O Torreão

O Torreão Jennifer Egan




Resenhas - O Torreão


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Quatro mulheres e um livro 18/04/2016

Tradição x Tecnologia
Esse foi um livro que comprei por causa do preço na Bienal de São Paulo e ficou na estante por dois anos esperando o momento certo para ser lido. Não conhecia muito o trabalho da autora, havia lido apenas alguns trechos do livro Caixa Preta.

O torreão apresenta o Danny um viciado em celular, que aos olhos do pai não havia conquistado nada. Mas as conquista de Danny estavam relacionado com questões práticas como ter relações sociais, acesso socais, saber como conseguir um taxi na tempestade e etc. Sua vida toma um rumo diferente, quando seu primo Howard o convida para ajuda-lo a transformar um antigo castelo em um hotel de luxo. Quando Danny chega ao castelo, ele fica envolvido com os mistérios do torreão, uma torre impenetrável onde mora a condessa, o último membro da família que continua no castelo, mesmo após a venda dele.

Em paralelo a narração do castelo, somos levados a penitencia onde vamos acompanhar a história de Ray, um detento que frequenta a aula de escrita, para ficar longe de seu companheiro de cela que possui comportamentos muito estranhos.

Achei uma história simples e com algumas pitadas de elementos fantásticos que criam uma atmosfera de mistério. Esses elementos, sempre me causam uma sensação de estranhamento e dúvida, pois os eventos podem estar mesmo ocorrendo ou o personagem está imaginando tudo.

Jennifer Egan faz uma forte crítica em relação ao excesso da utilização de tecnologia principalmente da utilização do celular por parte de Danny, que levou uma antena para captar o sinal do satélite, pois não conseguia ficar sem se comunicar, ele sentia um grande vazio. Ele possuía um dom um pouco fora do comum, era capaz de saber se o lugar possuía o sinal de celular pela pele.

E outra critica é ao consumo do entretenimento pronto que fazem com que as pessoas não tenham a necessidade de criar. Tanto que Howard queria seu hotel fosse um lugar sem acesso tecnológico, para que seus hospedes poderiam ser turista de suas próprias imaginações.

As pessoas estão entediadas.Estão mortas! Vá a um shopping e dê uma olhada nas caras. Fiz isso durantes anos...Ia de carro para os shoppings no fim de semana e ficava lá sentado, só observando as pessoas, tentando entender aquilo. O que está faltando? Do que elas precisam? Qual será o próximo passo? E então, um dia, entendi: imaginação. Perdemos a capacidade de inventar coisas.

Eu gostei e achei muito interessante o modo utilizado para montar a narrativa, contar uma história dentro de uma história, isso me deixou curiosa para descobrir o que acontece com os personagens e como as histórias contadas iriam se entrelaçar. Não posso deixar de mencionar o narrador, que durante a narração conversa com o leitor e vai esclarecendo alguns pontos absurdos da história que passaram despercebidos por mim. Egan não utiliza os travessões para o diálogos, coloca o nome do personagem e dois pontos. Outro recurso que ela utiliza é enumerar os pesamentos de Danny.

Algumas passagens do livro, principalmente o relacionamento da Condessa com Danny, que vê sempre jovem e os outros personagens a veem muito velha, me fez lembrar muito do livro Aura de Carlos Fuente.

site: www.quatromulhereseumlivro.com.br
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@tigloko 06/04/2016

Hotel de Luxo
Um suspense muito bem orquestrado que realmente te prende a historia, com um nível de detalhes impressionante, o que torna a experiência muito mais prazerosa.

O livro conta a historia de Danny, um viciado em celular (maquinas, como ele mesmo se refere) de 36 anos, que recebe uma proposta do primo Howard para ajuda-lo a reconstruir um castelo antigo e transforma-lo em hotel. Mas o fato é que Danny se afastou do primo muitos anos antes devido a uma brincadeira de mau gosto que deixou cicatrizes psicológicas tanto nele quanto no primo. Depois de chegar ao castelo coisas estranhas começam a acontecer e deixam-no mais intrigado e desconfiado do que ele já é.
Em contrapartida temos outro protagonista, que no inicio da historia sabemos que ele é um criminoso na cadeia escrevendo uma historia no grupo de textos do presídio.

