Caminhos de Sangue

Caminhos de Sangue Moira Young




Resenhas - Caminhos de Sangue


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Desi Gusson 15/07/2012

Para Curar Ressaca: Sangue de Javali Com Um Ovo de Pombo Cru
Peguei Caminhos de Sangue para tentar tirar A Dança dos Dragões da cabeça, tem chão para Winds of Winter vir à tona e não vi muito sentido em prolongar minha agonia. Como todo mundo sabe, uma ressaca respeitável não some num piscar de olhos e as dores de cabeças literárias são piores ainda, mas, definitivamente, o livro de Moira Young foi melhor que Tylenol!

Não foi a atmosfera apocalíptica, uma coisa meio Livro de Eli que me ganhou. Também não foi a narrativa estranha/ousada quase cansativa , já chego nela. Foi o par romântico!

Não ligo se é spoiler e juro que é minúsculo, ouçam os anjos tocando trombetas de cima das nuvens de poeira vermelha e cantem comigo!

NÃO TEM TRIANGULO AMOROSO!

Posso ter um amém aqui, irmãos??

Enfim, todo mundo no livro é grosso. Até a menina de 9 anos é grossa. Mas Saba e Jack são os piores. Ela é uma cabeça-dura e ele é ultra charmoso de um jeito totalmente não convêncional, trocam farpas, provocações, palavras duras e são sérios candidatos à violência doméstica. E completamente adoráveis juntos.

Provavelmente por eles não ficarem de melação e mimimi a coisa é mais intensa. Prendi a respiração um trecho ou dois só na expectativa de ver o que ia acontecer ali. E não me desapontei, pelo menos não o tempo todo.

Agora, a personagem principal, Saba, é osso duro de roer. Mesmo. Em poucas palavras, a menina é uma vaca com todo mundo que não seja seu precioso Lugh, inclusive com a sua irmãzinha Emmi. Na verdade, com a Em é ainda pior, Saba se ressente pela mãe ter morrido no parto da irmã mais nova e por nada ter sido o mesmo depois disso. Ela despreza a garotinha e sinceramente gostaria que fosse ela a ser levada no lugar de Lugh. Provavelmente ela só iria atrás de Emmi porque seu gêmeo iria. É bom ver a progressão das duas conforme viajam juntas e descobrem o qual parecidas são.

A escrita de Moira, nesse livro, talvez desagrade muita gente e confesso que me incomodou bastante no comecinho. Eu li e reli a contracapa umas boas 5 vezes. Também levei algumas páginas para tirar aquele incômodo de mim e seguir adiante. No momento que aceitei o jeito da Saba de narrar a estória, a leitura fluiu e não parou até que eu fechasse o livro. É tudo ágil e rápido, se você piscar, meio mundo já mudou, principalmente na primeira metade, na segunda as coisas se arrastam um pouco mais.

Esperava mais da ação. Como numa estória que insinua sexo, mas não descreve nada, nesse livro sentimos o cheiro do sangue, mas ele não respinga em nós.

Claro que não é regra, mas acredito que as cenas das lutas poderiam ter mais detalhes, isso enriqueceria e muito a estória. Imaginem se em Gladiador só mostrassem o Russell Crowe entrando na arena, medindo seu oponente e depois já de volta para o merecido descanso? Anticlímax, brochante, né?

Mas nem por isso o livro é chato, gostei muito da relação estabelecida entre Saba e as Gaviãs livres, sua postura quando estava à mercê da Jaula e como tudo me lembrou um vídeo-game. Ike e Emmi são ótimos personagens secundários e balanceiam as ações de Saba e Jack, sem eles o livro não teria metade do bom gosto que tem!

Olhando por cima, até dá para dizer que Dust Lands tem moldes de Jogos Vorazes, mas bem por cima mesmo. Eles são feitos de material diferente e, sinceramente, é coincidência que eu, fangirldehungergamesassumidahistéricapeetaseulindo, tenha gostado tanto desse livro.

Com uma trama de fim clichê e personagens absolutamente originais, Caminhos de Sangue não é sombrio, não é forte, nem violento, mas abre caminho para uma coisa bem maior. Que venha Rebel Heart! Seu lindo!

P.S.: Aquele conselho: evite a ressaca, continue bebendo? Funciona! Funciona até pra ressaca literária! O resultado? Uma dor de cabeça maior ainda!! Rebel Heart só sai dia 30 de Outubro. No Jack até dia 30 de Outubro! Até. 30. De. Outubro. Eu mereço...

Para conferir essa e outras resenhas na íntegra, acesse:
desigusson.wordpress.com
Desi Gusson 16/07/2012minha estante
É uma brincadeira com uma passagem do livro, mais a famosa ressaca literária que eu estava enfrentando quando comecei a ler Caminhos de Sangue =]


Ana Paula 22/07/2012minha estante
Adorei sua resenha! Super divertida kkk Me identifiquei com o: "fangirldehungergamesassumidahistéricapeetaseulindo" kkk Vou pegar emprestado esse livro pra ler, parece agradável (:


Polly Lopez 23/07/2012minha estante
comecei o livro hj... é complicado se acostumar com a narrativa, ia desistir, mas sua resenha me encorajou a dar uma chance ao livro. Vou continuar. Obrigada


Rai Lira 24/07/2012minha estante
Entrei na net em busca de incentivo para ler este livro, pois o incio é "brabo", essa linguagem da família buscapé me incomoda muito! Sinto uma falta terrível dos travessões... parece que as letras estão órfãs!

Por causa da sua resenha vou dar mais um chance.

:)


Mila 16/08/2012minha estante
É complicada mesmo essa narrativa. Dá nervosinho e vontade de parar! Estou no comecinho do livro e tive que dar um tempo. Obrigada pelo incentivo!


Samara 02/09/2012minha estante
Sem triângulo amoroso(/^.^)/ Oba! Depois que li isso fiquei com mais vontade de ler.


S5 07/09/2012minha estante
adorei a parte : "Enfim, todo mundo no livro é grosso. Até a menina de 9 anos é grossa. Mas Saba e Jack são os piores. Ela é uma cabeça-dura e ele é ultra charmoso de um jeito totalmente não convêncional, trocam farpas, provocações, palavras duras e são sérios candidatos à violência doméstica. E completamente adoráveis juntos." eu me senti totalmente assim :D sua resenha está perfeita


Virgínia 12/11/2012minha estante
fangirldehungergamesassumidahistéricapeetaseulindo, uhul! Me identifiquei também kk. A leitura é meio estranha mesmo, mas mesmo assim invés de ler num/fazeno, eu leio não/fazendo. Isso é bom, mas enfim, não desistam do livro! Ela mora no deserto, por isso é meio complicado falar certinho (creio eu). Essa autora nos deu um desafio de nos adaptarmos à outro modo de leitura. Enfim... a estória é legal!


