Resenhas - O Homem Duplicado

Henrique 30/05/2024

Como ir do oito ao oitenta: 101
A maneira como a narrativa desse livro escala rápido é *chef's-kiss*.

A leitura é inicialmente bem complicada e as primeiras 30 páginas, por aí, me tomaram muito tempo e estranhamento até que eu me adequasse ao estilo de escrita do autor. A falta de parágrafos e diálogos separados por hifens (ou travessão, sei lá ksksk) é algo que você se acostuma com o tempo e eventualmente a leitura fica bem fluída e única.

A história não tem medo de se delongar e é interessante se atentar a alguns "signos", por assim dizer, que Saramago deixa na obra, pra não acabar fazendo uma leitura ingênua, da qual eu mesmo me acuso de ter em parte cometido.

Juliana 16/05/2024

Bom
Num mundo onde as coisas são tão descartáveis, um belo dia tertuliano descobre que tem um duplicado . Será que realmente hoje vivemos numa sociedade de cópias , padrões ? Até onde a individualidade se perdeu

Djoko 10/05/2024

A enigmática história de um duplicato
Fui apresentando a Saramago pelos contos A cadeira e Centauro, no ensino médio, leituras que se tornaram massantes devido a extensa jornada de estudos e foco em tantos outros assuntos que essa época obriga. Anos depois, livre da obrigação e movido pelo prazer de novas leituras, fui presenteado com o Ensaio sobre a Cegueira, daí então, passei a consumir com mais avidez a obra do tão celebre escritor português.
Em o Homem duplicado, Saramago trás de forma pormenorizada o pacato professor de História Tertuliano Máximo Afonso, mergulhado em rotinas, diria preso ao grosso da vida, trabalho escolar, vida solitária, um romance morno com Maria da Paz. Vivendo esse looping que muito se assemelha a vida de tantos outros jovens adultos. Até que aluga e assiste, por indicação e insistência de um amigo professor, um filme qualquer. Se sente frustrado porque o colega, professor de Matemática, ter lhe indicado um filme tão fraco. Mas começa a assistir outra vez e ali está, em poucos segundos aparece o Duplo. Quem era aquele atendente que é exatamente a cara de Tertuliano Máximo Afonso?
E assim se desenrola uma trama com tantos detalhes e reflexões. A narrativa vai apresentando a cenários e personagem diferentes, narrando detalhes que prendem a atenção do leitor, bem como estruturam toda a trama.
O homem duplicado é uma ótima pedida pra iniciar as leituras de Saramago, pois trata-se de um livro cadenciado, acessível ao leitor, além do mais, mostra o outro lado da pessoa ?original?, que é mais contido, tem medos. Geralmente o duplo é mais ousado, não se prende a limites nem os respeita.

Camila0831 22/03/2024

Gênero romanesco
Reflexões sobre o contar uma história, o gênero romanesco através dos tempos, ao que lhe deve à épica, à tragédia e mesmo às variações atuais de romance policial e ficção científica por exemplo. Tudo desposto em uma história de duplo e seu desenrolar já costumeiro de comparações, temores e ressentimentos.

Bruno236 12/03/2024

Não foi o melhor Saramago
Não foi o melhor Saramago que eu li, mas é um Saramago. Vale a pena por ser ele, e por toda a sua dinâmica.

mariaonacross 10/03/2024

Sensacional! Meu primeiro livro do autor e posso dizer que Saramago ofereceu uma experiência intensa, marcada por uma escrita única. O livro traz as complexidades da existência humana através do protagonista, Tertuliano Máximo, um professor de história confrontado com a surpreendente descoberta de seu duplo em um filme. A trama se desenrola de maneira intrigante, explorando questionamentos profundos sobre identidade, individualidade e o significado da existência. Saramago conduz habilmente por uma reflexão envolvente sobre o ser humano e suas intricadas relações consigo mesmo.

Henderson.Rickelmy 29/02/2024

Cativante
Um livro que marca, o faz pensar e refletir com sua sublime mensagem ocultada através de uma narrativa muito interessante e cheia de reviravoltas.

Será que existe outro "eu"?

Thais.Domingues 20/02/2024

Que final !!!!!!!
Confesso que a escrita do Saramago me incomoda um pouco , porém suas histórias são extremamente criativas e instigantes , por esse motivo insisto em ler seus livros e nunca me arrependo por isso . Saramago , conclui suas obras como ninguém , escreve finais de tirar o fôlego , nessa obra não foi diferente. Adorei !!!!!

beaakemi 18/02/2024

Genial!
Gosto muito de ler Saramago, mas essa foi uma das leituras mais desafiadoras.

Levei um tempo maior para ler pois alguns capítulos eram confusos, é preciso ter paciência e se atentar aos detalhes - gosto muito quando Saramago faz com que os personagens conversem com o leitor, mas tinham momentos possíveis de se confundir entre falas e pensamentos do protagonista (jeitinho mais Saramago impossível).

Amei o livro como um todo, me prendi demais na leitura e ficava ansiosa pelo que estava por vir? e o final é surpreendente!!!

