Luis 06/02/2010
Rosebud Paraibano.
Se Guilherme Fontes um dia conseguir terminar o seu interminável filme, e se este resultar em uma obra que tenha pelo menos 10% do encantamento de "Chatô", será provavelmente a maior produção cinematográfica brasileira. Isso porquê a vida do jornalista Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello, por si só, já era uma imensa fita Hollywoodiana : praticamente analfabeto até os 10 anos, o paraibano se formou em direito e iniciou com o pequeno "O Jornal" uma escalada sem precedentes que resultaria na construção do maior Império de mídia do Brasil. Seu apetite voraz por dinheiro e poder o levou a participar , às vezes como protagonista e outras tantas como coadjuvante, das inúmeras reviravoltas da história da República. Foi o introdutor da televisão no Brasil, embaixador na Inglaterra (onde, durante a coroação de Elizabeth II, a poucos metros da Rainha, aliviou sua bexiga discretamente em uma garrafa de Coca Cola...), golpista, patrocinador de mudanças na lei em benefício próprio (a famigerada Lei Teresoca), criador do MASP, incentivador da aviação, entre tantas outras coisas. Isso tudo sem nunca deixar de lado sua vocação maior de jornalista, alimentada por toda a vida em artigos diários publicados em sua cadeia de jornais.
Fernando Morais se vestiu de Orson Welles para recriar o "Cidadâo Kane" Tupiniquim. Só nos resta aplaudir.