Reencontro

Reencontro Leila Krüger




Resenhas - Reencontro


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Nica 24/03/2012

A arte do re-encontro
"Eu escrevo para acreditar em um mundo diferente do que vejo."
Leila Krüger

Reencontro é o primeiro livro da autora gaúcha Leila Krüger e, devo adiantar, um "tapa na cara" no que diz respeito a arte de amar. Essa resenha foi uma das mais difíceis para mim. Como na resenha de A Fada, Reencontro me lembrou da minha infância, das minhas perdas, dos meus encontros e desencontros, mas, acima de tudo, da saudade e dor que sinto pela ausência de minha mãe. Foi um livro intenso e que me trouxe muitas emoções. Espero que consiga mostrar um pouco do maravilhoso exemplo de amor e superação que esse livro é.


“O amor... é só ilusão. – sentenciou Ana Luiza”

O livro conta a história de Ana Luiza, uma jovem linda, com uma vida aparentemente perfeita - estuda em uma ótima faculdade de Odontologia, mora em um bairro nobre, próximo ao Parcão, em um apartamento excelente -, porém, a vida de Ana está longe de ser perfeita! Ela não está satisfeita com suas escolhas, seus pais estão sempre brigando. Ana não tem muitos amigos, somente Nana, sua fiel e escudeira companheira, sua melhor amiga. Além de Nana, a única pessoa que parece se preocupar com Ana, é sua Tia Ella, empregada da família há anos e que não critica suas atitudes, seus vícios, apesar de discordar.

“Aquela fora sua primeira grande curva, ela achava. Uma escolha, a primeira curva. Uma fuga. No fim ela percebia que era tudo uma escolha. E não escolher era uma escolha.
Não escolher na hora certa também.”

Em Reencontro, veremos a vida de Ana Luiza se desenrolar, veremos seus altos e baixos - muitos baixos, na verdade -, veremos suas perdas, relembraremos seu passado e descobriremos como as escolhas que fazemos e as experiências pelas quais passamos nos desenham, nos moldam para o futuro. Ana Luiza conhecerá Rafael, que apesar de grande resistência por sua parte, se tornará seu melhor amigo e aquele por quem Ana se apaixonará. Apesar de negar isso com todas as suas forças!

“Rafael Benedetti , era o nome dele. Um nome forte.
Um nome bonito. Agora eram oficialmente amigos.”

Rafael era também aluno de Odontologia e músico nas horas vagas. Tinha uma história de vida dura também. Perdera pessoas queridas. Perdera seu pai para outra família. Tivera que crescer e ajudar sua mãe a segurar a onda... Mas, era um sobrevivente. Era, como Aninha mesma falava, um sonhador. Acreditava no Amor, acreditava que a vida tinha seus propósitos. Colocava isso em suas músicas. Tinha sempre palavras bonitas. Ana não gostava muito disso, provavelmente porque sabia que ele tinha razão...

“-Ah, Rafa... O amor tá mais pra tempestade em alto mar do que para lago.
- O amor não é perfeito, longe disso. Mas é bonito. É simples... É inexplicável. É forte e ao mesmo tempo amável.”


Reencontro... Um livro de amor, de superação, de perdas, de segundas chances. Que trata do mundo das drogas, que mostra aonde este pode levar as pessoas: ao fundo do poço ou, pior, a morte. Trata de doenças como o Câncer e de como ainda se pode ter esperança, FÉ, mesmo quando tudo parece estar definhando... quando tudo parece estar culminando para um final!

“Deus... – ela ironizou. – Acho que o cronômetro d’Ele não funciona direito.
Mas ele não parecera dar importância à declaração cáustica dela: Há tempo de lutar, e tempo de viver em paz. Acho que, agora, é tempo de lutar."

A obra de Leila Krüger é contada em terceira pessoa, como se Ana Luiza estivesse nos contando, mas de uma perspectiva exterior. Nos faz refletir sobre nossas escolhas, certas e erradas, nos faz repensar nossas crenças, nos faz repensar nossas amizades. É um livro altamente reflexivo e intenso. Sofremos com Ana Luiza todas as suas derrotas e vibramos com suas melhoras. Sabe aquele livro que você consegue imaginar, sentir, viver as cenas? Esse é Reencontro.

A história é linda, emocionante e traz um alerta para os jovens de nossa sociedade que acreditam que a vida deve ser vivida de maneira inconsequente e imprudente. Através da dor, ela faz seu ponto. Ela nos mostra que nem a bebida, nem as drogas são libertadoras. Ao contrário. Ela nos mostra que os jovens ficam cada vez mais presos às coisas erradas, sofrem muito mais do que aliviam suas dores.

“Ana Luiza era a menina do olhar longínquo, perdia-se em sua distância... Bebeu uns três drinques. Levantou-se daquela mesa suja de bar sem saber para onde ir.
Anoitecia... É que não havia nenhum lugar onde ela quisesse estar, muito menos em sua casa, que nem era um lar...”

Chorei com Ana Luiza, me apaixonei, a odiei, a amei, senti raiva, senti pena... Uma personagem como muitas que já passaram por nossas vidas, sejam amigas ou conhecidas. Uma vida que, se abandonada, estaria para sempre perdida! Uma vida que, apesar de todo o sofrimento, de toda a dor que emana de seu ser, pede por socorro! Implora por, nada mais nada menos que, AMOR!

“A lua era cheia. Ana Luiza adorava a lua cheia. O olho do céu bem aberto. Olho de prata que via tudo. Sem perceber, ela descansou sua cabeça no ombro dele, vidrada no olho do céu. Daquele olho ela não tinha medo. Não era como o olho das pessoas.”

Enfim, espero que tenham se interessado. Como eu disse, essa resenha foi uma das mais difíceis de escrever. Eu realmente me envolvi, lembrei de minha infância (citações como As Paquitas e meu livro favorito Meu Pé de Laranja-Lima), lembrei do sofrimento de minha mãe quando atropelada, lembrei dos seus olhos, acamada e incapaz, lembrei, ainda, da dor de perder esse amor... seu falecimento, sua ausência! Por isso Reencontro é um dos meus livros favoritos a partir de agora. Vocês devem se perguntar: Como? Você sofreu! Mas foi através da dor que me descobri, foi através da dor que aprendi o que é amor, foi através da dor que hoje sou quem sou!
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KKbarros82 19/05/2012

RESENHA: “REENCONTRO” DA LEILA KRÜGER
Olá Ouvintes Leitores! Após uma perda lastimável em minha família, uma das válvulas de escape para tentar esquecer um pouco uma dor inesquecível, foram os livros. No entanto, quando peguei “REENCONTRO” da Leila Kruger para ler, confesso que fiquei um pouco temerosa, pois, como eu iria encarar um livro que parecia trazer uma carga tão grande de drama e sofrimento. Como eu irie conseguir carregar as angústias da Ana Luiza, a personagem principal, se eu não conseguia carregar os minhas próprias?

