Resenhas - Crime e Castigo

pete_7 07/06/2024

Pt. 2 - Resenha de (quase) tudo o que já li
Dostoievski marcou minha adolescência profundamente. Na época, lembro de, numa aula de inglês, comentar sobre como achava o livro "atmosférico". Ainda bem que esse momento me marcou, porque lembrar como eu me sentia ao ler esse livro me deixa feliz.
Raskolnikov é um estudante que acredita ser alguém além do bem e do mal. Atazanado por essa ideia, comete atrocidades e vive de perceber as reais consequências do que é ser humano, ter uma consciência.
O livro é excelente, ninguém muda minha cabeça quanto a isso. É perfeito pra um adolescente ler. É longo, mas pouco denso. Não é pra quem quer uma leitura rápida.

Ciço 06/06/2024

Essa resenha é sobre essa versão, não sobre a obra em si
Crime e castigo é um livro fundamental, contudo tive uma péssima experiência com esse livros ao descobrir q essa versão é muito reduzida, tirando momentos importantíssimo e apresentando de forma muito superficial uma obra tão boa

Gabi 06/06/2024

Chocada
Eu peguei esse livro pra ler esperando qualquer coisa menos a história densa que me foi apresentada. Todos os dilemas do personagem principal me deixaram realmente presa. Vou querer reler daqui a alguns anos

Shaylanne 06/06/2024

Acho interessantíssimo a discussão entre pecado e punição, Deus e ética. Ao abordar o crime aqui ele abre brecha para dizer "quem pode cometer crimes?"

dhywxt 05/06/2024

Ler os livros do dostoiévski é sempre uma experiência porque no final sempre me identifico com algo da mente excepcional (doentia) dele. E nesse livro em especial é como se ele quisesse passar uma mensagem sobre como é o verdadeiro comportamento humano e o que as pessoas escondem por debaixo da própria pele.

Renan.Bagatini 05/06/2024

Como um livro de 600 páginas pode ser tão denso?
Na capital russa de Petersburgo, na época em que a história se passa, as indústrias se expandiam a todo o vapor e, consequentemente, a classe menos abastada empobrecia mais e ia se entregando aos vícios e tornando-se refém das dívidas. nesse contexto, um jovem estudante de direito (que ao início da obra é instintivamente bom com as pessoas) enlouquece, mata e saqueia uma velha "agiota" da cidade e sua irmã.
as consequências desse ato, tanto na consciência do protagonista quanto nas pessoas ao seu redor, são incríveis.
o motivo do crime? uma teoria criada por ele de que certas pessoas nascem superiores às outras, podendo cometer quaisquer crimes, desde que estes contribuam à humanidade de forma positiva. no seu julgamento, matar a velha era justificável, porém, após matá-la, o inevitável sentimento de culpa o invade. ele tenta reparar o estrago deixando os itens roubados intocados e doando todo o dinheiro que tinha a uma família miserável.
enquanto isso, as investigações sobre o crime seguem. ele, sentindo-se culpado, vai até a delegacia e presta os depoimentos, pois era cliente da velha. é como que, inconscientemente, ele quisesse ser encontrado (essa é uma das teorias psicológicas de um investigador). na parte final do livro, é explicitado o aborrecimento que ele sente só de pensar em estar sendo descartado como suspeito.
no meio disso tudo, também, muitos personagens são apresentados. todos excepcionalmente e profundamente abordados, com pensamentos próprios e, com exceção de uns 4, sempre com alguma segunda intenção, insanidade ou vício. os diálogos presentes no texto precisam ser lidos com calma, pois são muito densos. em alguns momentos do enredo é possível notar a tensão presente entre o diálogo das personagens, com um conflito gigantesco sendo formado. é como se eu estivesse lendo o roteiro de uma novela. a leitura é um pouquinho travada em alguns momentos, mas quando engata não tem como parar.
enfim, o protagonista se entrega à polícia e, mesmo estando num campo de trabalho forçado, não sentia a dor das penitências. refutando o pensamento do protagonista, a realidade em que ele vivia o tornou um criminoso. ele, que havia nascido bom (mesmo que arrogante), tinha tornado-se , pelo ambiente em que vivia, o mais supremacista e violento dos criminosos.
pretendo ler esse livro novamente daqui alguns anos e ver se minhas percepções seguem as mesmas, pois inúmeras são as ideias que podem ser tiradas daqui.

Yasmin1609 04/06/2024

Frustração é o título
Eu sempre estive louca pra ler esse livro mas só queria ter a experiência de ler ele físico? ganhei no meu aniversário de presente e foi frustrante porque o livro não é tudo isso que promete, acho que poderia ter algo a mais ?