Dandara 30/12/2012minha estante
Muito boa sua resenha.
A adoração de Saba pelo Lugh me assustou um pouco até conseguir colocar tento nos sentimentos dela por ele e me senti bastante incomodada no início da leitura também, mas terminei o livro em menos de dois dias, é só o tempo de aceitar a narrativa que a leitura flui. Vale muito a leitura, a estória é deliciosa e os personagens acabam te ganhando.


Ju Serra 12/05/2013minha estante
Amei e me encaixo perfeitamente no grupo fangirldehungergamesassumidahistéricapeetaseulindo .


Douglas Águia 28/12/2013minha estante
Esperava mais da ação. Como numa estória que insinua sexo, mas não descreve nada, nesse livro sentimos o cheiro do sangue, mas ele não respinga em nós.
Andhromeda

Eita moça, já li umas 10 resenhas suas e estou apaixonado pela forma como você descreve tudo, se me deixa com água na boca


Victor 24/11/2015minha estante
Melhor resenha!


gabð 03/09/2023minha estante
Vc sabe qual e o segundo livro?




gleicepcouto 10/07/2012

Boas cenas de ação, porém, mais do mesmo
www.murmuriospessoais.com

***

Caminhos de Sangue é o primeiro livro da série Dustlands da atriz e cantora canadense Moyra Young. A obra ganhou o Costa Awards e, ninguém mais, ninguém menos que Riddle Scott (Blade Runner e Alien) adquiriu os direitos para uma adaptação cinematográfica.
Moyra estreou na literatura com uma distopia. Em Caminhos de Sangue temos um mundo árido, quente, de população escassa, onde também há falta de itens essenciais para sobrevivência, como mantimentos e água. Lagoa de Prata é assim, e é onde vivem Saba e Lugh (irmãos gêmeos e inseparáveis), com seu pai e irmã mais nova. A vida, mesmo sendo difícil, tornava-se menos sofrida para Saba com Lugh ao seu lado.

Quando, porém, misteriosas pessoas vestidas de negro chegam junto com uma tempestade e levam Lugh, e matam uma pessoa querida, o mundo de Saba desaba. Só restava a ela ir atrás de seu querido irmão. Passando por diversas situações sobre as quais não tem controle, Saba embarca numa busca desenfreada por Lugh, mas também por si mesma: se descobrindo uma lutadora destemida, capaz de brigar pela sua sobrevivência ferozmente. Nessa aventura, Saba tem que aprender a lidar com seus próprios rancores e medos, além de aprender a confiar nas pessoas e a aceitar ajuda delas, pois nenhum caminho é feito para ser seguido solitariamente.

Pensando no histórico de atrizes/cantoras que se tornaram escritoras (Hilary Duff, Madonna... Oi?) não me animei muito pelo livro. O fato de vir escrito na capa que o livro era "perfeito para fãs de Jogos Vorazes", também não ajudou muito. A despeito desses meus preconceitos, pude constatar com a história em si que a obra é... Isso mesmo o que esperava: meia-boca.

Caminhos de Sangue tem um quê de Mad Max 3, mas com hormônios adolescente. Já vi isso antes. E se não gostei quando era mais jovem e isso era novidade, imagine agora. Mesmo a história sendo batida, podia ser bacana se os personagens e a narrativa da autora colaborassem... Infelizmente, não é o que acontece.

Os personagens são caricatos. A protagonista audaciosa e durona. A irmã mais nova emotiva. O irmão revoltadinho que some. O homem misterioso e belo que ajuda a mocinha. As amigas da mocinha valentes. E voilá... Um ringue de luta sangrenta onde o objetivo é ninguém sair vivo dali. Ops, dejá vu?

A linguagem foi o que mais me irritou. Entendo o motivo da presença dos erros de português: os 'falano', 'odiano', 'num', 'tô', 'tá'. Em um mundo caótico, de pessoas miseráveis, onde o objetivo principal é sobreviver a mais um dia, quem se importaria com gramática correta? Mas eu não vivo nesse mundo e eu me importo. Ter um ou dois personagens falando de modo errado, você até suporta. Mas uma protagonista narrando em primeira pessoa desta forma... Socorro.
Outra bobeirinha, mas que me também me incomodou foi a ausência de travessões ou aspas para indicar os diálogos. Só sabia que alguém estava falando quando aparecia o inciso (mal) destacado por vírgula. O que custa fazer algumas coisas do modo tradicional, gente? Tudo isso atrapalha a leitura. Será que só eu penso assim? Sou um ET?

O início do livro é entediante. Saba e a irmãzinha são duas maletinhas sem alça. Na arena de luta a situação melhora, apesar da falta de originalidade. O livro chega ao patamar de bom quando o bonitão misterioso e cheio de si entra na história para ajudar Saba a encontrar Lugh. Nem é spoiler eu dizer que formam o casal no livro, né gente? Previsível ao cubo. Os dois, ao menos, funcionam juntos.

Algumas coisas, entretanto, se salvam no livro. Moira é muito boa em descrever cenas de ação, e considero isso tão difícil. Uma cena de ação mal escrita fica parecendo aqueles filmes com "defeitos especiais", sabe? As ações em Caminhos de Sangue fluem bem e são áridas como todo o clima do livro - chegando a combinar com a paisagem desértica.

Por fim, a história não precisava ser uma série. Percebemos isso claramente no final. A escritora podia ter respondido as questões acerca dos irmãos gêmeos e dos cavaleiros misteriosos neste livro. Até porque o gancho principal para a continuação do livro é fraquíssimo. É o que costumo dizer e as pessoas me chamam de amarga: amor não é sempre a solução mais forte para amarrar uma trama. Em algumas histórias funcionam, em outras não. Foi o caso dessa.

Autor: Moira Young
Editora: Intrínseca
Ano: 2012
Páginas: 352
Valor: $20 a $30
Extra: "Acho que num tô gostano muito disso..." - era o que pensava durante toda a leitura
Carol 11/07/2012minha estante
concordo, não dá para ler desse jeito.Não sei se em inglês é mais suportável.


Naldinh o/ 15/07/2012minha estante
Pelo visto se vc estivesse vendo um filme onde as pessoas também falassem errado vc também abandonaria esse filme, pois como vc mesmo afirmou, você não vive nesse mundo.
A escrita de modo tradicional, vc encontra em todos os livros (TODOS), esse é um diferencial, concordo com vc que a falta de travessão realmente atrapalha a leitura, mas creio que com o tempo nos acostumamos.
è algo diferente que encontramos em nossas livrarias, porque não variarmos um poukinho ??


gleicepcouto 09/10/2012minha estante
Oi, Glorinha!

De que adianta a autora 'inovar' na escrita (e isso não é inovação nenhuma usar linguagem coloquial) se não fez o mesmo na trama, que era o mais importante? O livro é irritantemente previsível.