Estas foram às perguntas que pairaram em minha cabeça. Mas imediatamente minha mente revidou com a brilhante resposta: “Serena, livros, nunca podem te fazer mal”. E foi neste momento que adentrei no mundo de “REENCONTRO”.
“REENCONTRO” lançado pela Editora Novo Século, pelo selo Novos Talentos da Literatura Brasileira, vai contar a história da Ana Luiza, uma garota de olhar longínquo, que após a traição de seu primeiro namorado se fecha para o mundo. E é neste momento que começa a avalanche de desencontros da Ana. Sim, apenas Ana. Tornei-me tão íntima dela que seu sofrimento, angustia e medo, também eram os meus.

A Leila Kruger criou uma personagem complexa e amargurada. Ana Luiza possui uma carga de sofrimento e solidão enormes. Ela é uma personagem que não sabe lhe dar com a indiferença dos pais e nem com o rompimento do seu ex-namorado. E por não conseguir suportar a dor das cicatrizes de seu coração, Ana, vai se afundando no mundo da bebida e ainda mais no mundo das drogas. Até que aparece Raphael, ou apenas Rafa, que ensinará a Ana como amar e aguentar todas as amarguras da vida.

Além de uma narrativa fantástica e ao mesmo tempo profunda e sensível, Leila Kruger mostra a riqueza de sua carga literária ao introduzir por toda sua história grandes autores como: Clarisse Lispector, Cecília Meireles, Vinícius de Morais, Mario Quintana e Erico Veríssimo. Não deixando de embrenhar-se também no mundo da música pop nacional e internacional.

Não posso deixar de destacar ainda, como a autora consegue descrever tão bem o sofrimento humano, principalmente quando a Ana perde uma pessoa muito próxima. A Leila Kruger consegue fazer o leitor derramar litros de lágrimas, literalmente. Confesso que não vejo a hora de ler outros livros da Leila kruger e poder me deliciar com sua magnífica narrativa.

No entanto, nem tudo são flores, ao descrever tão bem toda a estrada de espinhos que a sua personagem principal precisava passar para evoluir como pessoa, a Leila Kruger não soube distanciar a religiosidade de sua narrativa.

No início, o livro realmente se foca em como a Ana Luiza vai conseguir suportar suas feridas, mas, ao introduzir a personagem Rafa, as coisas parecem caminhar para uma resposta voltada a espiritualidade. Algo que eu não esperava, já que a autora aparentava que iria passar apenas sutilmente por este assunto. Realmente foi um impacto grande ver nas últimas 150 páginas, o livro de repente se transformar em um autoajuda espiritual. Até o final, onde existe uma revelação importante que justifica toda a religiosidade colocada no desfecho, poderia ser ocultada, deixando que o próprio leitor desse seu veredito sobre a recuperação da Ana Luiza e sua aceitação religiosa a partir da figura do Rafa.

Este definitivamente foi o único ponto negativo do livro “REENCONTRO”. Mas não acho justo, tirar algum selinho cabuloso de uma questão tão pessoal. Pois, o livro da Leila Kruger passa bem mais do que acreditar ou não em uma entidade superior acima das nossas cabeças. Ele passa para os leitores que a vida é feita de muitos desencontros, alguns encontros e felizes reencontros.

Trechinhos que a Serena adorou!

“As vezes se pensa que a ferida está cicatrizada; mas ela continua lá, brava. E aquela continuava lá, estampada nas árvores e no lago como tatuagem, com quase seis anos e sem ter envelhecido”.

Pag. 11

“- Essa calma tem outro nome…Mas…olha: a dor é inevitável, o sofrimento é opcional. Já ouviste”?

Pag. 40

“-Como disse Vinícius de Moraes: “A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida…”

Pag. 70

“-Acho que…quando alguém que a gente ama se vai…fica um lugar vazio para sempre. Pode até fiar menos com o tempo, mas sempre fica lá. Quando tu menos espera, ele aparece. Grande. Certas pessoas são insubstituíveis…”.

Pag. 219

“- É…tudo sempre termina. Nada é pra sempre….-Ana Luiza suspirou. – Só a saudade”.

Pag. 239

“- Foi como perder uma parte de mim. Por mais clichê que seja…Ficou um buraco. A perda era uma dívida impagável que a vida tinha comigo – ele ainda derramava lágrimas. – A dor, no fim…é sempre nossa né? Ninguém consegue sentir. Não dá para dividir. No máximo aliviar um pouco…A dor é a coisa mais egoísta do mundo…

Pag. 279

“- Nietzsche…disse que a fé é ignorar tudo aquilo que é verdade”.

Pag. 377


Leitura mais que recomendada.
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Lady 16/07/2012

Logo que li a sinopse de Reencontro no site da autora Leila Krüger, já achei interessante pelo fato de que o enredo é bastante fora dos livros que eu costumo ler. Reencontro não é nem de longe um romance bonitinho, não tem passagens engraçadinhas, sequer posso dizer com certeza que tem um final feliz. O que mais me atraiu no livro foi o fato de ele parecer tão real - uma história dura, cruel, amarga como é a vida de muita gente, possivelmente muito mais palpável e real que qualquer história de amor que eu vá ler na vida. E isso ele realmente é: real. E cruel, e amargo, e triste. Não é mascarado, é intenso. Tão intenso que chega a enjoar, me permito dizer. São longas e longas páginas de uma vida descontínua, descompassada e despropositada, como é a de Ana Luíza (e tenho certeza de que muitos personagens da vida real também).
Se tem uma coisa que a autora soube retratar com perfeição foi essa agonia e esse sofrimento interior da personagem. Ela tem uma mente e uma profundidade extremamente complexas, do tipo que se explora, explora e talvez nunca se chegue ao fundo. Ana Luíza está visível e constantemente deprimida, sempre em busca de respostas pras perguntas erradas, e quase sempre bêbada ou chapada ou as duas coisas. É um estado emocional bastante difícil de se mostrar, mas Leila Krüger conseguiu. É inevitável não compartilhar um pouco da melancolia e não se deixar levar pelas descrições quase poéticas às vezes do dia-a-dia da personagem.
Ironicamente, isso também é parte do lado ruim do livro, que para mim começa no tamanho. Sinceramente, achei longo demais, muito maior do que seria necessário. Em um determinado ponto, eu já estava exausta do lamentar e do sofrimento e da tristeza poética, e queria logo que ela atingisse o maldito fundo do poço pra começar a subir novamente. Só que essa queda vertiginosa se deu lentamente, e quando chega no fundo, é que as coisas começam a acelerar. Como leitora, preferia que tivesse sido exatamente o oposto. A ascensão me interessa muito mais do que a queda, os tropeços do reencontro bem mais do que o pulo rumo ao abismo. E por ser um drama, me cansei com muita facilidade tanto dos personagens quanto do enredo. Se fosse mais curto, talvez não tivesse sido o caso.
Enfim, é um livro bacana e bem explorado sob vários aspectos, mas ficadica: se você não é o tipo de leitor que curte dramas, não é uma boa pedida.
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Glau 25/03/2012

Reencontro
Já havia um tempinho que o livro estava em minha estante esperando aparecer um tempinho para ler, mas depois de ver várias resenhas elogiando, resolvi ARRUMAR este tempinho, e só posso dizer que me arrependi. Me arrependi por não ter lido antes... É um livro consideravelmente grosso, mas você lê tão rápido, te prende tanto, que você termina e fica com vontade de continuar...

