Ponto Cego

Ponto Cego Felipe Colbert




Resenhas - Ponto Cego


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SahRosa 18/10/2013

Culpado pelo fim de seu casamento, Daniel Sachs, não deixar de lembrar um dia se quer dessa tragédia. Quando recebe um estranho pacote pelo correio sem remetente, Daniel fica surpreso a ver que se trata de um Zippo, um isqueiro com uma fascinante gravura de um leão – alado, mas o impressionante era o lado oposto do Zippo, havia outro desenho: Três círculos concêntricos e o menor preenchido.

Intrigado com o estranho presente, Daniel tenta de vária maneira fazer o isqueiro funcionar, enquanto analisa quem poderia tê-lo mandado. Até que o inevitável acontece; De dentro do Zippo cai um pequeno cartão memória, e ao abri-lo, a surpresa: Nilla.

Sua ex-esposa surge na gravação, triste, com os olhos marejados, lhe deixando uma mensagem estranha. Decido, a saber, o motivo de Nilla estar naquele estado, Daniel parte atrás dela, o amor que nutre por ela é tão forte quanto à culpa que carrega. Mas procurar Nilla em Veneza, não será uma tarefa fácil, principalmente ao descobrir que ela sumiu, deixando suas malas intactas na hospedaria onde se instalou.

Com a ajuda de Paola, dona da hospedaria, Daniel iniciará sua busca por Nilla. Uma série de pistas foram deixadas para Daniel, só que há algo muito obscuro que envolve não apenas Nilla, mas outras jovens, que misteriosamente desapareceram sem deixar rastros, que o investigador Pacino tende a descobrir o quanto antes. Afinal, quanto maior o tempo que se leva, piores serão os resultados e a descoberta pode abalar a todos os envolvidos.

***

Narrado em terceira pessoa, Ponto Cego nos traz a visão de muitos pontos na estória, seja dos vilões, personagens principais e policiais. Cada capítulo uma revelação, que nos deixa ansiosos para saber o encaixe de todas as peças desse mistério escrito pelo autor nacional Felipe Colbert.

No bom estilo investigativo, cheio de pistas, segredos e violência, temos um romance policial espetacular, que vai prender o leitor em suas páginas finais e quando finalmente fechamos o livro, somos apresentados aquele final, a qual você diz: Nossa!

Todas as peças apresentadas pelo autor, vão se encaixando conforme o livro avança, somos surpreendidos, ficamos apavorados e receosos em muitas cenas. Eu poderia citar várias cenas onde esses sentimentos se tornam a flor da pele, mas poderia correr o risco de soltar algum spolier, apenas posso dizer que há uma cena, onde é descrição chega a ser tão real, que senti vontade de fechar os olhos junto aos personagens e esquecer o testemunhei ao lado deles, pois mesmo sendo um livro, esse tipo de situação é mais real do que sabemos, e isso é ponto super positivo para Ponto Cego, onde seu leitor viverá experiências eletrizantes, tudo que os ótimos romances policiais tendem a oferecer!

Fazia um tempo desde que li um livro nesse estilo, e me surpreendi com o talento de Felipe Colbert de envolver o leitor. Sua narrativa é rápida, os capítulos curtos e há um ponto onde todos seus personagens se encontram e o livro passa a ficar ainda melhor. Por minha curiosidade ser tão grande, teve momentos, que eu desejava desesperadamente saber as respostas e acabava tendo que esperar os próximos capítulos, já que cada capítulo é referente a uma parte da estória, que ao todo se unem para completar toda trama. Realmente essa minha curiosidade pode atrapalhar meu gosto por determinadas títulos, mas ao contrário de alguns, Ponto Cego é na medida certa, nada muito enrolado, e volto a dizer, cada capítulo uma surpresa, uma revelação, capaz de deixar o leitor vidrado para saber como será o desenrolar dessa estória.

Quanto aos personagens, só posso dizer, que você encontrará um time ótimo, com personalidades marcantes e bem desenvolvidas. Os destaques são principalmente a Pacino, o investigador, o jeito turrão e mal humorado dele, me conquistou, e apesar de alguns problemas pessoais que carrega, Pacino se mostra muito competente! Paola, a dona da hospedaria, muito corajosa e aventureira, ajudou muito Daniel e claro, os vilões, só uma palavra para descrevê-los: Monstros. Se a idéia do autor foi para que o leitor os odiasse, ele o fez muito bem!

A respeito do trabalho editorial, a Novo Século esta de parabéns, não encontrei nenhum erro significativo. Só tenho que agradecer a Glaucia por organizar o Book Tour, onde tive a chance de ler Ponto Cego e claro, ao autor Felipe Colbert pelo talento em criar esse romance policial incrível.

site: http://www.daimaginacaoaescrita.com/
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Laury 28/07/2013

[Maniaca por Livros] Ponto Cego
Pensa em um livro que ficou parado na estante? Uma das minhas aquisições da Bienal, Ponto Cego estava a espera do meu humor certo. E fico feliz do meu humor ter chegado, porque o livro definitivamente me surpreendeu.

Vou confessar que quando li a sinopse, não entendi nada de nada sobre como seria o livro, mas ainda assim achei interessante, e como estava com o intuito de comprar a maioria de livros nacionais, incluiu ele na compra.

O livro nos leva a Veneza, seu carnevale, suas belezas e suas mortes. O livro é formado por vários núcleos que no final se encontram e vira um só, em uma mesma trama. De um lado temos Daniel, que perdeu a esposa e também o rumo. De outro temos Giuseppe Pacino e seu problema com bebidas, que para manter seu emprego tem que resolver o desaparecimento de uma jovem.