Beijos


Michele 22/11/2021minha estante
Também não curti esse tipo de escrita. Sinceramente, pensei que fosse um erro grotesco da edição, o que explicaria eu ter encontrado o livro na promoção e bem barato. No início, me incomodei bastante, que cheguei a pesquisar sobre a editora para conferir, se havia um explicação, custei a emplacar a leitura. A história é boa, mas não pretendo ler a continuação, porque é incômodo ler as palavras erradas, um desserviço para a língua portuguesa.




Naty 02/07/2012

www.meninadabahia.com.br


Choro pela Emmi. Pelo Pai. Pelo Lugh. Por mim.
Pelo que a gente era.
Pelo que foi tirado da gente.
Pelo que a gente perdeu para sempre.
Pág. 116


Caminhos de Sangue é o primeiro volume de uma série distópica. Se passa algum tempo depois que os humanos – conhecidos como Devastadores – destruíram a Terra. Rios são raros, supermercados e redes de lojas não existem. Há um rei, sua lei e a lei da terra, onde cada um faz a sua. Quase um caos completo. E claro, há o chaal – um tipo poderoso de droga. É com o chaal que o rei domina os súditos e os escravos.

Saba e Lugh são gêmeos, nasceram no solstício e inverno 18 anos atrás. Eles têm uma irmã mais nova, Emmi, de apenas nove anos. Sua mãe morreu ao dar a luz à ela. E ainda tem o pai deles, que vive bêbado e drogado, tendo visões e conversando com as estrelas.

Eles viviam numa terra, onde só eles moravam. Um grande deserto com um rio seco, praticamente sem vida. Eles vivam esperando a hora de morrer, de fome, ou de sede, visto que a chuva não vinha. Mas um dia, o céu fica vermelho, uma tempestade de poeira vermelha invade tudo, atrás dela homens encapuzados – os tontons. Eles vieram atrás de Lugh, o menino nascido no solstício de inverno. Segundo reza a lenda, uma pessoa nascida no solstício de inverno deve morrer no solstício de verão, para que a força dele vá para o rei. O que eles não sabem é que Saba é gêmea dele.

Eles sequestram Lugh e matam o pai. Saba promete vingança. Promete resgatar Lugh e proteger Emmi – que ela odeia por causa da morte da mãe. Mas ela promete e não vai desistir.

Caminhos de Sangue, de Moira Young (Intrínseca, 352 páginas, R$ 29,90), é uma aventura épica. Num mundo devastado, sem leis, Saba só aceita sua própria lei, andar sem parar e resgatar Lugh. No caminho várias coisas acontecem, atrasando-a. O dia do solstício está chegando, e ela está com medo de não dar tempo de resgatá-lo. Mas, não apenas coisas ruins acontecem, durante a jornada ela faz amigos e conhece Jack, por quem sua pedra do coração esquenta sempre que ele está próximo.

A saga de Saba é maravilhosa, ela é uma personagem forte, que esconde seu medo quando a fúria vem. Sua vontade de viver é mais forte do que tudo. Ela precisa está viva para resgatar o irmão. Ela vira o temível Anjo da Morte. Emmi é tão teimosa quanto à irmã. Não aceita ser deixada para trás e faz de tudo para seguir Emmi. Jack faz tudo por Saba. Ele tem algo de obscuro e secreto, que só devemos descobrir nos próximos volumes. Mas Saba sabe que pode confiar nele. E é o que faz.

Ele tira as botas e puxa a camisa por cima da cabeça. Eu olho pro peito dele. Num consigo virar os olhos pra outro lugar. Quando vi ele sem camisa antes, lá na Vila Esperança, só reparei nas cicatrizes. Mas agora tudo o que consigo ver é como ele é esguio e forte. Com ombros largos e braços bem musculosos. Ele num tem nenhum pelo no peito, num é que nem o Pai ou o Lugh. Os meus dedos coçam de vontade de tocar nele. Descobrir se a pele é tão macia quanto parece.
Cuidado, Anjo, ele fala. Quando você encara um homem assim ele poder ter algumas... ideias interessantes.
Fico imóvel.
Ele leva a mão até a braguilha das calças. Levanta uma sobrancelha.
Você tem três segundos, ele falou, e aí elas vão cair. Ele começou a contar. Um... dois...”
Págs. 189-190


Meu problema com a história foi a linguagem informal. Nessa nova ordem mundial, não existem livros – são raros – e eles não sabem ler. A linguagem é bruta e crua. Eles falam errado e a escrita retrata a forma de falar: “Viveno aqui. Morreno aqui.” Confesso que me deu nos nervos, logo no início; ao chegar ao fim, ainda não tinha me acostumado, mas a raiva passou.

Se prepare para ler, você encontrará minhocas assassinas gigantes, arena de luta – onde as mulheres precisam raspar os cabelos para terem chance de sobreviver -, navios de terra com salteadores que sequestram crianças para lutarem na arena, um corvo inteligente,... Tem de tudo e mais um pouco.

Caminhos de Sangue foi vencedor do Costa Children’s Book Award em 2011 e do BC Book Prizes 2012. Teve os direitos para adaptação cinematográfica adquiridos por Ridley Scott, diretor de Blade Runner – O Caçador de Androides e Alien, o Oitavo Passageiro.

Série Dustlands:
1. Caminhos de Sangue
2. Rebel Heart
Uill 11/07/2012minha estante
O pai deles não é bêbado em drogado. Só é atormentado por crenças cujas quais são supérfluas, e consideradas tolas aos olhos dos outros...


Naty 11/07/2012minha estante
Segundo o livro é sim e tb atormentado pelas visões, que Saba acredita, + Lugh não.


Eduarda751 27/08/2012minha estante
Naty, eu também não vi isso dele ser bêbado e drogado, até fui ler novamente o início do livro para ter certeza e realmente, ele é apenas um tipo de feiticeiro (que faz poções e simpatias - para chover por exemplo) e transtornado pelas suas visões e tristezas, mas não é drogado (ele até odeia as drogas que é representada pelo Chaal no livro) e também não vi nenhuma menção sobre ele e a bebida.




Carol 30/06/2012

Caminhos de Sangue-Moura Young
Antes de começar a resenha sobre a história do livro eu quero abrir um parênteses, a linguagem do livro é extremamente difícil, não me refiro ao rebuscado do Guimarães Rosa, mas a autora dicidiu escrever frases assim "EU VOU CORRENO PRA OLHAR","EU NUM TAVA OLHANO",o problema dessa escrita é que a leitura não flui como deveria, não sei se era necessária apelar para essa linguagem para demonstrar que a protagonista é uma pessoa ignorante. Um dos motivos que me faz ler é para melhorar minha escrita, esse com certeza foi um deserviço mas enfim...cada um julgue o que quiser, somos livres para escolher o que ler...