O livro conta a estória de Ana Luísa, uma garota rica, que tem quase tudo o que quer, mas mesmo assim não é feliz. Digo quase tudo porque o que mais sente falta é algo que o dinheiro não compra, Amor.

Sua mãe é meio desligada, não liga muito para a filha. Seu pai muito menos, deixa muito a desejar dentro de casa, bebe muito e mantém outro relacionamento.

Com relacionamentos Ana também não tem muita sorte, sempre acaba se decepcionando e já até duvida se existe amor.

As únicas pessoas com quem pode contar é com a tia, que demonstra ter muito carinho por Ana e Nana, sua única e melhor amiga, mas que por conta de certos acontecimentos também acaba sofrendo com sua certa ausência.

Ana passa por muitas perdas e a cada novo sofrimento ela se "afunda" mais, acaba se viciando em drogas - álcool, cigarro, maconha e farinha.

Acaba duvidando da existência de Deus, até que uma pessoa maravilhosa surge em sua vida, Rafa. Ele tenta de todas as formas reerguer Ana, fazer com que ela se reencontre, mas é uma tarefa difícil, Ana tem que permitir que isso aconteça.

Sem querer acaba sentindo algo por Rafa, mas faz de tudo para afasta-lo já que não acredita no amor e também já tem um namoradinho, Gustavo - que só serve para fornecer drogas...

O livro te surpreende, a autoria poderia ter parado na metade do livro, quando tudo acontece, mas ela vai além e te emociona cada vez mais.

Em nosso dia-a-dia vamos varias Ana Luísa, o que é muito triste, mas assim como no livro, devemos ter a esperança de que essas pessoas se reencontrem.

Em vários momentos você se pega refletindo sobre coisas que faz, em suas crenças e sua permissão para que sua vida tome um rumo melhor.

É um livro que vou guardar com muito carinho e recomendar sempre...

www.startread.com.br
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Jacqueline 24/02/2012

publicada originalmente em www.mybooklit.blogspot.com
Desde a primeira vez que vi essa capa, fiquei fascinada, pois remete a minha adolescência, sempre com meu All Star surrado e meu discman (era febre na minha época) tocando minhas bandas de rock preferidas.
A expectativa já era grande para ler o livro, e assim que iniciei a leitura, a história me fisgou por completo.
Em 496 páginas, mergulhei na vida de Ana Luiza. Sorri, chorei, me emocionei, me arrepiei e no final ficou aquele sentimento: que pena que o livro acabou.

O livro é narrado em terceira pessoa, sob a perspectiva de Ana Luiza, uma jovem de 23 anos, estudante de Odontologia, que coleciona decepções em sua vida: o distanciamento de seus pais, o término de namoros, a traição de uma amiga.
Ana Luiza deixou de acreditar em seus sonhos e seu futuro, achando que nunca iria se recuperar das grandes dores que sofreu na vida. Cada vez mais entregue as drogas e a bebida, Ana Luiza se fecha em seu mundo, e se entrega a solidão. Mais o destino parece lhe sorrir, uma vez que ela conhece um rapaz disposto a enxergá-la do jeito que ela é, dentro do seu coração. Assim Rafa entra em sua vida, e tenta fazê-la voltar a sorrir. Mas o caminho para o reencontro com seu "eu", pode não ser tão fácil quanto parece.

"Foi então que da minha infinita tristeza aconteceu você" (Vinícius de Moraes)

Aos poucos o leitor é apresentado ao mundo de Ana, uma jovem complexa, por vezes tácita, e desacreditada com a vida . A vida de Ana, contrasta drasticamente com a de Rafael. O jovem de olhos caramelados, é cheio de vida, tem muita fé e acredita até o fim em seus sonhos.

" Sonhar...transcende a vida. As impossibilidades; É um tipo de libertação. Tudo nos prende, menos um sonho...Um sonho só precisa de um coração pra existir. E só de um coração que acredita para acontecer." (pág.206)

Apesar de ser uma amizade improvável, o carinho de Rafa por Ana acontece de forma gradual. Nada acontece de forma súbita, nada soa clichê e o romance dos dois é algo completamente tangível.

"E desde quando a gente merece amor, meu amor? A gente aceita - ele a beijou - Hoje aconteceu uma coisa que parecia impossível.
- O quê?
- Tu ficaste mais linda. Nunca tinha te visto tão linda. Nem achava possível uma mulher tão linda. É sério! Eu até acho que tu és...marciana...coisa assim..." (pág. 469)

Leila possui uma narrativa encantadora, convincente e por vezes poética. Mesmo o livro sendo narrado em terceira pessoa, os sentimentos dos personagens são expressos perfeitamente.
A história se passa em Porto Alegre. Os lugares e paisagens são narrados com riqueza de detalhes, que muitas vezes me vi transportada para a cidade gaúcha. Outra coisa que me chamou atenção, foi o uso de vocábulos locais, utilizado nos diálogos. O uso do pronome "tu" ao invés de "você" me deu a impressão que eu estava em Porto Alegre, tomando um chimarrão e ouvindo o "sotaque" gaúcho dos personagens. Eu achava fofo quando o Rafa chamava a Ana de guria.
No final da leitura, parecia que eu era uma amiga íntima da Ana e do Rafael. Gosto de livros que me fazem "entrar" na mente e vida dos personagens.

Reencontro trouxe uma avalanche de sentimentos e lembranças, através de muitas referências musicais citadas, como: Guns N'Roses, Bon Jovi, Scorpions, Metallica, Lenny Kravitz entre outros, que passei a minha adolescência ouvindo. Cada início de capítulo, traz citações de escritores como: Clarice Linspector, Mário Quintana, Érico Veríssimo, Cecília Meireles e outros. E também trechos de músicas, das bandas que citei.