Tudo bem simples, até que mais jovens desaparecem, corpos surgem, ex-mulheres reaparecem, o mundo gira de cabeça para baixo e coisas inusitadas começam a aparecer.

Ponto Cego é definitivamente um ponto cego, que faz você ficar sem sentidos enquanto quebra a cabeça tentando entender o que está acontecendo e não chega a lugar algum. É louco, surreal, diferente, é inusitado.

Se eu for falar de cada misero personagem e o que achei dele, não sairemos daqui hoje, mas posso dizer que todos foram muito bem construídos, com todas as suas próprias complexidades. Cada ação e cada decisão deles, faz você refletir sobre a natureza humana e até onde somos capazes de ir. Seja amor, ganância, medo, dor, prazer, por tudo. O quão imprevisíveis nós somos.

O livro nos leva ainda a vários pontos turísticos de Veneza, nos ensina algumas palavrinhas do idioma e nos mostra o quão sórdida pode ser não só a mente de um assassino, como a mente humana. Se não houvesse aquela gotinha de sentimentos, até onde seriamos capazes de ir?

Um romance policial que merece respeito, que junta todas as pontas e mostra todas as nuances (olha eu falando difícil kkk) da coisa.

O final, OMFG! Foi belo, belo, belíssimo. Fiquei abismada, para não dizer passada! Minha cara foi lá no chão. Muito bom! Recomendo do início ao fim. E além de tudo, é uma leitura rápida e leve, apesar de densa (vai entender).

Beijos!

Laury.

site: http://maniacaporlivros.wordpress.com/2013/07/19/resenha-ponto-cego-felipe-colbert/
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Lina DC 06/07/2013

Surpreendente!
Com uma escrita envolvente, o autor consegue prender a atenção do leitor nesse romance policial que mistura cenários no Brasil e em Veneza. Os personagens como Daniel e Pacino são personagens humanos, com defeitos e imperfeições que permite aos leitores um grande envolvimento emocional.
Daniel e Nilla estavam casados e felizes, quando um terrível acidente causa o fim precoce de uma gravidez desejada. Após a tragédia, manter-se juntos torna-se difícil e cada um vai viver a sua vida. Daniel ainda não superou a perda da sua antiga vida, mas continua trabalhando no mesmo jornal e seguindo um dia de cada vez. Até que de repente recebe um isqueiro. Isso mesmo, um isqueiro, que o levará à Veneza e a uma procura desenfreada por Nilla.
Em Veneza, nós temos o investigador Giuseppe Pacino, um homem que já viu muitas tragédias na vida e não tem mais expectativas em relação a sua vida. Mesmo assim, tenta se manter um profissional comprometido e o desaparecimento da jovem Bárbara de 25 anos está remoendo o investigador. Infelizmente para ele, Bárbara não será a última jovem que desaparecerá sob condições suspeitas.
Jornalista e investigador irão ter que trabalhar juntos para descobrir o que está acontecendo. E a verdade, é mais tenebrosa do que imaginavam. Ao acompanharmos Daniel nessa jornada, vamos juntando as pistas que ele recebe em busca da verdade, que envolve um Ilusionista famoso, Paola e seu irmão Gino.
Com muita ação, suspense e drama psicológico, o livro mostra um lado da humanidade não tão bonito. Vemos a que ponto uma obsessão pode chegar, e que as pessoas menos prováveis são as mais culpadas.
Um livro com viradas inteligentes, que pedem ao leitor um raciocínio rápido e uma incessante busca pela verdade e a justiça.
Em relação a revisão, diagramação e layout, a editora está de parabéns pelo trabalho. A capa traz vários elementos da trama e deu o ar sombrio ideal para acompanhar essa emocionante história do autor Felipe Colbert.

Essa resenha será publicada no blog Acordei com Vontade de Ler.
Booktour promovido pelo blog Entrelinhas Casuais da Ananda Dias.
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Danielle 26/06/2013

Ponto Cego
Resenha – Ponto Cego – Felipe Colbert
Ponto Cego é um Romance Policia e o segundo livro do escritor Felipe Colbert.
A trama se desenvolve com o desaparecimento de Nilla em Veneza após ir fazer uma cobertura de um show de um ilusionista cego no carnaval. Seu ex-marido Daniel recebe pelo correio um isqueiro, que ele vem a descobrir ser um pedido de ajuda. Daniel parte para Veneza para tentar encontrá-la e descobrir o que aconteceu com ela, ele só não fazia idéia que por trás do sumiço de Nilla se esconde algo muito maior.
A trama é muito bem amarrada, a narrativa flui muito bem, e você fica querendo descobrir mais e mais os mistérios que vão surgindo ao longo da trama. Até a última página do livro você será pego de surpresa.
Somos transportados para Veneza de tal forma tão bem descrita que nos sentimos dentro de um filme.
São 372 páginas de pura adrenalina.
Indico o livro para todas as pessoas que gostam de um bom suspense, cheio de reviravoltas e uma trama bem amarrada
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Glaucia 25/02/2013

Ponto Cego - Felipe Colbert
O enredo trata-se de um romance policial, muito bem estruturado e cheio de suspense, que te faz querer bancar um Sherlock Holmes e querer desvendar todo o mistério!

Daniel Sachs é o protagonista, um jornalista que mesmo após alguns anos, ainda se culpa pelo eminente divórcio. Mas quando ele recebe um pedido de socorro da ex-mulher Nilla por correio, não pensa duas vezes, e embarca rumo a Veneza, sem imaginar por onde procurar e os riscos que estará correndo.

A investigação começa com ajuda de Paola - dona do hotel a qual está hospedado - e Pacino - um policial, que só precisava de uma chance para se restabelecer profissionalmente.

