Glaucia 03/04/2012Encantos - http://www.mixliterario.com/2012/04/resenha-encantos-aprilynne-pike.htmlEsse é o segundo livro da série Fadas, que começou Laurel, uma adolescente que se viu obrigada a mudar de cidade com os pais, deixando a antiga propriedade em que amava para trás, a fim de começar nova vida. Laurel passou por algumas transformações, quando um caroço surgiu em suas costas e dele floresceu enormes “Asas”. Junto com seu novo amigo David, jovem muito aplicado nos estudos, descobriu que as “coisas estranhas” eram nada mais nada menos que pétalas de flores. Em busca de resposta, Laurel retornou a sua antiga propriedade e lá conheceu Tamani, um lindo e encantador Elfo, capaz de tirar o fôlego de qualquer jovem. Seu novo, e estranho, amigo revelou para ela algo surpreendente. Laurel é nada mais, nada menos do que uma “fada de outono” e foi introduzida como enxerto entre os humanos para herdar a propriedade dos pais. Junto com essa revelação, a jovem foi empurrada para uma trama de perigos, sendo manipulada e perseguida pelos terríveis Trolls; liderados por Barnes, criaturas malvadas que querem descobrir a passagem para o reino mágico das fadas e dominá-lo.
Encantos começa com uma passagem de tempo, onde Laurel teve que aprender a viver com sua nova realidade, temendo os perigos, tendo pesadelos e sofrendo com o desprezo da mãe, que não aceita o fato dela não ser uma humana. Ela passa a namorar seu melhor amigo David nesse período e tenta levar uma vida “quase humana”. Agora, que é chegada à hora de ir para a Academia em Avalon, Laurel sente-se estranha e perdida entre dois mundos completamente diferentes. Mas sabe que precisa aprender cosias de fadas para o bem dos pais, David e seus amigos, que correm perigo.
Laurel entra no reino de Avalon e descobre como tudo é mágico, encantador, colorido e cheio de vida. Tudo é uma enorme novidade, apesar de belo, e se sente estranha com os olhares das outras fadas e elfos sobre ela. Lá, apesar do grande encanto, Laurel sente-se desconfortável com a hierarquia social, onde fadas de inverno e outonos são respeitados e tratados como nobres, enquanto as de primavera fazem o papel de serviçal, sendo desprestigiados e obrigados a fazer reverências. Não pode ser e agir como “ela mesma” diante do seu amigo Tamani e seu coração se aperta com aquela situação, cada vez que ele faz ou diz algo que mostra a sua inferioridade de nascimento. Ela também descobre como os bebês, ou as mudas, outono e inverno, são tratadas e não possuem contato com os pais após o nascimento. Aquilo só a deixa ainda mais chateada com a organização e hierarquia daquela sociedade.
Na academia, Laurel tem um trabalho duro, estudando mais do que o normal, para aprender coisas que já conhecia, antes de se tornar um enxerto, e se adiantar um pouco nos estudos. Contudo todo esforço sempre parece em vão. Ela não consegue evoluir e acertar as porções, apesar da fé de Jamilson, Tamani, Katya e de instrutor Yeardley. Além da sensação de fazer sempre tudo errado, ela descobre que tem uma rival, Mara, e todas ás vezes que se encontram, sente-se tremendamente desconfortável. Há uma sensação enorme de insegurança, devido a todas as dificuldade, e medo pela vida dos humanos que tem que proteger contra a vingança dos Trolls.
A sua volta para casa é estranha e mais uma vez Laurel se vê dividida entre os dois mundos. Um onde tem os pais, o namorado que a ama, e seus amigos; outro onde possui obrigações como fada de outono e sentimentos contraditórios por Tamini. Para completar o desprezo de sua mãe fica evidente a cada momento, deixando-a ainda mais magoada e insegura. E quando tudo parece voltar à normalidade, os Trolls voltam a atacar. Nesse momento surge uma estranha mulher, caçadora, que Laurel não sabe se é “do bem ou do mal”. Apesar da vigilância constante das sentinelas, agora ela e todos os que acercam correm tremendo perigo.
No meio de toda essa confusão, surge um conflito de sentimentos, que deixará Laurel confusa. Ela tem certeza de querer ficar com David, mas tem sentimentos profundos pó Tam e não quer magoá-lo. Então é chegada à hora de decidir qual dos caminhos a seguir. E mesmo quando a decisão parece certa, seu coração nós dá impressão de sangrar.
Pela primeira vez eu não tenho uma torcida definida. Ao ler Asas, torcia muito por ela e Tam. Agora, sinceramente, meu coração está dividido. Quando ela está com David tudo parece perfeito e bonito. Os sentimentos dele são genuínos e os dois parecem feitos um para o outro. Contudo a autora consegue dá um nó na cabeça quando cria uma relação muito próxima entre ela e o Tam. È muito claro o sentimento dele por ela, e por mais que ela não queira admitir, também sente algo por ele. Só não quer deixar para trás o mundo que sente que é seu. Ficar com Tam representa abandonar o mundo dos humanos e aceitar a vida no das fadas.
No final do livro isso fica muito claro e, certamente, se eu pudesse, eu dividiria Laurel ao meio para ficar com os dois. Eu amo os dois. Como Aprilynne conseguiu essa façanha eu não sei, mas sinceramente espero que tenha uma boa saída no final da série. Tenho certeza, pela forma como acabou, que o próximo terá mais conflito nesse triângulo amoroso. Não quero que nenhum deles sofra, mesmo sabendo que isso é praticamente impossível. Se eu me sinto assim, eu te pergunto: Como Laurel se sente? A coisa é bem estranha.
Encantos tem uma leitura suave e gostosa, com descrições tão detalhadas e bem feitas que eu não consegui visualizar algumas cenas em minha cabeça. Acho que mais uma vez a autora se superou nesse quesito. Ficou realmente muito bom. Mas tenho que dizer que o livro tem seus altos e baixos. Ele começa surpreendente, cheio de encantos e maravilhas, que é um dos pontos alto, no decorrer da leitura ela se torna um pouco enfadonha e cansativa. O final, que deveria ser o ápice de excitação; apesar dos perigos, não achei a cena movimentada. Acho que deixou um pouco a desejar. A autora poderia ter feito melhor. Com certeza o primeiro livro conseguiu se superar nesse ponto. Não sei se essa foi a minha impressão por ler um dia inteiro sem parar. Tenho que ser sincera e deixar isso claro. Nem todo o momento a coisa será tão bonita e encantadora. Então leia com moderação, talvez assim não tenha esse sentimento que tive.
Outra coisa para qual tenho que atentar, mas não posso julgar tão severamente porque recebi uma versão de prova, são erros de digitação; que dão a impressão de serem erros de português. Tento, realmente tento, acreditar que esses pequenos erros foram falhas na digitação. Acho que me deparei com essa situação umas três ou quatro vezes no decorrer da leitura.
Bem, encantos é uma leitura bem adolescente, com seus altos e baixo; como disse, e tem a mesma narrativa deliciosa de Asas. Realmente espero que o terceiro livro não demore muito. E que a autora consiga me surpreender com essa narrativa “cheia de encantos” e amor adolescente que faz o coração palpitar de ansiedade. Ainda estou tentando me decidir por um lado, mas é difícil. Ela deveria ficar com os dois... Estou brincando! Estou brincando! Sinceramente não sei a quem escolher... Não ainda. Talvez no próximo livro meu coração tome um partido. No momento vou suspirando por Tam e David.
Espero que gostem.
Bjs no core