O livro acaba de modo inesperado. Quando o leitor pensa que conhece toda a história, Leila surpreende e acrescenta fatos que tornam a trama ainda mais apaixonante.
Uma história de superação, perdas, reencontros, fé. Não será só mais um livro na estante do leitor, e sim uma história que traz uma lição inesquecível. Um livro inesquecível, assim eu classifico Reencontro.
Um dos melhores livros que já li. Um livro que despertou um turbilhão de ideias, memórias, sentimentos, e com certeza ficará gravado em minha mente por muito tempo.
Se você ainda duvida do talento dos nossos autores nacionais, leia Reencontro e se deixe surpreender.
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Paty 29/04/2012

Uma ideia geral:
O livro já começa desde o início me atraindo com o trecho de uma música do grupo Guns N’ Roses que eu simplesmente adoro, fez parte da minha adolescência. E assim continua; em todo início de capítulo tem citações que vai de trechos de músicas a citações de poetas conhecidos, essas citações nos ajuda a compreender o que está por vir e os sentimentos da protagonista.

Ana Luiza é uma bela jovem, rica que cursa odontologia, mas cansada de sofrer por amor, completamente desiludida da vida e totalmente sem estrutura familiar, se envolve e se afunda cada vez mais com álcool e drogas.
Ana acreditava que ser feliz não era pra ela, não tinha sonhos, não acreditava mais no amor, e com a desunião de seus pais se sentia ainda mais desacreditada.
“O tal amor...como na música ‘Forever”, do Kiss...será que existe? Será que pode ser para sempre? Ou é só...uma chama, como disse o Vinícius de Moraes...De repente apaga, quando menos se espera. Se for assim...vale a pena se queimar nessa chama?” pg46

Ana tem uma amiga,sua única melhor amiga por sinal, Nana, que é o seu oposto: acredita no amor, acredita que no momento certo a pessoa certa aparecerá, acredita num amor pra vida toda, sonhadora. Nana andava um pouco arredia, faltando as aulas, distante de Ana Luiza cada vez mais, que se sentia enciumada e não entendia o motivo.
Rafa, o novo aluno do terceiro semestre de Odonto da PUC, logo procura fazer amizade com Ana e Nana. Mas Ana Luiza não se mostra nem num pouco interessada em uma nova amizade, ela busca sempre fugir das pessoas, e nunca mostrar seu verdadeiro eu....tem medo.
Ana Luiza se entregava cada vez mais ao álcool e as drogas, a cada decepção, seja ela amorosa ou familiar( a mãe de Ana é uma mulher fútil, e o pai um homem distante) . Ela sabia que precisava parar e recomeçar, mas como? Recomeçar de onde?
“Gostava de misturar maconha e álcool, era como gasolina aditivada. Mas gasolina aditivada pode estragar o carro...ela não se importava...”pg99
Rafa é um personagem de extrema importância na vida de Ana, diria um anjo, um ser especial dotado de uma esperança e um amor incondicional.
O livro é bem grosso mas é uma leitura que desliza,que te prende e quando se percebe já acabou. E é uma leitura que emociona, que toca lá naquele cantinho do coração onde por vezes deixamos coisas guardadas em silêncio. Com esse livro você vai refletir, e acredito que assim como eu , você também vai chorar, porque é um livro que abrange tantas coisas que envolvem nossa vida, nossa realidade, nossas perdas, nossos medos, nossas dúvidas. É difícil tentar transmitir por palavras os sentimentos que o livro me despertou. O livro é um relato de sensações e sentimentos, é uma história de fé, de luta pela vida, de superação,de descobertas, de perdão...um livro de ‘encontro, desencontro e reencontro’.
Reencontro acho que foi o livro mais dificil de resenhar, porque não vi nele apenas uma história, vi sentimento....senti. Com certeza é o livro mais lindo que já li apesar de triste e de mostar uma realidade cruel que infelizmente muitos vivenciam.
Leitura totalmente recomendada, não deixem passar a oportunidade de ler e conhecer essa obra espetacular de autoria nacional...vamos incentivar e apoiar os escritores nacionais.

“Eu acho que não existe um caminho pro perdão...- os olhos dele ficaram perdidos em outra direção- porque o perdão é o caminho. Um caminho diário que a gente percorre sem enxergar o fim. Sem saber se um dia vai acabar. Quando vamos descansar. E não vai mais fazer mal.”pg 208
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Helana O'hara 04/03/2012

Reencontro
A expectativa por esse livro foi muito grande. Chegou em minhas mãos, depois que a minha querida amiga Blogueira Fernanda me pediu uma mão para ajuda-la a montar um B.T, fui atrás de mais informações do livro. Li um trecho dele no site da Leila, algumas resenhas e a curiosidade só aumentava, a história a capa tudo me chamou atenção.. E valeu a pena esperar.

Leila nos apresenta Ana Luiza, uma jovem cujo seus sonhos são afundados nas drogas – bebidas, cigarros, etc. Ela não tem grandes expectativas e quando seu namoro termina, realmente joga o pano.
A moça vive em uma família totalmente sem estrutura, uma mãe que não dá importância a filha e um pai que culpa mãe e filha por tudo que acontece.
Seu único ombro na qual se apoia é Nana, sua melhor amiga, que tem os mesmos gostoso musicais dividem memórias, vontades, sonhos. Nana é uma jovem doce que dá todo apoio a amiga que infelizmente não anda vivendo em um conto de fadas também – Ana Luiza acaba que perdendo seu ombro amigo, claro, não contarei o motivo.

Porém quando tudo parece perdido na vida da nossa protagonista, eis que ela conhece Rafa, um jovem músico, que estuda com ela e com Nana, ele acaba sendo a injeção de ânimo que as duas garotas precisavam, um rapaz doce, com uma áurea de outro universo e totalmente compreensivo (porque não existe um Rafa em minha vida por que?).

Leila Krüger escreveu Ana Luiza tão bem que temos a sensação que alguém em nossa vida é a própria Ana, alguém que temos em nossa vida, ou até nós mesmos somos um pouco da “Aninha”, a falta de esperança, a falta de acreditar que ela é capaz mexeu muito comigo, principalmente no modo de como ela tem receio de amar – e tudo isso juntando com seus problemas familiares fazem a moça se jogar em um Mundo totalmente doente agredindo ela mesma.
Devo dizer que nossa protagonista teve uma grande sorte em ter alguém como Rafa ao seu lado o tempo todo, ela sofreu muito, caiu, se encheio de dúvidas e medos e Rafa estava lá o tempo todo.
Até por fim ela poder econtrar seu “reencontro.”

Várias partes do livro são emocionantes te fazem pensar em suas decisões, nos erros que cometemos em nossa vida, e sim, gente eu chorei em várias partes do livro, principalmente nas últimas 100 páginas.

Leila usou e abusou de citações de músicas, poemas, textos – entre eles Metallica, muita Clarice Lispector em seu livro, Cecília Mereles. Em cada novo capitulo uma nova citação. Essas citações da autora foram tão simples e fundamentais que você já tinha ideia no que poderia vir no capítulos, foram muito bem colocadas.