Porém, Daniel começa a perceber que quanto mais pistas busca para o resgate de Nilla, mais crimes de mulheres desaparecidas vão surgindo também, e mais sua vida corre riscos.

O livro conta com elementos que envolvem a caracterização do próprio romance policial, bem como, suspense e ficção. Todos os personagens foram bem construídos, e cada um tem um papel significativo na trama, bem como a narração detalhista dos ambientes onde se passam as cenas. A leitura flui bem, do inicio ao fim, e é meio difícil largar o livro. O toque final, fica por conta da capa, que tem um papel importante, e é explicado ao longo das páginas.

Livro mais que recomendado!

Resenha escrita por Glaucia Matos – www.leitorait.com ©
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Thais 05/02/2013

Desde a minha frustrante experiencia com o livro 'A Janela de Overton', que decidi não investir mais em enredos jornalísticos ou policiais. E apesar de eu sempre me deparar com ótimas resenhas, a minha opinião era sempre a mesma: esse gênero não faz o meu tipo! Até que um dia decidi dar uma segunda chance - mas sem colocar em prova de fogo o meu precioso dinheirinho - me inscrevi para participar do Book tour organizado pela Glaucia do blog Leitora It.

Quando eu li a sinopse não me concentrei muito, então passei despercebida por algumas coisas. Mas agora depois de ter lido o livro, eu vejo o quanto ela é reveladora. Tudo começa após um acidente que resulta na separação de Nilla e Daniel. Algum tempo depois ele recebe uma encomenda do estrangeiro e descobre que sua ex-mulher desapareceu em Veneza. Afim de descobrir o paradeiro de Nilla, ele começa a reunir pistas até chegar em um famoso ilusionista, que foi a ultima pessoa que esteve com ela. O curioso é que nesse meio de tempo os capítulos são mesclados com a história do detetive Pacino, que investiga a história de uma garota chamada Barbara, e que desapareceu misteriosamente durante essa época de carnaval em Veneza.

Trecho do Livro: Ás vezes, os sinais são tão claros, tao consumados, que a mente é incapaz de enxergá-los, de perceber o que o destino é capaz de aprontar. - Página 141

No começo eu estava achando tudo muito chato, a história ficava pulando de galho em galho, narrando os passos de Daniel em um capitulo e o de Pacino no outro. Eu cheguei a ficar um pouco entediada com essa situação. Porém as coisas começaram a melhorar quando Daniel se juntou a Paola, a dona da hospedaria em que Nilla ficou hospedada, e consequentemente cruzaram o caminho do investigador Pacino. Então eu percebi o quão inteligente foi o autor, e como isso me ajudou a dar palpites e até mesmo tentar solucionar o caso junto com os personagens.

Leia resenha completa aqui: http://amigadaleitora.blogspot.com.br/2013/02/resenha-ponto-cego-novoseculo.html
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Eri Guimarães 28/01/2013

Mistérios em Veneza
Ponto Cego é mais um dos livros que conheci no final de Outubro, também no Clube do Livro da livraria Saraiva. E assim como os outros, também conheci o autor no dia e guardo com carinho a brincadeira com o título, já que sempre que ele era citado alguma falha elétrica deixava a sala no escuro, um verdadeiro "Ponto Cego". E com toda essa propaganda involuntária e por eu ser muito fã de romances policiais, acabei me dando o livro de presente alguns dias depois, no dia nacional do livro.
Daniel é um repórter e protagonista desse livro. Há algum tempo atrás ele e a ex-esposa sofrem um acidente de carro, o que causa um aborto do filho que estavam esperando e consequentemente uma separação. Tempos depois, ele recebe um envelope estranho com alguns símbolos que o indicam a cidade de Veneza, e é onde Nilla (a ex-esposa) está a trabalho. Ela é fotógrafa. Então ele resolve fazer uma viagem em busca de informações e descobre que ela esta desaparecida.
Em um segundo momento, temos o policial Pacino que está trabalhando no Carnaval Veneziano e acaba caindo em um caso de um desaparecimento de uma garota. Vários eventos o levam para a uma rede de crimes envolvida em filmes Snuff (onde há torturas e mortes reais).
Os dois casos se ligam, e eles tentam desesperadamente descobrir os culpados e conseguir resgatar Nilla.
O inicio da trama foi mais lento e tinha informação demais pra assimilar, porém quando o texto avança a narrativa cria uma força impressionante prendendo o leitor em um ritmo de leitura viciante, seno impossível terminar um capitulo sem roer as unhas de ansiedade pelo próximo.
Os capítulos são intercalados entre os protagonistas e isso tem costume de aparecer em romances policiais modernos. É uma boa sacada, pois deixa o leitor desesperado para ler mais sobre um protagonista, o que o leva a ler avidamente o capítulo do outro. É uma técnica fantástica nesse estilo de livro porque além de tornar a leitura mais dinâmica e rápida ainda reforça o suspense e mostra vários pontos de vistas diferentes dentro da mesma história.
Apesar de o final ser bem dedutivo e previsível isso não tira o clima de suspense, e em momento algum isso deixa o enredo menos fantástico. O autor soube costurar bem a trama, não deixando pontas soltas.
Felipe ter trabalhado com essa questão de filmes Snuff é algo novo para mim. Como boa “carniceira” eu já conhecia o termo, mas nunca me passou pela cabeça esbarrar com um livro de suspense tratando disso. O autor soube conduzir a história de um modo que você senta o choque de imaginar as cenas, mas apenas o suficiente para te levar ao próximo capítulo e não para parar horrorizado.
A escolha do cenário não poderia ter sido mais perfeita. Como o próprio autor já disse como não pensar em Veneza como um ótimo lugar para se cometer assassinatos? Afinal com construções cercadas por água por todos os lados seria muito mais fácil ocultar um corpo. Além, é claro, de ser um lugar belíssimo.
Amei também a época escolhida, já que o Carnavale Di Venezia é uma festa muito bonita e colorida, o que por si só com todas as fantasias e máscaras já deixa um ar de mistério.
Outra coisa que chama a atenção é o lado emocional de cada personagem. Desde as femininas que não aparecem tanto como nos protagonistas é possível ver a evolução. É quase palpável o medo, o desespero, a aflição que eles sentem e isso faz com que eles sejam mais próximos, aumentando a identificação com o leitor.
Se você gosta de livros policiais cheio de crimes horrendos, pessoas corajosas e muito susto... Está na hora de abrir esse livro!