Matheus656 04/06/2024

Sem comentários, apenas citações.
"E o que seriam todos aqueles sofrimentos do passado? Tudo, até o seu crime, até a sentença e a prisão, tudo lhe parecia agora, em seu primeiro impulso, um fato externo e alheio que não teria nada a ver com ele. De resto, naquela noite o jovem não podia pensar em nada longa e continuamente, não conseguia concentrar seus pensamentos em coisa nenhuma nem tomar nenhuma resolução de forma consciente - estava apenas sentindo.
A dialética cedera lugar à vida,e doravante sua consciência teria de seguir um rumo bem diferente"

- Crime e castigo, pág. 725

Fernanda Mara 03/06/2024

Uma editora realmente pode alterar a experiência de uma leitura
Comecei a ler sem perceber que era a versão adaptada da Principia. Já li algumas resenhas e comentários sobre a obra, então sei que minha experiência foi bem distante de toda a profundidade real da obra. Por isso, sinto que não tenho direito de dar nem menos e nem mais que 3 estrelas a esse livro. Não que eu não tenha gostado da experiência, a cena do assassinato e o conflito interno do protagonista foram surreais de boa, além de algumas histórias secundárias (como a de Sofia ou de Dunia) terem me interessado, porém achei muitas partes entediantes, rasas e desnecessárias - algo que atribuo principalmente à versão que li. Se isso é um traço do próprio autor, cabe uma leitura do texto inteiro e de uma boa edição me dizer. Até lá, mantenho somente 3 estrelas (ou, mais especificamente, 6 ou 7/10) e a curiosidade pela obra inteira, que lerei só deus sabe quando.

dwxlf 03/06/2024

Nas entranhas da psicologia humana
De um começo difícil, para um final estonteante. Ródia está no auge da sua neurose no início do livro, já cogitando o que ele ainda não tem coragem de chamar de assassinato, chama de "aquilo". Tudo é tão confuso nos primeiros capítulos, assim como o quarto claustrofóbico de Raskolnikov, a leitura passa essa mesma sensação sufocante, porquê parece que estamos presos à mente homicida do protagonista e participamos do seu martírio.

Das passagens mais marcantes está os sonhos de Svidrigailov no final; enquanto eu lia, podia ver com clareza a ação demoníaca na cena da menina de cinco anos. Quando o Rodion diz que o assassinato não o teria perturbado se ele não amasse e não fosse amado; marcando aqui o início da redenção dele, que se dá através do amor (da mãe dele por ele, dele por ela, de Sônia...). A parte mais emocionante do livro é quando ele confessa para a mãe, chora aos seus pés e confessa o seu amor por ela.

Razumikhin representa o que Rodion seria, se não fosse o seu intelectualismo e suas ideias de grandeza. Não dá para passar batido o artigo escrito pelo Raskolnikov no período da faculdade, a ideia de que há sujeitos extraordinários que estão acima da lei. Quando finalmente somos apresentados à essa ideia no livro, salvo engano, pelo Porfíri, passamos a entender melhor a mente do Ródia.

Por fim, Sônia merece uma menção honrosa como sendo a maior personagem do livro. Ela só foi capaz de se compadecer de Raskolnikov e trazê-lo de volta a humanidade, porquê ela mesma tinha sofrido mais do que ele. E no final, a história de Crime e Castigo, em síntese seria: os diferentes efeitos da miséria e do sofrimento no ser humano. Como pode, diante do sofrimento, alguns se tornarem pessoas melhores e outros, piorarem?

Que livro!

@maay_ 03/06/2024

Olha, que livro triste kk e ao mesmo tempo crítico. Gostei mas não tanto assim????????????????????..

vitoriafemelo 03/06/2024

Meu primeiro clássico. Esse livro está longe de ser emocionante. Não te prende do início ao fim. Não é uma leitura fácil, exige concentração, conhecimento da língua, e muita paciência para não abandar a leitura no início.
Vale a pena, faz com que reflitamos sobre o comportamento humano.

Dilso 03/06/2024

Ótimo!
Nossa! Como a progressão da história mudam de tradução para tradução. Há tempo li este livro numa edição em dois volumes da Folha, esta requentando o russo do inglês ou do francês, não lembro, para o português. Nesta, da Editora 34, a tradução é do russo diretamente para a língua portuguesa. O que fez uma diferença absurda.
Enfim, adorei revisitar a obra. Sempre inquietante.

Mary 03/06/2024

Tem spoiler
Livro muito foda, a gente acompanha o desenvolvimento do Rodion como personagem desde antes, durante e depois do crime. Tem inúmeras reflexões, perdi as contas de quantas vezes me identifiquei com ele, o cara tem uma mente extraordinária e não reconhece.
Sobre o melhor livro de Dostoievski pra começar a ler ser "noites brancas" EU discordo, noites brancas tem uma linguagem muito mais formal por assim dizer, ja crime e castigo tem uma linguagem mais atemporal, bem mais simples de entender.
Resumindo o livro: ele é pobre e precisa de dinheiro pra se sustentar mas é orgulhoso demais para trabalhar, rouba e mata, não usa o dinheiro por se sentir culpado, adoece, é preso.
Inclusive o tempo q ele passou delirando me lembrou muito a doença do Ivan Ilitch.
Dito isso, uma das maiores obras que já li, de fato maravilhoso.

juliesf 03/06/2024

Muitas emoções tenho tanto a dizer que acho que nem vale a pena

?seu pior pecado é que você se destruiu e se traiu por nada?, vou deixar apenas essa frase porque com ela eu já lembro de tudo

eu tava em ânsias na cena em que ele revela pra sônia