A Companhia Negra

A Companhia Negra Glen Cook




Resenhas - A Companhia Negra


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Renato 01/11/2012

O reino do genérico

Mais uma obra cuja sinopse é infinitamente melhor que a obra em si. Esqueça a divulgação. Não tem nada da beleza, inocência e solidez imaginativa de Tolkien, tampouco a visceralidade, energia e carisma dos trabalhos do Bernard Cornwell.

Na verdade, “A Companhia Negra” do Glen Cook encontra-se em um limbo genérico e superficial que, nos melhores momentos, é apenas uma sombra pálida (muito pálida) das obras de fantasia e cavalaria nas quais ela provavelmente teve inspiração.

E “genérico” é a palavra de ordem em A Companhia Negra: os personagens não têm nomes próprios – todos atendem por alcunhas que são meramente representações de características físicas (como Caolho ou Duende) ou de patente (como Tenente ou Capitão); outros levam nomes pouco imaginativos como “Corvo” ou “Elmo”. É claro que isso não seria um problema se os personagens fossem minimamente bem desenvolvidos, mas são tão rasos quanto os seus nomes. Assim, é frustrante que personagens como o Capitão sejam tão mal explorados, afinal, se o livro pretende contar a história de uma companhia milenar de guerreiros temíveis, seria de se esperar que o seu maior general fosse um sujeito no mínimo interessamte, mas não é o que acontece, já que o “Capitão” é apenas mais um nome sem rosto no meio da história, e não vemos nele nenhuma característica que pudesse nos levar a crer que ele merece ocupar aquela importante posição.

Ainda no campo dos personagens, outro grave defeito de A Companhia Negra diz respeito aos seus “vilões”: Os Tomados. A ideia era que fossem os grandes generais da Dama, a senhora da escuridão, o ser mais poderoso que anda sobre a terra. Mas o que acontece é que Os Dez são igualmente genéricos e as maiores informações que temos a respeito deles vem de seus nomes pouco criativos. Se a intenção era que formassem um esquadrão tão terrível quanto os Nazgûl de O Senhor dos Anéis, Glen Cook falhou miseravelmente. Manco é somente um idiota que foi feito de bobo por soldados rasos da Companhia (Corvo); O Apanhador de Almas às vezes é mais interessante (mais por conta das vozes e tal), mas perde muita força, já que o mistério em torno dele se dissipa com as constantes intervenções, como se fosse um simples mentor da Companhia, e não um patrocinador poderoso e perigoso, como deveria parecer. O restante mal aparece, a aparência de poder que deveriam ter acaba se perdendo, porque eles parecem cair como moscas quando a guerra fica séria, e essas quedas são descritas pelo autor em uma ou duas linhas sem a menor solenidade, como se fossem personagens sem importância. Toda a pequena carga de carisma que os personagens guardam fica por conta de Chagas (que, como narrador, acaba ganhando natural evidência em já que representa o leitor na história, é com ele que nos identificamos mais) e da Dama. Por outro lado, as ridículas brigguinhas de Caolho e Duende transformam a magia da história em algo insosso e banal.

E por falar em magia, não há a menor coerência na utilização de magia no mundo concebido pelo autor. Elas surgem em maior parte em trivialidades bobocas como as briguinhas entre Caolho e Duente (os feiticeiros da companhia, que, aparentemente, são dois imbecis com idades mentais que não passam dos 15 anos). E se por um lado os Tomados são capazes de invocar grandes feitiços e monstros pra auxiliar na batalha, se a Dama é a mulher mais poderosa do mundo, subjugando o reino sob o seu comando, é curioso que ela consiga quebrar a perna ao cair de um tapete voador hehehe.

Por fim, deve-se falar do mundo criado pelo Glen Cook. Como não há mapas, é muito fácil se perder geográficamente na história. Ainda mais ao se constatar que os cenários e cidades são tão rasos quanto os personagens que as preenchem. Nenhuma cidade tem uma característica marcante que nos faça criar uma identidade com a história (como Minas Tirith, Rivendell, etc.) e na maior parte do tempo o autor se limita a jogar no meio do texto os nomes de locais que pontuam o reino, como se os leitores fossem já íntimos daquela terra. Dessa forma, a exemplo dos personagens, os locais soam mais como um cenário de papel em um pal barato de teatro, preenchendo vagamente a nossa imaginação.
Apesar disso tudo, a história acaba sendo minimamente interessante, o suficiente pra que você não abandone o livro antes da página quarenta. Eu fui lendo arrastadamente, com vontade de abandonar, mas me segurando naquele tênue fiapo de curiosidade em torno do Dominador, da profecia da Rosa Branca e outros piapos de história mal desenvolvidos, mas intrigantes.

Enfim, se essa leitura não foi uma completa perda de tempo, por outro lado não deixou a menor saudade. E se a editora lançar algum dos próximos dez livros dessa série, terem prazer em ignorá-la solenemente.
Pedro 05/11/2012minha estante
Concordo plenamente, personagens e história muito mal desenvolvidas. Na mão de um Bernard Cornwell essa história seria completamente diferente.


Ruivo 03/07/2013minha estante
Cara, enquanto eu lia o seu comentário quase achei que você lia a minha mente. Estou me agarrando ao livro simplesmente porque não gosto de abandonar leituras...mas essa está bem dificil. Depois de pegar livros fantásticos ler isso pra mim é, sim, uma perda de tempo.


Isabela 23/08/2013minha estante
Realmente, os personagens poderiam ser muito melhor desenvolvidos. O que me faz não me irritar demais com isto é que enxergo o texto como um relatório para os anais: Sucinto e objetivo, focando mais os fatos que os pormenores. Sendo assim é de se pensar que as descrições e justificativas fiquem curtas, apesar disto não tornar o fato mais aprazível.

Quanto aos Tomados e à trivialidade da magia não acho que seja um ponto que desmereça o livro: Sinto nisto uma espécie de nivelamento, mostrando que mesmo tendo "grandes nomes" esses generais podem morrer como qualquer soldado de infantaria.
Sobre a Dama quebrar a perna: Acho isto um dos pontos mais interessantes da obra. Sempre que vejo um personagem fazer mil e duas proezas que contradizem a lógica (do estilo pilotar um tapete desgovernado próximo à terra e sair ileso) sinto vontade de fechar o livro e atirá-lo pela janela. Isto só serve para "desumanizar" o personagem, transformá-lo em algo poderoso, imorrível (imortal+invencível). O fato da Dama ter quebrado a perna apenas ressalta que "status" não te dão ossos de titânio e poder não é sinônimo de uma defesa perfeita contra todos os males.