A autora Jennifer Egan consegue te prender na historia devido à profundidade do protagonista Danny (que é estranho, paranoico, invejoso, arrogante e tudo que há de ruim kkk).Também pelo fato que certo momento você já não sabe o que é sonho e realidade dentro da narrativa, o que deixa um sentimento de confusão, brincando com sua atenção aos detalhes. Tanto é que a autora junta às falas com os pensamentos, o que causa mais confusão.

Ponto negativo é que o livro não consegue manter o suspense até o momento devido , quando se tem a maior revelação do mistério , o mesmo já esfriou faz tempo e fica aquela sensação de decepção.

Enfim, o livro é bom, pois não entrega ao final todas as respostas, deixando a sua interpretação, coisa que gosto muito. Além disso, o livro alterna entre os dois protagonistas de forma a te deixar interessado nas duas partes (particularmente gostei mais das partes no presídio).Mas podia ser um livro excelente...

Recomendo!
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Helder 13/10/2015

Torre dificil de escalar
Impossível negar que Jeniffer Egan seja uma boa escritora, mas algo aqui não me pegou. Foi difícil me envolver com o Torreao, pois, a princípio, Danny, o personagem principal é totalmente antipático. Já com 36 anos parece um menino mimado com medo de crescer. Carinha modernoso demais. Suas botas, seu batom, suas ideias. Fica até difícil de imaginar alguém assim. Modernoso demais. Um chato metido a besta, ou somente um cara sem noção. O interessante em Jennifer Egan é que ela não nos entrega as coisas mastigadas, e as vezes nem as entregas. Simplesmente vai montando um ambiente e nós leitores vamos tomando nossas próprias conclusões. Com pequenas dicas, percebemos que Danny tem muita coisa a esconder de seu passado, e percebemos também toda a sua insegurança. O problema é que com o tempo isso vai cansando. A extrema necessidade do mesmo em estar sempre conectado beira o ridículo. O mesmo ocorre quando ele entra na neura entre Howard e o Verme. Já encontrei personagens perturbados mais interessantes na literatura. Danny é chamado por seu primo para ir ajuda-lo na reforma de um antigo castelo na Europa que ele pretende transformar em um hotel meio hippie, algo estilo Ilha da Fantasia da Nova Era. Mas que talento ou conhecimento tem Danny para agregar a este projeto? E o que é Howard? Um milionário lunático? Um líder messiânico? E o que faz aquele monte de gente ali naquele castelo? Em paralelo a isso temos um presidiário que está escrevendo um livro e se apaixona pela professora do presidio, enquanto tem que lidar com seus colegas de cela malucos. Estaremos lendo o livro que ele está escrevendo ou Danny está vivendo aquilo? E o que é realidade e o que é alucinação? Parece legal esta brincadeira com o leitor, certo? No meu caso não foi bem assim, pois em diversos momentos me cansei de tudo aquilo. Existem capítulos soberbos, como quando Danny encontra a Baronesa, mas imagina você ler um capitulo de 10 páginas e não entender nada do que está sendo dito ali?? Foi o que senti no capitulo onde Davis fala para Ray sobre o rádio dos mortos. Tiração de sarro? Bando de alucinados? Conto de fada? No final, que por sinal é bem interessante, tudo se explica, e acaba sendo interessante que não seja de maneira simplista, pois ali se faz literatura, mas confesso que foi difícil chegar até este ponto. Muitos tuneis subterrâneos sobre o Torreão muitas vezes me davam a impressão que eu ia me perder. Acho que não recomendo esta viagem. Mas se quiser seguir, tome cuidado e não vá com muita sede ao pote. Esperando menos, talvez se surpreenda mais.
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Clóvis Marcelo 05/08/2015

Comecemos O Torreão sem saber para onde estamos sendo levados. O livro é narrado por um prisioneiro, Ray, e intercala acontecimentos do seu cotidiano com a vida do protagonista Danny. Logo de cara sentimos que esse narrador não é tão confiável e que, de certa forma, esteve envolvido na fábula do castelo. Mas afinal, o que se passa nas cercanias do torreão é uma história fictícia ou realmente aconteceu?

Essa dúvida causa uma sensação de desconforto e nos deixa mais atentos ao que está acontecendo. Grande parte da história se passa no castelo, com algumas passagens monótonas; o foco se encontra sobretudo na prisão, as partes mais interessantes, para mim.