Eu particularmente sou uma pessoa que acha amor fraternal, tão bonito quanto amor de homem e mulher, homoafetivo, etc...então gostei/achei bonito a protagonista se dispor a ir atras do amado irmão..mas demorou para começar a gostar dela, não etendia direito porque ela pegava tanto no pé da irmazinha..Mas prefiro protagonistas fortes e decididas como SABA do que bobonas como de outras séries que tem por aí...o nível de crueldade é dos Jogos Vorazes, outra série que eu particularmente gostei..e que talvez venha na moda atual de filmes como jogos mortais, que tanto faz sucesso..

Então ela sai em busca do irmão, por um mundo que não conhecia, e não sabia ser cruel, doloroso, que por outro lado é o que nos faz gostar da história, saber como ela vai se virar sozinha...

Não sei se lerei o segundo, talvez espere pelo filme do Ridley Scott, que por sinal é um dos meus diretores de cinema favorito..

carolzina 01/07/2012minha estante
eu parei de ler não estava entendendo nada.


Claudia Cordeiro 09/07/2012minha estante
Tb não gostei da linguagem, tb não sei se lerei o segundo (ainda estou na metade), tb não entendi ela implicar com a irmãzinha, tb prefiro esperar o filme...




Ícaro 06/04/2013

Caminhos de Sangue - Moira Young
“Caminhos de Sangue” não é nada demais, é até de menos.

Eu gosto de distopias. Geralmente elas proporcionam grandes aventuras, cenas de ação de tirar o fôlego, personagens carismáticos e uma leitura rápida e viciante. “Caminhos de sangue” prometia isso tudo e mais. Tem uma sinopse interessante e teve os direitos comprados pelo bárbaro Ridley Scott. Mas Infelizmente, não é tudo isso...

Saba passou a vida inteira na Lagoa da Prata, uma imensidão de terra desértica assolada por constantes tempestades de areia. O lugar não a incomoda, contanto que o irmão gêmeo, Lugh, esteja por perto. Quando, porém, uma gigantesca tempestade chega trazendo quatro cavaleiros de mantos negros em seu rastro, a vida que Saba conhece chega ao fim: Lugh é raptado e ela tem que embarcar em uma perigosa jornada para resgatá-lo.

Eu pensava que a história seria uma jornada pelo deserto ( ambiente pouco usado nesse gênero) e seus desafios. Leve engano, a história começa nesse cenário mas logo é atirada em uma arena que obriga jovens a lutar até a morte. Te lembra algo? Sim. “ Caminhos de Sangue” é muito influenciado por Jogos Vorazes. O que em muitos momentos chega a ser irritante.

Outra coisa que me desagradou foi a formulação da política do livro. É um livro ambientado no futuro, mas que em muitos momentos é mostrado com características de império romano.

O resultado final é tudo o mesmo do mesmo: Garota, 18 anos, órfã, passado misterioso, busca por um membro da família... Sinceramente, não empolga mais.

No mais, na tentativa de ver algo tão interessante quanto o ótimo “Starters” ou até mesmo algo genial quanto as séries “Feios” e “ Jogos Vorazes” me frustrei. E muito.
Carol 15/05/2013minha estante
sem contar o irritante mim foi mim vai


Ícaro 15/03/2014minha estante
É, Carol. Livrinho cheio de problemas, rs.




Jacqueline 05/07/2012

Publicado originalmente em www.mybooklit.blogspot.com.br
Saba e seu irmão gêmeo Lugh são inseparáveis. Depois que sua mãe morre no parto de sua irmã mais nova Emmi, seu pai parece perdido, não se importando com nada. Eles vivem na Lagoa de Prata, mesmo após o solo ter secado quase por completo, e as tempestades de areia asolarem a terra desértica.
Para Saba, nem a aridez e a miséria do lugar, parecem incomodar desde que seu irmão esteja por perto. Eles sempre estão juntos e é isso o que importa.

Mas após uma violenta tempestade de areia, um grupo de homens encapuzados aparecem em sua casa, e levam seu irmão como prisioneiro.
Disposta a qualquer esforço para encontrar o irmão, Saba irá atravessar todo o deserto para rever Lugh novamente, seu coração de ouro.

" Já ouviu falar da regra de três?, ele grita enquanto a gente corre.
Não!
Se você salvar a vida de alguém três vezes, a vida dessa pessoa é sua. Você salvou a minha vida hoje. Salva ela mais duas vezes e eu sou todo seu.
Vou ter que garantir que isso num aconteça, falo." (pág.171)

Sempre que pego uma distopia pra ler não me arrependo, e Caminhos de Sangue não decepcionou.
A príncipio o que mais me chamou atenção, é a forma como o livro é narrado. Não temos travessão iniciando os diálogos, e faltam pontuações, mas após as dez primeiras páginas eu já estava completamente familiarizada com o estilo.

Não posso negar que levou um tempo para me acostumar com a linguagem utilizada. Estranhei ler tantos "fazeno" "olhano" "trabalhano" e "num acredito", mas conforme a leitura foi avançado entendi o propósito de Moira ao utilizar uma gramática tão pobre. Saba foi criada apenas pelos pais, longe de qualquer livro ou estudo, tendo apenas a comunicação com seu irmão, pai e irmã para se guiar, sendo assim creio que a autora quis utilizar uma fonética diferenciada, para melhor caracterizar a falta de estudo e a simplicidade dos personagens. Eu achei fantástico.

O livro tem sido comparado com Jogos Vorazes, e já teve seus direitos de adaptação cinematográficos adquiridos por Ridley Scott (só por isso, já dá pra sentir o potencial que temos em mãos). Não vou comparar as obras, mas se você é fã de Jogos Vorazes, certamente irá desfrutar de Caminhos de Sangue.

A heroína Saba, assim como Katniss, não é uma personagem fácil de se amar. Saba pode parecer fria, distante emocionalmente e muito, mas muito teimosa, porém, o que a diferencia é a sua sinceridade e honestidade. Ela não esconde seus sentimentos, e nem mascara suas intenções, ela é aquilo e pronto. E nada mais me agrada do que uma personagem forte.
Todo amor fraternal e sua obsessão em encontrar o irmão me conquistaram. Nada como dois irmãos protegendo um ao outro para derreter de vez meu coração. O modo como ela tratava sua irmãzinha Emmi é revoltante em algumas partes, mas esse comportamento se modifica ao longo do livro, e o crescimento da personagem colabora para uma maior identificação.
Emmi, apesar de ter apenas 9 anos, foi em muitos momentos a sensação da história. A cada reviravolta, ela assumia um papel importante, e eu me afeiçoeei pela garotinha teimosa e muito esperta.

