Flavia_Lo 13/05/2024
Não sou acostumada a ler ficção científica, fiquei com um pé atrás se eu iria entender, detesto me sentir burra, ser leiga em alguns assuntos é uma coisa, agora, ler algo que parece que tá escrito em um idioma desconhecido é muito frustrante.
Mas que surpresa boa, mesmo tendo muitos termos técnicos, a leitura foi bem tranquila e o fato de ser contos facilita ainda mais o entendimento, porque não é uma única narrativa que se estende por 200 páginas.
Alguns contos me divertiram muito, os robôs tem diferentes personalidades caóticas, porém nada se sobrepõe a engenhosidade das linhas de raciocínio do Asimov, as dúvidas que ele implanta na cabeça do leitor, são muito parecidas com os questionamentos das pessoas em relação às Inteligentes Artificiais em 2024.
Quais são os limites? Até onde é saudável utilizar? Vão substituir a mão de obra humana? Existem brechas nas regularizações? O que impede a pessoa de usar isso para o mal?
Como algo escrito a tantas décadas atrás, continua fazendo tanto sentido ou até mais, nos dias de hoje. Realmente, muito a frente do seu tempo.
Para quem tem dificuldade em focar na leitura de clássicos (assim como eu), tem o audiobook disponível gratuitamente no spotify, no perfil da ?Biblioteca de Alexandria?, lá temos outros livros muito conhecidos, narrados de uma forma dinâmica e confortável. Você encontra "Eu, Robô" dividido em duas partes bem dinâmicas e bem narradas.
Os últimos contos são mais longos e por conta disso achei mais cansativos de ler, mas ainda sim são ainda melhores.
Enfim, eu adorei, diferente de tudo que eu já li, meu único contato com ficção científica com "Flores para Algernon" (que eu recomendo muito também), porém aqui, nós tenos outros dilemas sobre a sociedade num todo, tem críticas à política, religiosidade, a solidão. Eu senti até empatia pelo robôs, que loucura (risos), todo meu apoio ao robô que teve uma crise existencial e ao ateu (que não acreditava ter sido feito por humanos).