Jennifer Egan escreve todo o livro em diálogos não convencionais. Parece uma peça teatral mostrando o nome dos personagens, porém misturando as conversas com os pensamentos deles (estilo Saramago, só que com menos rigor). A perspectiva masculina lhe cai perfeitamente bem, e sente-se que estamos lendo sob o olhar de um homem.

O livro é um quebra-cabeça feito para brincar com a imaginação do leitor. O tipo de história que ou amamos a resolução do mistério, ou odiamos aquilo que fomos levados a acreditar.

Não existe maneira de conversar muito sobre essa trama sem revelar os grandes segredos que a cercam. Contudo, em resumo, posso dizer que O Torreão é um livro inteligente que inicia com uma critica a dependência aos meios de comunicação e finaliza com o poder avassalador de uma história bem construída.

É impossível concluir esse livro de forma impassível. Fica a recomendação.

ME FEZ LEMBRAR...

Aura de Carlos Fuentes, devido a sobrenatural baronesa. Orange is the new Black, por motivos de prisão.

CITAÇÕES

"Danny não tinha a menor ideia do que era a coisa. Tudo o que sabia era que vivia mais ou menos num estado constante de expectativa de alguma coisa, a qualquer dia, a qualquer hora, uma coisa capaz de mudar tudo, virar o mundo de cabeça para baixo e pôr a vida toda de Danny em perspectiva, como uma história de sucesso absoluto, porque toda reviravolta e guinada, todo impasse e fracasso sempre teriam levado a isso."

"O que está faltando? Do que elas precisam? Qual será o próximo passo? E então, um dia, entendi: imaginação. Perdemos a capacidade de inventar coisas. Passamos esse trabalho para a indústria do entretenimento, e ficamos sentados por aí babando na camisa, enquanto eles fazem isso por nós."


site: http://defrentecomoslivros.blogspot.com/2015/08/resenha-o-torreao-jennifer-egan.html
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Janaina Alves 20/07/2015

Enigmático!!!
Um livro que quando terminei fiquei pensando se tinha deixado escapar algo, pois no fim ele não te dá todas as respostas. Particularmente gosto disso, desse mistério, que nos dá margem pra interpretações. Gostei da leitura.
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Caronte 31/05/2015

A baronesa irá recebê-lo agora...

Você compra um castelo e ganha de brinde sua própria baronesa (parabéns!), porque ela se recusa a sair, e se tranca no torreão, à beira do isolamento. Pera! Era melhor ter começado do começo? Deixa eu voltar um pouco, então...

O personagem que inicialmente seguimos se chama Danny, que é convidado por um primo para o ajudar a transformar um castelo em um hotel de luxo, em uma espécie de retiro sem tecnologia, porém com medo de ficar sem contato com sua vida em Nova York, ele leva uma antena parabólica, mas o qual o sentido dessa viagem afinal?

Esse é só um pedaço da resenha d'O Torreão feita pelo Parágrafos para Grifos, para ler mais acesse nosso blog.

site: http://paragrafosparagrifos.blogspot.com.br/2015/04/resenha-o-torreao-jennifer-egan.html
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ElisaCazorla 24/04/2015

Novelinha bobinha
Livro juvenil, simplório, subestima os leitores e escrito por alguém que parece não ter lido o suficiente e ter como fontes de inspiração nada mais do que reality shows norte americanos. Livrinho do tipo novelinha mexicana metida a super produção 'roliudiana', ou seja, de qualquer forma é um grande desperdício de tempo.
Fraco, mal escrito, mistérios óbvios e previsíveis, personagens fracos, ideia central já bastante debatida há décadas por clássicos. A autora, preciso enfatizar isso, não leu o suficiente antes de começar a escrever. Ela deve achar que escreveu algo inovador e incrível quando, na verdade, só repetiu uma série de ideias já exaustivamente visitadas pela literatura e pelo cinema.
Obra repleta de frases frases feitas, ideias juvenis, que parecem ter saído de redes sociais, e previsibilidade. Me senti uma estúpida lendo este livro. Em diversos momentos fui obrigada a parar, olhar para o horizonte, suspirar e dizer para mim mesma "não é possível que esteja mesmo lendo isso!"