Eu gostei de todos personagens, sem exceção. Eles foram muito bem desenvolvidos, e cada um tinha uma personalidade bem diferenciada.
E o que falar de Jack? Ah Jack. Ele é engraçado e sarcástico - sem parecer forçado - e seu envolvimento com Saba é bem introduzido e nada meloso. O grande foco do livro não é o romance, mas os diálogos entre Saba e Jack (que sempre se provocavam) me deixavam com um sorrissinho bobo no rosto, e eu virara as páginas frenéticamente querendo mais. Parafraseando Stephenie Meyer: Querido Peeta, adoro você, mas vou passar o fim de semana com o Jack. Desculpe. Com amor, Jacqueline.

"Não. É por você. Você. Ele dá dois passos na minha direção. Você tá no meu sangue, Saba. Na minha cabeça. Você tá na minha respiração, nos meus ossos...Que Deus me ajude, você tá em toda parte. Desde o primeiro momento que pus os olhos em você." (pág.347)

A obra tem tudo para agradar aos fãs de uma distopia pós-apocaliptica: jaulas de combate, lutas, cenas de fuga, minhocas gigantes, surpresas e reviravoltas de viciar e não querer largar até terminar.
O que deixou a desejar foi a narração de algumas cenas de ação. Algumas ficaram bastante corridas, e não dava pra sentir o gostinho das lutas.
Apesar de ser o primeiro livro de uma trilogia, o livro tem começo, meio e fim satisfatórios, que é claro, deixa um gancho do que está por vir nos próximos volumes (mal posso esperar para conferir).

A diagramação deu um toque super original e característico ao livro, que traz um corvo no início de cada capítulo e também na divisão dos textos. Eu estava super curiosa para saber o significado do corvo, e me surpreendi ao saber nas primeiras páginas que ele era o "animal de estimação" da Saba, o Nero (fiquei desejando ter um corvo companheiro e esperto só pra mim rs).
Uma história original e absolutamente recomendada.
Lorena 10/07/2012minha estante
Não gostei dessa linguagem também. Muito estranha,mas me treinei pra quando aparecer "comprano" e "num" eu ver a palavra certa. Gostei muito da hitoria, mas a linguagem realmente estragou um pouco o livro.( o que a autora tem contra travesão?)




Paula.Azevedo 19/04/2015

Eu relutei em começar a leitura pq percebi que os personagens falavam de uma maneira bem coloquial. " Correno, falano, veno " e achei que não acostumaria. Mas isso mudou rápido. Percebi que o mundo de Sabá é cru e informal. Ela mesma não sabe ler, nem escrever, portanto foi uma sacada genial fazer isso transparecer na leitura, o que deixa o livro mais interessante. Sabá consegue ser chata e insuportável em algumas passagens, tão obcecada em encontrar o irmão que quase passa por cima dos amigos.
O livro tem tudo o que se imagina que vá acontecer em um mundo distópico. cCidades abandonadas, resto de civilização, arenas de lutas. Uma droga muito consumida pela população, "o chaal ", tornando a população fácil de se controlar. E Sabá cai muito bem no meio disso tudo
Bella Pierini 06/12/2018minha estante
Nossa, que bom que não sou só eu. Parei de ler esse livro 3 vezes no primeiro capítulo pq odiava ler errado. Rs
Mas vou dar a ultima chance, pois falam muito bem dele.




evelyn 07/08/2014

Resenha do Livro Caminhos de Sangue
Primeiro livro da série Dustlands (e o único lançado no Brasil até agora), Caminhos de Sangue é uma distopia em um futuro de desertos, miséria, violência e injustiça. Esse mundo nos apresenta a Saba, que com muita simplicidade e sinceridade nos conta a história de como saiu da Lagoa da Prata, único lugar que conhecia desde pequena, para procurar seu irmão gêmeo Lugh, que foi raptado pouco depois do aniversário de 18 anos deles por quatro cavaleiros misteriosos e levado para longe depois de matarem seu pai. Além de toda a miséria que a cerca, temos um começo desses. Ah, esqueci de contar que eles têm uma outra irmã, Emmi, por quem Saba guarda um grande ressentimento, pois foi ao dar a luz a Emmi que a mãe deles acabou falecendo. Sim, desgraça pouca é bobagem.

Saba é extremamente apegada a seu irmão, Lugh. A admiração por ele é visível do começo ao fim do livro. Tanto que quando ele é raptado, Saba não pensa duas vezes: seu único destino é encontrá-lo, não importa aonde ele esteja. Ele tem que estar em algum lugar, vivo, e ela vai resgatá-lo.

O Lugh nasceu primeiro. No solstício de inverno, quando o sol fica bem baixinho no céu.

Depois fui eu. Duas horas depois.

Isso já diz tudo.

O Lugh vai primeiro, sempre primeiro, e eu venho atrás.

E assim tá bem.

Assim tá certo.

É assim que tem que ser.

Com a morte de seu pai, Saba não pode deixar a pequena irmã por conta própria, e decide deixá-la na casa de uma amiga da família, seguindo o caminho que o pai havia lhe ensinado. Após dias de viagem agravados pela lentidão da pequena irmã, elas finalmente chegam em Dois Riachos, onde encontram Mercy. Ela concorda em cuidar de Emmi, e finalmente Saba pode partir em busca de seu irmão na companhia apenas de seu inseparável corvo Nero. Mas é claro que Emmi não quer ser deixada para trás, e parte para se encontrar com Saba no caminho, o que só deixa a irmã mais velha ainda mais furiosa. Após Emmi se negar veemente a voltar para Dois Riachos, as duas seguem viagem, e acabam encontrando um casal no meio do deserto que viajava com uma espécie de barco. Eles oferecem carona para as duas até Vila Esperança, onde Saba espera encontrar Lugh, ou algum sinal de para onde ele possa ter sido levado. Mas claro que pelo histórico de terríveis acontecimentos na vida de Saba, esse não poderia ser diferente. Elas acabam sendo prisioneiras do casal.

Saba é uma personagem incrível. Ela é forte, decidida, astuta, e como citado muitas vezes no livro, atrevida e teimosa. O que a torna valiosa para o casal, que vêem nela uma campeã e a levam até Vila Esperança para lutar na Jaula. Sim, porque não basta a mundo estar um caos, a fome, a morte dos pais, o sequestro do irmão e serem prisioneiras. Ela acaba sendo levada para este tipo de arena, onde deve lutar com outras garotas por sua vida, e para o entretenimento da população de Vila Esperança. O único jeito de sobreviver é ganhar, e ganhar significa que alguém vai perder. Quando uma garota perde 3 vezes, ela acaba passando pelo corredor, onde aqueles que assistem a luta terminam o serviço que a oponente não fez. A fúria de Saba a torna o Anjo da Morte, invicta, perigosa e selvagem. E é aí que o bicho pega.

