spoiler visualizarJumpin J. Flash 10/01/2012
Excelente!
Esse livreto acompanha o DVD integrante da videoteca da Folha. Acho que não faz sentido escrever sobre esse livreto, mas sim sobre o filme — o que farei. Começo falando pelo único aspecto negativo que notei: como já não estamos acostumados com a narrativa do cinema-mudo, fica um pouco cansativo assistir quase duas horas de filme em que a ação é acompanhada apenas por uma orquestra. Confesso que peguei no sono duas vezes, mas isso não é culpa do filme, mas sim minha: eu deveria ter descansado o máximo que pudesse antes de começar a ver esta obra-prima. Pronto, é só isso que vi de negativo. No resto todo o filme é ótimo, intrigante, provocante, perturbador! Não é preciso nem falar na maravilhosa visão de futuro do diretor, na arquitetura opressiva e ao mesmo grandiosa de Metropolis! Só por seus aspectos gráficos e efeitos especiais esse filme maravilhoso já mereceria um lugar de destaque no panteão das grandes obras cinematográficas, mas o filme vai muito além disso! Essa impressionante visão de futuro e o incrível apuro estético do diretor juntos criaram um dos personagens mais admirados e inspirados do cinema, ponto de referência (e reverência) para muitos diretores que vieram depois: o maschinenmensch, um ginóide (não andróide, porque tinha forma de mulher) que assume a figura de Maria, a líder dos operários. A imagem do ginóide e cena de sua transformação na falsa Maria são muito poderosas, realmente ficam na memória. Já como a falsa Maria, o ginóide assume o papel de uma dançarina que encarna a Prostituta da Babilônia, e a cena de dança no clube Yoshiwara também é muito marcante, especialmente se considerarmos o ano do filme (1927). Em suma (tenho que parar, senão escrevo 50 páginas sobre esse filme), esse filme, de que sempre ouvi falar sem nunca ter assistido até há poucos dias, já chega para mim na lista de meus 10 favoritos! Maravilhoso, gostei demais!