Contra o dia

Contra o dia Thomas Pynchon




Resenhas - Contra o Dia


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Arsenio Meira 08/02/2013



Contra o dia é um romance experimental. As personagens se desenvolvem conforme suas histórias se mostram mais interessantes, mais rentáveis, ao acaso. Páginas e páginas podem acompanhar as jovens Yashmeen e Dally, esquecendo-se totalmente dos irmãos Traverse e dos Amigos do Acaso – e, para minha infelicidade, de Pugnax, o cão que lê Henry James – até que eles entrem em suas vidas e as histórias se misturem. E logo podem ser deixadas de lado para que o foco da narrativa se volte novamente para a América, os conflitos no México, para a Europa e a Guerra, com o leitor no meio desse vai e vem no espaço físico e pessoal.

Essa poderia ser uma história sem fim. Faz pouco que ouvi que um texto – livro, reportagem, roteiro – fica pronto apenas quando o prazo de entrega acaba e seu autor é obrigado a entregá-lo, no limite de sua publicação, não dando espaço para nenhuma outra mudança. Tenho a impressão de que esse poderia ser o caso de Thomas Pynchon. Quando chegou a hora de entregar o manuscrito – ou se cansou de tudo –, simplesmente colocou o ponto final nas mais de mil páginas de seu romance, encerrando abruptamente as diversas tramas que compõem o livro. Pelos hábitos do autor, o recluso de Nova York que ninguém vê, não me surpreenderia dele ter agido exatamente dessa forma.

A leitura de Contra o dia pode ser considerada um jogo. Um game que exige atenção e dedicação exclusiva para que se encontre todas as referências e perceba os pequenos detalhes do livro. O que Pynchon faz não parece ter um sentido real.

É como se ele houvesse pensado parte da trama, criado as personagens, e aí desenvolvido suas histórias com aquilo que lhe dava na telha, testando até onde elas se sustentam. E o que move a sua leitura? Ora, a simples curiosidade de saber como o autor resolve os problemas que coloca.

Se quiserem uma dica sobre Contra o dia, direi para ler o livro sem medo, sem se preocupar em decifrar todas as referências, até porque isso exigiria muito tempo e pesquisa para encontrar tudo o que há de real dentro da ficção. Conhecê-las enriquece a leitura (ou quem sabe uma releitura mais para frente), mas uma coisa ou outra passar em branco não tira em nenhum aspecto o brilho da obra





Silvio 24/03/2017minha estante
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