É onde a história começa a ficar interessantíssima. Até aí, confesso que eu tinha demorado muito pra ler, largando a leitura várias vezes. Mas Saba me conquistou por ser tão forte, por ser tão dedicada e focada. Ela resiste a tudo que pode e nunca desiste de saber o que aconteceu com seu irmão. Não há frescuras de amor, não há problemas de adolescente. Há uma irmã desesperada por encontrar seu irmão, e fará o que for necessário em um mundo intolerante para encontrá-lo.

Aliás, tem um ar de romance no ar. Mas Saba é tão durona, orgulhosa e desacostumada a ter esse tipo de sentimento que mal deixa isso transparecer. Para nossa alegria. Adoro um romance, mas na medida certa que combine com cada personagem. Já contei mais do que deveria sobre a história então não vou me estender nesse assunto, fica de surpresa haha. :)

O livro me surpreendeu a cada página. A história é muito bem construída, os personagens são excelentes e o modo como tudo acontece é bem realista. A única coisa que achei rasa e forçada foi a história de um rei. Sim, tudo é controlado por um maldito rei que não lembro o nome, vou chamá-lo de Paola Bracho (não explico por spoiler), que subjuga as pessoas com drogas e miséria. Mas não entendi Ele era um rei odiado por quase todos, e ninguém nunca fez nada pra acabar com esse reinado dele? A coisa toda parece um tanto quanto precária, parece um rei de improviso, de brincadeira. Ficou superficial pra mim. Mas, fora isso, todo o resto é de tirar o fôlego.

Ao longo do caminho Saba faz importantes aliados para ajudar em sua busca e em sua luta com o destino, como as Gaviãs Livres e Jack. Uma coisa que achei incrível e é pouco comum nos livros que já li é juntarem mó galera pra ajudarem ao longo do caminho que Saba deve percorrer até descobrir o que aconteceu com Lugh. Em outras histórias vemos aquele heroi solitário que parte em sua jornada quase sem a ajuda de ninguém. Aqui, não. As forças aliadas são importantes, e muito necessárias. Muito inteligente! Bem mais realista do que aquela única pessoa com um único ato heroico que salva tudo.

A linguagem usada no livro é característica de um povo sem instrução, e quando procurava opiniões para ver se comprava ou não o livro, vi muitas pessoas reclamando disso, que tem várias palavras escritas erradas no livro, dificultando a leitura. Eu não achei, é um dialeto que nos ajuda a compreender a realidade em que os personagens vivem. Dá ares rústicos a Saba e as pessoas ao seu redor, e isso é bem ressaltado quando um dos únicos que fala corretamente é um viajante que lia livros. Poucas coisas restaram da nossa civilização, e as pessoas da época de Saba se preocupam mais em sobreviver do que com instrução.

E com o pai é igual. Um dia de cada vez, o que tem de melhor nele vai murchano. Sabe, ele já num tá bem faz tempo. Desde que a Mãe morreu. Mas o Lugh tá certo. Que nem a terra, o Pai tá ficano pior e os olhos dele observam cada vez mais o céu em vez de enxergar o que tá aqui na frente dele.

Acho que ele nem vê mais a gente. Não pra valer.

Saba passa por todos os tipos de perrengue em sua jornada, por situações que exigem um caráter forte. Sua sanidade, seu físico e sua índole são testados constantemente, além de não poder saber em quem deve ou não confiar para ajudá-la. Sua determinação é cativante e admirável. Mas, mesmo depois de tudo que passou, ela não se deixa endurecer ao ponto de não saber valorizar as pessoas que têm ao seu lado. Mas não é para menos! Mesmo aparecendo muita gente ruim pelo caminho, tem sempre aqueles que valem a pena. E alguns me encantaram! Sério, já disse e vou repetir: esses personagens são deliciosos de ler!
Gabrielle | @portrasdascapas 29/09/2016minha estante
Pena é não saber se vão lançar os outros...




arthurnumeriano 24/07/2012

Surpreende não pela história, mas pelos seus personagens
Gosto de livros que, mesmo não tendo uma originalidade surpreendente, conseguem se sair muito bem porque são bem estruturados e possuem uma história que encanta e tem aquele ponto que o torna diferente de obras semelhantes. Blood Red Road é esse tipo de livro, que não surpreende pela história em si, mas pelos seus personagens.

Saba passou a vida inteira na Lagoa da Prata, uma imensidão de terra desértica assolada por constantes tempestades de areia. A miséria e a aridez do lugar não a incomodam, contanto que o irmão gêmeo, Lugh, esteja por perto. Um dia, porém, uma gigantesca tempestade de areia traz em seu rastro quatro cavaleiros de manto negro, e a vida que Saba conhece chega ao fim - seu pai é morto, Lugh é raptado e ela não tem escolha a não ser embarcar em uma perigosa jornada para resgatá-lo. Repentinamente jogada na realidade selvagem e sem lei do mundo fora da Lagoa da Prata, Saba não sabe o que fazer sem Lugh para guiá-la. Por isso, talvez, sua maior surpresa seja o que descobre sobre si mesma - é uma lutadora incansável, uma sobrevivente feroz, a mais astuta das oponentes. Com a ajuda de um audacioso e atraente fugitivo e de uma gangue de garotas revolucionárias, a busca pelo irmão fará de Saba a protagonista de um confronto que vai mudar o destino de uma civilização.

A primeira coisa notável em Blood Red Road é o estilo de escrita que Moira Young preferiu utilizar. Como a história é narrada por Saba e ela não sabe ler e escrever, o texto é inteiramente escrito em linguagem coloquial. "Fazeno", "andano" e "ino" são alguns exemplos. Além disso, não há sinais como travessão ou aspas que separem o que é narrativa do que é diálogo.

Essa escolha da autora se mostra um obstáculo, à primeira vista. Confesso que tive de parar e voltar alguns trechos para conseguir entender direito o que acontecia. Mas é um obstáculo que é superado rapidamente, porque o livro é tão envolvente que você acaba se esquecendo desses detalhes e se sentindo como Saba e qualquer outro personagem desse mundo desértico.

Aliás, os personagens de Blood Red Road - aliados às suas atitudes, pensamentos e objetivos - são o maior destaque do livro, são o que o torna diferente e excelente. Eles têm complexidade, eles têm vida. É difícil não se ver neles. Todos de alguma forma têm ações com as quais nos identificamos.

Saba, apesar de ser ignorante, tem uma personalidade forte, consegue se impôr e tem espírito de líder. Jack me lembrou o Flynn Rider do filme Tangled, o que me fez gostar ainda mais dele. Já sobre a Emmi, tenho que concordar com o que Saba pensava dela inicialmente: que garota chata! Você pede para ela ficar longe do perigo e, sem demora, ela atrapalha e estraga tudo e você tem que ir lá salvá-la. Até mesmo o corvo Nero tem sua importância na história - e ele é muito mais agradável do que a irritante Emmi.