(Não revisado e estou com sono, desculpe-me se cometi algum erro de coesão/digitação.)


Renato 25/08/2013minha estante
Concordo com a sua análise até certo ponto, Isabela.

Quanto ao fato de a falta de profundidade da narrativa ser consequência do formato do texto (anais), ainda que essa tenha sido a ideia do autor (e não creio que tenha sido), isso não elide o problema, porque a história continua rasa e desagrada os leitores, o que seria um grande tiro no pé, caso fosse intencional, e uma falha notável, caso seja mesmo orgânico (como acho que foi).

Pra mim, a trivialidade presente na utilização da magia só enfraqueceu a obra, uma vez que os caras que possuem esses dons deixaram de ser temidos por isso e respeitados pelo leitos, eu acho. Não me parecia uma grande de uma vantagem possuir esse tipo especial de poder se as pessoas que o canalizam são tão imbecis. É claro que isso pode ser um vício pessoal, por eu estar acostumado aos grandes e sábios magos da literatura fantástica hehehe, mas eu prefiro esse velho clichê.

E sobre a fraqueza física dos tomados e da dama, mais uma vez, também acho que isso enfraqueceu a obra, principalmente porque essa tal fragilidade desses seres que deveriam ser poderosos foi apresentada com bastante incoerência, em relação ao que havia sido construído até ali. Eles não devem ser humanizados, simplesmente porque não são humanos.

Pra mim, o fato da criação de uma aura de poder supremo em torno da dama e dos tomados e depois ter sido desfeita tão facilmente no decorrer da história só reforçou a ideia de que tudo no livro é um pouco artificial. Faltou substância. Na narrativa e nos elementos (personagens, geografia, etc.)


Fernando Aug. 17/11/2013minha estante
Eu achei realmente a história fraca, não teve muita criatividade quanto um enredo que prende, a magia do tapete não tem muito haver com a época medieval, na verdade parece mais com um helicóptero ou caça...
Mas temos que lembrar que ele foi do exército e algumas coisas que ele colocou como os adjetivos acho plenamente cabível, essa parte visto como negativo eu achei interessante, os soldados tem codinomes que de certa forma representam sua característica mais geral e juntando com a parte realística da obra que não tem muito nos outros livros, os personagens são soldados e não tem poder de salvar o mundo como gostariam, seus poderes são limitados e fazem o que podem com isso, temos poucos livros que representam essa característica, querendo ou não nem sempre um comandante é a pessoa perfeita pro cargo ou com capacidade super desenvolvida.


Renato 24/04/2015minha estante
Esse livro se resume a uma única palavra: LIXO


Ryllder 20/07/2015minha estante
A característica principal do livro foi o que mais me desagradou:pobre em descrições ao extremo.Descrever o ambiente na qual a trama transcorre,principalmente em um mundo novo,é essencial.




Heitordealmeida 21/10/2012

A Irmandade da Companhia Negra
A Companhia negra é um livro do autor Glen Cook e o primeiro da série que apresenta as aventuras da Companhia de mesmo nome.

A série por si só é muito famosa nos EUAs chegando a gerar até mesmo sub-séries relacionadas.

A Companhia Negra apresenta a história da mais antiga e famosa companhia de mercenários. O livro é narrado através do Analista e médico Chagas, atual responsável por manter os registros da história do grupo.

O mais interessante desse livro é que ele apresenta um mundo onde os personagens principais são obrigados a lutar pelo do Mal. Conforme a história vai se passando, eles vão vendo como o Mal cresce no ameaça devastar todo o mundo, inclusive eles próprios, sem se importar com nada. A ajuda da Companhia é significativa e ao mesmo tempo que eles começam a reconquistar as glórias perdidas, eles se veem arrastados cada vez mais para as trevas. O final, não é exatamente inovador e você já tem uma boa ideia do que vai acontecer antes de ser revelado. Porém é o primeiro livro de uma longa série, então teremos que pagar para ver

É um livro estranho, ver o lado do "grupo do mal" para variar. Ele é bem rápido, mesmo tendo alguns capítulos meio grandes. No final, valeu a leitura.
Amanda Azevedo 29/10/2012minha estante
Preciso confessar que a parte "é o primeiro livro de uma longa série" me desanimou um pouco! :( Sabia que esse livro era o primeiro de uma série, mas não sabia que seria longa! Hhaha, tenho tentado fugir das séries... Ou tenho dado preferência para as séries já terminadas. Então, acho que vou esperar um tempinho pra lê-lo.


Heitordealmeida 29/10/2012minha estante
Amanda, a série já está terminada. Aqui no Brasil só foi lançado o primeiro livro.

Eu tinha ouvido falar da Companhia Negra mas não esperava poder ler. Cheguei até a mandar uns emails pra umas editoras pra ver se saia por aqui. Coincidêntemente meses depois saiu mesmo. (Acho que é por causa do sucesso de GoT, mas por mim tudo bem...)

O que eu sei é que, em alguma momento da história, ou a Companhia se divide ou aparece uma nova Companhia Negra porque os livros correm paralelamente em dois lugares ao mesmo tempo. Um livro no norte e outro no sul, se não me engano. (Ou seria Leste e Oeste? Bom, algo assim...)

Mas você devia ler. É bem curtinho e tem umas citações do Chagas que fazem a gente pensar.


Heitordealmeida 29/10/2012minha estante
"Quando reflito sobre a natureza interior de meus companheiros, geralmente gostaria de controlar apenas um pequeno dom. Eu queria poder olhar dentro de cada um deles e desmascarar as sombras e as luzes que os movem. Então, dou uma rápida olhada na selva de minha própria alma e agradeço aos céus por não ter tal talento. Um homem que sequer consegue manter um armistício consigo mesmo não tem motivos pra fuçar as almas dos outros." - Chagas;
- Crônicas da Companhia Negra




Fábio 07/09/2012

Empolgante mas raso.
É gratificante pra quem gosta de literatura fantástica ver grandes lançamentos de clássicos do gênero finalmente lançados no Brasil.

