jota 24/06/2015Trio parada dura...Sem dúvida que um dos maiores acertos da Academia Sueca ocorreu em 2010 quando premiou Mario Vargas Llosa com o Nobel. Contudo ela continua errando grandemente em não premiar (meu eterno candidato) Philip Roth, preterido ano após ano e com uma obra muito mais expressiva do que, por exemplo, Patrick Modiano, premiado em 2015.
Llosa é outro desses autores de quem sou fã há bastante tempo, desde que li Pantaleão e as Visitadoras. E não parei mais: depois dele vieram muitas outras obras notáveis e agora Elogio da Madrasta, meu décimo livro do autor peruano. De quem nunca li nada ruim: quando seus livros não são ótimos ao menos são suficientemente interessantes – bons, enfim.
Elogio da Madrasta é praticamente uma novela, pois apresenta uma história curta, mas que não ficará nada mal se colocada ao lado de outros grandes livros da chamada literatura erótica. Como, por exemplo, Lolita (Nabokov), O Amante de Lady Chatterley (Lawrence), O Complexo de Portnoy (Roth), Dona Flor e Seus Dois Maridos (Amado) etc.
E na obra de Llosa mesmo, Elogio... dialoga – guardadas certas medidas – com Pantaleão..., Tia Julia e o Escrevinhador e Travessuras da Menina Má. E claro, com Os Cadernos de Dom Rigoberto, que é assim como que uma continuação de Elogio da Madrasta, com seus personagens de volta.
Elogio... é um livro que se lê rapidamente não apenas por ser curto mas porque é uma leitura deliciosa, bem-humorada, sutil, com três personagens pra lá de cativantes – Dom Rigoberto, seu jovem filho Alfonso e a madrasta Lucrécia. É até mesmo possível aprender alguma coisa útil com eles, não somente passar algumas horas de leitura muito agradável.
Lido em 23 e 24/06/2015.