descaso. "As redes sociais potencializaram o narcisismo exagerado. Tudo por seguidores; qualquer coisa para ostentar um grande 'número de amigos'. A matemática do reflexo na lama."

Já Direto da redação é a dura e podre realidade sobre a mídia e a imprensa, do controle que possuem sobre a sociedade (que se deixa controlar facilmente), do povo que acredita em tudo que é noticiado e sobre a preferência por notícias fúteis sobre celebridades (muitas vezes caçadas pelos paparazzi, em outras implorando atenção!) em vez de notícias que realmente importam, como escândalos políticos. Um texto simples, que mostra também o quanto jornalistas formados em boas faculdades acabam escrevendo essas futilidades. Outro texto excelente! "– Aquela moça que estava grávida, vai passear logo mais no shopping com os filhos dela. A assessoria me pediu uma nota. Como não conseguimos flagrar aquele casal da novela que estava no show ontem, achei que pudéssemos aproveitar esta deixa."

Circo fantástico é um desabafo sobre o rumo que a juventude está tomando. Os jovens, que deveriam ser os mais interessados e ativos na sociedade se perdem em consumismo, aparências e besteiras, além de não se preocuparem com o mundo a sua volta, eles parecem aceitar tudo que lhes é passado. "Que porra de juventude é essa? Só estão felizes quando estão comprando e consumindo tudo o que lhes aparece na frente como gafanhotos nas plantações?"

Plástico é um dos que mais gostei. Seria o plástico o grande problema ambiental - ou social? O plástico é uma das substâncias que mais afeta a ecologia do planeta, assim como o ser humano também está se tornando de plástico, falso, vazio, sem vida nem coração, poluente. Este texto é um poema que fala sobre um futuro feito de plástico, genial! "O plástico será o futuro. De plástico estaremos entupidos. Porque o plástico é eterno e nós, homens, não."

Finalizando o livro está o texto Senado finado. Uma visão geral da sociedade brasileira, em poucas páginas, um discurso poético sobre a nossa realidade - e nossas ilusões. O melhor texto do livro. Adorei esse trecho, pois é exatamente o que penso. Parabéns ao Tico por expor: "E que futuro um povo omisso como o brasileiro merece? Uma copa do mundo? Uma cerveja no botequim?"

Pão, circo e... cegueira - recomendo o livro para os que ainda enxergam, mesmo que pouco. Ajuda a melhorar a visão. Ler ajuda muito, ainda mais um livro que possui textos feitos para sacudir o leitor; um livro completamente diferente das modinhas literárias.
Tico Santa Cruz começa com um livro prazeroso, cria intimidade com o leitor e joga na cara muitas verdades pesadas. Você fecha o livro, mas as reflexões não terminam. Apenas começam!
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Bárbara 04/08/2012

Em Clube da Insônia, Tico Santa Cruz nada mais é do que Tico Santa Cruz.

O livro é dividido em duas partes. Não conta uma história, não é uma biografia, não é uma ficção. É apenas um livro com crônicas, poesias, pensamentos soltos... E acredito que foi isso o que me conquistou durante a leitura das poucas 104 páginas.

Enxergo a primeira parte como uma conversa que ele, Tico, tem consigo mesmo. Vai falando sobre vários assuntos aleatórios e prepara o leitor para o que vem na segunda parte: a crítica forte ao Brasil de hoje. Então, sim, ele fala sobre política e reclama de todos esses acontecimentos recentes em solo brasileiro.

Quase não consegui me segurar em alguns trechos. Quase saí marcando o livro com um marca texto porque muitas partes são capazes de nos fazer pensar bastante sobre aquilo que ele fala.

É bom, é bacana, é o que Tico Santa Cruz faria se houvesse que escrever um livro. É isso o que poderíamos ter esperado dele. E foi isso o que recebemos.

Além disso, não tenho palavras o bastante para elogiar o trabalho da Editora Belas Letras. O livro veio repleto de ilustrações e com uma diagramação e revisão impecáveis.

Gostei e, claro, recomendo!
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Cah 06/08/2012

Clube da Insônia é um livro com diversos textos e poesias do cantor Tico Santa Cruz, da banda Detonautas. São textos de diversos temas, todos muito bem escritos, que nos fazem refletir. Tico tem uma capacidade invejável de escrita, sabe colocar as palavras no papel e tocar o leitor.

São textos de indignação com a sociedade e políticos, que tornam esse país como é.

Um livro dividido em duas partes, a primeira mostra as experiências do próprio autor, seus diálogos com ele mesmo (não sou só eu que tenho esses diálogos estranhos), a segunda parte mostra casos, acredito que fictícios, mas que acontecem a cada momento, casos de violência, alienação, corrupção.