Blood Red Road, como afirma a frase que estampa a capa nacional do livro -, é forte. É rico, tem uma gama de personagens, cenários, seres e até mesmo culturas que só deixam a história ainda mais concreta. É imprevisível; os personagens tomam rumos que contrariam o que a gente espera deles. A única coisa previsível nessa história toda é que eu mal posso esperar para ler a continuação, Rebel Heart.
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Claudio221 08/07/2023

Caminhos de sangue
No começo não achei que o livro me prenderia, mas me enganei, depois de algumas páginas não consegui mais parar de ler e simplesmente fabuloso
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Adriana 02/10/2012

Empolgante, repleto de ação, aventura e uma boa dose de drama, conheçam hoje o primeiro livro da série Dustlands, de Moira Young.

Caminhos de Sangue é mais um livro em que o autor mostra como ficará a sociedade em um futuro apocalíptico: os seres humanos quase acabam com seu planeta graças a guerras sem fim. Neste mundo vivem Saba, Lugh e Emmi, que moram com seu Pai em uma cabana junto a Lagoa da Prata. Porém, este é só um nome, pois qualquer água que existia no lugar minguou há muito tempo. Eles levam uma vida sofrida e solitária, pois podem passar meses até que alguém apareça em sua cabana. Lugh e Saba são gêmeos e carregam uma ligação muito especial. A garota é dependente do irmão pra tudo: como ela mesma afirma, Lugh é seu sol. Já Emmi é desprezada pela irmã, porque foi no parto da menina que a mãe deles morreu.

A vida pacata termina abruptamente quando, no meio de uma tempestade de areia, quatro guerreiros trajados de preto matam o Pai e sequestram Lugh, fazendo desmoronar o mundinho daquela família.

Saba, que prometeu recuperar seu sol a qualquer custo, decide partir em uma jornada épica atrás dele. Porém, os perigos e desafios de um mundo até então desconhecido para ela podem ser fatais, e carregarem junto todos aqueles de quem ela gosta.

“O homem sábio vê isso, dá meia-volta e foge o mais rápido que pode. (Jack)

Mas a gente num vai dar meia-volta, falo. (Saba)

Não, ele fala. Sabedoria num é uma virtude que eu finjo ter.”

Pg. 247

Um fato curioso é que a autora usa uma linguagem tipicamente “caipira” para narrar as falas dos personagens. “Vamo”, “tá”, “fazeno”, “comeno”, “num” e assim por diante são corriqueiros e ninguém fala corretamente no livro. Apesar de ser bem estranho no começo, depois de um tempo o leitor se acostuma com isso e dá pra perceber nitidamente o que Moira Young quis mostrar. Naquele mundo futurista a sociedade regrediu aos primórdios da civilização. As pessoas são reclusas, não existem grandes cidades e nenhum tipo de tecnologia.

Porém, o mais incrível é a comunicação, ou falta dela, que se dá somente por via oral. Não existem livros ou qualquer tipo de escrita, as pessoas são rudimentares até na fala, como se fosse uma espécie de regressão evolutiva necessária. É como se tivéssemos que retornar a um estágio anterior porque evoluímos demais em pouco tempo e não soubemos lidar com isso. Foi fascinante perceber que a autora conseguiu dizer tudo isso nas entrelinhas, quando o foco da trama está todo em outro lugar (a busca de Saba por seu irmão).

“Eu num vou abandonar você, falo. Prometo. Vou tentar ser uma irmã melhor pra você Emmi. (Saba)

Tá tudo bem. Num precisa. Eu to meio que acostumada com você do jeito que é. (Emmi)”

Pg. 218

Preciso confessar que até a página 100, mais ou menos, o livro foi bem arrastado para mim. Talvez a autora pudesse ter agilizado um pouquinho mais o começo da ação. Porém, depois que ela acontece não dá pra largar o livro. É um acontecimento atrás do outro, entram em cena novos personagens muito divertidos e, é claro, um mocinho extremamente fofo, mas com aquela pegada bad boy que agrada tanta gente! Eu terminei Caminhos de Sangue apaixonada por Saba, Jack, pela fofa da Emmi, pelo Ike, pelas Gaviãs Livres e por todo aquele universo tão bem descrito por Young.

“Eu num tenho tempo pra isso Emmi, digo. Eu…

Cala a boca Saba, ela fala.

Eu to tão bestificada que fico quieta.”

Pg. 261

Saba é uma protagonista bem difícil de lidar: assim como os personagens (principalmente a Emmi, que é esculachada constantemente pela irmã) temos dificuldade em aceitar os trejeitos grosseiros e as atitudes malucas dela. Ainda bem que podemos acompanhar seu desenvolvimento, até que no final o livro todo já tem uma pegada bem mais divertida, mesmo com os acontecimentos sombrios que o permeiam.

“Atrás de mim ele (Jack) começa a cantar.

Eu já escalei montanhas altas e naveguei por mares vastos

E muitas formosas vi

Mas a beleza dela me derrubou com um único olhar

Ó, Annie malvada, a quem nunca hei de agradar.

(…)

Ah, tantas belezas desejaram que eu ficasse

Mas só Annie me arrebatou

Pode me ferir, me afastar, meu coração cortar

Mas minha Annie malvada eu não vou deixar.

(…) Em pouco tempo to cansada não só da melodia e da voz dele, mas também de ouvir falar da Annie malvada. Que canção imbecil. Quer dizer, que tipo de idiota ia aguentar uma mulher tão problemática?”

Pg.278

Na capa há uma citação assim: “Forte… Perfeito para fãs de Jogos Vorazes”. Eu, pessoalmente, não gosto deste tipo de comparação, principalmente na capa de um livro. Porém, é impossível não notar certas semelhanças: protagonista durona sacrifica quase tudo por um irmão, tem que lutar contra diversos oponentes por obrigação, um mundo alternativo onde as diferenciações de classes sociais são mais rígidas e onde a violência é lei. Entretanto, acredito que Saba é ainda mais dura que Katniss: ela tem dificuldades em gostar de qualquer um e de qualquer coisa que não seja seu irmão. E é este processo de amadurecimento que também acompanhamos ao longo da jornada.

Poderia ficar falando horas sobre o livro, pois ele realmente rende muita discussão e muita reflexão. Porém, acredito que só me resta recomendar Caminhos de Sangue firmemente, não só para fãs de young adults, mas para todo mundo que procura um livro de entretenimento que agrega cultura e um pensamento bem marcante sobre os rumos que damos para nossa sociedade.

