Raniere 01/06/2024
Que obra prima!
Quando eu tinha uns 11 anos, fui ver Duna (1984), que minha mãe tanto falava. Eu esperava umas batalhas intensas e ums vermes da areia devorando todo mundo mas o que vi me pareceu, na época, um filme parado cheio de coisa que eu não entendi.
Resultado: eu, com 11 anos, havia odiado Duna com todas as minhas forças, algo que eu nem sabia o que era e muito menos entendia. Parecia até uns adultos de hoje odiando comunismo. Quando o livro foi relançado pela editora Aleph, eu, na minha versão atual e adulta, resolvi compra-lo mas sem esquecer do ranço que tive pelo filme misturado com um fascínio em conhecer esta obra que eu, desde garoto, sabia ser um clássico épico.
Acho que esse é o problema de muita gente que mergulhou despreparada nos novos filmes de Duna (que eu não assisti ainda) e não gostaram. Esperavam uma trama cheia de lutas e monstros gigantes e encontraram uma história repleta de intrigas políticas, traições e conspirações.
As conspirações e manipulações políticas de Duna são descritas de forma magistral e Frank Herbert criou personagens magníficos que, através de suas maquinações, conseguem transformar aliados em inimigos e rivais em parceiros. Famílias poderosas e impérios caindo sem que seus algozes sujem suas mãos; um povo oprimido, que sofre com as dificuldades que seu planeta impõe e sendo mantido em um lugar de opressão para que famílias poderosas possam manter seus privilégios.
Isso aqui, meus amigos, criado com a genialidade que Frank Herbert teve, é magnífico!
Além disso, há a cruzada religiosa citada em Duna, algo que começa a crescer sem controle e que, se for analisado bem, tem muita semelhança com a religião cristã.
Eu ainda estou em êxtase com o que acabei se ler e a única conclusão possível a esta resenha é que este livro é uma obra prima.