ritita 21/07/2018Título mais que perfeitoEstamos no sec XXI, Dublin (Irlanda), numa clínica cardiológica pertencente a um grande hospital, onde ao redor da diretora, Dra. Clara Casey, revoam os mais díspares tipos de pessoas, sejam eles médicos, administradores, fisiatras, ou pacientes e seus acompanhantes.
Clara – A diretora. Excelente cardiologista e administradora, que consegue arrancar do diretor Frank e dos conselheiros do hospital principal, todos os recursos necessários para deixar a clínica, antes um pardieiro desacreditado, num espetáculo. Convive com duas filhas rebeldes (como todo jovem adulto) e um ex marido que ela ainda não sabe se odeia ou ama.
Declan – jovem médico residente. De família pobre, é um moço generoso, simpático, altruísta e totalmente devotado à família e ao trabalho.
Hilary – Secretária – Viúva com um filho e faz malabarismos para trabalhar e cuidar da mãe com Alzheimer.
Ania – Faz tudo. Polonesa, a jovem imigrante que saiu fugida de seu país, não recusa nenhum trabalho que lhe apareça pela frente, pois quer ressarcir à mãe toda a vergonha que fez a família passar. Possui uma capacidade de trabalho descomunal.
Fiona – Enfermeira. Linda, agradável e com um passado nebuloso e ligado à Grécia.
De que fala o livro? Não há um assunto principal, fala apenas e muito bem (e isto é muito), de relações interpessoais e da singularidade de cada personagem diante situações do dia a dia de suas vidas e como podemos ser pessoas diferentes frente a cada diferente forma de tratamento.
Me identifiquei bastante com Clara. A mulher é um tanque de guerra na hora de defender o que lhe interessa, mas consegue ser um amorzinho nas horas certas. Assertiva, empática e generosa. Separa emoção e razão quase sempre.
Amei Ania, pela desmedida generosidade e por sempre conseguir ver o melhor nas piores pessoas.
A autora escreve de forma linear e em 3ª pessoa. Perde pouco tempo descrevendo detalhes (como eu gosto), e quando o faz, porque é necessário.
Todos os personagens do livro são bem elaborados, fazendo com que o leitor deteste os detestáveis e ame os bons.
Só não levou 5* porque o final é muito corrido.