Resenha em http://mundodaleitura.net/?p=4768
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Nathi 15/07/2012

Resenha - Caminhos de Sangue
A Lagoa da Prata é um lugar árido e assolado pela precariedade. É nela que vive Saba, uma jovem com dezoito anos recém-completados, junto com seu irmão gêmeo Lugh, sua irmã mais nova, Emmi, e seu pai, Willem, um homem muito sábio que vê nas estrelas as respostas para todas as questões.

Saba e Lugh nasceram na noite do solstício de inverno. Eles são completamente diferentes; Lugh tem cabelos dourados e olhos azuis, Saba, cabelos pretos e olhos castanhos. Lugh é a luz, Saba é sua sombra. A única coisa que compartilham é o amor, e o dever de proteção e devoção que têm um pelo outro.

"Os mesmos homens que mataram o Pai levaram o Lugh, falo. Eu vou atrás deles. Num sei pra onde levaram ele. Pode ser muito longe daqui. Posso demorar um tempo pra encontrar ele. Mas eu vou. Vou trazer ele de volta."
Página 35

Mas a tranquilidade e a alegria de Saba cede lugar ao medo e sofrimento quando, após uma terrível tempestade de areia, quatro homens com mantos negros assassinam seu pai e sequestram Lugh. Agora, ela terá que abandonar sua casa, e rumar ao desconhecido para encontrar seu amado irmão; no caminho, ela contará com a ajuda de um grupo de jovens guerreiras, as Gaviãs Livres, e Jack, um garoto charmoso e irritante, além do seu fiel corvo de estimação, Nero.

"O Nero faz o de sempre, que é se empoleirar no meu ombro e gritar bem alto no meu ouvido, pra me dizer o que ele tá pensano. Ele sempre tem uma opinião, O Nero, e ele é muito esperto mesmo. Eu acho que se a gente entendesse a língua dos corvos a gente ia descobrir que ele tava dizeno uma ou duas coisas sobre o melhor jeito de consertar um telhado."
Página 14


Para ler a resenha completa, acesse: http://www.booksinwonderland.com/2012/07/resenha-caminhos-de-sangue.html
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AndyinhA 12/08/2012

Trecho de resenha do blog MON PETIT POISON

Tentei não me influenciar pelo que a capa dizia e entrei na história como se Jogos Vorazes (que não achei tudo isso) não tivesse sido mencionado. Mas a história não me prendeu tanto assim e confesso que fiquei um tempinho até entender porque este livro tinha sido comparado à ele.

A personagem principal “fala” de um jeito estranho. Ela não coloca os ‘d’ – comeno, falano, andano – e por aí vai. E sem contar que a autora não coloca aspas ou travessão para os diálogos, e no início esses dois itens me incomodaram e muito. Tanto que eu quase não conseguia me concentrar na leitura.

Mas quem me irritou mesmo foi a irmã caçula – Emmi – que guria chata, ela é do tipo de personagem que está lá para fazer burrada e aí sim as coisas acontecem, tipo: a Saba fala para a irmã ficar em um determinado lugar, aí ela não fica, é capturada ou algo acontece e lá vai a Saba atrás da irmã. Na primeira vez é legal, na segunda você já fica com pé atrás, na terceira comecei a perceber que a história só acontecia porque a irmãzinha fazia burrada. Não colou.

Para saber mais, acesse: http://ow.ly/cULGE
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Blog MVL - Nina 12/07/2012

Em uma mistura de passado e futuro, ficção científica e drama, Moira Young narra uma estória que poderia muito bem ter sua origem nas lutas de escravos romanas que deram origem aos Gladiadores. Só que dessa vez é uma garota armada no comando.

Em “Caminhos de Sangue” o leitor é introduzido ao universo árido, hostil e letal onde a protagonista Saba nasceu e viveu a maior parte de sua vida. Aos dezoito anos a jovem sobrevive junto ao pai e aos dois irmãos em um deserto longe de tudo, onde falta água e comida. Saba possui uma ligação intensa com o irmão gêmeo “Lugh”. O pai é um homem supersticioso que acredita na sabedoria das estrelas, para ele, tudo o que precisamos saber sobre o presente, passado e futuro está escrito no céu. Quando cavaleiros de preto chegam a sua casa, assassinam seu pai e levam seu irmão amado, Saba é forçada a deixar de lado tudo o que conhecia para reaver Lugh. Embarcando em uma viagem em busca do irmão, Saba acabará encontrando mais do que esperava, inclusive que seu pai sempre estivera certo sobre as estrelas e que o seu destino como guerreira já estava escrito.

Sol, sertão, fome e pobreza. Eu poderia estar falando de grandes clássicos da literatura brasileira, mas estou me referindo ao livro “Caminhos de Sangue”, publicado pela editora Intrínseca em Junho deste ano. Utilizando uma linguagem com elementos folclóricos e informais, a autora aproxima o leitor da realidade dura de seus personagens. Estabelecendo uma estrutura narrativa onde os diálogos estão mais agregados aos pensamentos da protagonista do que propriamente definidos (não existe travessão ou aspas para identificar uma fala). Imagino que não tenha sido uma tarefa simples traduzir o livro e tiro o chapéu para Fábio Fernandes, o tradutor responsável. Era imperativo que ele preservasse a singeleza da prosa. Moira Young apresenta uma obra atemporal, que poderia se passar em qualquer parte do mundo, em qualquer era da história. A série “Dustlands” poderia ser classificada como sui generis, por englobar muitas ideias diferentes – distopia, pós-apocaliptico, ficção científica -, e assim se tornando único em seu propósito.

Saba é uma protagonista de natureza dúbia. Ela é capaz de benevolência a altruísmo, mas também possui violência e crueldade na mesma medida, ela também é bastante divertida em alguns momentos já que vive em constante estado de rabugice. A voz da personagem é tão forte que suas emoções praticamente se tornam parte do leitor, é uma ligação que acontece desde a primeira frase do livro e se estende até a última. Sua determinação e paixão são características que conquistam o, mesmo quando ela solta uma torrente de maldições e libera seu mau humor crônico. E é claro, para a cereja do bolo temos Jack. O cara metido e irreverente que não consegue ficar muito longe de Saba. Há um Q de Han Solo na personalidade do personagem que o faz praticamente irresistível para o público feminino e a química entre ambos, suas discussões, e a forma como ele derruba cada muro emocional que ela constrói é memorável.

“Caminhos de Sangue” é um livro extraordinário, a continuação Rebel Heart (Coração Rebelde) chega aos Estados Unidos em Outubro deste ano. Ainda existem muitos enigmas a serem solucionados e a batalha de Saba, Jack e Lugh ainda não acabou. Com o fechamento desse primeiro volume a autora evidencia que a guerra está apenas começando.

Leitura obrigatória, saia de sua cadeirinha e vá comprar o livro. Depois volte aqui e me agradeça.

Marina Moura | http://www.minhavidaporumlivro.com.br/
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