Destino - Crônica de Mortes Anunciadas

Destino - Crônica de Mortes Anunciadas Alisa Kwitney
Scott Hampton




Resenhas - Destino - Crônica de Mortes Anunciadas


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Gárgula 03/02/2021

Quadrinhos proféticos
Reler Destino: Crônica de Mortes Anunciadas foi incrivelmente surpreendente. Em tempos de epidemia e quarentena, como o que vivemos atualmente, essa história chamou minha atenção do nada. Ela estava ali parada na minha estante a quase 10 anos! Eu ia continuar a ler um livro que estava terminando quando a vi. Podemos dizer que foi curiosidade? Sim! Mas se foi só isso não sei.

Talvez tenha sido o destino! Mesmo que o trocadilho e a brincadeira sejam curiosas (ou ruins), depois que reabri esse encadernado não parei de ler até terminar. Mais uma vez trago algo antigo que vale a pena ser lido. Fiquem de olho pois já lia quadrinho muito antes dessa coluna ou do blog Canto do Gárgula.

Uma história sobre Peste
A grande beleza de Destino: Crônica de Mortes Anunciadas é que a história conta na verdade a vida da Peste, um dos quatro Cavaleiros do Apocalipse. Sua vida está ligada intimamente com Destino, o Perpétuo mais velho de todos os Sete. Peste busca incansavelmente uma forma de não cumprir sua responsabilidade e isso é mostrado através do tempo. Tudo acontece porque uma única página foi arrancada do Livro do Destino!

Seguindo pelo tempo vemos através de relatos verídicos o retorno de Peste e os trágicos acontecimentos que chegam com ele. Tudo ali é feito de forma singela e dá ao leitor a oportunidade de viajar pelos piores períodos da humanidade de uma maneira que só a Vertigo realmente consegue fazer. A poesia trágica da história não te ilude. O final é inclusive conhecido, apenas você, leitor, não está se lembrando ou mesmo preparado!

O argumento de Alisa Kwitney é poético, trágico e terrível. Aliada as artes maravilhosas de Kent Williams, Michael Zulli, Scott Hampton e Rebecca Guay esse quadrinho da DC Comics está sob o selo Vertigo. A publicação é antiga, de 2011, e foi publicada pela Panini Books para a série Sandman Apresenta, muito boa por sinal. A tradução foi feita por Edu Tanaka.

Conclusões finais
Essa releitura não poderia ser mais atual e estou absolutamente extasiado de encontrar tantos tristes paralelos com a realidade que estamos vivendo. Uma leitura adulta que precisa ser feita por qualquer amante de quadrinhos e principalmente por aqueles que optaram por seguir caminhos não científicos.

Um encadernado antigo mas que você ainda poderá garimpar por aí. Como está ligado a Sandman e seu mundo é obviamente uma leitura sempre indicada a reflexões e críticas.

Prepare-se pois o encontro com o Destino é inevitável!

Boa leitura!

Resenha publicada no blog Caverna do Caruso, na coluna Sexta-Feira 13, de Daniel Gárgula.

site: http://cavernadocaruso.com.br/sexta-feira-13-26-destino-cronica-de-mortes-anunciadas/
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Coruja 13/12/2012

Destino: Crônica de Mortes Anunciadas (e não é coincidência que o título leve a obra de Gabriel Garcia Márquez...) destoa um pouco dos títulos que já li da coleção Sandman Apresenta, porque não tem uma conexão imediata com Sonho ou o Sonhar. Em vez disso, o protagonista – se é que assim podemos dizer – é seu irmão mais velho, Destino.

No mundo de Sandman nós temos sete irmãos que são representações antropomórficas de determinados princípios abstratos. Morte. Destino. Desejo. Destruição. Sonho. Desespero. Delírio. Morte é a mais velha de todos e a mais próxima de Sonho; os outros têm diferentes relações com Lorde Morpheus, são manipulativos, infantis ou fugidios.

Destino, contudo, parece flutuar para além de quaisquer relações ou mesmo partidos. Misterioso, cego, carrega nas mãos um livro acorrentado aos seus pulsos – um livro em que está escrito tudo o que veio, tudo que é e tudo que virá. Ele caminha em seu jardim por caminhos que são visíveis apenas aos seus olhos sem luz.

