Evocação

Evocação Aleida March




Resenhas - Evocação


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imbeuytr 22/05/2024

Amor guerrilheiro
Evocação são recordações da revolucionária cubana Aleida March, em que ela compartilha pela primeira vez seu ponto de vista em acontecimentos históricos da América Latina e sua relação com Che Guevara que perdurou até o assassinato dele na Bolívia, no dia 9 de outubro de 1967

Na introdução do livro, Aleida já deixa claro que não se considera escritora, e que tudo escrito ali não se passa de recordações da vida dela. E sinceramente ela está certa

Esse livro não tem uma linguagem muito marcante, e a continuidade dos acontecimentos deixa a desejar

É como se literalmente ela estivesse contando pra você, numa conversa discontraída, tudo o que aconteceu com ela

Você se sente conversando diretamente com ela, é muito envolvente mas não algo que você pense "nossa quanta destreza", sabe?

Pelo incrivel que pareça, esse foi o primeiro livro bibliográfico que já li na minha vida, normalmente eu não ligo muito pra esse gênero porque acho chato, mas uma das minhas metas pra esse ano foi abrir mais a minha mente pra leitura, sair da minha zona de conforto e experimentar coisas novas

E por falar em coisas novas, eu também li esse livro em pdf 😓 pela primeira vez também, foi um sufoco mas eu sobrevivi, eu simplesmente não achei em lugar nenhum a versão física então tive que apelar

Enfim, em geral eu gostei de ler esse livro, muito fácil de ler e a história realmente é muito bonita apesar de ser crua às vezes, mas a vida real é assim mesmo

Achei a história da Aleida muito interessante, e fiquei sentida porque nunca escutado sobre ela antes. Ganhei um conhecimento a mais sobre a Revolução Cubana (uma das minhas maiores obsessões históricas) e de quebra ainda adquiri depressão por causa desse romance trágico
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Nucada 30/04/2011

A mulher que se casou com a renúncia
Como a própria autora afirma por duas vezes no livro, não tem vocação para escritora. A capa da obra, seu título e sua proposta são muito atraentes para quem deseja conhecer o lado pessoal do talvez maior ícone do século XX. O texto, no entanto, não estimula a leitura, que acaba sendo um exercício de persistência. Aleida March conta em Evocação - minha vida ao lado do Che (Record, 237 páginas) como se envolveu com a causa da Revolução Cubana, conheceu Che Guevara e viveu com ele por oito anos.
Aleida nasceu em 1937, em Los Azules, na província cubana de Las Villas. Filha de camponeses, foi mandada para a capital Santa Clara para completar seus estudos. Em 10 de março de 1952 ocorre o golpe militar de Fulgencio Batista. Nesse momento, Aleida desperta para a política. Na faculdade de pedagogia, ela entra em contato com as ideias do Movimento 26 de julho e ingressa na organização, atuando como combatente clandestina.
Tempos mais tarde, por já estar fichada nos corpos repressivos do governo, teve que se juntar à tropa guerrilheira do comandante Ernesto Che Guevara, na Serra Escambray. Rapidamente virou secretária dele, fato que os levou a um convívio constante. Ela fala de quando Che percebeu que sentia uma afeição diferente: “Ele me disse que tinha se dado conta de que gostava de mim no dia em que o tanque veio ao nosso encalço, por ocasião da tomada de Santa Clara, e que havia temido que acontecesse algo comigo”. A partir dessa declaração, os dois passam a ter uma “amizade colorida”, até que Che a pediu em casamento através de uma carta, antes mesmo de ter pegado em sua mão.
Contrariando as expectativas do leitor, o livro não revela tanto do homem Che Guevara. Nem poderia: apesar de ter sido sua esposa, Aleida March parece ter passado mais tempo esperando que ele retornasse de suas viagens do que ao seu lado. Ela carregou bravamente o fardo de ser esposa de um charmoso guerrilheiro revolucionário: viveu noites angustiantes temendo que ele fosse assassinado em suas missões ou que se apaixonasse por outra mulher, e criou praticamente sozinha os quatro filhos que tiveram, ou melhor, os “pedacinhos de carne”, como Che gostava de falar. “Só posso dizer, não importam as razões, que a nossa vida de casados encontrava outros apoios, os quais, apesar da separação, sempre se alimentaram de amor e responsabilidade compartilhados”.
Virada a última página, a impressão que fica é que Che Guevara era alguém coerente. Assassino, fatalista, obsessivo? Talvez, não vem ao caso. O que interessa é que ele de fato agia de acordo com suas ideias, muitas vezes contrariando Aleida. O livro traz várias evidências que mostram isso: Che não a levava consigo em suas viagens, pois se o fizesse, os outros combatentes também deveriam ter o direito de levar suas esposas; Pediu que a mulher distribuísse aos amigos um barril do seu vinho favorito, que ganhara de presente, por não achar justo que aquela quantidade fosse consumida por apenas uma pessoa. Aleida, em segredo, guardou alguns litros só para ele. E o caso mais extremo: Che arranjou outro dono para uma televisão que Aleida recebera de presente, por julgar que ela não necessitava daquele luxo.
A autora confessou sempre ansiar por um presente de viagem de Che, que raras vezes recebeu. Ele alegava que o dinheiro do Estado não podia ser utilizado para satisfações pessoais. “Na renúncia a esses pequenos prazeres, que sem dúvida teria apreciado, se encontra uma parte da essência de um caráter que tanto comove muitos dos que, em todas as partes do mundo, o consideram um homem de qualidades superiores”.
Apesar dos pesares, Evocação nos torna próximos de Che Guevara, criamos até certa intimidade com ele. Seríamos capazes de fazer seu café da manhã, comprar-lhe um livro de seu gosto, recitar-lhe seu poema preferido, escolher para ele um programa de televisão ou preparar seu banho sem errar a temperatura. Indo além da mítica, o livro nos faz entender que Che era um ser humano, como qualquer um de nós. Que ser humano foi esse? A dúvida permanece no ar.
Depois da morte de Che, Aleida transformou a casa onde viveram no Centro de Estudos Che Guevara.
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Paula 02/07/2009

História de um amor
A príncípio pensei que Che, se estivesse vivo, não ia gostar da idéia desse livro. Mas depois pensei em Aleida, a mulher que Che amou, e acho que ela pode escrever sim o que quiser sobre a história deles dois.
O livro é bem gostoso de ler, muitas vezes me vi com lágrimas nos olhos, principalmente nas cartas dele para ela. Traz fotos, os postais que Che mandava para ela de todos os lugares onde estava entre outras coisas.
Acho que vale a pena ler, mas aviso: quem já é apaixonado por Che vai ficar mais ainda.
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