Eu raramente marco passagens de livros, mas neste livro fiz diversas marcações, algumas delas:

"Não vou ficar para ver o dia nascer. A noite me basta. Sou da noite, gosto das estrelas, da lua, dos planetas distantes, da possibilidade de avistar uma luz vagando pelo céu poluído das cidades grandes. De, sem querer, ver um vaga-lume piscando por entre os arbustos, quando estou passeando por alguma floresta." Pág 9

"As redes sociais potencializaram o narcisismo exagerado. Tudo por seguidores; qualquer coisa para ostentar um grande número de "amigos". A matemática do reflexo na lama." Pág: 82

"Você finge que aprende, a gente finge que ensina, e assim segue o Brasil" Pág 103

E queria comentar o belo trabalho que a Editora Belas Letras fez, o livro é lindo, algumas páginas pretas e diversos desenhos!

LEIA MAIS RESENHAS EM: http://emocoesempaginas.blogspot.com.br/
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Literatura 11/11/2012

Arrisque-se! Saia do seu conforto.
Encontro-me em um terreno controverso, ler ou não ler o livro do líder de uma banda que flerta com o inconformismo através de canções que falam direto ao coração dos jovens. Resolvi pelo que sempre acontece comigo: vou ler, é claro!

Clube da insônia (Belas-Letras, 104 páginas) é dividido em duas partes, misturando contos, crônicas e poesia, heterogênea na forma, homogênea no conteúdo, nem sempre agradável.
A primeira parte não conseguiu me manter alerta, existem belas passagens, mas senti certa inocência e em muitas vezes rimas forçadas, talvez porque Tico Santa Cruz pense musicalmente, mais na métrica que na rima, não sei ao certo. Já os contos são melhores, mas não elevaram minha atenção para a obra.

Passagens hilárias como no conto “Das coisas que mudam o mundo” (achei interessante o título, uma grande sacada) em que o protagonista resolve passar pela saga de se depilar (logo me veio à mente o sofrimento dos nadadores que se depilam totalmente antes de cada competição):

“Hoje estava tomando banho, pensando na vida, olhando a água escorrer, quando tive uma ideia dessas que revolucionam a existência humana. Resolvi pegar um barbeador e raspar todos os pelos do meu corpo, com exceção da barba e do cabelo.”

Depois, no conto “O agora não pode ser depois” a escrita do autor dá um up, torna-se mais reflexiva:

“E por que não experimentar mudanças de pequenas atitudes? Buscar ou, pelo menos, tentar alcançar o ato de pensar na melhor forma de se atingir os objetivos, sem grandes estragos internos... É o método de Shiva. Destruir para reconstruir...”

Veja resenha completa no site:
http://www.literaturadecabeca.com.br/2012/11/resenha-arrisque-se-saia-de-seu-conforto.html
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Ruanny 08/08/2012

Gostei muito. Um livro para ler com calma, refletindo, 'degustando'. Traz ideias, pensamentos, e uma mistura de todos os sentimentos possíveis. Tem um pouco de poesia, um pouco de saudade, um pouco de revolta, e tem um pouco do que todo mundo pensa. Fiquei com um gostinho de 'quero mais'.
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Nii. 29/08/2012

Esse livro chegou por aqui inesperadamente e da mesma forma – inesperadamente – me prendeu do início ao fim.
O autor – Tico Santa Cruz – Já é conhecido por todos nós como o líder da banda Detonautas Roque Club. Esse não é o primeiro livro de sua autoria, mas foi o primeiro que li. O mais perto que cheguei desse lado literário do Tico foi lendo alguns posts de um blog dele há alguns anos atrás.

Pelo que o Tico aparenta – seja nas letras das músicas, seja nos show ou nas entrevistas – ele é do tipo intenso e bastante sincero. E foi o que eu encontrei em cada página de ‘Clube da Insônia’. Além desse sentimento ‘autobiográfico’ existe no livro também uma crítica social intensa ao nosso Brasil.

O livro tem uma variedade de estilos de escrita. Através de crônicas, poesias e mesmo imagens o autor vai nos mostrando o que pensa e nos fazendo pensar também. Os pensamentos aleatórios e não lineares acabam possibilitando ao leitor lê-lo em uma ordem não determinada. Eu optei por ler o livro através de doses diárias e gostei da experiência.

