Luana 09/01/2013
"Cuidado" Josh disse, me ajudando.
Nossas faces quase se tocaram enquanto eu lutava por equilíbrio. Nossas peles estavam tão perto que o seu calor do corpo aquecia o meu rosto. Meu coração já estava batendo rápido devido ao nervosismo. Agora ele batia duas vezes mais rápido.
Sua certeza, de alguma forma, diminuiu meu medo. "Tudo bem", eu disse. Eu passei por ele e abri a porta antes que pudesse desistir da minha recente resolução. "Mas se eu acabar atrás das grades, é o seu trabalho me tirar de lá."
"Está certo", disse Josh. Firmemente. Como se ele realmente tivesse a intenção de me salvar um dia.
Eu andei na frente dele pelo corredor, causando bastante eco. Inacreditável. Eu estava caminhando para a minha potencial ruína e definitivamente indo me virar contra o meu mentiroso namorado falecido. . . e então eu fiz a coisa mais inadequada, mais terrível possível.
Eu sorri.
"Tá tudo bem" Josh sussurou sinceramente. "O que está acontecendo?"
Senti que os seus dedos tocavam os meus.Meu corpo todo se aqueceu. Um milímetro de contato com sua pele, e o meu corpo inteiro reagia. O que Thomas teria pensado? Ele estava me olhando agora mesmo? Será que isso é possível ? Ele saberia que eu estava tendo sensações quentes por um dos seus melhores amigos? Apertei os meus olhos balançei a minha cabeça, tentando sacudir os pensamentos.
Não era justo. Não era. Nada era justo.
"Vamos lá" Josh sussurrou no momento em que a portas do elevador se abriram.
Me esforcei bastante para me mover. Eu o segui pelo corredor e em direção à sala comum. Eu sabia que devia estar animada e curiosa sobre o que, exatamente, Josh tinha em mente, mas dolorosas memórias substituíam qualquer assunto imediato. Visões de Thomas se espreguiçando no sofá de couro. Jogando video games na tela plana com seus amigos. Risadas, exclamações e zombarias.
Não havia nada disso agora. O lugar estava morto. Cheirava a anti-séptico, como se alguém tivesse entrado e descolorido as paredes. A televisão estava cinzenta e o video game estava guardado. Um cara que eu não conhecia lia na mesa na mesa da esquina pela luz de uma luminária.
Era como se toda a vida de Ketlar houvesse ido junto com Thomas.
Josh cruzou rapidamente a sala comum - o único lugar no dormitório onde eu podia estar legalmente (não que eu tivesse prestado atenção àquela regra no passado) - e se encaminhou ao corredor distante. De repente, eu sabia aonde ele estava me levando. Ao seu quarto. Ao quarto de Thomas.
Meu olhos estavam secos como areia enquanto eu passava pelo salão. A realidade estava finalmente me atingindo. Thomas se foi. E mesmo quando ele estava aqui, eu havia sido só uma namoradinha para ele, uma nada.
Uma nada que tinha de seguir em frente seriamente.
"Esse ano não," Josh disse, se inclinando melhor na mesa. "Meus pais estão presos na Alemanha, então as crianças vão ir para a casa da minha tia e Lynn vai ficar com sua namorada."
"E você prefere ficar aqui," Gage disse incredulamente. "Sozinho."
Debaixo da mesa, os dedos do Josh tocaram as mãos. O meu coração acelerou e eu coloquei a palma da minha mão para cima na minha coxa, Josh a pegou, enroscando nosso dedos. O rubor começou pelo meu corpo todo. Eu tentei não sorrir o máximo.
"É," ele disse com um sorriso, apertando a minha mão. "Sozinho."
Eu queria bater em alguém. Qualquer um.
Quem eu estava enganando? Eu sabia em quem eu queria bater. socá-lo até que eu não aguentasse mais ou até que ele morresse, o que viesse primeiro. O único problema era que ele já estava morto.
"Vai ficar tudo bem," Eu disse, quando nada mais coerente me veio à cabeça.
"Eu espero que sim." Josh tremeu ligeiramente e apertou a minha mão. "Eu realmente espero que sim."