Black Company quando lançado nos EUA foi um tremendo baque por ir contra os clichés, aqui não temos heróis, o que temos é uma companhia de mercenários em decadência tentando sobreviver.

O mundo é interessante, mas não é em nenhum momento trabalhado, o escritor foi muito conciso se focando mais na ação do que em se utilizar do cenário.

Os personagens chegam a ser interessantes, mas tirando o personagem principal, Chagas, e os Magos da Companhia, não existe mais nenhum personagem digno de nota, muito pelo contrário, são apagados de mais, apesar de os vilões serem dignos de nota.

Apesar dos pontos negativos o livro é empolgante, você não conseguirá parar de ler até o final, e como ele é bem curto imagino que o cenário e os personagens sejam melhores trabalhões no resto da saga.

Yasmin 18/09/2012minha estante
Estou muito na dúvida porque todo mundo fala que não melhora. Que todos os livros que têm em torno de 300, 320 páginas poderiam ter 500, 600 tranquilamente se tivesse cenários, batalhas e principalmente personagens mais bem trabalhados. Lá fora já vi gente dizer que o autor é muito criativo, mas escreve mal. Sinceramente a cada resenha fico mais na dúvida ainda... Porque ler 10 livros de 320 páginas que poderiam ser 500, 600 não me parece muito animador, mas por outro lado... :S


Joaquim 19/02/2015minha estante
Yasmin, o inicio do primeiro livro é sim confuso, mas com o tempo nos acostumamos e a leitura flui muito mais. É verdade que se o livro tivesse um pouco (só um pouco) mais de descrição ele seria melhor. Mas isso não estraga a obra de forma alguma, é um história incrível com cenas impressionantes que você raramente acharia em outro livro do genero, é o livro com a escrita mais realista que já li em toda minha vida. E eu li o segundo, a escrita do autor melhorou demais, é bem menos confuso pelo primeiro.




Tayná Oliveira 17/01/2013

Sombrio e Realista.
Ainda não entendi como esse livro demorou tanto tempo para ser conhecido aqui no Brasil.

A Companhia Negra, mesmo sendo um livro de ficção, consegue passar toda a realidade vivida por seus personagens, da forma mais sincera e real possível. Os momentos de alegria, tristeza e principalmente os de tensão. A forma como não somente a situação, mas também os sentimentos envolvidos em casa momento, é simplesmente brilhante.

O livro conta a história da Companhia Negra, uma guilda de mercenários no provável pior momento de sua história, onde no começo trabalham como guarda pessoal do síndico de uma pequena cidade, e depois de um acidente eles acabam se tornando peças centrais na guerra do continente, onde a cada nova batalha acaba-se sem saber de que lado seria o certo ou errado na guerra.

Infelizmente todo o talento que o autor usa pra dar vida aos momentos e aos sentimentos dos personagens não é utilizado na hora de escrever a história, deixando muitas partes completamente superficiais, com descrições rasas das cidades e até mesmo dos personagens. Conhecemos cada um deles, e até gostamos dos personagens, mas suas histórias e até mesmo algumas características passaram despercebidas pela imaginação do autor. Espero que essa situação melhore nos livros seguintes.
Valdemar 07/02/2013minha estante
Eu acho que as descrições rasas foram propositais, sabe. O Chagas é um analista meio romantizado, que gosta de falar sobre filosofia e tals, mas ainda sim, a história é escrita para os anais da companhia, então fiquei com a impressão que em vários momentos, a culpa foi disso. xD


Tayná Oliveira 07/02/2013minha estante
Eu não havia pensado nisso, faz muito sentindo, Valdemar! Mudou meu conceito sobre o livro *-*




Stephanie 30/03/2013

Desapontamento
Uma das sábias "regras" da literatura e da escrita com a qual eu nunca concordei foi o "Escreva sobre o que você conhece". Em A Companhia Negra, Glen Cook, ex fuzileiro naval norte-americano, resolve contar a história de uma guerra. Uma guerra mágica e medieval, mas ainda assim, uma guerra, certo?

Embora o Glen Cook provavelmente entenda, na prática, de guerra, isso não significa que ele consiga escrever sobre isso.

O livro é chato, ponto. Aparentemente, A Companhia Negra é um clássico. Mas nao dá para falar sobre um livro que relata a batalha épica do bem contra o mal sem comparar com os outros grandes clássicos (vulgo Senhor dos Anéis, Crônicas de Gelo e Fogo, Crônicas de Nárnia... escolha o seu favorito) e o livro do Cook perde feio em termos de história, de personagens, de tudo.

O único ponto remotamente interessante é que os personagens principais lutam do lado do mal, mas nem isso prende o leitor por tempo o suficiente. Os tais personagens são seres unidimensionais, cuja personalidade é definida por uma característica única, normalmente explicitada no nome. Manco? É um mago já velho (e manco). Corvo? Ah, ele é o personagem bonzão e misterioso. Lindinha, uma das poucas mulheres do livro, é uma menina de dez anos que é, bem, lindinha.

Quer saber mais? Leia a resenha completa aqui: http://fantasticaficcao.com.br/a-companhia-negra/
Thiago Martins 30/05/2013minha estante
A intenção do autor foi justamente fugir do clichê das lutas dos bonzinhos contra os mauzinhos, como comparar a história a senhor dos anéis e nárnia? talvez você não tenha reparado nisso.


Stephanie 30/05/2013minha estante
Thiago, eu notei sim, por isso mencionei as Crônicas de Gelo e Fogo! Os outros dois livros foram só uma notinha sobre literatura fantástica que é muito boa (e talvez você não tenha notado, mas O Senhor dos Anéis foge, sim, do clichê da luta dos bonzinhos contra os mauzinhos, pois o tema principal é a luta do bem contra o mal que ocorre dentro de você mesmo =) Vide Gollum, Frodo, Bilbo, e todos os portadores do Um Anel ). Infelizmente alguns livros são muito melhores nesse aspecto (O do George Martin, por exemplo, é muito melhor em personagens ambíguos).




