Juliana 08/05/2012Mentecaptos Por Livros| mentecaptosporlivros.blogspot.comA Menina Que Brincava com Fogo começa logo onde Os Homens Que Não Amavm as Mulheres deixou: A revista Millennium está de volta nos trilhos, Mikael está conhecido pela Suécia inteira pelo caso escandaloso que expôs e Lisbeth Salander é uma jovem bilionária.
Logo as coisas tomam rumos inesperados, e a próxima coisa que se sabe é que Lisbeth Salander, a garota que odeia os homens que odeiam as mulheres, está sendo caçada pela polícia sueca inteira.
Então eu tive alguns problemas com o livro. A escrita de Stieg Larsson é bem diferente do que eu estou acostumada, e enquanto eu realmente a apreciei no primeiro livro da série, nesse volume eu achei meio... irritante. É mais ou menos assim: "Fulana acordou. Despiu-se, tomou banho, vestiu roupas confortáveis e foi para a cozinha fazer café. Pegou a xícara de café e acendeu um cigarro enquanto sentava no sofá para refletir sobre o mundo". E enquanto isso se tratava da Lisbeth, eu realmente não me importava. Mas aí ele começou a usar o ponto de vista de diversos personagens (policiais da delegacia, cof cof) e de repente eu já nem lembrava mais quem era quem, e esperava ansiosamente para a narração voltar logo para a Lisbeth ou o Mikael. Teve partes em que eu quase morri de tédio. Mas outras compensaram, como por exemplo a ação. Teve mais ação que no livro anterior, tudo bem, e as cenas de perseguição e luta me deixaram na beira da cadeira com o coração na mão.
Há uma evolução nos personagens. Quem nunca se perguntou o que exatamente aconteceu com Lisbeth Salander que a tornou uma pessoa tão fria, desconfiada e cínica com autoridades? Wow, prepare-se para um puta choque.
Tudo o que foi revelado até agora sobre o passado da heroína mais problemática de todos os tempos me fez a admirar mais ainda. A garota arrasa, ponto final.
O livro é violento, como sempre. Mas se você leu o primeiro livro (o que eu realmente espero que você tenha feito antes de ter vindo aqui ler essa resenha cheia de spoilers) já sabe que é de se esperar que um dos pontos principais da trilogia é a violência como fator de submissão.
Às vezes tenho a impressão de que Stieg Larsson escreveu Millennium só para dar tapa na cara da sociedade. Convenhamos, Os Homens que Não Amavam as Mulheres é cheio de críticas, e A Menina Que Brincava com Fogo não fica atrás. O livro realmente te faz refletir sobre seus conceitos morais e éticos, e até onde a corrupção do sistema vai sem ficar impune. Na verdade, esse é o coração da história, e Lisbeth está bem no centro dele. Já falei aqui que eu sou apaixonada por essa garota?
No geral, foi um livro bacana, inteligente até certo ponto mas que poderia facilmente ter cortado umas 200 páginas se não fosse a narração meio travada do Larsson. Se vale a pena? Totalmente.
Citação:
"Não há inocentes. Apenas diferentes graus de responsabilidade."
Lisbeth Salander