GregoryOak 01/10/2023
Épico demais!
O filme baseado em Jogador Nº 1, dirigido por Steven Spielberg é sensacional, mas ele passa muito longe de ser tão épico quanto esta ficção científica magnífica escrita por Ernest Cline.
Quem nunca buscou jogos, filmes, livros, arte ou até música para fugir da realidade? Quem nunca se sentiu deslocado do mundo à sua volta e teve a vontade de criar o seu próprio universo, onde você mesmo é o centro tudo e quem dita as regras? Quem nunca desejou viver em um mundo onde fosse possível ser o que quisesse, livre de julgamentos?
Pois é exatamente sobre essas questões, a que Cline versa em sua literatura. A história conta sobre uma realidade alternativa (o OASIS), no formato de um jogo em virtual (em RV) - criada por um jovem (James Halliday) que nunca se sentiu à vontade no mundo real em que vivia - baseado em todo tipo de entretenimento e arte dos melhores anos de sua vida: a década de 1980 e sua cultura pop; que além permitir que os usuários fossem capazes de manifestar todo e qualquer tipo de sua própria cultura para o mundo, sem julgamentos, ainda lhes permitira ser quem quisessem ou se identificassem.
Eis que o OASIS foi criado para ser apenas um jogo com diversos outros dentro de sua programação, mas com o passar do tempo e com o declínio do planeta cada vez mais evidente (fome, superlotação, crises climáticas e políticas, desemprego e pobreza excessiva, além da corrupção em massa da sociedade), aquele se tornou um novo estilo de vida, em que todos passaram a se apegar; fazendo com que seu criador James Halliday, se tornasse um dos homens mais influentes e ricos do mundo.
Quando Halliday descobre que está próximo de sua morte, ele decide se imortalizar dentro do jogo, criando um concurso baseado em seus gostos e história, onde os concorrentes devem decifrar e enfrentar todo tipo de enigmas e desafios para encontrar o Easter Egg prateado. Um único vencedor herdaria toda a sua fortuna e o controle total sobre o OASIS.
Eis que o concurso movimentou todo o mundo e deu início a tudo que os usuários tinham de melhor (garra, determinação e dedicação) e de pior (ganância, ódio e desonra) para tentar ganhar a competição a todo custo.
Vede que a história se desenrola a partir da visão dos caça-ovos (usuários dos mais diversos tipos, bem intencionados em jogar o jogo de maneira justa) e a IOI (empresa imperialista que se usa de toda a sua influência, dinheiro e status para trapacear, roubar e até matar em nome da vitória).
Nosso personagem principal é Parzival/Wade, um garoto comum, viciado em cultura pop, dotado de conhecimento absurdo em tecnologia e o mais alto grau de nerd; nativo da geração OASIS e que, além de querer herdar o prêmio de Halliday, quer mais ainda, acabar com o 'império do mal' da IOI.
A história é narrada em primeira pessoa, por Parzival/Wade e conta com uma escrita muito fluida e leitura rápida, apesar de suas 466 páginas. Muitas reflexões acerca da vida, de dar valor às pequenas coisas, reconhecer o verdadeiro valor da amizade e, principalmente, de lutar pelos seus objetivos e desejos são trazidas nas linhas de Cline; além de personagens bastante profundamente criados serem capazes de levar o leitor para dentro da história e compartilhar dos mínimos detalhes da trama que prende e intriga a cada capítulo.
Me tornei grande fã dessa história épica em todos os quesitos e recomendo a todo tipo de público.
site: https://www.gregoryoak.com/post/resenha-de-jogador-n%C2%BA1