Se o que procura é uma leitura interessante, não recomendo. Se quiser saber O QUE NÃO FAZER enquanto escrever um romance, esse seria um ótimo exemplo.
Helder 13/10/2015minha estante
Não achei tão ruim quanto vc, mas até que concordo com muito que vc falou. Diversas vezes me perguntei porque estava lendo aquilo. Difícil encontrar um protagonista tão irritante quanto Danny.


ElisaCazorla 15/10/2015minha estante
Concordo com você sobre o personagem, Helder. Realmente irritante! Mas, definitivamente não gostei mesmo desse livro. De nada nele, nem do estilo, do enredo, dos personagens, da prosa, nada! Fiquei até com um pouco de raiva do livro por ter perdido um tempo que poderia ter sido usado com outro livro. Mas, se não tivesse lido, não teria sabido disso, então, não tem outro jeito: cada livro precisa ser lido para descobrir se gostamos ou não.


Willian 03/03/2017minha estante
Disse tudo....




Karina 24/03/2015

Muito incrível...
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Aline T.K.M. | @aline_tkm 20/03/2015

Meio louco, meio sombrio, meio dramático, meio irreal, meio misterioso...
Se tem alguém que é capaz de entrelaçar histórias e personagens dos mais diversos, fazendo com que suas trajetórias se toquem e influenciem, esta pessoa é Jennifer Egan. Em O Torreão, a autora mescla passado e presente, realidade e fantasia, e joga tramas e personagens em estradas que acabam por conduzir a uma mesma encruzilhada.

Sim, eu disse “tramas” no plural, mesmo. Quando o leitor começa a penetrar mais fundo na história de Danny, as páginas seguintes descortinam uma segunda trama que caminha em paralelo à primeira. Esta se trata da história de Ray, detento em uma prisão, que passa seus dias a ocupar-se com um curso na cadeia – e a nutrir certa fixação pela professora.

A sensação de clausura é grande. Apesar da imensidão do castelo, Danny está preso: distante do mundo virtual, do qual é tão dependente, sem se comunicar com seus contatos nem lembrar os demais de sua existência – o fato de ter trazido consigo uma antena portátil não serviu de nada, afinal. Já Howard carrega o trauma de ter permanecido perdido e sozinho em uma caverna, resultado de uma brincadeira de mau gosto quando adolescente. E Ray, por sua vez, está na prisão, clausura física mas também mental – a mesma rotina, os mesmos lugares, as mesmas pessoas, as mesmas picuinhas. Com a clausura, a solidão vem de brinde.

Um pouco como nos demais livros da autora, os males do mundo contemporâneo se fazem presentes, costurados na história de ares góticos. A dependência por vezes doentia do ser humano com relação à tecnologia, bem como a necessidade de estar “sempre conectado” e em contato com o outro, denunciam um medo descomunal do estar sozinho. Do outro lado, temos a baronesa anciã que vive solitária no torreão, sem nunca pisar fora dali e recusando-se a deixar a propriedade que vinha sendo de sua família há 900 anos. Por cima de tudo isso, a trama nos apresenta o ser humano contemporâneo desprovido da capacidade – e da disponibilidade – da imaginação, delegando esta tarefa (a de imaginar) à indústria do entretenimento, da qual passa a ser dependente.

Se o homem perdeu o poder de imaginar, o livro, por outro lado, explora bastante o aspecto imaginativo. Realidade e especulações se confundem a tal ponto que o leitor fica à mercê das palavras da autora. Pensamos e especulamos junto dos personagens e sobre os personagens.

Sabe aquela sensação de que nada é o que parece ser? Pois bem, estamos falando de Jennifer Egan e, justamente por isso, o leitor pode esperar boas reviravoltas e surpresas. Já deliciados pela prosa da autora e acreditando nos aproximarmos do desfecho de tudo, uma terceira trama chega para nos dar algumas respostas e, de forma inteligente e saborosa, plantar-nos mais algumas dúvidas. Enfim, as interpretações e possibilidades se multiplicam do início ao fim.

