spoiler visualizarRo 10/02/2021
Are we lost??
Escrito pelo estadunidense Colin Meloy e ilustrado por sua esposa, Carson Ellis, “Wildwood” é o primeiro volume da trilogia “Wildwood Chronicles”, que narra a história de Prue, uma garota moradora da cidade de Portland que embarca em uma inesperada aventura.
Com um toque à lá Nárnia, Meloy nos apresenta uma narrativa em que crianças descobrem um universo mágico em paralelo à realidade que conhecem. Animais falantes, floresta misteriosa e figuras disputando o poder são alguns dos elementos que podemos encontrar aqui.
A história se desenvolve a partir de Prue, uma garota que adora desenhar e estudar sobre pássaros, que se vê perdida e em tremendo desespero ao ter seu pequeno irmão, Mac, raptado por corvos debaixo dos seus olhos. Após o sequestro, a garota, acompanhada pelo seu amigo (Curtis), decide que seguirá os corvos e entrará no bosque em busca de Mac. Mas o que nem Prue ou Curtis esperavam é que dentro do bosque haveria toda uma sociedade, países, bandidos e animais armados lá dentro.
“Wildwood” é uma história gostosinha de se acompanhar, mas muito próxima de narrativas já conhecidas e muito bem exploradas na literatura e no cinema. Conceitos como meio-sangue, ou narrativas que apresentam a fórmula: herói, início da jornada, perda, momento de desespero e resolução inesperada, estão presentes em muitas obras atuais, o que torna o plot um pouco esperado. Contudo, o autor ainda consegue nos surpreender com pequenos plot-twists ao final da narrativa, o que acaba tornando a experiência de leitura mais agradável.
Um ponto que me chamou a atenção é a faixa etária do livro. “Wildwood” é recomendado para crianças a partir dos 8 anos de idade, mesmo a história contando com várias cenas de violência, morte e, até mesmo, tentativa de assassinato. Apesar de toda a áurea de floresta encantada, não acredito que seja a melhor história para se ler para uma criança.
No geral, o livro é bacana, a história é bem escrita e desenvolve de maneira satisfatória os arcos de cada personagem. Temos aqui uma protagonista feminina que é sim forte, independente e que não mede esforços para ajudar o irmão. O que eu não entendi foi a escolha do autor em colocá-la em uma posição “passiva” no momento do conflito final. Talvez a postura dele se justifique numa tentativa de diminuir o foco na violência presente na narrativa, uma vez que Prue não gosta de violência e afirma não querer empunhar armas.
Recomendo esse livro para você que gosta de narrativas como: Nárnia, Percy Jackson e Harry Potter. Se você é a pessoa que se amarra em crianças com poderes, aventura e grandes batalhas, essa é definitivamente uma leitura que precisa constar no seu catálogo. Como eu disse antes, não é um livro surpreendente ou inovador, mas nos faz olhar de forma diferente para o mundo ao nosso redor.