Naquele momento, eu odiei Thomas Pearson. Morto ou vivo. Eu o odiava.
"Soa bem para mim," Eu disse, sorrindo. "Não tenho feito muitas coisas realmente normais ultimamente."
Os olhos de Josh brilharam quando ele olhou para mim. "Obrigado."
Eu corei. "De nada."
Josh colocou uma das mãos embaixo da mesa e a colocou sobre meus jeans. De repente, tudo no que eu podia pensar era em beijá-lo novamente. Beijá-lo e não ser interrompida por três desgraçados a fim de fazer nossas vidas ainda mais miseráveis. Ou por, você sabe, a minha própria loucura. De alguma forma, só pelo olhar de Josh, eu sabia que ele estava pensando na mesma coisa.
Josh tocou minha perna novamente e meu corpo todo se esquentou. Eu clandestinamente coloquei minha mão embaixo da mesa e toquei os dedos dele, parando-o. Se ele continuasse com aquilo, eu iria derreter. Mas ao invés de se afastar, ele pegou a minha mão e enroscou na sua em cima da minha coxa. Eu me inclinei em sua direção e sorri feito uma idiota, apoiando minha cabeça na minha mão esquerda e deixando meu cabelo cair para esconder minha cara do resto da mesa.
O sorriso dele estava tão idiota quanto o meu.
"Eu não acho que nós somos capazes de fazer algo normal por aqui," Noelle disse bem alto.
Eu coloquei meu cabelo para trás e olhei pra ela, meu coração batendo como se tivesse sido pega dormindo na aula.
"Acho que você está sem sorte, Hollis," ela disse, falando com ele mas olhando para mim. "Por aqui, não há nada além de coisas estranhas."
Josh sorriu vagarosamente."Acho que eu pretendia te impressionar. Isso tudo te impressiona?"
"Ah, demais. De verdade. Você é o zelador do cemitério das artes? Nossa!" Eu ironizei.
"Não isso, sua boba," Josh disse, puxando meu casaco e me trazendo pra mais perto dele. "O fato de haver um lugar no campus que só eu tenho a chave."
Meu coração bateu docemente, enquanto eu enrolava meus braços em volta do pescoço dele. "Isso sim é impressionante."
"Eu imaginei."
Josh riu antes de se inclinar e me beijar. Tudo rodava enquanto a língua dele procurava a minha, suas mãos alisavam meu rosto. Nós ficamos ali pelo que pareceu muito, muito tempo. Beijando, tocando, gentilmente procurando. Devagar, ele desabotoou meu casaco e eu deixei aquela peça de alta-costura ridiculamente cara cair no chão. Eu estava bastante consciente do sofá logo ao lado e quando minhas pernas começaram a doer por ficar parada no mesmo lugar, eu trouxe Josh para baixo comigo.
"Nós não temos de fazer nada," Josh disse, sem fôlego. Os lábios deles pareciam inchados e vermelhos. Ele estava tremendo levemente. "Eu só queria te ver. Só isso."
"Eu sei. Eu sei," Eu disse. Eu confiei em Josh naquele momento mais do que em qualquer outro garoto que eu já beijei. "Vamos só...ver o que acontece."
E nós fizemos isso. E tudo o que aconteceu foi doce, puro e perfeito.
"Eu te disse, Reed," Noelle disse, se aproximando. Ela colocou minha cabeça nos seus ombros, alisando meu cabelo. "Eu só queria te proteger."
"Eu sei," Eu disse. "Obrigada. Eu não sei o que aconteceria se você não tivesse feito aquela ligação"
Era o que elas queriam ouvir. Era a única coisa que me livraria delas.
Noelle finalmente sorriu. Missão cumprida. "Não foi nada."
"Eu vou pra cama agora."
Minha mão estava na maçaneta da porta frontal do Billings, quando Noelle falou novamente.
"Nós vamos estar sempre aqui por você, Reed. Nós todas vamos. Nós não vamos a lugar nenhum."
Um vento passou por mim, e um calafrio correu pela minha espinha.
"Nem sempre."