Resenhas - O Profeta

Fabio Shiva 31/08/2010

Assim falou o Profeta
Quando li este livro pela segunda vez, comparei a leitura a ouvir um maravilhoso disco de música que dá vontade de ouvir novamente desde o começo assim que acaba, e outra vez e outra vez...

Talvez por essa analogia, quando “O Profeta” surgiu novamente para mim, senti imediatamente o desejo de transformar a experiência da leitura em uma música. Enquanto estava mergulhado no livro, percebi que esse foi um artifício muito útil para me fazer aprofundar a leitura, relendo várias vezes cada trecho, buscando transformar essa passagem ou aquela em versos rimados. Só por isso já valeu a ideia!

Mas o melhor é que a música acabou saindo! Não ficou como eu havia imaginado a princípio, uma transposição literal da essência do livro para uma letra de música, mas acabou se transformando em algo que achei até mais interessante: uma música sobre a minha experiência de leitura e interpretação íntima e pessoal de “O Profeta”.

Eis a letra, que foi lindamente musicada por meu amado irmão e parceiro de todas as horas, Fabrício Barretto:

O PROFETA

Quem é que pode se despedir sem tristeza
De sua própria amargura e solidão?
Quem é que pode se encantar com a beleza
Que já não esteja segura em seu coração?
Quem é que pode se jogar na incerteza
Sem perder a ternura?
Quem é que pode?
Quem é que pode?

Assim falou o Profeta
Assim falou o Profeta
Assim falou

Quem é que sabe ser uma flauta serena
Onde o murmúrio da vida entoe a sua canção?
Quem é que sabe ser uma gota pequena
No grande mar protegida de sua extinção?
Quem é que sabe ter um papel nesta cena
E outro logo em seguida?
Quem é que sabe?
Quem é que sabe?

Assim falou o Profeta
Assim falou o Profeta
Assim falou

Quem é que chega, despindo o próprio ego,
A uma nudez tão completa que é revelação?
Quem é que chega, com um total desapego,
A ser o arco e a seta de seu próprio não?
Quem é que chega em uma terra de cego
A se tornar um profeta?
Quem é que chega?
Quem é que chega?

Assim falou o Profeta
Assim falou o Profeta
Assim falou

http://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com.br/2017/12/o-profeta-gibran-khalil-gibran.html


[resenha anterior]:

Se você gosta de música, talvez tenha passado por uma experiência parecida. Um belo dia surge aquele disco que você ouve feliz do início até o fim, e quando acaba você sente uma vontade irresistível de ouvir novamente desde o princípio... e ouvir de novo e de novo!

Pois bem. Acabo de ler pela segunda vez essa jóia inigualável da literatura. O encantamento foi tamanho que assim que acabei de ler comecei a ler pela terceira vez “O Profeta”!

A metáfora da música procede porque esse livro é sobretudo uma belíssima canção, uma canção da alma inspiradíssima de um poeta maior como raríssimos há, tal como Gibran Khalil Gibran.

Ao ler esse livro agora, descobri fascinado que a Poesia possibilita tocar o mais íntimo da alma, e acessar verdades profundas que lá aguardam.

Um livro para toda a vida!

(06.06.10)



site: https://www.facebook.com/sincronicidio

Alex 16/12/2023

Um livro sapiencial
Há muitos anos atrás, li um opúsculo de Harold Bloon, um dos mais renomados críticos literários, chamado, Onde encontrar a Sabedoria, nesse livro o autor faz um apanhado sobre os maiores livros sapienciais da história da humanidade.

Pois bem, ouso dizer que O Profeta é um livro sapiencial. Alguns o inserem nas listas filosóficas, outros entre os esotéricos/religiosos, outros o denominam poesia em prosa, eu o chamo sapiente.

Um brevíssimo adeus, com os ensinamentos para uma vida boa. Os ensinamentos de quem se propõe ouvir e aprender com suas próprias palavras. Gibran, nos apresenta um livreto que tem a simplicidade do Pequeno Príncipe e a sabedoria suave da Raposa.

Harold Bloon errou ao não relacionar O profeta entre os grandes livros sapienciais da humanidade. Mas você pode evitar o erro de não conhecê-lo. Curto, belíssimo, fluído. Em uma hora de leitura, ou duas, você terá conhecido a obra prima de Kahlil Gibran, a suave doutrina de Al-Mustafa, as doces palavras do profeta.

?Disseram-vos também que a vida são trevas; e em vossa fadiga repetis o que disseram os fatigados. Eu vos digo: a vida são mesmo trevas, salvo quando há ímpeto. E todo ímpeto é cego, salvo quando há conhecimento, e todo conhecimento é vão, salvo quando há trabalho. E todo trabalho é vazio, salvo quando há amor; ?

Recomendo!

Vicente Tavares 29/05/2022

Pra pensar e sentir
Filosofia faz pensar, poesia faz sentir, o que acontece quando junta os dois? Acontece O Profeta do Khalil Gibran.
Esse livros reúne 36 reflexões do Profeta, repletas de poesia e apesar do viés obviamente religioso, desde o título, o conteúdo passa longe de ser puramente religioso... aliás, em alguns pontos deve fazer suar alguns conservadores...
Uma leitura agradável e enriquecedora, faz pensar, faz sentir e enche de alegria. Não precisa mais do que isso, não é?

Alberto 01/09/2022

Mudaram as estações/Nada mudou
Sempre que leio algum livro antigo que traz reflexões, fico admirado como a civilização pode mudar e evoluir em diversos aspectos, mas continua com os mesmos anseios de sempre.