André 24/10/2012

Sombrio, complexo e realista: Um clássico.
A Companhia Negra, de Glen Cook, é mais um desses casos difíceis de entender o motivo de nunca ter chegado por aqui antes. Se trata de um clássico da fantasia, um dos livros mais influentes do gênero. Uma obra de calibre grosso e que chegou ao Brasil, finalmente, pelas mãos da Editora Record.

No livro somos apresentado a história de uma irmandade de mercenários e se inicia em um momento de sua decadência. Presa como exército particular de um governante que logo cai em um lugar sem muita importância, a Companhia é contratada por Apanhador de Almas, um poderoso feiticeiro e integrante dos Dez Tomados, líderes e emissários dos exércitos do Império nortista da Dama, uma feiticeira que parece ter retornado dos mortos, para lutar e defender o império contra os Rebeldes. A Companhia logo se vê no meio de sujas e mortais disputas políticas entre os Tomados, e seus conceitos morais são postos a prova sucessivamente. As disputas e os acontecimentos são apresentados por intermédio de Chagas, médico e analista da Companhia, de forma sucinta e militar.

Mas mesmo que seja um livro repleto de disputas politicas, seu foco não são os poderosos reis, os tomados ou mesmo a Dama. São as consequências desses jogos políticos para aqueles que estão na linha de frente da batalha. Os que irão morrer primeiro. Ou seja, a Companhia Negra, o exército contratado, os mercenários. A Companhia é a família dessas pessoas, e elas não possuem nada fora dela. São órfãos, viúvos, rejeitados. É a ralé da ralé, os sujos, os mal vistos em todos os cantos. É onde alguém só vai quando não existe mais nada para ela. Mesmo cada um deles sabendo disso, precisando lutar, literalmente, para sobreviver, metidos em problemas que vão além de suas capacidades, a Companhia cumpre seus contratados, mesmo que, às vezes, use formas tortuosas para isso. Não lutam por liberdade, política ou ética. Isso são atitudes dos rebeldes. A Companhia luta por dinheiro.

Dito assim, até faz parecer com que os rebeldes são os mocinhos sem tirar nem pôr, e o império/Companhia, os vilões, e é um dos grandes méritos do livro em lidar com isso o tempo todo. Mesmo que, em teoria, a Companhia seja um bando de vilões, é difícil não gostar de personagens tão humanos e fascinantes. O mundo não é tão preto no branco. As guerras não são com um lado o bem, e o outro o mal. Valores éticos são muito mais cinzas do que isso. Não importa o lado, em uma guerra, ambos se apegam a valores falsos para justificarem a frieza de suas ações. São em assuntos assim, principalmente, que percebemos a força do personagem Chagas. Suas divagações filosóficas, expõem que mesmo os mocinhos, os que dizem lutar pela liberdade, são capazes de atrocidades, fazendo delas costumeiras, parte de suas rotinas. Que do lados dos vilões, também há aqueles incapazes de não terem estômago para certas barbaridades. Também sentem a dor da perda. Não que os vilões não sejam tão cruéis quanto os mocinhos.

Muita gente diz que os livros poderiam ser maiores. Sempre me incomodo quando vejo alguém dizendo que esse ou aquele livro poderia ter cem páginas a mais ou, talvez, cinquenta a menos. Se isso ocorresse, os livros não seriam os mesmos. No Caso de A Companhia Negra, no entanto, é compreensível os motivos de sempre apontarem para isso. Livros épicos, de forma geral, são excessivamente descritivos com suas campanhas e tudo o mais. Já na obra de Glen Cook, ocorre o contrário.

Não há grandes descrições tediosas sobre caminhadas ou viagens, por exemplo. Na realidade, acontece muito de terem várias “lacunas” de um ponto para outro. Lacunas que se fossem preenchidas, acrescentariam fáceis duzentas páginas. Mas veja bem, isso não é um ponto totalmente negativo. Torna, sim, o início muito mais difícil do que poderia ser, visto que estamos em um mundo ficcional do qual não sabemos nada. Mas ao fazer isso, Cook não só faz a história fluir melhor, como deixa muito mais crível. Afinal, nós estamos conhecendo aquele mundo através de um relato para os Anais da própria Companhia escrito por Chagas. Há momentos que são desnecessários em uma história dessas. Quando a batalha é importante, e não uma briga no meio do nada, elas aparecem e são estupendas. Glen Cook demonstra uma habilidade incrível ao nos narrar batalhas com precisões militares tão eficientes e reais.

O universo é complexo, velho, sombrio e decadente, e tem a magia como algo natural e sempre está lá, mas há poucas informações para o leitor se orientar dentro dele. A escrita de Glen Cook não ajuda, sendo abusiva com frases curtas e, às vezes, muito confusa. Mas ao tempo em que vamos nos acostumando, tando com o universo, tanto com o estilo de escrita do autor, a obra flui e vai em uma única tacada.

As comparações com a saga de George R.R Martin, “As Crônicas de Gelo e Fogo” e “Senhor dos Anéis“, são inevitáveis. Alguns até falam, após lerem a sinopse, que parece um genérico cópia de Guerra dos Tronos. Não é. A Companhia Negra foi primeiramente publicado em 1984, doze anos antes da primeira história de Westeros, e o realismo sobre os jogos políticos tão elogiados nas obras de Martin, vão além aqui, são ampliados e tratados ainda com maior complexidade. Ao passo que a história da Companhia é uma das principais em um dos movimentos literários mais interessantes da fantasia, daqueles que se opuseram contra o discurso maniqueísta de “bem x mal” da obra de Tolkien, também é uma influência óbvia para as histórias de Westeros – principalmente no movimento em si.

Mais sombrio do que qualquer guerra de tronos, mais complexo do que qualquer disputa por um anel, A Companhia Negra não é somente um clássico do gênero que enfim chega por esses lados, como um dos melhores lançamentos do ano. É daquelas sagas que mesmo antes de você terminar o primeiro livro, já se considera fã de carteirinha.
O segundo volume já tem a previsão para ser lançado no primeiro semestre de 2013, e, da minha parte, já estou ansioso. A história aqui no primeiro é boa, mas a impressão que ficou, é que o grande momento ainda está por vir. Que tivemos apenas uma pequena amostra do que nos aguarda.