E no entanto... no entanto, em certa medida, Destino influencia de perto os acontecimentos nessa história. Ao encontrar-se com a Imperatriz Teodora, muito antes dela se tornar esposa de Constantino, ele lhe pede um filho... e com isso traz ao mundo um dos quatro cavaleiros do Apocalipse...

Peste.

A narrativa de Destino: Crônica de Mortes Anunciadas é por vezes confusa, indo e vindo no tempo, de Teodora a um futuro apocalíptico, sempre em tempos de caos e doença. E sempre, sempre, o usualmente impávido Destino se envolve de alguma forma.

O problema é que embora haja personagens e arquétipos grandiosos, a expectativa vai se acumulando, acumulando... e ao final parece não ter chegado a lugar algum. O que é uma pena, mas é verdade – o roteiro degringola ao ponto de não se saber se em algum momento houve enredo e você termina frustrado com o imenso potencial francamente desperdiçado...

Mas bem, talvez haja uma continuação que explique o que cargas d’água era aquilo. Não perdoa a falta de sentido de um primeiro volume que deveria se bastar por si mesmo, mas ao menos é algo por que ter alguma expectativa...

(resenha originalmente postada em www.owlsroof.blogspot.com)
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Camila(Aetria) 23/08/2012

Hipocondríaco mode ON
Também está presente no www.castelodecartas.com.br, com mais coisas! hehe

Essa HQ é o terceiro volume da série Sandman Apresenta, onde pelo menos um personagem presente nessa ilustríssima história do Neil Gaiman aparece, nos anteriores, apareceram o próprio Mestre dos Sonhos (resenhado aqui também) e as Fúrias. Não vai ter resenha do As Fúrias ainda porque não consegui terminar, mas aguardem!
Nesse volume quem aparece é Destino, que pelo nome já dá pra ter uma noção, embora ele não seja o protagonista em si.

A história tem como protagonistas Ruth, que perdeu toda sua família durante a volta da Peste Negra nos anos 2000, e que 9 anos depois, num cenário super apocalíptico recebe a visita de John Ryder, que depois vai falar sobre o Livro do Destino, que diz saber sobre tudo que vai acontecer e já aconteceu (tanto que lá, ele já havia previsto a volta da peste) e vai contando o que estava escrito por lá e sobre as duas primeiras vezes em que a peste assolou a Europa e afins.

Um diferencial é que cada trama (a principal e as outras 3 que John narra) tem um desenhista diferente, o que ajuda a dar um clima diferenciado e separar épocas e histórias, sou super a favor dessa forma de narrativa, que também pode ser possível nos livros mudando a fonte da letra, mas, e agora é apenas uma questão de opinião, o traço da trama principal foge completamente ao meu gosto. É um traço sujo e sem muita forma, e que não conseguiu me cativar tanto quanto os outros. Consegue trazer aquela coisa de Apocalipse, mas não me agradou.

A história em si é muito bem escrita, e dá apenas algumas dicas do mistério maior que está por trás, o que adoro, livros que jogam todos os segredos de forma pouco cuidadosa parecem perder a graça, e esse dá apenas algumas dicas discretas. Alisa Kwitney, a roteirista fez um excelente trabalho em suas 164 páginas e consegue te prender até o final, então vale super a pena ler, e tirar suas próprias conclusões em relação à arte...rsrs

O final deixa aquele quê de "e agora??? Não acaba ainda não, eu ainda tenho algumas perguntas!!!" O que significa que fizeram um bom trabalho, haha, mas o mais legal foi a introdução escrita pela roteirista.
Ela começa já com o título: "Crônicas de uma Hipocondríaca Contadas Três Vezes" e num trecho super curtinho fica falando de como virou uma master hipocondríaca enquanto estava grávida e em vez de ler "O que esperar quando você está esperando" lia sobre vírus, o ebola, peste bubônica (e ela conta uma coisa que nem eu sabia, existem 3 tipos de peste: a bubônica, a septicêmica e a pneumônica, em ordem crescente de virulência, achei super legal curiosa como sou...HAHA)
Então, a ideia de começar um livro sobre a volta da peste negra com um comentário SUPER hipocondríaco foi genial pra mim.

Então, 'bora se tornar hipocondríaco antes de ler essa HQ! HAHA
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