Critérios de Avaliação
a) Arte da Capa:
Gostei da capa, ela dá uma alusão do local onde os filmes snuff são gravados. Fora as cores que deixam um clima mais sério e pesado.

b) Trama:
O enredo é muito bem elaborado e tem uma boa evolução, começando um pouco mais lento e crescendo. É bem envolvente e dinâmico.

c) Caracterização das Personagens:
Os personagens são bem explorados na área emocional e a forma como usam os próprios conhecimentos para interpretar as pistas os deixam mais críveis. São personagens bem carismáticos à sua maneira.

d) Qualidade do Livro (papel, letra, erros, etc.):
O papel é de um tom creme bem suave. A diagramação é simples, a padrão da Editora Novo Século. A revisão está muito boa, há poucos erros, mas nada muito gritante.

e) Comparação com outras obras do gênero:
Ponto Cego consegue reunir todos os ingredientes para um bom suspense. É intrigante e bem encorpado e se utiliza da capacidade intelectual do ser humano, acima da orça física, para resolver mistério central. É digno dos Best Sellers estrangeiros do gênero.


Essa resenha pode ser vista e comentada no blog: http://edensaga.blogspot.com.br/2013/01/resenha-ponto-cego.html
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Ju 22/01/2013

Ponto Cego
A primeira coisa que eu quero dizer é: não leiam a sinopse que está na contracapa desse livro. Que bom que só fiz isso depois de terminar a leitura, ou não teria sido surpreendida por vários fatos.

Bom, conheci Ponto Cego na Turnê Literária, um evento que aconteceu em São Paulo em junho deste ano. O Felipe simplesmente me deixou alucinada com o livro, mesmo que não seja bem o meu estilo literário. Quando ele disse que estava em Veneza e pensou que não havia melhor lugar no mundo para esconder um corpo, me fez querer muito ler a história que ele criou (claro que teve o efeito de me fazer ficar com um pouco de medo dele e de sua mente também... hahaha...). Assim que tive a oportunidade, adquiri meu exemplar de Ponto Cego. Mas só agora consegui tempo e coragem pra ler.

Quase abandonei o livro no início. Sei que vocês sabem que eu não faço isso, mas fiquei tentada. É que eu realmente me assustei com a história. Fora que levei um certo tempo para conseguir acompanhar os fatos, porque no início o autor fala de eventos aparentemente bem diferentes um do outro, e eu fiquei um pouco confusa.

Mas, com o tempo, superei o meu medo absurdo e resolvi deixar que o livro me envolvesse. A partir daí, não consegui interromper a leitura. O Felipe soube amarrar todos os detalhes da história, deixou que eu desvendasse o mistério aos pouquinhos. E, quando pensei que já tinha entendido tudo, ele veio com a surpresa final.

Ponto Cego é um livro super bem escrito e admirável até a última linha. Temos um investigador de polícia alcóolatra; um repórter ainda apaixonado pela ex-mulher; uma dona de hospedaria prestativa: todos corajosos, com ótimo faro investigativo e dispostos a tudo para desvendar desaparecimentos de mulheres em Veneza. Fiquei sem fôlego, quis estapear algumas pessoas com síndrome de super-herói... Entrei de cabeça na história e recomendo que vocês se permitam fazer isso também.

Postada originalmente em: http://entrepalcoselivros.blogspot.com.br/2012/12/resenha-ponto-cego.html
Paula Zawatski | @paulazawatski 03/02/2013minha estante
Cara, o livro parece ser muito bom, bem suspense. Quando li que escondeu corpo, sinalizando MORTE, assassinato, cara fiquei tesa, mesmo, amo suspense, amo esse tipo de coisa, quem sabe eu tenha um q de psicopata hahha, nao mesmo, mas ok, me interesso por leituras assim, meio com surpresas e tal. :D


Jhelp 05/02/2013minha estante
Sua resenha me deixou mega curiosa, eu ainda não tinha ouvido falar deste livro, mas eu preciso ler ele, agora!! O autor, por tudo que li, consegue prender o leitor do inicio ao fim do livro e isso mostra que com certeza é perfeito.


Lua 21/02/2013minha estante
Sempre quis muito ler esses estilos de livros, mas o máximo que consegui foi uma investigação policial. eu gostei bastante de sua resenha, fiquei curiosa pra ler, adoro filmes de suspense e tenho que ter um leitura sobre isso também.


Adriane Rod 29/03/2013minha estante
Adoro ler histórias assustadoras e todos os tipos. Esse certamente vai para a minha lista de desejados.
;)

http://pseudonimoliterario.blogspot.com.br/


Thaís 07/04/2013minha estante
Resenha incrivel, adoro livros deste genero, e a historia me encheu de curiosidade, mais uma pra lista de desejados (cada dia ela cresce mais e mais haha) Ahhh e eu ganhei um marcador desse livro, agora preciso só do livro pra terminar o kit (simples n?) kkkkk


Baah 11/04/2013minha estante
resenha perfeita, super incrivel...a sua resenha despertou minha curiosidade e eu quero demais ler ele logo


Dani 15/04/2013minha estante
não fala em surpresa final pra mim, pelo amor de deus!!! que eu sou viciada nessa droga xD
Mistério e suspense são o tipo de conteúdo que me faça beber o livro até encher a cara, e me embriagar *-*


Manuella_3 20/06/2013minha estante
Me conquistou com essa paixão na resenha! Vou confiar e não ler a sinopse - coisa q sempre faço. Leio tudo antes do livro, orelhas, contracapa, rsrs... Mas esse não posso.




