Dani do Book Galaxy 20/09/2018Tess em sua melhor forma!Sempre começo uma leitura nova da Tess Gerritsen com bastante expectativas, porque tenho certeza que vou ler algo ótimo. E mais uma vez, eu estava certa; "Vida Assistida" é um dos melhores livros da Tess, e olha que essa mulher tem inúmeros livros bons no seu curriculum.
Em "Vida Assistida", Tess acertou em inúmeras coisas que o fizeram um livro impossível de largar. Quando eu não estava lendo, estava pensando no livro e em o que aconteceria - não é surpresa que o devorei e terminei em menos de 48 horas.
Assim como nos outros romances de Tess, temos uma protagonista feminina forte e inteligente, para quem amamos torcer - a Dra. Harper é curiosa, impulsiva e teimosa. Sua personalidade forte me lembrou muito o personagem Jack Stapleton de Robin Cook, outro autor consagrado de thrillers médicos (não é surpresa dizerem que a Tess Gerritsen é a "versão feminina" do Robin Cook). É muito fácil gostar desse tipo de personagem, pois ele não é passivo (ou seja, ele vai atrás de satisfazer a sua curiosidade, leitor) e também não é perfeito - ele comete erros, faz besteiras, tem sentimentos. É um personagem bastante humano.
Os personagens secundários também são humanos e você cria laços com algum deles - inclusive, me peguei chorando por causa de um deles. Acho que foi a primeira vez que chorei lendo um livro da Tess.
Além dessa riqueza de personagens e personalidades, temos uma história super interessante e até sinistra - thrillers médicos geralmente trazem tramas mais complexas, mas fascinantes. Os temas abordados nesse livro vão desde príons (proteínas defeituosas que geram doenças como a da vaca louca) até o mal de Alzheimer. O tema principal também me lembrou "Servidão Mental" do Robin Cook mais de uma vez. Não falarei mais sobre os temas porque poderia ser um spoiler, se você ligar os pontos direitinho ;)
O que mais amo na escrita da Tess Gerritsen é que ela consegue incluir informações médicas de forma sutil em seus livros, através de diálogos, pensamentos das personagens e descrição dos procedimentos. A leitura nunca é pesada e cheia de termos técnicos; você aprende sem perceber, enquanto está imerso na história.
"Vida Assistida" é um dos primeiros livros que Tess escreveu, antes de emplacar com a série Rizzoli & Isles, e justamente por ter sido escrito tão no início de sua carreira, é possível identificar alguns deslizes que a autora cometeu (mas nada grave; de fato, é interessante ler um de seus livros mais antigos e depois comparar com os últimos, pois dá para perceber como ela evoluiu bastante em sua escrita).
Eu digo "deslizes" porque não posso considerar esses elementos como "erros" ou pontos negativos, mas pequenas coisas que poderiam ser melhoradas:
- O romance que acontece o desenrolar do livro não chega a ser muito bem trabalhado e parece um tanto superficial. Não me incomoda, mas dá para sentir lá no fundo que a Tess colocou aquilo ali só para o livro ficar mais interessante;
- No final, algumas coisas acontecem de forma muito abrupta levando ao ápice. Não há explicações sobre algumas coisas (isso sim me incomodou!), e me pareceu que a Tess estava apressada para terminar logo o livro e escreveu o desfecho sem caprichar muito.
De qualquer forma, foi uma leitura excelente! Recomendo muitíssimo para quem conhece a Tess e também para quem quer conhecê-la.
Veredito final
Nota 4,5 de 5
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