Leyla 15/02/2024

Inquietação à nossa semelhança
Tertuliano Máximo Afonso foi uma companhia interessante e peculiar pra se acompanhar. o fato dele também ser professor de História me aproximou ainda mais da sua rotina, que é em até certo ponto, comum. isto posto, seu colega de trabalho lhe sugere assistir um filme para espairecer, é aí que a vida de Máximo Afonso se torna curiosa: um ator do filme é idêntico a sua imagem, como uma cópia fiel. através do senso comum nos questionamos o quanto é difícil conviver com o diferente, mas e se fôssemos coagidos a conviver com nosso extremo semelhante? inclusive, o senso comum também é um personagem dentro dessa trama que tenta, como pode, auxiliar Tertuliano nas suas decisões sem pé nem cabeça. a partir da dúvida acima o livro vai se preenchendo por acontecimentos surpreendentes, assim como seu desfecho jamais imaginado no decorrer da minha leitura, que causou espanto e admiração por essa capacidade de escrita única que nosso Saramguinho tem. esse livro é também uma recomendação pra àqueles que nunca se aproximaram das obras de Saramago, acredito que cumpre o papel de provocar o anseio pelas próximas páginas.

"nem o próprio Tertuliano Máximo Afondo saberia dizer se o sono tornou a abrir-lhe os misericordiosos braços depois da revelação tremebunda que foi para ele a existência, talvez nesta mesma cidade, de um homem que, a avaliar pela cara e pela figura em geral, é o seu vivo retrato." pág. 27

"...ler também é estar lá." pág. 82

Guta.Cohen 30/01/2024

Ainda sem saber opinar
Finalizei a leitura hoje e estou ainda sem saber se gostei ou não. Eu amo o Saramago e, como muitos, acho ele genial: as situações que ele traz a vida como em Ensaio sobre a Cegueira e Intermitências da Morte são simplesmente incríveis, mas esse livro foi bem difícil para mim.

A escrita dele é sempre bem desafiadora, mas acho que por causa do contexto da história e do esclarecimento que ele tenta trazer do que os personagens estão pensando fica tudo ainda mais complexo, sem pontuação ou visão clara das falas de cada um.

Achei o tema extremamente inteligente, questionador, e muito inovador para a época em que foi escrito. O final do livro é o que mais toma a atenção por começar a mostrar as consequências de tudo antes apresentado, mas acho que não aconselharia a leitura para alguém que tem dificuldade de concentração ou esteja voltando ao hábito da leitura. É preciso muita disciplina e foco para conseguir finalizar.

Em geral, Saramago sempre entrega nas suas escritas, por mais complexas que sejam.

eduarda 21/01/2024

De modo geral, uma ótima história
O homem duplicado é uma história extremamente interessante, o enredo provoca curiosidade no leitor, os personagens e a trama são bem desenvolvidos e o plot twist é inusitado e surpreendente. O livro nos permite acompanhar a jornada de Tertuliano na procura de seu duplicado ao passo em que começa a ficar obcecado e a ter dúvidas a respeito de sua identidade. De modo geral, a história é ótima, porém, mesmo me instigando bastante, a leitura foi desafiadora para mim. O autor utiliza uma escrita bastante complexa e em alguns momentos, confusa. Por não utilizar alguns sinais de pontuação, nem indicativos de que determinada parte é fala de algum personagem, a leitura pareceu bagunçada. Minha leitura foi lenta devido a minha dificuldade, e acredito que talvez, eu ainda não estivesse preparada para ler essa obra e apreciá-la da forma como ela merece. Pretendo, em algum momento posterior, ler outras obras do autor em busca de uma nova experiência.

Rafael.Nagao 20/01/2024

Mais um livro 5 estrelas do Saramago
Não achava que ia gostar tanto desse livro, mas parte de mim já deveria saber, pois li ensaio sobre a cegueira e foi um dos melhores livros que eu li na vida e agora esse que também é arrebatador.
Saramago consegue criar uma história com uma premissa até que simples, porém seus desenrolares são de tirar o fôlego.
Final sensacional para um livro sensacional!

Bela 16/01/2024

Leitura sensacional
Esse é o primeiro livro que eu leio do Saramago e fui com altas expectativas. Já sabia do esquema de não usar muita pontuação e parágrafos, das narrativas rebuscadas, dos diálogos entre vírgulas... Mas eu não estava esperando personagens tão tão tão interessantes e uma trama tão tão tão bem trabalhada.
No início, encantada com a forma de narrar, achei engraçado o livro ser tão dramático. Mas, chegando ao fim, passei a levar o drama bem a sério e o tema do livro também. O que você faria se encontrasse uma cópia sua? Se sentiria ameaçado? Tranquilo? Intrigado? Fiquei muito tempo pensando na história, especialmente no final.

Recomendo demais essa leitura. É de uma inteligência e sofisticação incríveis a reflexão que provoca no leitor. Estou ansiosa para ler outros livros do Saramago!

Rebeca 10/01/2024

Identidade clonada ou roubada?
Essa obra começa com a narrativa de Tertuliano Máximo Afonso, um professor de história que tem sua vida virada de cabeça para baixo após assistir um filme e descobrir um ator idêntico a ele em aparência e voz, o ator Daniel Santa Clara. O autor não deixa claro se ambos é a mesma pessoa, ou se são gêmeos, ou simplesmente um é o clone de outro. O desenrolar da trama, acaba com o ator morto e Tertuliano "roubando" a antiga vida do ator. Enquanto estive lendo, imaginei que esse enredo era uma sátira sobre como nós perdemos nossa própria identidade ao longo da vida, não necessariamente por um duplicado, mas por outras circunstâncias que levam a isso, e que simplesmemte permitimos essa perda do nosso "eu" sem poder fazer absolutamente nada. Quanto a resposta do título dessa resenha, creio que seja: identidade roubada.