PaulaC 25/12/2012

Falando um pouco sobre Ponto Cego - Felipe Colbert
Quando eu fui à Bienal do Livro esse ano (2012) em busca de diversos livros a preços especiais além do esperado autógrafo de um dos meus autores preferidos, André Vianco, não pensei em conhecer um cara tão bacana quanto Felipe Colbert.
Felipe, escritor carioca que mora com a sua família em São Paulo e lançou até hoje três livros: A Entrevista Ininterrupta, Ponto Cego e sua mais recente obra, A Última Nota (confesso que fiquei curiosa para ler esse livro) depois de uma conversa gostosa e divertida nos mostrou que na Editora Novo Século não existia somente o escritor talentoso André Vianco, mas sim, pessoas como ele, com uma temática diferente em seus livros e com talento de sobra.
Bem, li recentemente Ponto Cego e gostei.
Um romance policial, muito bem escrito, de um repórter brasileiro, Daniel Sachs, que vai à Veneza em busca de sua ex-mulher fotógrafa que desaparecera quando estava realizando uma reportagem sobre um ilusionista cego cuja apresentação era surreal.
Daniel descobre que sua mulher e mais algumas outras do mesmo biótipo desta, bonita, jovem, e que um dia quis ser assistente de palco do ilusionista, fizeram parte, ou melhor, foram ou seriam vítimas de filmes snuffs que, de acordo com a definição do site Infopédia (http://www.infopedia.pt/$filme-snuff) é um “filme que mostra mortes reais destinado apenas a satisfazer o prazer mórbido dos espectadores.”
Daniel é ajudado por uma linda moça dona da hospedaria onde a ex-mulher de Daniel ficara antes de desaparecer e posteriormente por um policial que estava investigando o caso das moças que tem como um elemento a mais: ser um alcoólatra.
O assunto em si dá uma má impressão. É pesado e as cenas muito bem escritas por Felipe fez com que o livro ficasse mais pesado ainda o que não é de forma alguma algo negativo.
O assunto chocante, o caso inteiro acontecendo na Europa, um herói que não tem nada a ver com o estereotipo de herói em si, uma moça bonita que ajuda o herói que não é herói e acaba se metendo em enrascada, o elemento surpresa, são ótimos fatores que em conjunto fazem um obra ficar muito boa.
Mas, se me permitem, o livro me deu a impressão de ser já conhecido. O jeito lembrou-me os livros de Dan Brown como Código da Vinci e companhia e o elemento surpresa muito bem elaborado como nos livros de Agatha Christie.
Não estou de forma alguma falando que o livro não é bom. Se não fosse, falaria do mesmo jeito! Ele é.
Mas, particularmente, livros assim já são conhecidos e tem uma gama imensa destes no mercado.
Quando eu li pela primeira vez “Os Sete” de André Vianco, o que mais me chamou atenção não foi a temática “vampiro” (livro lançado bem antes que a Saga Crepúsculo e afins).
Receosa pelo mesmo motivo de ser mais do mesmo, resisti um pouco à insistência de minha irmã, mas comecei a ler.
E fui positivamente surpreendida com livro com temática surreal com elementos tão reais. Onde lá se viu uma história passar por Osasco, pelo Rancho da Pamonha, entre outros lugares comuns e ainda ser bom?
Pois é, foi a partir daí que eu vi que eu poderia pedir algo diferente dos livros com temáticas iguais que surgirá uma pessoa que fará isso.
Reintero e concluo que Ponto Cego é um livro muito bom. É bem escrito, bem montado.
Mas, ainda espero um romance policial diferente, surpreendente que me faça ler um livro de trezentas páginas em um só dia e ainda assim, eu ficar triste por terminá-lo.

Alguma sugestão?


Paula Conrado
23/12/2012
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Mac 05/12/2012

Ponto de Cego
Apesar de ter lido, em um dia, quase 200 páginas, confesso que somente a partir do 11º capítulo foi que a trama começou a ficar, realmente, interessante. Digo isso, porque os capítulos anteriores são páginas introdutórias dos personagens, suas vidas, cotidiano e suas dialéticas. E o autor faz deste último o equilíbrio da trama, além do pano de fundo: suspense policial que faz o leitor ler páginas após páginas.

Felipe Colbert, nos apresenta com magnitude uma Veneza dos antigos clássicos da literatura e, quiçá, produções cinematográfica. Ver lugares como (Grande Canal, Igreja Madonna Dell' Orto, Estátua de Antonio Rioba, Mercado Rialto (coração ou a pulsação de Veneza), a Cidade de Vallaresco - San Marco, Colunas de San Marco e San Teodoro, Praça de San Marcos (principal ponto turístico da cidade), a Basílica, o Campanário e o Palácio de Doges) descritos com tantos detalhes, dar ao leitor a facilidade de imaginar tais lugares, se colocar dentro da trama de tal forma que o mesmo se sinta fazendo parte da narrativa. E isso é sempre muito bom!