Diferente e imagético, O Torreão é um livro assim, meio louco, meio sombrio, meio dramático, meio irreal, meio misterioso. E intenso. Vale a leitura e uma boa viajada antes, durante e depois. Só não vale ficar de comparação com os outros dois livros da autora lançados por aqui; publicado originalmente antes, O Torreão não alcança (na própria trama e qualidade narrativa) os excelentes Olhe para mim e A visita cruel do tempo. Ainda assim, é um livro muito bom; recomendo sem hesitar.

LEIA PORQUE...
É um livro fora do usual, que une elementos improváveis à primeira vista. Leitura gostosa, deixa o leitor matutando. Ao mesmo tempo, vejo-o como um livro que talvez não agrade a totalidade dos leitores. Conselho: mergulhe de cabeça aberta, sem amarras.

DA EXPERIÊNCIA...
Não é segredo que gosto muito dos livros da Jennifer Egan. Meio diferentão dos outros dois, este aqui também me agradou: fui envolvida pela trama, e continuei percorrendo-a em pensamento mesmo depois de virada a última página.

FEZ PENSAR EM...
Fluam, minhas lágrimas, disse o policial. Embora os dois livros sejam distantes com relação ao gênero e à trama, na distopia futurista de Philip K. Dick vemos um protagonista cuja realidade é extremamente questionável. A trama mexe com a percepção do real, evidencia a solidão e, assim como no livro de Jennifer Egan, faz o leitor viajar.


site: http://livrolab.blogspot.com
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Carol 20/03/2015

Sinceramente achei o livro bem ruim, as 3 estrelas são pelo desenvolvimento individual das diferentes histórias que são, na minha opinião, desastrosamente interligadas.
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Rosem Ferr 26/02/2015

O Torreão
O neogótico da natureza humana.

“...Fantasia e realidade, emoção e perigo, paginas vertiginosamente inventivas, inteligente, desafiador, empolgante, um livro que vale a pena ser lido.”

Logo no anverso da primeira pagina, nos deparamos com menções de diversas mídias sobre a obra, como Jennifer Egan é jornalista e colunista do The New York Times, pensamos “assessoria potente e puro rasgamento de seda”, então você lê pra crer e...É tudo verdade!

Em seu Torreão, Egan penetra no “não dito”, nos segredos e culpas escondidas na memória do carismático e irreverente Danny, que ao explorar os sinistros e úmidos caminhos do castelo, irá nos conduzir aos limites sombrios de suas aventuras e desventuras.

“Alto: ele estava no meio de um fim de mundo desgraçado. Era uma coisa radical e Danny gostava de coisas radicais. Elas o distraiam.”

Ao adentrar aos limites do Torreão, que muitas vezes associa-se ao próprio Danny, já percebemos que toda a ambientação descrita, relaciona-se a angustia de seu passado secreto com seu primo Howie. No entanto apesar do relato de mistério, suspense e medo vinculado a fantasmas do inconsciente, mescla-se uma ironia sarcástica e mordaz, traço marcante da personagem, que não se deixa abater, ergue-se dos escombros, não é corajoso, é ousado, atrevido e cínico.

“...cheiros que alguma vez o fizeram pensar apenas por um segundo (mas depois esquecer) que a vida normal era fina, era frágil: uma película tênue esticada por cima de uma outra coisa que nada tinha a ver com ela, uma coisa grande, estranha e escura.”

A inventividade e gênio criativo da autora nos surpreende a cada página com esse Danny anti-heroi, bipolar e carismático, que monopoliza a narrativa de oito capítulos alegremente saltitando em suas botas da sorte.

O s conceitos de “alto” e “verme” que Danny interpõe a determinadas situações são marcantes e inesquecíveis.

Ele próprio, um ícone da era da informação com sua “absoluta” e droga adicta necessidade de estar conectado para sentir-se alguém, ou parte de algo, numa paródia entre a rede e a falta de sentido que amplia a solidão contemporânea.

E ai vamos nós, aos caminhos bifurcados da metalinguagem, pois Danny é o fantástico protagonista, mas quem esta contando a historia é o enigmático Ray, temos então uma viagem a parte, ou seja, a relação entre abrir as portas da imaginação como uma passagem de primeira classe para a liberdade, pois é do interior de uma prisão que ele escreve.

Nesta construção hibrida, fatos relaciona-se, pessoas, rancores, amores, mulheres, desejos e sonhos aparentemente impossíveis com um desfecho surpreendente e genial.