Só me resta deixar os parabéns a Leila por ter escrito um livro tão tocante. Reencontro marcou minha vida e espero poder compra-lo em breve para ter em minha estante. Acho um desperdício ler bons livros e não ter em minha estante.

Leiam Reencontro e reflitam depois em sua vida, em seus medos e receios antes de fazer qualquer tipo de bobagem – sua vida é o melhor que tens.

“Eu vou ser fiel mesmo, cem por cento, o dia em que eu amar. E mais: o dia em que eu achar um homem que preste e não me enfie um monte de guampas. Tá difícil… mas um dia…”
Pág 47
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@leitoraincomum 12/02/2012

Amor a primeira vista
Resenha postada originalmente no blog
http://leitoraincomum.blogspot.com/2012/02/resenha-reencontro.html
Proibida a reprodução parcial ou total.


Me apaixonei pela capa de Reencontro, pelo fato de ela me despertar vários sentimentos e despertar muitas lembranças, mas posso resumir tudo em uma palavra: saudades. Saudades da minha adolescência e que o All Star era meu melhor companheiro, saudades dos shows de rock que eu ia com meu All Star surrado, e tantas outras coisas sem ter lido a sinopse.
O título é perfeito para a história, já que o tema principal abordado no livro são os problemas da protagonista Ana Luísa, com os seus vícios. Sendo assim ela se perde neles e depois precisa se reencontrar a cada dia. Ela fica completamente entregue as drogas, o álcool e a solidão (solidão essa que é totalmente opcional no meu ponto de vista), sendo assim se torna uma dependente. Tudo mexeu demais comigo, desde a escrita envolvente e, muitas vezes, até poética da Leila, até as situações expostas no livro que me causaram um deja vu, por já ter presenciado algumas histórias semelhantes na adolescência.
Ana Luiza é uma jovem gaúcha linda, de família rica e que cursa odonto. Tinha tudo para ser uma pessoa feliz, mas não é. Sofre com a rejeição do pai e acaba de perder mais um namorado. A cada sofrimento pelo qual ela passa, ela se torna uma pessoa ainda mais descrente nada vida e sem fé. Tanto que ela cria um bloqueio entre ela e as outras pessoas, é difícil para ela mostrar para alguém o que sente, até mesmo para sua melhor amiga, Nana. Sua melhor amiga, mesmo não sendo o mais feliz dos seres, tem fé ainda e aconselha sempre a amiga a acreditar na vida, acreditar que as coisas não acontecem ao acaso.
O fato de a protagonista, não ter fé em nada, nem nela mesma ajuda ela a se afundar cada dia mais, nos seus vícios e por muitas vezes ela ser até egoísta pois só via seus 'problemas' e não deixa transparecer para ela mesma que sua melhor amiga não estava nada bem. Até quando alguém especial aparece em sua vida, ela não consegue ver, pois os olhos da sua alma estão fechados para tudo.
Quando surge Rafa na vida dela, com nome e postura de anjo, é que a história fica cada vez mais interessante. Ele nunca desiste, de nada e é uma pessoa maravilhosa em todos os sentido, um amigo dedicado e fiel. Ele tenta de todas as forma ajudá-la a enxergar a vida de outra forma, mas ela já está tão rendida ao seu mundinho que se nega a escutar. Rafa é o homem perfeito para as mulheres imperfeitas: romântico, lindo e companheiro. Me apaixonei por ele durante a leitura.
Enfim, é uma história parecida com várias outras que a gente vê por aí, e por ser tão próxima da realidade, deixa o leitor com lágrimas nos olhos por diversas vezes e deve ser lida. Para quem gosta de um bom romance com um final que não é esperado, mas que é maravilhoso, mergulhe na leitura, garanto que não vai se arrepender. Até agora, considero como o melhor livro de 2012.
A trilha sonora, sim ele tem uma linda trilha sonora, me envolveu plenamente pois são só músicas que eu amo e marcaram a minha vida em algum momento. Dentre as músicas citadas temos de Djavan até Metálica, o que torna uma viagem para todos os gostos.
A diagramação simples, com folhas brancas, mas com citações de poetas famosos como a querida Clarice Lispector e trechos de música a cada início de capítulo e achei lindo isso - adoro citações. Um livro para ser lido com calma para que permita a reflexão que ele sugere, além de ficar gravado na gente por longos dias.
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Mah 12/03/2012

Quando eu li a sinopse e me interessei pelo livro não achava que tinha achado um livro que mexeria tão profundamente comigo. Desde que terminei de ler o livro eu estou tentando escrever a resenha, e só agora que finalmente saiu. Isso porque estava difícil de passar exatamente o que o livro ‘fez’ comigo.

Ao abrir o livro pela primeira vez, a autora já mereceu muito respeito por começar o capitulo com Guns’n’Roses e depois temos Metallica e muito mais. Gostei muito de ler um livro ambientado em Porto Alegre e arredores afinal acabei de me mudar para cá e já sei vários lugares que eu quero visitar, também aprendi alguns palavras novas para meu vocabulário. Só achei que alguém no livro devia gostar da Fresno (brincadeira). Conheci uma banda ‘nova’ a Cidadão Quem e gostei muito das músicas – tive que procura-las quando o livro acabou e me sinto um tanto ‘orfã’.

Inicialmente você pode pensar que o livro será mais um a tratar de um romance, e só disso, mas o livro passa longe de qualquer estereotipo. Ana Luíza é aquele tipo de personagem real, que você pode encontrar ‘em qualquer esquina’ sabe? Próximo ou distante, você deve mesmo conhecer alguém como ela. Talvez se você for sincero e procurar com afinco, encontre uma parte dela (ou ela toda quem sabe) dentro de si mesmo. Aconteceu comigo.

Ana Luíza é uma menina ‘rica’ e mimada, do tipo que tem um cartão de crédito ilimitado e ninguém para colocar-lhe freios, uma família desestruturada, e nisso a autora utilizou de um ‘padrão’: pais ausentes, sendo o pai o médico que trabalha demais e nunca lhe deu atenção ou carinho, e a mãe fútil que desejava ‘outra vida’ para a filha. A única que presta atenção na garota é a empregada que cuida dela desde criança, “Tia Ella”.

Nana, a melhor amiga de Ana Luíza tenta cuidar da garota e colocar-lhe freios mas não consegue – afinal a garota não vê motivos para ‘melhorar’. Elas são muito diferentes e Nana é de certa forma o ‘porto seguro’ de Ana Luíza (não que ela demonstre isso muito bem), com seus olhos verdes, e seu sorriso fácil. Que chama a amiga de ‘nuvenzinha’. As duas fazem Odontologia juntas na PUC, onde conhecem Rafa – aluno novo que aos poucos vai se enturmando com as duas, por quem Ana Luíza se apaixona mas se recusa a deixar o sentimento fluir, e começa a fazer mais bobagens que o normal.