São tantas as informações que aparecerem neste livro que, até então, eu não sabia que existiam. Tudo bem podem me chamar de desinformada, mas alguém aqui sabe o significado do termo "Snuff"? Eu jamais saberia da existência de tal prática se não tivesse lido o livro. E ver tal prática descrita nos mínimos detalhes, me fez entender o porque que algo assim é tão repulsivo:

"Ele encaixou o alicate em um dos dedos indicadores da moça. Parecia meio desconcertado, vacilante, porque demorou um pouco para acertá-lo, mas Daniel não sabia dizer se era proposital. Então, assistiu as hastes serem comprimidas com força e o sangue espirrar como nunca havia visto na vida.
A Jovem surtou. Gritos de agonia e terror surgiram, com se fossem os únicos no universo. Berros que vinham de um animal selvagem, não de uma pessoa. A cama sacudiu com a energia dispensada pelos seus braços e pernas, e o coração de Daniel paralisou. Meu Deus , isto é de verdade?"(pág.169)

Ponto Cego tem uma narrativa simples, objetiva, rápida e instigante, apesar de alguns acontecimentos serem óbvios demais. Entendam que os elementos que regem um romance policial precisam ser verossímeis, mesmo que se trate de uma ficção. Portanto, quase todos os personagens me convenceram, menos o protagonista: Daniel Sachs. Digo isso, porque mesmo com toda a gama de emoção, das constantes dialéticas (porque o personagem é puro drama), achei sua construção fraca demais.

Eu - particularmente - não senti "firmeza" em Daniel. Sua ingenuidade e sensibilidade extremada, às vezes, me fez questionar se de fato o protagonista era um homem. E apesar de ser um repórter, o mesmo tinha atitudes e "insights" não muito característicos destes profissionais. E isso fez com que outros personagens (Paola, Pacino, Lorenzzo...) se sobressaírem mais do que o protagonista.

Falando dos personagens, logo de cara o leitor já descobre alguns vilões. Mas o mais interessante foi perceber a maestria com que o autor conseguiu conduzir o leitor a tirar conclusões precipitadas e, no final, surpreender o mesmo. Sendo assim, o final não é previsível, o que faz valer muito a pena ler o livro do início ao fim.

Ponto cego é um romance policial, cheio de mistérios e revelações que - sinceramente - possui seus altos e baixos, precisa passar por alguns reajustes, mas que - mesmo assim - é indicado para os amantes do gênero e curiosos (rsss). Um conselho? Tire uma folga de sua vida. Pode ser um dia! E leia o livro de uma só vez! Porque é exatamente isso que o livro pede...

Bjins e inté (Mac Batista)
http://www.apenasimpressoesliterarias.com.br/
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criscat 15/09/2012

Policial de qualidade
A resenha está disponível no meu blog: http://www.ctellier.net/2012/09/ponto-cego.html
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Ednelson 26/06/2012

Ponto Cego
Análise:

“Intermináveis segundos se passaram, vendo a mão [...] se aproximar. O ar escapuliu dos pulmões. Torcia para desmaiar antes que a lâmina o atingisse, mas sabia que não aconteceria. E mesmo que acontecesse, o homem faria de tudo para acordá-lo. Queria vê-lo sofrer, senão, qual era a graça?”
—Pág. 269.

