Li 02/10/2011DESAFIO LITERÁRIO 2011 - OUTUBRO - NOBEL DE LITERATURA *LIVRO 2*Sinopse: Lucrecia e dom Rigoberto vivem em contínua felicidade. Ela, que acaba de completar 40 anos, nada perdeu de sua elegância e sensualidade; ele, no segundo casamento, descobriu finalmente os prazeres da vida conjugal. Juntos, crêem que nada pode afetar esse idílio cheio de fantasias e sexo.
Alfonso, filho de dom Rigoberto, parecia ser o único empecilho; Mas até ele foi conquistado pelos encantos de dona Lucrecia. O amor do menino por sua madrasta, entretanto, vai muito além do que se esperaria de uma criança, criando uma linha tênue entre a paixão e a inocência que mudará o destino de cada um deles.
Elogio da madrasta é uma incursão bem-humorada e sutil de Vargas Llosa na literatura erótica; é um livro surpreendente, de um dos mais importantes escritores da atualidade.
Não conheço o trabalho de Mário Vargas, então este livro é um tiro no escuro...
E um tiro ligeiramente mal dado! Não fiz bem em escolher este, acho que literatura erótica, por mais sutil que seja, não é muito a minha, sempre parece aqueles livros eróticos de banca... E Llosa não é tão sutil assim.
O autor foi meio naturalista e cru demais para o meu gosto. Gosto de coisas mais discretas e este livro é uma dose cavalar de realidade. Ele utiliza alguns artifícios na história, como colocar os personagens, nas suas fantasias de alcova, usando “roupagens” mitológicas ou históricas por exemplo, como se fossem alteregos, mas isso não fez do enredo mais interessante para mim.
O livro é uma espécie de voyeurismo esquisito, porque não se tem só a visão da vida sexual alheia, mas também dos hábitos higiênicos e dos pensamentos e combates psicológicos estranhos dos personagens. Como disse mais acima, é muita realidade para o meu gosto!
Este trecho exemplifica bem o livro, mas é mais “mansinho”:
(...) Quando foi falar com o marido, estava fresca e risonha como se nada de anormal houvesse acontecido. Mas, embora Don Rigoberto a tenha sentido tão carinhosa e solícita como sempre, transbordante de mimos e atenções, e ela tenha ouvido seus relatos de como foi o dia de trabalho com o interesse de sempre, havia em dona Lucrecia um mal-estar oculto que não a abandonou por um instante, uma contrariedade que, de vez em quando, produzia um calafrio em seu corpo e lhe tensionava o ventre.”
Achei tudo muito perturbador, o enredo, os personagens, a forma como Llosa interpretou um quadro de arte abstrata de Szyszlo, um pintor peruano (precisei ler o capítulo estudando a imagem para entender as comparações!), mas o fim ganha de todos! Complexo, fiquei com um grande sinal de interrogação na cabeça, sem saber exatamente o que pensar.
No geral acho que é um bom livro, do tipo que arranca reações bem definidas do leitor, mas a história não é muito do meu gosto.
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