Daniel Neves 05/09/2012
O livro tem seu valor no estudo historiográfico da Guerra do Paraguai. Os dados históricos são totalmente questionáveis. São frutos do revisionismo histórico da década de 1960 que super dimensiona a participação da Inglaterra no conflito, isso sem falar, que a obra e o revisionismo histórico de uma forma geral recebem fortes críticas pela falta de embasamento documental. Júlio José Chiavenatto não é imparcial na obra. Ele manifesta-se, claramente, do lado do paraguaio, como os "injustiçados", apresentando uma visão totalmente errônea sobre a realidade paraguaia no pré-guerra. Não se trata de isentar o Brasil da sua parcela de culpa nessa guerra, mas mostrar, como diz Francisco Doratioto, "que não existem mocinhos e nem bandidos na Guerra do Paraguai, mas sim interesses". Os interesses que estão postos em jogo a Guerra do Paraguai são muitos. Cada um dos quatro países tinham seus interesses e a guerra de alguma forma atenderia esses interesses. A Guerra do Paraguai não é fruto do imperialismo inglês sedento por subordinar o Paraguai à sua vontade, mas sim de interesses e rivalidade dos países platinos. Para uma leitura mais aprofundada eu recomendo a leitura dos livros de Francisco Doratioto "Maldita Guerra" e de Ricardo Salles "Guerra do Paraguai: Escravidão e Cidadania na Formação do Exército Imperial". São excelentes livros para desmistificar as causas e motivos da Guerra do Paraguai, mostrando uma realidade embasada em anos de estudos de ambos autores.