Um livro indicadíssimo para qualquer fã do gênero, mesmo que seja apenas pela curiosidade em ler algo tão importante. Mesmo que apresente alguns problemas nesse primeiro momento na contextualização do universo perca um pouco até nos acostumarmos com a escrita e que alguns pontos do final sejam óbvios para quem está familiarizado com esse tipo de história, se trata de uma leitura que pode, até mesmo, ser considerada essencial para leitores de fantasia.

Resenha originalmente publicada em: http://www.sincopedigital.com.br/2012/10/resenha-a-companhia-negra.html
Aline 27/11/2013minha estante
As características Humanas dos personagens foi o que me fez ler ao livro. No início não me prendeu muito, talvez tivesse muitas expectativas, pois diferentemente de outros autores (óbvio) Glen não foi exacerbadamente detalhista, o que me permitiu ir além na imaginação me dando liberdade para montar os personagens, o mundo e os diferentes cenários que compõem a estória.

Posso dizer que a Companhia me prendeu. E por momentos, enxerguei claramente o que Chagas via. Mas tudo isso é uma questão de Sentir, não? Acho que uns vão gostar. Outros não. O que foi bom frisar, é quando foi publicado o livro. A sequência. O livro não é nenhuma imitação como ouvi por aí.

Na minha opinião, é um livro excelente, de leitura rápida e direta que me deixou com saudades. Afinal, vivi juntamente com todos da companhia e senti um misto de emoções. Mas é como digo... Gosto é gosto. Mistério, ação, personagens bastante humanizados, e deixa sua mente disposta a trabalhar.

E que iluminem a editora Record, pra que a mesma traduza logo os outros livros da sequência.




Albarus Andreos 01/10/2013

A coisa não é tão preta assim, mas...
Um livro tão bem cotado, uma capa legal e comentários tão positivos... As costumeiras recomendações fajutas de órgãos de imprensa especializada estrangeira na capa (Library Journal: “O talento único de Cook em combinar forte realismo e um universo surpreendentemente fantástico resulta em uma série ousada... Altamente recomendável.”) e até uma recomendação longa, instigante e comprometedora por parte do escritor brasileiro Eduardo Spohr, que ocupa toda a contracapa do livro, intitulada “Tolkien encontra Bernard Cornwell” (Tolkien deve estar se revirando no túmulo depois dessa). Tudo isso me levou ao A Companhia Negra (Editora Record, 2012), do autor norte americano Glen Cook, com muito gás e disposição, mas...

Esse entusiasmo inicial, não poucas vezes, acaba por atrapalhar o aproveitamento do que o texto me oferece. Sou leitor, acima de qualquer outra coisa, e isso me dá o direito de esperar o melhor! Então vem a conclusão que o livro é muito mediano para aquele entusiasmo todo. Mas as orelhas não falavam de uma história incrível, uma fantasia soturna, seres fantásticos, heróis realistas, magia, sombras, etc.? A contracapa de Eduardo Spohr não o qualificava como “...extraordinário romance...”? Pois é.

Uma quantidade de narrativa enorme resumida e jogada em frases excessivamente curtas. Períodos nanicos, frases de apenas uma ou duas palavra às vezes. Parágrafos de quatro linhas com cinco ou seis pontos. E o tão propalado mal do romance russo caiu em cheio sobre esse livro (é quando a quantidade de personagens e locais só aumenta a cada página que viramos). Nunca tive de voltar a leitura tantas vezes para tentar entender o que estava acontecendo! Não temos fluência do texto, nada é suave; somos transportados de um acontecimento a outro através de pulos. O texto é tão duro, tão espinhoso que desagrada ao invés de seduzir. Estilo?

O artifício de construir frases curtas e períodos pequenos é uma técnica muito usada quando queremos dar velocidade a um trecho específico da trama. Um trecho pequeno, um excerto dentro de um todo muito maior. É aquela tão esperada cena de ação que brinda um capítulo ou uma sequência. É como se os acontecimentos fossem aparecendo tão velozmente que não tivéssemos a capacidade de captar os detalhes de cada objeto do cenário, numa sucessão de coisas que vem e são superadas por outras coisas em alta rotatividade. Cabe ao autor a habilidade técnica de usar esses truques. Veja um exemplo de uma tradução livre que fiz de um parágrafo magnífico do livro White Jazz, de James Elroy:

"... ternos azuis guardando o beco. Repórteres, carros rondando, quatro ternos e gravatas conduzindo motores doze cilindros... Caos: spray de sangue, boletim de apostas/ papel picado. Mesas telefônicas despejando, um tumulto: punhos de apostadores brigam na parte de trás da porta".
-James Ellroy, White Jazz.

Ellroy criou cadência na sua prosa, cortada e rápida, aqui ele tem a liberdade para disparar uma série de substantivos e manter sua sintaxe simples. Além disso, com apenas quatro coisas específicas – policiais beat, detetives à paisana, carros de polícia e repórteres, ele define quase que instantaneamente o palco para uma batida policial com tiroteios à moda de Hollywood num antro de bookmakers e jogatina.

Agora, se não for como acima: uma passada de olhos num cenário complexo, numa sequência em que se quer demonstrar a rapidez na sucessão dos acontecimentos, fica ruim. Como se fosse uma lista de coisas que não jogam bem juntas. Veja agora um extrato do texto de Glen Cook. O objetivo dele aqui é simplesmente economia com as palavras. Isso, para um escritor, nem sempre é uma qualidade. Quase o livro todo é assim:

“A tempestade cedeu. Logo a estrada para Rosas estava aberta. O Apanhador de Almas se irritou. Rasgo tinha duas semanas de vantagem. Nós levaríamos uma semana para alcançar Rosas. Os rumores plantados por Caolho poderiam perder a eficácia antes de chegarmos.”
- Glen Cook, A Companhia Negra.

