Lucas 08/09/2014
Sombrio, misterioso e avassalador. Talvez, estas sejam uma das melhores palavras para descrever a obra de Daniel Polansky. O livro que dar origem ao um novo gênero – o de fantasia noir – é povoado por cenas de crimes, ação, suspense, magia e conspirações. Esqueça aquela figura de heróis que costumamos ver em muitos livros de fantasia, pois neste aqui você não vai encontrar nenhum.
Rigus é uma cidade de ratos, de políticos corruptos, de aristocratas decaídos, de traficantes de drogas, de prostitutas e falsários. Apesar da clara distinção entre a Cidade Alta e a Cidade Baixa, esses dois sempre tem gente sua cruzando entre becos escuros e trocando palavras vulgares. O protagonista da trama é um homem que já teve a oportunidade de estar nos dois lados da moeda e acredite nenhum é melhor que o outro. De todos os livros que li, o Guardião poder ser o personagem mais imperfeito e insano que eu conheci. Ele faz o que acha que é certo e não tendo problema nenhum em afiar a sua espada em quer que mereça.
Em nenhum momento sabemos o seu verdadeiro nome, sabemos apenas que as pessoas o trata como o Guardião e que ele é um traficante de “Sopro de Fada”, um tipo de droga em que ele mesmo é um viciado. Ele também é um sobrevivente da guerra e da peste que atingiu a cidade quando ele ainda era um jovem garoto. Porém, seu lado de fazer justiça irá se reacender quando uma criança dada como desaparecida é encontrada morta e tentará a todo custo encontrar o culpado. Todavia, o mistério não é tão simples assim e ele se encontrará envolvido num labirinto escuro e cheio de trapaças.
Por mais que o Guardião seja uma pessoa fria, ele também consegue ser muito humano, embora poucos percebam isso. E aqui destaco três pessoas de quem essa cara sagaz pode contar: Adolphus e Adeline, este casal é nota mil e seria como se o Hagrid e Sra. Weasley de Harry Potter fossem casados. E Garrincha, um garoto que resiste as suas emoções, mas muito leal ao seu, hmmm, instrutor? Ah, isso vocês vão descobrir.
Narrado em primeira pessoa pelo o Guardião, acabamos por muitas vezes tendo a mesma reação do protagonista sobre os outros personagens. É uma narrativa envolvente, densa em certas passagens e complexo somente no que é necessário.
Preciso salientar aqui que a obra é muito mais que a sinopse apresenta, achei que acompanharia apenas a solução de um assassinato. Mas, o assassinato é apenas a ponta do iceberg, para algo grandioso e inimaginável. Só consegui solucionar o mistério no final do capitulo daquele que é desvendado e mesmo assim o capítulo seguinte trouxe mais surpresas do que o esperado.
Com uma diagramação mais uma vez muito bem caprichada e com uma capa que já te joga a sensação de mistério desde o começo, “O Guardião” primeiro livro da trilogia “Cidade das Sombras” é uma obra que tem tudo para arrecadar milhares de fãs, principalmente, aos fiéis escudeiros da fantasia. Contudo, não é um livro para todos, por se tratar de uma fantasia para adultos, como eu disse existe vulgaridade nas palavras e cenas de violência.
site: http://livrosecontos.blogspot.com.br/2014/09/resenha-o-guardiao-de-daniel-polansky.html