Ana Luíza chega finalmente ao fundo do poço e se ‘descobre’ uma viciada precisando de tratamento antes que morra pelas drogas que consome, e começa uma grande luta para escalar até a luz.

Reencontro pra mim foi um livro intenso, daqueles que te deixam sem dormir e com os olhos inchados de chorar. Te fazem pensar no que você já fez da sua vida, e o que você ainda quer fazer. E te fazem sonhar e acreditar também. Ele entrou definitivamente para minha lista de favoritos, e tem um lugar especial na estante e no coração. E falo sem pensar duas vezes, e sem medo de errar que este livro estará no meu TOP 10 de 2012.

Parabéns para a autora, Leila Krüger, que escreveu uma belíssima história. E obrigada pela oportunidade de ter lido.
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Orinalmente postada no blog TOC Por Leitura
http://tocporleitura.com/2012/03/resenha-reencontro-leila-krger/
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Rapha 08/08/2012

Reencontro no blog Doce Encanto
Um único livro, uma única história, contudo sinto que deveria fazer duas resenhas para ele. Como assim Rapha, duas resenhas para o mesmo livro? Exato! Eu já havia lido livros que me causaram sentimentos controversos antes, mas nada parecido com este. Parecia que eu havia lido dois livros diferentes, tamanha foi a divergencia entre o que senti até metade dele, e depois com o restante.

Do início da estória até pouco mais da metade me senti totalmente frustrada! Poxa, tanta gente tinha falado TÃO bem do livro, e eu pensava "mas como? Com uma personagem tão mesquinha, chata e irritante como a Ana Luiza?". E era exatamente assim que Ana Luiza, a personagem principal do livro era. 23 anos de idade, estudante de Odonto e bancada pelo pai, ela era uma pessoa totalmente negativa e reclamona. É claro que ela tinha problemas, mas quem é que não tem? Sempre acreditei que nossos problemas não são motivos para nossas atitudes, e vou te falar... as atitudes de nossa personagem principal nunca foram as melhores e, por mais que estivesse se afundando cada dia mais, ela não fazia nada pra melhorar, apenas reclamava.

Contudo, a certa altura da leitura (pouco mais da metade), o quadro se inverteu. A autora, Leila Kruger, começou a explorar mais outros personagens como o fofíssimo Rafael, Nana, a minha personagem favorita e melhor amiga de Ana Luiza, seus pais, entre outros. De repente me vi envolvida pela trama e fui pega totalmente de surpresa pela autora que deu uma tremenda reviravolta na estória!

Foi a partir daí que entendi o quão importante foi a "chatice" de Ana Luiza, então parei de julgá-la e passei a admirá-la, mas é claro que pra ganhar minha admiração ela teve que mudar! E com o decorrer da trama vamos percebendo essa mudança, a evolução, o amadurecimento.

A cada nova página lida, a frustração diminuía, e um novo sentimento começou a aparecer, um sentimento inominado, um mix de amor e satisfação.

Terminei a leitura entre lágrimas, soluços e, por incrível que pareça, um enorme sorriso no rosto. O que é que eu estava achando no começo da leitura mesmo? Agora dá pra entender porque é que disseram tão bem.

Quanto à estória, não é nem um romancezinho água com açucar. Ao contrário, o livro tem uma carga emocional bem densa, abordando temas quando não polêmicos, ao menos complexos, como a morte, a fé, o ateísmo e o uso de drogas. Cada um é abordado brilhantemente pela Leila, que em nenhum momento impoe suas crenças ou ideologias, apenas expões os pensamentos (ou dúvidas) de Ana Luiza para que nós mesmos cheguemos à uma conclusão.

Pra finalizar a resenha só a tenho a dizer: Leitura obrigatória!

"Nenhum outro beijo a compreendera e envolvera como o dele. Ela precisara muito daquele beijo e só agora o percebia, por tê-lo tido. Ela percebia o que não via antes....
Ela finalmente começava a ver."
Pág. 350

Confira outras resenhas em: rapha-doceencanto.blogspot.com.br
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It Cultura 28/01/2012

...é de te fazer querer viver
Dizer que essa história é emocionante seria muito pouco. É de te fazer arrepiar fortemente, sentir a garganta queimando de vontade de chorar; é de te fazer querer viver.

Desde o primeiro momento em que soube da existência de Reencontro, algo me dizia que seria um livro marcante, não sabia como nem porque – o trabalho de capa também chamou bastante atenção -, até quando o apresentei a vocês no Correio do IC eu falei que ia adorar a história, e sou obrigada a dizer que Leila Krüger conseguiu provar isso e muito mais; me surpreendeu positivamente.

A história de Ana Luíza pode ser a de muitas pessoas que nem conhecemos ou sua ou de alguém próximo, é bastante real, por isso emociona tanto. Além disso, a autora narrou de uma forma única, mesclando vários elementos como trechos de autores renomados (Cecília Meireles dentre eles) a cada ínicio de capítulo, referências musicais marcantes, personagens intensos e humanos, história cativante, cheia de dramas familiares e amorosos.

Ela é uma garota que sofre bastante e guarda tudo para si, frágil e com uma visão bastante pessimista do mundo e de sua própria vida. Está perdida sem esperanças de salvação, e utiliza a bebida e drogas ílicitas como forma de se anestesiar e esquecer o seu mundo. Durante boa parte do livro, alternei entre me sensibilizar com Ana Luíza a ponto de sentir pena mas também tive raiva por ela abusar do seu corpo e sua mente por causa das drogas. Sou totalmente contra o uso destas e foi impossível não julgá-la estúpida por isso, entretanto, sabia que a sua fragilidade era grande e a tornava vulnerável.

- Essa gelidez… – ela continou – Eu não consigo tocar as pessoas. Tem um abismo entre mim e qualquer um. Entre eu e tu… Mas tu nunca vais entender, deixa pra lá.

Leia a resenha completa em http://www.itcultura.com/2012/01/resenha-reencontro-de-leila-kruger/
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Ingryd Lessa 05/03/2012

Uma menina mulher, seu mp4, seus vícios ilícitos e sua personalidade forte. Adicione ainda suas cicatrizes, suas desilusões amorosas e suas tristezas profundas... Ser Ana Luiza não deve ser nada fácil. A bela morena de olhos cinzentos que mora em Porto Alegre tem apenas 22 anos e já viveu de tudo um pouco (e da forma mais intensa possível).

Por esse motivo, ela viu e passou por tanta coisa que simplesmente deixou de acreditar - no amor, nas pessoas e, principalmente, em Deus - e de ter fé. As dolorosas lembranças de seu difícil relacionamento de 1 ano e meio recém terminado a torturam de tal maneira que ela passa a pensar que já não tem muitos motivos para viver.