Então. O que acha? Gostou? Eu não. O livro abusa desse estilo telegráfico mais do que o ideal, chegando a extremos em que a própria coerência fica prejudicada. Há ainda uma sucesssão de termos anacrônicos espalhados pelos quatro cantos. Explico: A Companhia Negra, supostamente é uma narrrativa fantástica medieval. Homens em armaduras, capas e espadas, são contratados por um ente sinistro chamado Apanhador de Almas, a serviço da Dama, uma feiticeira imortal e ambigua que foi libertada de sua prisão. O Apanhador precisa da Companhia para controlar os rebeldes, que aqui e ali eclodem revoltas contra a dominação. Termos como advogado, lancha, boteco, grana, mala dentre outros, não deveriam fazer parte desse universo, concorda? Problemas de tradução que não foram acompanhados por uma revisão mais criteriosa? Eu acho que acabam descaracterizando a trama como quando eu era pequeno e via o Ultraman lutando contra o gigantesco monstro alienígena que arrasava Tókio e, de repente, aparecia o zíper da fantasia do bicho na imagem. Ah, sim, era divertido, mas não esperava mais do seriado; já com esse livro, minas expectativas eram bem maiores, como já disse. Pena…

A história gira em torno de um médico de campo a serviço da Companhia Negra, encarregado de cortar e costurar feridos. Seu nome é Chagas (além de ser um sobrenome português, chaga significa: machucado, ferimento… Veremos que se enquadra perfeitamente na proposta do autor já que Chagas é um médico e todos os personagens tem algum apelido que os ligam a alguma característica pessoal). É um tal de Chagas para cá, Calado, para lá, Rasgo aqui e Manco ali… que parece uma versão sombria dos anões da Branca de Neve. E mesmo os nomes das cidades: Ferrugem, Rosas, Talismã… dizem muito pouco. Não carregam exatamente o que um nome dá: identidade. Chega um ponto que a identificação é tão fraca que nos confundimos se, por exemplo, Geada é uma pessoa ou um lugar. Muito ruim.

Chagas também é o Analista da Companhia Negra, o responsável por registrar nos Anais da tropa sua história e a de seus integrantes. Cada homem tem o direito de ter seus feitos inscritos nos Anais, para que se lembrem dele. A princípio tem gente que credita na conta de Chagas o fato da narrativa ser tão truncada e asséptica, sem a nuanças, a linguagem e ritmo de um bom texto. Isso é conversa para boi dormir, Ok! É deficiência do autor mesmo. Não há um fluxo real na obra, mas isso melhora por volta da página 80, por aí. No início tudo vem muito rapidamente, como se tivéssemos pegado o bonde andando e os personagens e o contexto já tivessem sido apresentados. Então ficamos boiando e compreensivelmente irritados.

Cook não tem (ou não tinha, já que estamos falando de um obra dos nos 80, do século pasado) o devido discernimento ou a devida habilidade literária para saber onde acelerar ou onde enrolar o meio de campo. Vai atropelando mesmo mas, por uma graça do destino (ou talento!), acaba por acertar também! Principalmente quando a narrativa, sempre muito rápida, é aplicada em ocasiões em que precisa mesmo ser ligeira. Temos sequências, como quando Chagas duela com Rasgo, sozinho, na neve, em que a ação é essencial, e aí Cook dá um banho! No evento em que Chagas vai se despedir de Corvo e Lindinha, no finalzinho do livro, idem. Há uma série de outras sequências mais no final, embora nem aí nos livremos da sensassão que nos persegue o livro todo, de estar deixando algo importante passar sem ter entendido direito a coisa toda.

Glen Cook, apesar dos defeitos, é um ótimo frasista (pág. 8: “Uma mosca pousou na careca dele e desfilou como uma imperatriz.” Fantástico, não é?! Há situação assim, em que ele consegue, numa frase de poucas palavras, resumir uma situação inteira com maestria e precisão ímpar). Cook é também muito criativo com seu enredo: cada exército, sejam os imperiais ou os rebeldes, tem lá seus big bosses. Os Tomados são os do império, já os rebeldes tem os Dezoito, também grandes feiticeiros com poderes fabulosos. Através dos Anais, que Chagas vai revelando, conhecemos um pouco sobre o pano de fundo da Companhia e do mundo ao redor, da história do reino, da Dama e dos Tomados, os reis feiticeiros do passado que a Dama e o Dominador tomaram para si como servos pessoais e generais de suas tropas.

Os personagens secundários como Corvo, Lindinha Duende, Caolho, o Capitão e o próprio Apanhador de Almas são muito planos e mal desenvolvidos. Esse último, inclusive, teve um desfecho decepcionante, na minha opinião, pinçando um detalhe do meio do livro clarametne colocado ali para dar um certo efeito de novela mexicana. Não colou muito bem. A gente fica sabendo que um Tomado tombou ou que lutou contra outro e os dois caíram, pelas palavras de Chagas ou porque alguém está contando para ele. Isso acontece muito ao invés de Glen Cook deixar o texto mostrar. Ele parte da premissa que, se é Chagas quem escreve o livro, então não pode descrever coisas que não vê. Cook criou uma amarra da qual não pode se livrar e sua narrativa, que poderia ser brilhante, paga por isso.

Vamos então percorrendo a história, de missão em missão, como se fossem originalmente um conjunto de contos que Glen Cook um dia resolveu atar em um romance, colocando alguma conexão (insuficiente) entre eles. O fato é que acontece alguma coisa aqui, aí pulamos para duas semanas depois, então acontece mais um evento, a Companhia vence uma nova batalha e (incompreensivelmente) recua, e dois meses depois mais outro confronto, a Dama dá novas ordens que são transmistidas pelo Apanhador, e assim vamos… Com algum do cotidianos dos personagens servindo de cimento entre um “conto” e outro. Glen Cook realmente tem um estilo próprio, resta saber se agrada a você. A mim? Bem… Apesar de tudo, o que eu vi aqui desperta o suficiente de curiosidade para dar mais uma chance à Companhia Negra. Veremos, mas vamos deixar esse negócio de encontro entre Tolkien e Cornwell de lado, por favor. Nada a ver, mesmo!

site: www.meninadabahia.com.br
Joaquim 19/02/2015minha estante
Concordo com você, ele é muito pouco descritivo, apesar disso gosto do seu estilo, só acho que o livro poderia ser melhor se tivesse mais descrição. Enfim, eu li o segundo livro e percebi uma melhora nesse ponto, é bem menos confuso que o primeiro. A história flui muito mais fácil. Leia, vale a pena.




