spoiler visualizarMarianne Freire 02/04/2023
Eu tinha um livro de Danuza. Doei pro sebo da @coraçãoselvagem. Mas confesso que nunca a tinha lido em profundidade.
Em é ?tudo tão simples?, Danuza está madura, sóbria, essencialista, inteligente, ?se você ainda não sabe, a idade de ouro das mulheres, nos dias de hoje, é entre 45 e 55.? visionária, ela afirmou isso em 2011. 2011.
Utópica sem ser excêntrica, e se desnudando de posses, coisas, objetos, acúmulos, fala que ética se confunde com boa educação (e infelizmente isso é verdade) e luxo; Que não é preciso ser rico para ser mais educado, mais generoso, mais empático. (Ainda que a moda hoje seja ?parecer? rico)
Uma Danuza essencialista. Eu nunca a tinha visto por este prisma.
Ela diz: ?Sinceramente: é possível ter um armário cheio de pratas que você ganhou de casamento, ou herdou de sua mãe, quê não vai usar nunca mais na vida, e ter que chamar uma pessoa uma vez por mês pra limpar isso tudo? E jogos de cristais? E porcelanas??
?Para que eu quero 12 copos de vinho branco, mais 12 de tinto??
Ela muda os padrões, e diz que a gente não faz a menor falta em encontros.
?Como a gente se acha importante?.
Ela não compromete a liberdade da mulher em mudar de decisão seja em qualquer fase da vida.
?Cai na vida, namora bastante, troca de profissão - normalmente larga um diploma, tipo advocacia, medicina, etc, e vira fotógrafa, artista, produtora de eventos?. Rs
Ela mede a régua das que chegam aos 30 felizes ou infelizes, e mostra soluções para esse paradigma balzaquiano.
Em um 2023 onde quase todas as pessoas estão ?harmonizadas?, ?padronizadas?, se alienam na sociedade de massa e no consumo, pelos estímulos visuais, sonoros e semióticos, no ?box? do crossfit pode haver alguém com depressão, atrás do iphone 13 pode ter alguém com um salário mínimo.
Danuza essencialista. Um baita livro para para aprender que reputação não é visibilidade através do consumo, dá pra aprender sobre ética, sobre moda (Danuza entendia muito de moda).
Me ficou a reflexão: será que um dia acordaremos (há os que já despertaram) do maniqueísmo da sociedade do espetáculo - lembrando aqui Guy Debord) e o que o capitalismo faz para nos manter distraídos?