Mas é claro que os problemas não param por aí. Seus pais não acreditam em seu futuro, sua família não é nada unida, sua casa não é um lar, a faculdade de Odonto não é interessante e (fechando o pacote) o cara que ela amava a abandonou sem dó nem piedade. Então, o que restava na vida de Ana Luiza? Sua única e melhor amiga Nana, seu quarto (que é mais um refúgio do que qualquer outra coisa), os cigarros, o álcool e as suas músicas de rock (a menos que não lembrassem alguém...)

E é sem motivação alguma que Ana Luiza começa mais um período na faculdade. Como sempre, rever Nana era uma grande alegria e a única parte interessante disso tudo. Entretanto, alguém novo chama a sua atenção no primeiro dia de aula: um rapaz magro, cabelos castanhos, pele moreno-clara e aparentemente simpático. Mas não importa... Neste momento, ela não está nem um pouquinho interessada em qualquer interação com outro ser humano além de sua amiga.

Porém, ao contrário de Ana, Rafael (ou simplesmente Rafa) gosta demais de interagir e logo começa a correr atrás de uma amizade com a guria. Quanto mais ela foge, mais ele a alcança. Quanto mais ela o rejeita e o afasta, ele corre atrás. E assim vai...

Encontros, reencontros, desencontros. Os vícios, a depressão, o fundo do poço. Será que o amor verdadeiro existe? Será que as pessoas sabem amar? Sérios problemas surgirão no caminho de Ana Luiza e graves dilemas irão perturbá-la. E mesmo a guria sendo dura na queda, ela terá que cair feio para aprender a batalhar pela própria vida.

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Veja a resenha completa em: http://pseudoestante.blogspot.com/2012/03/resenha-reencontro.html
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Carla 06/05/2012

Reencontro [Sonho de Reflexão]
Este é o primeiro livro da autora que leio, de apenas 496 páginas, que faz parte do Novos Talentos da Literatura Brasileira, um selo da editora Novo Século, que me surpreendeu no desfecho final.

Aos vinte e dois anos de idade, Ana Luiza é uma jovem estudante de odontologia, de olhar distante, discreta, guerreira, forte, que odeia ser rotulada, mas que esqueceu sua força interior devido aos tropeços da vida que fizeram com que se tornasse uma dependente crônica, depois de sofrer desilusões amorosas, ter um pai frio, agressivo e distante que não estava nem aí, uma mãe fútil e depressiva, já que foi criada pela reservada babá, que enxergava suas tristezas e ressentimentos, porque a conhecia profundamente desde pequena.

Se seu pai nunca estivera presente, por que então tudo ficara tão vazio?

Pág. 107

Inteligente, nasceu para brilhar e ser feliz. Tinha um futuro promissor, mas acabou jogando tudo para o alto, por causa do medo e da raiva, que fez com que esquecesse de acreditar em si mesma.

Sempre gostava das pessoas erradas. E depois ficava com aquela dor (...). Por que as pessoas sempre a trocavam por outras? Por que ela não sabia amar?

Pág. 16


Vivia cercada de amigos, mesmo sendo complexos ou verdadeiros. Entre os leais, está Nana, sua melhor amiga, que nunca a decepcionou, e Rick e Edu, as duas pessoas que mais amara, porque compreendia seu mutismo. Era forte, espontânea, extrovertida, perua, corajosa, sonhadora e idealista. Acreditava no amor mesmo em sua superficialidade. Apesar de personalidades opostas, as duas se complementavam, já que Ana vivia mal-humorada, letárgica, esmaecida e apreciava bons livros, músicas, especialmente o rock dos anos oitenta e noventa.

- Porra, Ana. Tu sabes, né? Já te falei. Tu és uma guria superbonita... Duvido que ela seja mais! E tu ainda és legal, inteligente... Para com esse coitadismo de porra, tchê!

Pág. 32


Seu amor foi em vão. Quando acreditou que daria certo, seu mundo desmoronou, deixando-a perdida num mundo de álcool e drogas, beirando o abismo com sua autodestruição. Indiferente e alheia ao mundo à sua volta, foge de tudo que a cerca, inclusive do amor.

(...) a dor é inevitável, o sofrimento é opcional.

Pág. 40


Tentando sobreviver um dia de cada vez, acaba encontrando alguém que muda sua vida para sempre, fazendo-a entender o quanto esse dom é precioso, tornando possível que Ana reencontre a si mesma e a seu destino e aprenda a amar.

O romântico incorrigível, Rafa, filho de um italiano e uma gaúcha, é um músico que, apesar de ser cavalheiro, gentil, independente, também tem seus percalços e uma família desestruturada. Ambos têm muito em comum, porque apesar de fortes, também são frágeis. Ele marca presença constante em sua vida nos bons e maus momentos, sempre apoiando, incentivando e, quando necessário, dando uma sacudida, porque ele enxerga dentro de sua alma, como se soubesse todos os seus segredos (isso é algo inesperado ao longo da leitura), porque ela emana uma força de alguém que precisa de ajuda, carinho e pede cuidados ao mesmo tempo em que tem uma fúria intensa e nociva, que faz mal a si mesma e a todos que a rodeiam devido à sua tristeza. Seu jeito plácido de ser trazia paz e serenidade à sua vida sombria, porque no fundo é frágil e medrosa, até que chega ao fundo do poço, porque amou demais e foi deixando sua verdadeira essência de lado por causa da baixa autoestima.

- Ele é o melhor amigo que já tive. Aparece quando mais tô precisando... mesmo que eu não queira. Me ouve... me faz rir... Ele sabe abraçar... assim por dentro. Ele sabe ver meus olhos (...). Ele me devolve uma coisa que me falta... nem sei o quê. E... mesmo eu correndo dele, sempre... eu no fundo só espero que ele me alcance a cada vez.

Pág. 303


Quando tudo parece estar entrando nos eixos, há uma reviravolta surpreendente que me levou às lágrimas.

Será que a jovem que tem tudo para ser feliz, mas não enxerga, deixará o rancor de lado e perdoará a si mesma?

- (...) quando alguém que a gente ama se vai... fica um lugar vazio pra sempre. Pode até ficar menor com o tempo, mas sempre fica lá. Quando tu menos esperas, ele aparece. Grande. Certas pessoas são insubstituíveis...

Pág. 219


Será que o amor e um fio de esperança que desponta em sua vida a salvará do abismo em que se encontra para finalmente encontrar a felicidade?

- (...) tudo tem uma razão. Até as cicatrizes são parte de quem a gente é. Cada marca é uma história, Uma vitória. Elas tão ali pra dizer que a gente sobreviveu. Cicatrizes podem ser bonitas. Podem dizer que somos fortes. (...). Porque nada é por acaso.

Pág. 374


Será que o desfecho de uma dependente química desequilibrada e desvairada para aplacar sua dor terminará de forma vitoriosa transformando em uma história de superação? Não posso dizer mais nada, porque iria estragar a surpresa da leitura.