Saudações, caríssimos leitores do Policial da Biblioteca! A resenha de hoje é especial, pois este foi um livro que realmente me deixou fascinado, não que todos os anteriores, deste ano, não me deixaram, mas este em particular conseguiu me capturar não somente pelo gênero da história (suspense), mas pela maneira como comecei a enxergar exatamente detalhes que sempre admirei em histórias policiais e o impressionante modo como cada virar de páginas me deu a impressão de estar sempre na mesma página, algo grandioso, pois a história fluí tão bem que a leitura se mantém num ritmo constante, não por uma quantidade exacerbada de ação, mas pela narração do Felipe que lhe envolve em cada sutileza da trama, mas vamos caminhar mais um pouco por esta obra e tentar explicar melhor as coisas.
Com o início do livro, podemos pensar que o autor já pretende nos jogar no meio da fogueira e fazer o nosso desejo pela história começar em um ponto do enredo já quentíssimo, porém isso é somente um aperitivo do que está por vir. Obviamente que a curiosidade de qualquer leitor é atiçada com a cena e em uma história de suspense, onde as aventuras em busca de pistas é um dos pontos altos, acabamos já iniciando o exercício de nossa imaginação pensando: “O que é isto? Qual o seu sentido?”. Após nos permitir experimentar uma singela porção do ápice da história, Felipe opta por nos elucidar um acontecimento “simples”, mas que se tornou fundamental em todos os eventos futuros do livro. Com essa cena elucidativa conhecemos Daniel Sachs e sua, na época do ocorrido, esposa Nilla. Essa cena me fez sentir uma leve antipatia, mas posteriormente pena de ambos os personagens, pois fiquei impressionado como uma discussão por motivo tão banal foi estopim para algo tão trágico. A minha antipatia pelos personagens foi nutrida pela motivação tão frívola para a troca de palavras ácidas, contudo depois reconheci o quanto às vezes todos nós somos assim, não medimos as consequências de nossos pensamentos externados e acabamos gerando algo que foge de nosso controle e o próprio acaso ainda se responsabiliza por tornar tudo ainda pior.
Conforme fui avançando em minha leitura percebi o quanto os personagens de “Ponto Cego” são figuras verdadeiramente dotadas de propriedades humanas e não apenas ícones pouco atrativos e com um sabor amiúde intragável por serem tão “certos”, impossibilitando que o leitor sinta uma sincera empatia pelos personagens e acabe desenvolvendo fortes sentimentos, coisas que só são possíveis em histórias maduras que saibam administrar o espírito humano, um elemento extremamente maleável. Sendo assim, Felipe explora várias possibilidades do ser humano e com isso torna cada um dos personagens absolutamente únicos, entretanto, como alguns poderiam esperar, os personagens não são moralmente perfeitos ou indivíduos com convicções sempre claras, os contornos oscilam e nos permitem observá-los por perspectivas que eles mesmos tentam camuflar para as demais pessoas. Todos temos peculiaridades que não convém compartilhar com a sociedade e em sua narrativa é o que Felipe permiti que vejamos em suas criações. O maior exemplo disto provavelmente é o Investigatore Giuseppe Pacino. Com Pacino vemos um humano profundamente crível, talvez alguns o achem digno de pena, outros vão considera-lo um fracassado, mas o importante é levar em consideração toda a sua formação espiritual e mental, além do contexto em que ele está inserido.
Pacino é um detetive que usa o álcool como meio para fugir da imundície que permeia atualmente as ruas da Sereníssima (Veneza) e a questura (polícia). Com isso deduziríamos que o detetive seria alguém amargurado com a sua profissão e isso está certo em parte, porém o seu senso de justiça ainda está vivo, apesar de que um pouco distorcido, segundo a avaliação de algumas pessoas, e isso o faz assumir o ar de um anti-herói que com certeza todos vão acabar admirando. Mesmo usando maneiras brutas em seus enfrentamentos com situações de tensão e quase botando a perder muitas coisas, o Investigatore Pacino é uma peça fundamental nesse tabuleiro e foi muito bom acompanhar as suas frustações e consequentemente mergulho em garrafas de bebida, o infortúnio profissional se desenvolve no mesmo passo em que sua degeneração física e psicológica, mas Felipe nos surpreende com a maneira como acaba trabalhando esse personagem nas últimas páginas.
Um de nossos guias pela história é um indivíduo chamado apenas como “O Entregador”, a falta de um nome nos prende ainda mais às páginas, pois não sabemos todos que realmente estão envolvidos nessa rede de mortes lucrativas e constantemente olharemos pelos cantos dos olhos desconfiados de muitas pessoas e nesse labirinto de dúvida é quase impossível diferenciar aliados e inimigos. O Felipe soube muito bem trabalhar detalhes que deixam margens para especulações e isso alimenta a voracidade de qualquer fã de suspense e se você não for tão fascinado tanto assim pelo gênero, com certeza irá reavaliar a sua relação com o estilo e provavelmente sairá apaixonado. Isso é fruto de uma obra que consegue se alicerçar em diversos pontos: enredo, personagens, modo de narrar, estilo de escrever e muitos outros aspectos técnicos, alguns dos quais com certeza desconheço.
Em muitos livros de suspense é comum que a narração se foque nos mocinhos que tentam encontrar um caminho até o criminoso por meio de um avançado processo de investigação com direito ao uso das mais modernas ferramentas, mas além do autor nos proporcionar em vários momentos “enxergar” pelos olhos assassinos, claro que não direi quem ou quantos são, o que por si só uma oportunidade sensacional e que instiga a leitura, o processo investigativo é feito de modo completamente baseado em processos de deduções sem a ajuda de uma super equipe de investigação ou sofisticadas máquinas. A maneira como o processo investigativo é orquestrado artesanalmente, como as histórias clássicas de Poe, é um espetáculo literário e me fez aplaudir justamente por soar como uma homenagem ao modo clássico que as histórias de suspense eram escritas, pois todo gênero literário é uma construção histórica e por mais que um escritor possua talento deve ser humilde suficiente para admitir como as suas obras não poderiam existir sem colossos do passado que criaram a muito sangue e suor as trilhas de um estilo e sempre vão mostrar para o futuro, com seus trabalhos imortais, como ainda há infinitas possibilidades. O fato dos personagens investigarem como muitos fizeram séculos atrás foi o que mais me conquistou nesse livro, não que eu seja saudosista, mas esse detalhe ressalta a sagacidade dos personagens e acredito que todos aqui vão concordar que inteligência é estimulante e nos faz amar um livro, além de ser sempre bem-vinda nas pessoas com quem convivemos.
O cenário escolhido por Felipe serviu perfeitamente para criar o clima de suspense. Qual o motivo para que eu diga isso? É o seguinte: Daniel nunca havia ido para Veneza e imaginem como seria ter de sair de um lugar que você conhece e no qual se sente seguro para ir em busca de uma pessoa, provavelmente resgatá-la de um grande perigo, em uma cidade que você não conhece e na qual não possui pessoas em que tenha certeza de que pode confiar? Obviamente isso é motivo mais do que suficiente para se estabelecer um clima de desconfiança e passos hesitantes. O autor ainda nos brinda com descrições vivas da cidade, não somente físicas, mas alguns detalhes históricos, algo que me deixou deslumbrado somente por imaginar os lugares, evidentemente isso é prova de um trabalho maduro para deixar a ambientação de qualidade e não causar estranhamentos nos leitores ou um texto carente de descrições, o que dificultaria a imersão na história.
O primeiro contato em Veneza que traz um leve conforto para Daniel é a bela Paola, uma simpática mulher que em conjunto com seu irmão, Gino, são proprietários do hotel em que Nilla estava hospedada antes de desaparecer e no qual Daniel acaba ficando também. A figura feminina de Paola acaba acrescentando um tempero a mais ao livro, pois a sua parceria com Daniel funciona com grande harmonia e não cai no óbvio, sem maiores detalhes para evitar spoiler. Gino, apesar de ser um personagem secundário, também tem o seu peso na história. Nada é mero capricho nesse livro, tudo foi colocado na obra milimetricamente, e ao concluir a leitura vocês vão concordar comigo. Eu não esperava menos de uma pessoa que trabalha com estruturação de romances e já passou por um mercado editorial estrangeiro antes de vir com a obra para o Brasil.
Quando descobrimos o que está acontecendo nos canais de Veneza é inevitável que fiquemos boquiabertos, pois pelas belas ruas da Sereníssima, durante o carnavale, alguém desconhecido, assim como as centenas de pessoas mascaradas que buscam o prazer nesta época na cidade, está raptando mulheres para a produção de filmes snuff. A questão dos filmes snuff é apresentada ao leitor com toda sua pungência, apesar de que as cenas com mais sangue não são banhos de sangue como nos filmes slasher dos anos 80 e 90, por exemplo. Na verdade a violência declarada, as cenas de tortura, não são tão pesadas. Desculpem-me, mas é que estou habituado a filmes e livros violentos, portanto, para mim, as cenas sanguinolentas não foram tão impactantes, contudo o caráter maléfico dos envolvidos nesse comércio da morte transborda pelas páginas e uma das últimas cenas do livro deixa isso ainda mais forte, pois adentramos, literalmente, na toca do “mal”, um lugar escuro, fétido, sujo e que causa claustrofobia e um medo quase paralisante. A aliança entre o cenário e o tema foi perfeita, não consigo encontrar uma palavra que possa transmitir melhor o meu sentimento. Ainda é aberto um espaço para interpretarmos os filmes snuff como uma metáfora para o culto ao prazer doentio em nossa sociedade, pois quantos casos não ouvimos ou presenciamos de acidentes em que as pessoas ao redor se preocupam antes de sacar os seus modernos celulares para capturar o momento ao invés de chamar o socorro? Talvez algumas pessoas que estejam perto de nós não sejam tão diferentes dos assassinos que comercializam estas macabras produções, inclusive, durante o livro, ficamos sabendo do envolvimento de pessoas dos mais variados setores de nossa sociedade na aquisição das fitas.
Quando achamos que o livro chegou no ponto de repouso para que o final chegue, somos surpreendidos novamente com uma revelação imprevisível e que deixará tudo com um novo significado. “Ponto Cego” é uma obra surpreendente, empolgante, muito bem escrita, em resumo, um delicioso banquete literário! Recomendo à todos o livro! Boa leitura! Abraços e até outro momento.
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gleicepcouto 22/06/2012