O profeta, de Khalil Gibran, é de 1923 e traz de fato um profeta, chamado Almustafa, que antes de partir de volta à sua terra natal compartilha sua sabedoria com um grupo de seguidores. E os temas são os mais comuns possíveis: amor, casamento, filhos, trabalho, religião, morte, crime e castigo, alegria, tristeza e por aí vai.

Não há enrolação. Gibran vai direto ao assunto. Cada tema escolhido por uma pessoa do grupo equivale a um microcapítulo. Os ensinamentos do profeta são singelos, mas profundos. São muitas vezes poéticos e até musicais, como esta passagem ao falar sobre Amor:

"Quando o amor chamar, sigam-no,
Mesmo que o caminho seja íngreme, árduo.
E quando suas asas os envolverem, entreguem-se a ele,
Ainda que a lâmina oculta entre as plumas possa feri-los.
E quando ele falar com vocês, acreditem,
Embora sua voz possa lhes destruir os sonhos como o vento que devasta o jardim."

O excerto acima inclusive me lembrou de Chuva de Prata, de Ed Wilson e Ronaldo Bastos, de 1985, tantos anos depois de O profeta:

"Toda vez que o amor disser/Vem comigo/Vai sem medo/De se arrepender"

Pois é, está tudo assim tão diferente, mas nada mudou.

Max 28/01/2024

Um bálsamo...
Sem ser doutrinário Gibran discorre sobre sabedoria, bom convívio, das relações humanas e da simplicidade da vida. Tudo é dito com muita leveza, seus ensinamentos nos chegam como um gostoso abraço. Um livro para ler e reler sempre...
Amei!

Larissa 18/01/2022

Um bom livro para cabeceira
Esse é aquele típico livro para carregar consigo, cheio de pílulas de conhecimento que fazem você ficar horas refletindo.

Dan 30/03/2021

Redescobrindo o papel do coração
O interessante da linguagem do mito é que ela tem sempre um teor filosófico e quando muito, congrega não só uma camada nas entrelinhas, mas até três. (Dostoiévski é um mestre nisso) E Khalil é um mestre espiritual!
Veja, o xamã, na transição da adolescência para a jovialidade passa por um mergulho para dentro de si, e me parece, que essa experiência se traduz numa pletora de sabedoria.

Na poética de Aristóteles o personagem central do mito é você! logo, todo plano secundário da narrativa não é senão expressões de si mesmo projetadas para fora a fim de que você se veja. A poesia de Khalil Gibran é uma reconciliação com a vida no sentido de, reabsorvendo as circunstâncias da felicidade e da tristeza, tornar grande a existência!

Pexia 22/01/2023

primeira leitura de 2023
Eu li o profeta em inglês, confesso que mesmo entendendo inglês perfeitamente, tive certa dificuldade em entender algumas palavras. Chamam o profeta de um livro essencial que todos devem conhecer, mas vou ter que discordar. O objetivo do livro é lindo, mas a forma como é retratada é desinteressante. Se vocês gostam de livros sobre autoconhecimento, vocês deveriam ler, mas eu pessoalmente achei que perdi tempo!

Emmily 09/05/2023

Vossa alegria é vossa tristeza desmascarada
O livro é maravilhosamente interessante. As frases servem para ensinamentos, assim como a beleza, amizade, dor, alegria, sabedoria. O profeta soube distinguir cada capitulo um do outro. A leitura foi SUPER fluída, me prendeu bastante e amei mt, pena que é poucas páginas ?

Daire 25/10/2023

Muita sabedoria em tão poucas páginas
Em poucas páginas Gibran traz reflexões sobre praticamente todos os aspectos da vida. Alguns deles até, talvez, coisas que raramente paramos pra pensar a respeito.
Utilizando do Profeta que chega à cidade de Orphalese, ele se põe a responder as indagações dos cidadãos locais que desejam ouvir seu comentário a respeito de temas como o amor, o prazer, a dor, a paixão, o ensino, filhos, liberdade, crime e castigo e vários outros temas.
Sempre utililizando liguagem poética, suas palavras se tornam um convite para apreciarmos a beleza do ato de viver.

Marcos Aurélio 08/04/2021

Mustafá e Altamira!
Na praça de Orfalese, Mustafá recebeu de Altamira "permissão" para partir. Não, sem antes falar ao povo, respondendo suas perguntas.

"Não esquecerei de voltar a vós. Em pouco tempo, e meu desejo reunirá pó e espuma para um outro corpo. Em pouco tempo, um momento de descanso ao vento, e uma outra mulher me dará a luz".

Altamira pensava nas palavras do profeta, enquanto o barco, que o profeta esperara por doze anos, sumia na bruma.

Kleber Rafael 17/05/2021

Um livro tão pequenino, mas com uma essência tão grande, um livro que vai penetrar em sua alma, vai te balançar, te sacudir e te causar muito incômodo. Escrito pelo "profeta" Khalil Gibran, é um livro para ler e reler sempre que possível, é uma coletânea de ensaios filosóficos escrito de forma poética que retratam desde o amor e a religião até coisas banais do nosso cotidiano. Lendo cada página tive o pressentimento que o livro foi escrito para mim, e para aquele momento... Tornando uma experiência de leitura indescritível.

Eduardo1304 24/02/2022

O profeta
Esse livro trás a nós a beleza das idéias sobre os filhos, a dádiva, a religião, o prazer, o amor, o trabalho e muito mais.....

Danyelle22 02/12/2022

A beleza da despedida...
Estou simplesmente encantada pela forma sensível como Gibran aborda certos tema, como coisas tão corriqueiras ganharam uma descrição tão poética. ?
"O amor nada oferece além de si mesmo e nada recebe além de si mesmo.
O amor não possui, e tampouco pode ser possuído;
Pois o amor se basta em si mesmo".