Guilherme Ramos 18/04/2018
Aprendemos algumas lições bem importantes
A princípio a história tramita em torno de Gláucia, uma jovem sonhadora que só queria se casar, até aí tudo bem, problema é que Gláucia é astuta, grosseirona, egoísta, tudo o que faz é pensando apenas em seu benefício. Órfã de mãe, seu pai constitui outra família, ela por sua vez, moldada pelo avós maternos, não aceita bem a nova esposa do pai e sua meia irmã Débora e passa a desenvolver animosidade às duas, criando atritos e uma convivência difícil entre família. A única pessoa que Gláucia confia e nutre sentimento de real carinho é sua amiga Magali, espiritualizada que sempre auxilia Gláucia a enxergar a vida com outros olhos. Mesmo assim Gláucia possui sentimento e ideia fixa, deseja casar a qualquer custo.
O enredo envolve diversos personagens como a família do noivo de Gláucia, personagens da empresa do seu sogro como Sarajane, a grande vilã da história e também os avós maternos de Gláucia, explicando a história de cada um deles e a ligação entre si de formas diretas e indireta.
Gostei do livro, não dá pra ficar entediado lendo, cada página uma nova emoção, porém senti falta do autor ter explorado um pouco mais o universo de Gláucia, gasta muita escrita explicando sobre outros personagens, tanto que no meio do livro Gláucia simplesmente sai da história, aparecendo vez ou outras, deixa de ser a protagonista, voltando mais presente um pouco antes do final. Sem sombra de dúvidas, Gláucia é ofuscada na história com tantos personagens mais marcantes que ela. Outros pontos ao meu ver que achei fraco foi a questão de Luciano ter remoído 4 anos por Gláucia, eu no caso dele sentiria um certo alívio, não pelo ocorrido, mas, porque Gláucia era um verdadeiro porre, um fardo pesado...
Também achei confuso sobre a questão de espaço/tempo no enredo, por exemplo, quando Sarajane faz a sacanagem com as funcionárias da empresa, Débora está grávida de 4 meses. Algumas páginas depois, Débora está prestes a ganhar o bebê, em outro lugar no mesmo tempo Sarajane atravessa a recepção da empresa e é surpreendida por uma das funcionárias que tira satisfação pela sacanagem feita por ela, (como se aquilo tivesse ocorrido na noite anterior). Ficou muito confuso... e por último, a justificativa do porque Sarajane era tão má, achei desnecessário toda aquela colocação, mas, cada cabeça, sua sentença.
Pontos fracos à parte agora citemos os pontos fortes do livro, pois, reforço que gostei muito deste, é bem dinâmico. Nessa história aprendi principalmente com Lucas, cunhado de Gláucia e irmão de Luciano, um verdadeiro psicopata, pela descrição, um rapaz lindo, atraente e inteligente, além de muito rico, mas, tão ambicioso que utiliza dessa inteligência para o mal, um verdadeiro fantoche das entidades das sombras, mas, que consegue igualmente manipular também as suas vítimas para satisfazer suas vontades. Suas vítimas no geral são mulheres que se deixam atrair pelo poder de sedução de Lucas, sempre bem vestido e perfumado, sempre com carro, estrategicamente mostrando seu poder aquisitivo, atraindo principalmente as interesseiras que como moscas caem facilmente na boca do sapo. Lição: AS APARÊNCIAS ENGANAM e certos caminhos muitas vezes não tem volta.
Ouro ponto positivo foi a evolução da personagem: Ivete, mãe de Magali, que serve de lição para muitas pessoas que criam falsas expectativas em suas mentes por conta de uma desilusão amorosa ou qualquer outro motivo e que muitas vezes precisam de um sacode ou um outro acontecimento igualmente forte para despertar da passividade que se encontram e tomar um novo rumo na vida.
Para não estender a resenha ainda mais, os pontos fortes são muitos, Débora é personagem chave da trama, dotada de sensibilidade, porém muitas vezes direta e dura nas palavras, mas, sempre verdadeira, ela acaba por auxiliar os demais personagens como a própria Gláucia, Luciano, seu próprio pai, dentre outros, através de lições de perdão, desapego, “desvitimização” e etc.
Recomendo muito a leitura !!!