Carissinha 21/08/2013Antes de começar a ler Vampire Academy ouvi muitos elogios à série da Richelle Mead, e relutei muito para começar a fazer parte do grupo de pessoas que leem os livros. A sinopse não me pegou de jeito, não me fez desejar ler a história. E pensava que era mais um livro jovem adulto com vampiros como protagonistas. Enfim, não achei que fosse gostar.
Eu estava muito enganada...
Se por um lado a série é realmente mais uma história com o foco no público adolescente que tem como tema central os vampiros, a forma como conduzem tudo foge dos inúmeros livro do gênero. A autora conseguiu criar todo um universo próprio que é completamente viciante.
Na série temos vampiros mortais, os Moroi, que apesar da longevidade são destrutíveis como qualquer humano. Eles necessitam de sangue humano para viver, mas não matam aqueles que os alimentam. Em teoria eles são os vampiros bonzinhos e são perseguidos pelos malvados, os Strogoi. Esses são os vampiros sedentos por morte e destruição. Eles lembram os vampiros sanguinários que estamos acostumados. Eles matam pelo prazer de matar, transformam outros em seres iguais a eles, só podem morrer com uma estaca no coração, se sua cabeça for cortada ou se for queimado. Mortes tradicionais para os vampiros. E temos também os Dhampirs – meio Moroi e meio humanos.
A nossa protagonista se classifica nessa raça intermediária. Ela é filha de uma Dhampir com um Moroi. Os Dhampirs são, em geral, guerreiros que protegem os Moroi de serem exterminados pelos Estrigoi. E a nossa protagonista tem como tarefa de vida cuidar da sua melhor amiga, Lissa, uma Moroi que perdeu os pais e é a única sobrevivente da família. Ah! Lissa é uma princesa, faz parte de uma das famílias reais.
As duas garotas fugiram da Academia St. Vladimir, onde Dhampirs e Moroi estudam, tentando melhorar suas habilidades. E o livro começa com a captura delas pelos guardas – liderados pelo Dhampir Dimitri Belikov – que trabalham na Academia. Dimitri é um homem sério e muito focado no trabalho que, depois da volta das garotas, tem como missão treinar Rose, que é uma grande lutadora, mas tem um temperamento muito explosivo.
Eu poderia contar mais coisas da história, que é muito cheia de detalhes, mas a melhor coisa é ir descobrindo cada detalhe aos poucos. Inicialmente a questão entre Moroi, Dhampir e Strogoi pode parecer confusa, mas não é. Logo o leitor entende como tudo funciona e aproveita o livro facilmente.
A escrita da Richelle é incrível. Ela tem um grande domínio da sua arte e prende o leitor todo o tempo, além de inserir vários detalhes na história e, no final, unir cada pequena ponta. E sem dúvida alguma, a escrita dela é o que mais me fez ficar apaixonada pela história.
Outra coisa que me agrada são os personagens. A Rose é maravilhosa. Sim, ela é explosiva, diz tudo o que passa pela cabeça, burla todas as regras possíveis e mal consegue controlar seu próprio gênio; além de fazer uso de tudo o que pode para conseguir o que quer. Ainda assim faz tudo pelos que ama e luta pelo que acredita. É uma protagonista jovem, mas muito forte. Eu a adorei. Dimitri é completamente apaixonante, apesar de certinho e controlado demais, o que em alguns momentos me irrita. Ele sempre protege a Rose, mesmo quando minutos antes estava brigando com ela. Gosto do Christian também, das suas tiradas sarcásticas e da sua história de vida. Lissa é meu maior problema. Ela é a melhor amiga da protagonista, que a adora e faz tudo por ela, mas a garota é muito egoísta. Ela é mimada e acha que a Rose vive para satisfazê-la. Sim, ela tem um bom coração e gosta da amiga de verdade, mas ela é chata e me irrita profundamente.
Um dos pontos que mais me agrada na história – apesar de me deixar com raiva – é a parte politica e social. A questão da situação dos Dhampirs é muito interessante, e a maneira como os Moroi os tratam me faz lembrar de muita coisa que acontece em nossa sociedade.
Vampire Academy é uma série surpreendente. A Richelle Mead brinca com as emoções do leitor todo o tempo. É uma série apaixonante e viciante, e ao mesmo tempo, inteligente. Eu virei fã.
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