Embarque para Praga agora mesmo, o Torreão esta a sua espera.

Excelente leitura!

By Rosem Ferr.:.
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Larissa 27/01/2015

Eu cheguei ao “O Torreão” de Jennifer Egan por uma lista de “Os Melhores livros publicados em 2012”. Egan também é autora de um outro livro muito elogiado: “A Visita Cruel do Tempo” que já entrou para minha lista de próximas leituras.

Depois de ler “O Torreão” fui ver pela internet o que as pessoas haviam achado do livro. Primeira impressão: alívio. Não fui a única que no começo do livro, não estava entendendo bulhufas do que estava rolando por ali. Segunda impressão: Fui uma das poucas que entendeu o fim da história.

Durante o livro temos duas linhas narrativas: de Dany e de Ray. No começo estava tudo meio embolado, no mesmo capítulo um parágrafo falava sobre o Dany e no seguinte já era a história do Ray. E eu tinha que parar, piscar e voltar pra tentar entender.

Concordo com as outras opiniões de que a autora tentou criar um clima de terror no início que não colou. Outras coisas que aconteceram durante o livro também ficaram com uma cara de “Lost” (o seriado), e não foram explicadas. Apesar de que, na contra capa do livro temos um pequeno resumo dizendo que Dany se envolve em uma aventura e em determinado momento não sabe mais dizer o que é real ou não, conclui que provavelmente o fato da autora não explicar tudo seja proposital, assim com o fim do livro, a dúvida do “aconteceu ou não”, deixa de ser do Dany e passa a ser do leitor.

A história: Dany vai para uma região no interior da Europa para ajudar seu primo na reforma de um castelo, a ideia é transformar o hotel em um lugar onde as pessoas possam se desconectar do mundo e viverem novas experiências. Mas muitas coisas estranhas acontecem com Dany no pouco tempo que ele está por lá: uma baronesa misteriosa, uma piscina provavelmente assombrada e nenhum contato com o mundo externo. Já Ray é um presidiário que participa de aulas de escrita criativa e tenta com a sua história criar uma ligação com Holly, sua nova professora.

Apesar de muita gente ter criticado o fim do livro dizendo que não fazia o menor sentido, eu achei o final muito satisfatório. Fez surgir aquele pequeno sorriso no meu rosto quando eu comecei a ligar os pontos e vi que diferente do que eu esperava, a história pareceu fechar um ciclo e tornar real algo que antes era apenas uma pequena passagem lá no início da história de Dany.

Acho que é exatamente essa sutil referência a algo que foi criado no meio da história que torna o livro de Egan tão especial. É uma daquelas histórias que eu gostaria de ter escrito, porque no fim, depois de todas as voltas, o objetivo é simples. Quer dizer, muitas coisas não foram explicadas, mas eu não leio romances para ter explicações literais de tudo o que estava acontecendo. Acho que alguma coisa tem que ficar para imaginação do leitor. Esse sentido que a autora tentou imprimir no texto tem que passar pela sensibilidade de quem está com o livro.

Talvez por ser um livro tão elogiado pela crítica as pessoas esperavam por uma história mais obvia, o que ela acaba não sendo. Por isso acho que “O Torreão” é uma boa oportunidade de exercitar nossa capacidade de leitura e interpretação, abandonando de vez o hábito de apenas “ler mais um livro”.

site: https://literaturapessoal.wordpress.com/
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Pandora 09/01/2015

Não gostei de O Torreão. Não me cativou. Achei confuso e sem sentido de uma maneira chata. Porque o nonsense pode ser bem interessante, mas não foi o caso deste livro. Parece uma colcha de retalhos mal remendada, com fios soltos e personagens sem carisma e que não se conectam. Curiosamente, a parte que mais me interessou foi a final, quando o foco passa a ser a professora, que até então era importante na vida do presidiário, mas de forma secundária.
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Nat 18/02/2014

Demorei um pouco pra ler. Comecei, li 3 outros livros, voltei para esse.
Mas adorei!
Um pouco de mistério, muito bem escrito, com um final muito bom.
Para quem escuta música clássica: combina com esse livro. Li os últimos capítulos, escutando uma boa coletânea. Intensificou a leitura e me deu arrepios com Carl Orff (O Fortuna).
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