Luara 23/08/2012Existe sim uma esquerda!Tentarei expressar aqui, os pontos que mais gostei, desenvolvidos por Safatle, que considero importantes e necessários a serem pensados.
Safatle apartir da ideia de que a esquerda se encontra numa suposta dormência, diz que é necessário doses de realidade, para apartir dai retornar as discussões inegociáveis da esquerda. Defende citando exemplos brasileiros dessa estagnação no presidencialismo de coalisão.
Relembra o que escutamos frequentemente, que "direita" e "esquerda", não existe e que não faz sentido. Sendo que encontramos por várias vezes posições políticas e leituras da vida social, radicalmente antagônicas.
Num outro ponto fundamental, para mim do livro o autor discursa, algo mais ou menos assim: "estamos dentro duma sociedade onde se negocia supostas melhorias num modelo defeituoso, já que o outra que tem intenção de promover rupturas drásticas trouxeram também muito sofrimento. Então a partir dessas afirmações o autor coloca, a esquerda deve se posicionar colocando algumas questões como inegociáveis. Para ele uma das questões que não tem de haver nenhuma negociação são os processos fundamentais para uma verdadeira coesão social.
Achei essa citação preciosissima, que o autor utiliza pra falar de práxis e pensamento:
"O pensamento age quando pensa"- Martin Heidegger
Em outro momento afirma que a maior luta da esquerda é contra a desigualdade social e econômica, pois as duas, submetem todas as demais, defende que só a esquerda que não teme dizer seu nome tem como agenda superar a democracia parlamentar pela pulverização de mecanismos de poder de participação popular direta.
Cita uma expressão popular, que diz: " Uma das maiores astúcias do diabo é nos convencer de que ele não existe". Fazendo então uma alusão ao comportamento da direita ao dizer que o conflito de classes é um delírio de esquerdista centenário( peço licença para os leitores, pois tive que rir).
Afirma se lutamos por sociedade igual, nos é cabido agirmos "indiferentes as diferenças". Discursa isso colocando a grave questão do empoderamento da direita sobre o conceito de multiculturalismo, e sua transformação, já que antes a esquerda se utilizava dela apartir da ideia de conflito social, e hoje se transformou em conflito cultural.
Por fim coloca uma questão a ser pensada, aonde diz que " devemos pensar uma teoria do governo"... a esquerda pensa o poder mas como já vimos nos antigos regimes ou mesmo governos de esquerda, parecem não saber o que fazer.