Templar Exile 13/10/2012

Muito bom , recomendo .
No começo estranhei a forma como o autor escrevia e entendi o porque dos gringos dizerem que Glen Cook é muito criativo mas não é um gênio da prosa . Mas conforme eu fui avançando na leitura eu fui me acostumando com a forma dele escrever e o autor também foi melhorando a sua escrita . E posso dizer que valeu a pena pois o livro é muito bom . A historia é muito interessante porque os personagens principais não são os mocinhos muito pelo contrario eles estrupam , matam e saqueiam as vilas e cidades dos inimigos derrotados .Os personagens que mais gostei são os magos porque eles meio que fazem o alivio cômico da historia com suas disputas pessoais . Estou ansioso para ler o segundo livro da serie , que de acordo com a editora record sai no primeiro semestre de 2013 .
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Literatura 06/10/2012

Seja tomado você também
Um exército mercenário. Uma guerra. Rebeldes de um lado, com a profecia de uma criança muito especial. Do outro lado, a Dama: uma mulher tão poderosa quanto misteriosa que tomou o poder que era de seu marido (e a imaginação de certo médico), o temido Dominador. A seu serviço, os Tomados, criaturas trazidas da morte, com habilidades especiais.

Para o exército da Companhia Negra, quem está certo não é relevante. O contrato a ser cumprido, sim.

Chagas é nosso protagonista. É quem escreve e mantém os Anais da Companhia, além de ser o médico oficial (entenderam o porquê do nome Chagas?) há mais de cem anos. Sim, eles não morrem. Pelo menos não de morte morrida, apenas de morte matada.

Quando são contratados na cidade de Berílio pelo Apanhador de Almas, um Tomado que não se sabe se é homem ou mulher e que fala com as vozes de todas as almas que já recolheu, Chagas e seus amigos, Caolho, Tom-Tom, Duende e Calado, não fazem ideia do que está por vir.

No início, achei este livro meio chato. Glen Cook nos joga sem preliminares nos Anais da Companhia Negra e acho meio cansativo ter que se habituar na marra com nomes de coisas, lugares e títulos. O autor já começa como se você conhecesse tudo aquilo, e eu fiquei com um pouco de preguiça, assumo. Depois me acostumei e a leitura fluiu. Ainda bem, porque neste momento começou a diversão!

A questão é que A Companhia Negra (Bertrand Brasil, 305 páginas) é uma espécie de diário não datado de um exército. São os calços e percalços vividos por esta formação de mercenários, num mundo com criaturas fantásticas, onde a feitiçaria é uma arma de guerra e onde a vendeta é certeira. É o lugar onde as glórias destes bravos soldados estão preservadas do esquecimento, onde a história daquele mundo está registrada. Pelo menos a parte da qual a Companhia foi testemunha.

Veja a resenha completa no site:
http://migre.me/b1VAQ
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Vinicius Takaki 30/08/2012

Cumpre um pouco mais do que promete
Nem mais nem menos. A história começa bem, já demonstra como é o mundo, muito sério, sombrio, decadente, assim como a Companhia Negra do título. Também mostra que aqui há magia e alguns seres sobrenaturais, mas não em grande abundância.
Tudo é contado pelo ponto de vista de Chagas, o médico da Companhia, responsável por cuidar dos anais para que a história possa ser mantida para posteridade. Por falar em Chagas, tá aí uma característica que gostei no livro: ninguém (ou quase ninguém) tem um nome próprio, e sim apelidos como Elmo, Rosa Branca, A Dama, Apanhador de almas, e assim vai. Fiquei esperando aparecerem dois guerreiros com alcunhas de Iceman e Goose, daí lembrei que o filme veio depois do livro =P
Os personagens são interessantes, se não exatamente carismáticos, e gostei especialmente dos feiticeiros, cada um com sua personalidade e trejeitos bem distintos, mas todos igualmente bizarros. Os seres sobrenaturais são bem usados, e são raros, não há um monstro a cada esquina, e isso faz com que fiquemos com a impressão que são bem fortes e que devem ser temidos e respeitados.
A história se desenvolve quando Companhia recebe um novo contrato, e com o novo chefe deve rumar para terras desconhecidas junto com um novo recruta, Corvo, um cara muito sinistro e reservado, que tem uma ou outro truque na manga. Assim vamos conhecendo junto deles toda a história e o conflito neste cenário, que aos poucos vai ganhando 'momentum' até terminar em uma (na verdade várias seguidas) batalha épica, claro que deixando um belo gancho para a continuação, sendo que existem 10 livros na série até o momento.
É uma boa leitura, agradável, e tenho a impressão que só irá melhorar ao correr dos próximos livros. Daria 3,5 estrelas se possível
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Rafa 30/08/2012

Interessante
Eu achei esse romance um tanto estranho. Os personagens são um tanto rasos, várias situações são um tanto previsíveis, falta detalhes tanto nos perfis quanto nos acontecimentos, muita coisa passa muito rápido, as vezes coisas que até parecem importantes, mas acabam não recebendo quase nada ou nada de detalhes. Mesmo assim o livro te prende até o final, principalmente depois de entra no embalo depois de umas cinquenta páginas, eu sempre quis ir adiante e ver o que ia acontecer.
O mundo é interessante, sempre está acontecendo algo, no começo me pareceu um tanto ingênuo fazendo distinções entre o bem e o mal, mas depois apareceram alguns tons de cinza mais adequeados.
Resumindo: o livro é "curto e grosso", direto, talvez (como eu) você se sinta um tanto perdido lá pelo meio, mas tudo vai ficando claro até o final (se prestar atenção), ele não enrola e ao final é uma história bastante satisfatória.
Com certeza pretendo ler os próximos.
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Miranda 20/09/2012

Muito bom
"Não há vilões autoproclamados, apenas regimentos de santos autoproclamados. Historiadores vitoriosos decidem de que lado estão o bem e o mal.
Nós abjuramos rótulos. Lutamos por dinheiro e por um orgulho indefinível. Políticas, ética, moral, tudo isso é irrelevante." p.105

