Blog MDL 13/09/2013
Darcy é uma jovem mulher que vê seus cuidadosos planos desmoronados após um terrível baque que foi ser traída pela sua melhor amiga e ser trocada pelo seu noivo, agora, grávida de um homem desleixado com quem ela sonha em se casar por achar que ele poderia ordenar sua vida, ela não percebe que seu senso moral e crítico é totalmente invertido e que as coisas com as quais se importam não tem nenhum valor real. Fugindo para Londres, ela acredita que lá está a solução para os seus problemas, mas a vida glamourosa que ela acredita que vai viver não é nada comparado ao que realmente é, morando em um apertado apartamento com Ethan, seu amigo de infância, sua essência continua a mesma e tudo que ela fez é gastar sem se parar para pensar no seu futuro ou no futuro do bebê. Cansado de ver tudo aquilo, Ethan lhe diz tudo que ele pensa sobre ela e sua postura com relação a vida e as outras pessoas, surpresa por notar que tudo aquilo é verdade, ela se propõe a mudar e mostrar para seu amigo que ela é uma boa pessoa e que merece coisas boas da vida.
Sabe quando você se vê presa em uma história apesar de não estar suportando as atitudes do personagem principal? Pois bem, foi isso que aconteceu comigo. Já fazia algum tempo que uma história não fazia isso comigo, eu tinha a sensação de que era um confidente de Darcy, uma melhor amiga invisível que estava fazendo parte do dia a dia dela mesmo de longe. Foi difícil ler a primeira parte do livro porque eu não suportava os comentários maldosos, a futilidade e o egocentrismo dela, mas... eu também não suportava quando ela era machucada, quando as pessoas não faziam nenhum esforço por ela, quando as pessoas traziam à tona o pior dela, e foi assim por uma boa parte do livro, eu observando os seus erros e torcendo para que ela mudasse, para que ela melhorasse. Quando ela chegou à Londres eu fiquei eufórica, eu queria que alguma coisa acontecesse com ela e que a fizesse refletir, mas as coisas não foram fáceis pelo menos até o glorioso Ethan entrar em ação e fazê-la escutar tudo que ele pensava sobre a sua postura diante da vida, do mundo e das pessoas, confesso, que foi naquele momento que eu me tornei fã de carteirinha dele, principalmente por ele ter conseguido despertar nela o desejo de mudança, pode até parecer estranho, mas eu chorei quando ela fez uma lista das coisas que queria fazer para ser alguém melhor, assim como chorei quando ela leu a carta da Rachel. Foi, sem sombra de dúvidas, incrível vê-la crescer e se abrir para receber os presentes da vida.
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Acredito que todos nós já pensamos que se alcançássemos tais objetivos tudo na nossa vida estarei perfeito, mas a vida não é um ciência exata, não é nada como 1+1=2. Pelo contrário, ela é feita de surpresas, de partes complicadas, de desilusões, mas principalmente, é feita da capacidade infinita de nos reintegrarmos e de mudarmos. E é justamente isso que Emily Giffin traz no seu livro, com uma escrita primorosa, ela compartilha conosco a “vida real” dos seus personagens de forma tão coesa que em nenhum momento você pensa “Uau, isso nunca aconteceria comigo ou com ninguém que eu conheça!”, mas sim, “Uau, isso já aconteceu com mais alguém além de mim?”... Posso dizer com total certeza: este é um livro que nos ensina muito e que vale à pena ser lido, relido e refletido.
site: http://www.mundodoslivros.com/2012/09/resenha-presentes-da-vida.html