E falando em experiência, esta não poderia se completa sem a edição da ‘Belas Letras’. Eu já elogiei outros livros da editora por aqui, mas vale a pena ressaltar essa característica novamente. Sim, características. Tenho outros livros deles por aqui e é corrente a minuciosidade do trabalho com cada um dos livros. ‘Clube da Insônia’ é repleto de imagens e detalhes únicos, sem dúvida a leitura fica completa com essa edição.

Fiquei encantada, sem dúvida fica indicado para quem gosta de livros assim: com um pouco de tudo, escrita de várias maneiras.
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Euflauzino 09/11/2012

Arrisque-se! Saia de seu conforto.

Encontro-me em um terreno controverso, ler ou não ler o livro do líder de uma banda que flerta com o inconformismo através de canções que falam direto ao coração dos jovens. Resolvi pelo que sempre acontece comigo: vou ler, é claro!

Clube da insônia (Belas-Letras, 104 páginas) é dividido em duas partes, misturando contos, crônicas e poesia, heterogênea na forma, homogênea no conteúdo, nem sempre agradável.
A primeira parte não conseguiu me manter alerta, existem belas passagens, mas senti certa inocência e em muitas vezes rimas forçadas, talvez porque Tico Santa Cruz pense musicalmente, mais na métrica que na rima, não sei ao certo. Já os contos são melhores, mas não elevaram minha atenção para a obra.

Passagens hilárias como no conto “Das coisas que mudam o mundo” (achei interessante o título, uma grande sacada) em que o protagonista resolve passar pela saga de se depilar (logo me veio à mente o sofrimento dos nadadores que se depilam totalmente antes de cada competição):

“Hoje estava tomando banho, pensando na vida, olhando a água escorrer, quando tive uma ideia dessas que revolucionam a existência humana. Resolvi pegar um barbeador e raspar todos os pelos do meu corpo, com exceção da barba e do cabelo.”

Depois, no conto “O agora não pode ser depois” a escrita do autor dá um up, torna-se mais reflexiva:

“E por que não experimentar mudanças de pequenas atitudes? Buscar ou, pelo menos, tentar alcançar o ato de pensar na melhor forma de se atingir os objetivos, sem grandes estragos internos... É o método de Shiva. Destruir para reconstruir...”

“Quando reconhecemos o amor, reconhecemos muitas vezes pelo medo da perda desse amor. É um sintoma, não é o único.”

A segunda parte deixa de ser contemplativa e avança para o ataque, fez melhor minha cabeça, reflete algumas coisas que penso, através de versos brancos e corretos na poesia. Alguns contos também queimam a ferida já aberta como no agressivo “Agraciado estava...” em que uma bala perdida altera o status quo, invade o crânio, esfacela, nos obriga a sair da posição de conforto.

Leia mais em:
http://www.literaturadecabeca.com.br/2012/11/resenha-arrisque-se-saia-de-seu-conforto.html
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Gabi Wegner 07/09/2012

Postado originalmente em: http://migre.me/aChPF
Confesso que não esperava muito do livro, talvez pela capa, que não me agradou, ou até mesmo pelo autor, que não é uma das personalidades que eu mais gosto, mas, o fato é que eu não tinha expectativa nenhuma em relação ao livro e ele acabou me surpreendendo de uma forma positiva. Tico Santa Cruz escreve sobre o nosso cotidiano e a vida, de uma forma geral, com sinceridade e realismo.

Como já disse, não gostei da capa. O trabalho gráfico ficou lindo, mas na capa, tem desenhado um demônio e eu não gostei disso. A diagramação, por sua vez, foi um arraso! As crônicas se intercalavam em: páginas brancas com letras pretas e páginas pretas com letras brancas, sem contar as várias ilustrações do livro que deram um toque especial.

Mas, como um livro não se faz apenas de capa e diagramação, vamos julgar o que realmente interessa: o conteúdo!

Por ser o primeiro livro de Tico S. Cruz, achei que ele fez um ótimo trabalho, escrevendo de maneira filosófica e reflexiva. A leitura foi rápida e nenhum pouco cansativa. Marquei várias frases e, quando terminei a leitura, fiquei com a sensação de "já acabou? quero mais...".

Em alguns textos o autor escreveu de forma um tanto grosseira e com termos de baixo calão, o que era de se esperar de um autor roqueiro, onde isso é comum para ele. Eu também não queria que ele escrevesse sobre fadas, pôneis e borboletas. Porém, ele escreveu assim em dois ou três textos, o que fez com que eu não me incomodasse tanto. Mas quem curte rock e já está acostumado com esses tipos de palavras, acho que não irá se incomodar.

A editora e o autor estão de parabéns! No final das contas, o conjunto da obra ficou ótimo!
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