Poetriz 27/01/2013BelleDepois de ler “Menina Morta Viva” eu fiquei interessada nessa temática de livro. A autora tem outro livro sobre sequestro, eu nem recordo exatamente como foi exatamente que o Belle chegou na minha mão e não o outro. Não importa. O fato é que Belle se tornou de longe uma das melhores leituras que já fiz.
Primeiramente tenho que elogiar a capa, que fantástica a arte! E se essa moça existe, é tão linda quanto a nossa heroína Belle.
A narrativa do texto é sensacional e não enjoa, alterando o foco da narrativa entre Belle que é sequestrada logo no início do livro e os países por onde passou, e pela família e amigos dela que ficaram em Londres lutando para desvendar o sequestro, recuperá-la e punir os sequestradores. Sua família descobre que não foi somente Belle, que até tinha um motivo para “darem um sumiço” nela, o problema é muito maior! Dezenas de jovens foram sequestradas e enviadas para a prostituição, e nunca se soube exatamente o que aconteceu com elas.
Algumas depois de entrarem para essa vida, não conseguem sair por vergonha, por medo, por falta de alternativa mas principalmente por causa da opressão dos bordéis, cafetões e afins. Muitas jovens morrem de depressão, de doença, pela violência de seus clientes. Nossa heroína passou por tudo isso, sem perder o coração inocente e bondoso, sem perder principalmente os sonhos e a dignidade. Foi isso que a motivou a continuar e a batalhar para ganhar respeito apesar de seu passado.
O mocinho me irritou com esse amor platônico, a mocinha com suas burradas durante a vida. Mas faz parte da juventude, fazer tudo errado ou acertar vez em quando.
A história também não se prende apenas no casal de jovens, mas vamos conhecendo dezenas de personagens secundários e suas histórias que só enriquecem ainda mais o livro denunciando fatos que bem podia ser verdade (e quem garante que não são?).
A história é lindíssima, de chorar e torcer junto. De devorar o livro e abraça-lo embalando como se pudéssemos embalar os personagens e dizer “vai ficar tudo bem no final”.
Mas o que eu gostei mesmo foi a riqueza de detalhes históricos, verídicos. É nítido que a autora fez uma pesquisa, quis ser fiel aos detalhes. Senti-me transportada para essa época distante, senti o cheiro imundo de Paris e a doce melodia de New Orleans. Eu lia e podia sentir o balanço do navio e o cheiro do mar. Podia sentir principalmente a parte triste e não tão ficcional dessa história.
Um livro feito com tanto cuidado, desde a história, detalhes históricos, capa sensacional. Recomendei pra todas as minhas amigas. E fica aqui também a dica. Recomendadíssimo, com 5 estrelinhas no meu conceito.