Romance policial como deve ser: inteligente, instigante e original
www.murmuriospessoais.com

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Ponto Cego (Novo Século) é o segundo livro do escritor Felipe Colbert e já cruzou o oceano: foi lançado em Portugal. O primeiro livro do autor, um trhiller, assim como esse último, foi lançado em 2008 pela mesma editora chama-se A Entrevista Ininterrupta.

Em Ponto Cego, conhecemos o jornalista Daniel Sachs. Após um evento fatídico, do qual se culpa, e separado de sua mulher há algum tempo, ele recebe do correio um isqueiro com uma inscrição nele e uma gravura em alto relevo. Era um pedido de ajuda de sua ex-mulher, Nilla, que desapareceu em Veneza quando fazia um trabalho fotográfico sobre um show do ilusionista cego Lorenzo Oro. Quando decide ir atrás das pistas e encontrar Nilla, Daniel não fazia idem de que esse desaparecimento só era a ponta do iceberg de algo muito maior que acontecia naquela cidade.

Com ajuda de uma recém amiga e também de um investigador local, Daniel tenta a todo custo resgatar Nilla e desmantelar a rede de crimes sórdidos com a qual se deparam. Para isso, entretanto, terão que desvendar muitos mistérios e correr contra o tempo e também de um criminoso que não está disposto a deixá-los vivos.

Com uma trama muito bem amarrada, Felipe consegue manter o suspense até a última página. Sempre há um fato novo a ser descoberto e mesmo que nós, leitores, fiquemos especulando, não adianta: nos surpreendemos. Tarefa difícil. Ainda mais quando o autor consegue manter o ritmo da narrativa, sabendo diluir as descobertas ao longo da história, deixando o leitor respirar até que no final perca o fôlego.

Os capítulos são curtos e de pontos de vista diferentes. Isso abre o campo de visão da história para o leitor, ao mesmo tempo que a dinamiza.

A verdade é que a história por si só já é dinâmica, devido a sua originalidade. Misturar Veneza, ilusionista cego e crimes, não é pra qualquer um. E mexer nessas questões sem fazer com que vire uma suruba de assuntos desconexos, idem. Só aí, o autor já merece as cinco estrelinhas.

Grande parte da história se passa em Veneza e o modo como Felipe descreve a cidade é surpreendente. O leitor não somente a vê, mas através dos detalhes minuciosos, consegue quase sentir o cheiro da cidade, seu clima. Literalmente, somos transportados pra lá.

Os personagens são bem desenvolvidos e cada um possui uma particularidade – não há espaço para clichês aqui, nem para personagens perfeitos. Isso é importante, pois apesar de retratar uma realidade distante da maioria (afinal, quem aqui já teve que desvendar um crime?), os personagens são críveis, fazendo com que a identificação do leitor com eles seja possível.

A Novo Século fez seu trabalho direitinho também: capa interessante, que tem relação com a história e com o tipo de livro; assim como revisão caprichada, apenas com alguns errinhos de digitação, mas dentro do limite tolerável.

Com tudo o que já foi citado, consigo dizer, sem exagero, que Ponto Cego é um dos melhores livros nacionais que li esse ano. É instigante, é inteligente, é bem construído. Simplesmente não pode ficar de fora da sua estante.

Ponto Cego
Autor: Felipe Colbert
Editora: Novo Século
Ano: 2012
Páginas: 350
Valor: $20 a $35
Extra: 'Bora aplaudir, que o cara merece. \o/ /o\
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