Pode parecer meio confuso no início, pois não temos nenhuma introdução, nem preparo àquele mundo. Caímos num dia calorento e de lá somos alistados a um grupo de mercenários (não. Não está nem de longe relacionado ao filme! hehe).
Passado esse primeiro contato, o livro consegue te prender mais. Especialmente quando a figura dos Tomados, e assim, um pouco mais de como funciona aquele lugar nos é revelado.
Apesar do ar meio juvenil da capa, deve ser alguma coisa relacionada a fonte escolhida, pois a ilustração é até razoável. O livro é bom, no geral. As cenas, sejam de batalhas ou coisas cotidianas risíveis, são bacanas. Nada de floreios no estilo.
Os personagens principais são os mais desenvolvidos, achei que isso fugiu um pouco ao objetivo do texto para o personagem principal, que era registrar a Companhia, num todo, em Anais.
Ainda assim, terminar a leitura é sinônimo de google. A continuação parece ser melhor. Não só pela continuidade da estória, mas também para sabermos mais sobre o lugar, que creio poder ser bem mais trabalhado.
É um bom livro, no geral. Ainda não está tão perto dos meus favoritos no gênero, mas quem sabe com a continuação ele se aproxime do topo da lista?
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João Paulo 24/09/2012

Ótimo livro!
O enredo predeu-me do começo ao fim.
Não conhecia o autor nem a saga (que parece ser famosa lá fora). Comprei apenas pela propaganda que vi na net e não me arrependi.
Gosto muito de livros de Fantasia Medieval e o livro em questão é um ótimo achado. Ele conta a história de uma companhia de mercenários em um mundo fantasioso, onde uma batalha desenrola-se para saber quem ficará com o domínio do mesmo.
De um lado uma Dama, negra e sombria, com seus 10 Tomados, criaturas que outrora foram magos ou guerreiros poderosos, mas que foram subjugados pela Dama e seu esposo, o Dominador, e foram transformados em seus servos (arautos da destruição). Do outro, um grupo chamado de rebeldes, que tentam livrar-se do domínio da Dama usando qualquer meio que os auxiliem. Nesse contexto entra a Companhia Negra, grupo de mercenários que viveu um passado de glórias, mas que hoje em dia está em ruinas. Eles são contratados e alistados nas hostes da Dama e irão tentar impedir que seu império venha a desmoronar.

O livro nos traz uma narrativa em primeira pessoa, sendo a visão de um personagem chamado Chagas, médico da companhia. Chagas é o históriador da companhia. Tem como dever, além de medicar, registrar os acontecimentos dignos de nota. Por esse fato, o livro poderá ser um pouco confuso no início, sendo que a estória nos vai sendo apresentada como se fossemos mais um dos mercenários da companhia e assim conehecessemos boa parte do contexto da mesma. Mas logo nos adptamos a essa forma de narrativa e conseguimos vizualisar e criar um contexto para a estória através dos detalhes que nos ficam claros nas entrelinhas.

Sou um leitor que aprecia os detalhes do cenário. Gosto quando o escritor nos da uma noção exata de como é o mundo ficcional da estória. Gleen Cook não fez isso nesse tomo. O mundo nos é apresentado em fragmentos, apenas alguns detalhes. Mas o que nos é apresentado consegue fazer com que entedamos o funcionamento do mesmo. E a própria narrativa, com suas nuances, tramas e subtramas, preenche-nos e torna desnecessário o desenrolar de grandes descrições.

No fim... um ótimo livro. INDICADíSSIMO para quem é fã desse gênero ou não. Uma ótima porta de entrada para os que querem ler obras assim. Fico agora no aguardo de que a Record continue a lançar os outros títulos da saga.
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Paloma 26/11/2012

A Companhia Negra
O que me levou a querer ler este livro foi uma descrição feita por Glen Cook sobre seus personagens, que está na contracapa do livro.

“Eles são figuras reais, inspiradas nos homens e nas mulheres de carne e osso com os quais servi”.


E eu realmente percebi na leitura que mesmo com toda fantasia envolvida, os personagens são bastante humanizados em suas atitudes e conflitos.

A história é narrada por Chagas, o médico e analista de uma companhia de mercenários, chamada Companhia Negra, reconhecida por seu passado glorioso e por honrar seus contratos. Ao registrar os fatos presenciados por ele, Chagas expões suas emoções. Ele escreve os registros nos anais apresentando cenários e personagens como se já os conhecêssemos, causando certa estranheza nas paginas iniciais.

A Companhia Negra começa esta história em sua decadência, agindo como guarda pessoal de um síndico numa cidade em constante guerra civil. Ao receber proposta de contrato do feiticeiro conhecido como o Apanhador de almas, seus integrantes rumam ao norte, sem saber ao certo o que os aguarda. Com isso são introduzidos numa disputa por poder que se estende pelo mundo.

De um lado desta trama politica está A Dama, uma poderosa feiticeira renascida após séculos de confinamento, que já governou o mundo e tenta retomar seu antigo domínio, com seus aliados chamados de os Tomados, ao qual o Apanhador de almas faz parte. Do outro lado da disputa estão os rebeldes que supostamente lutam pela liberdade do povo.

A magia está presente desde intrigas inofensivas engraçadas aos grandes combates épicos, que são os momentos mais detalhados, com muitas intrigas e estratégias obscuras.

Apesar de a companhia lutar apenas por dinheiro e parecer não ter valor moral algum, parte de seus soldados passam a ter conflitos em relação a seus conceitos do bem e o mal, principalmente Chagas que em algumas partes filosofa sobre esse tema e se autocensura nos registros.

A escrita é simples sem rodeios em suas descrições, fazendo com que o leitor precise criar os detalhes em falta, isso foi muito interessante pra mim, no final do livro havia criado cenário quase completo desse mundo sombrio, quase, pois apesar de me esforçar, não consegui formar geograficamente este mundo. Claro que isso não atrapalha o entendimento do livro, mas senti falta de precisão nas informações.
Outra coisa que gostei foram os nomes dos personagens, todos são conhecidos por apelidos simples, o que facilita muito decorá-los.

Mais em http://labirintoimaginario.blogspot.com.br/2012/11/resenha-003-companhia-negra.html#more.
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Lucas 25/01/2013

Livro bom. Em vários momentos é possível "trocar de pele" com os personagens. Deixa a desejar por tornar a narrativa, em alguns pontos, confusa. Poderia ter sido mais bem trabalhada.
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