A história foi me conquistando gradativamente, porque o jeito sombrio da personagem era angustiante e porque li-o em um momento meio conturbado. Acreditem, quase cheguei ao ponto de abandonar a leitura, mas prossegui e me surpreendi. Ele lembrou-me do livro Paixão, Drogas e Rock’n’Roll, da Daniela Niziotek, mas é denso e intenso.

O enredo tem uma linguagem regional típica do sul do país, o que muitas vezes me fez ter que recorrer ao dicionário para saber o significado de algumas palavras que desconhecia. Além disso, tem um repertório de belas mensagens, citações de poemas, músicas, filmes épicos, livros clássicos e programas televisivos que remeteram à minha infância e adolescência, entre eles: Xou da Xuxa com as Paquitas, Cavalo de Fogo, ...E o Vento Levou, Mário Quintana, Cecília Meireles, Érico Veríssimo, Clarice Lispector, Vinícius de Moraes, Metallica, Bon Jovi, Gun’s Roses, Legião Urbana, Titãs, Capital Inicial, entre outros.

Só quem ama pode ouvir e entender estrelas.

- Olavo Bilac -

Pág. 60

“E minha alma, sem luz nem tenda,
Passa errante, na noite má,
À procura de quem me entenda
E de quem me consolará...”

- Cecília Meireles -

Pág. 95

“Eu poderia suportar, embora não sem dor,
que tivessem morrido todos os meus amores,
mas enlouqueceria se morressem
todos os meus amigos."

- Vinícius de Moraes -

Pág. 265


O livro mostra várias mensagens reflexivas. Uma delas é que devemos valorizar as coisas simples da vida, vivendo intensamente cada momento preservando este dom precioso e aproveitando cada instante vivido.

- A vida é o maior dom que alguém pode receber, Ana... Nada vale uma vida. (...). Nenhuma dor vale uma vida.

Pág. 279


Como diria o sábio Vinícius de Moraes adaptado por Rafa:

A nossa vida é a arte do encontro, do desencontro e do reencontro.

Pág. 70


Confira esta e outras resenhas na íntegra no Sonho de Reflexão:

http://sonhodereflexao.blogspot.com/
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Ique 10/01/2012

Resenha - Reencontro
Comecei o ano lendo esse livro brasileiro, publicado pela editora Novo Século com o selo Novos talentos da literatura nacional que foi enviado de parceria pela autora Leila Krüger.


Ana Luiza é uma jovem que se vê frustrada diante do amor após várias decepções amorosas com quem amava decide a não acreditar nesse sentimento. Ela gosta de parques, observar as árvores e escutar seu MP3 com músicas de rock, que tanto gosta, enquanto pensa na vida. Cursando a faculdade de Odonto na PUC do Rio Grande do Sul, Aninha só tem uma amiga de quem gosta muito: Nana. Para ela a jovem conta tudo, faz promessas, saem, e fazem outras coisas que mostra que são praticamente irmãs. No começo de 2005, no terceiro semestre da faculdade, as duas conhecem um novo aluno: o Rafa que tenta se aproximar delas. Nana acha ele muito legal, mas Ana de início não dá muita atenção para o rapaz.


Jovem, bonita com lindos olhos azuis, Ana começa a criar vícios de bebida, cigarro e até uns baseados decorrente de sua situação amorosa. Em uma festa ela acaba ficando com o Gustavo, um cara rico e que tem acesso a drogas. Ela fica com ele em troca de baseados, mas não o ama de verdade.


Saindo cada vez mais com o Nana e Rafa, a jovem faz amizade com o rapaz que sempre a procura e ajuda dando conselhos e visitando-a. Ela tenta o evitar, mas não consegue rejeitar a visita dele em seu apartamento. Começa a sentir algo forte pelo rapaz, mas não consegue expor seus sentimentos. Vê a sua vida desmoronando, não encontra um amor verdadeiro, seus pais são ausentes, a mãe é brava e o pai nunca se importou muito para a filha que só tem a sua tia que gosta muito e sua amiga Nana.


Diante dessa vida de drogas, vícios e um coração vazio, tudo o que Ana precisa é acreditar para ser feliz, acreditar no amor, em Deus e em seus sonhos. Só assim ela poderá se reencontrar e viver uma nova vida, porém isso vem ficado cada mais mais distante da vida da garota, diante das perdas e da desilusão.

Confesso que foi muito difícil escrever essa resenha, a história por trás desse livro mexeu muito comigo, em algumas partes pensei: esse livro está falando comigo, mas especificamente nas partes dos conselhos do Rafa para a Aninha, sobre acreditar em si mesmo, que nada é por acaso, e muitas outras coisas. Os personagens são como pessoas normais junto ao cenário existente de onde se passa os fatos narrados no livro, como a PUC, as praças, e outros locais.

A diagramação do livro ficou perfeita, a cada início de um capítulo encontramos uma frase de pessoas bastante conhecidas como Clarice Lispector, Vinícius de Moraes, trechos de músicas das bandas de rock como o Guns, Coldplay, entre outros. Não encontrei um erro em todo livro e a escrita da autora é fenomenal com um ótimo português.

Seria impossível dizer que não gostei dos envolventes personagens, ora sentia raiva da Ana, e em outros momentos sentia felicidade, sofri com essa garota nos momentos mais difíceis da vida, e comemorei em suas vitórias. Gostei muito da Nana, uma dos personagens mais legais do livro e do Rafa, um cara muito inteligente, legal e ''certinho''.

Enfim, foi o melhor livro que já li em mida vida, sem exagero. Aproveito essa oportunidade para agradecer a autora pelo livro, com ele aprendi muitas coisas sobre a vida e acredito em todos os fatos narrados, pois nada é impossível.
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Isabela 17/01/2012

Tudo começa assim: uma garota de coração partido em uma tarde no parque. Ana Luiza perdera seu primeiro amor para sua antiga amiga. A distância de seu pai - frio como o gelo - a incomoda. As unicas pessoas com quem Ana pode contar são Nana, sua melhor amiga e colega de faculdade, e Rafa, uma amizade bem inesperada.
Ana também têm se envolvido cada vez mais com bebidas, cigarros e outros tipos de drogas - o vício é uma questão real e abordada no livro de uma forma bem interessante. (...)

"Reencontro" é um livro nacional de extrema qualidade. Narrado em terceira pessoa, é bem escrito, tem referências literárias, musicais e filosóficas para todos os gostos e o típico jeitinho sulista de falar presente nos dilágos dá todo um charme na leitura. Com certeza, esse é um romance que vale a pena ser lido não só por seu enredo que surpreende, como também pelas várias lições que podemos tirar dele.

RESENHA COMPLETA: http://contandohistoriasempre.blogspot.com/2012/01/resenha-reencontro.html
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