brunoimbrizi 17/08/2010
Duas irmãs e eu no meio (pág. 23)
Foi o que fiz. Atravessei aquele bairro de gente muito pobre, mas pelo menos me respondiam e me orientaram bem naquele labirinto de barracos de lata e madeira podre e pedaços de tijolo e entulho jogados fora pela fábrica. Quando cheguei ao casebre de Hayda, ela estava tomando banho. Veio abrir a porta de calcinha e sutiã, meio molhada, e quase nem falamos. Foi uma boa foda. Deixei que ela tivesse seus orgasmos. O primeiro foi com a minha língua. É incrível, mas sempre acontece com ela. Só de sentir a língua raspando clitóris acima já dispara o primeiro orgasmo. E continuei, sem pressa. Gosto dessa mulher. Vira de costas para que eu coma a sua bunda. Já tinha me falado que com o marido - ela tinha casado três anos antes - não conseguia. O negro tem uma pica de negro e isto impedia algumas acrobacias. Suamos muito. É uma casinha muito pequena, com o teto bem baixo, dois quartos e um banheiro. Afinal não agüentei mais e gozei. Como sempre. Eu grito e me desespero nos orgasmos. É como se voasse pelos ares e despencasse lá do Sol. Igual a Ícaro quando caía depenado em direção ao mar. Ufa, terminamos, Ficamos um tempo olhando para o teto, exaustos. Eu exausto. Ela nem tanto. Nunca se cansa, mesmo que tenha dez orgasmos quer mais e mais. Mas o calor era sufocante, Ela disse: "Aproveita que tem água e toma um banho." Não havia sabão. Perguntei.
— Não tem sabão, Pedrito. Já nem lembro da última vez que vi sabão aqui.
— Então você toma banho só com água?
— Claro, que remédio!
Joguei umas latas de água no corpo. Fiquei do mesmo jeito. Sem sabão não se eliminam o cheiro, a unidade, o suor. Então me enxuguei e botei a roupa. Ela também, e nos sentamos para conversar um pouco.
— Vou pra putaria em Havana. Não posso continuar assim.
— Está doida, garota? Você é muito ingênua para isso...
— Olha só: só tenho duas calcinhas, e as duas rasgadas. Um lixo. Sem sabão, sem comida, sem nada. Eu continuo trabalhando na policlínica por inércia. Nem sei pra quê. Caramba, não dá para suportar... E o imbecil do meu marido... Ah, eu não agüento.
— Ele não é imbecil, Hayda. Os tempos estão muito duros e é difícil arrumar uns dólares.