Luísa 03/04/2013
Livro perfeito para os fãs da banda Aerosmith
Quando nós gostamos ou admiramos alguém, seja ele cantor, ator, atleta ou que for, nós sempre procuramos saber mais sobre a vida daquela pessoa, é instintivo. Acho que é por esse motivo que existem no mercado tantas biografias à venda sobre praticamente todas as pessoas famosas.
Bem, eu sou uma inveterada fã da banda Aerosmith, então quando eu soube que o Steven Tyler, vocalista do Aerosmith, estava lançando sua autobiografia, meus olhos brilharam e meus dedos coçaram com vontade de adquirir logo esse livro pra mim. O livro foi lançado em 2011, eu o comprei em 2012, mas só agora em 2013 eu parei de verdade para lê-lo.
Acho que, antes de tudo, eu devo confessar aqui para vocês que eu achei esse livro simplesmente FANTÁSTICO! Eu já esperava que eu fosse gostar, pois nunca vi ninguém falando mal do livro, mas eu, definitivamente, não esperava que eu fosse gostar tanto. O barulho na minha cabeça te incomoda? não é um livro tão fácil e rápido de se ler, ainda mais se tratando de uma biografia de um rockstar cheio de histórias para contar, mas é um livro muito gostoso de se ler. O Steven Tyler conta sua trajetória de uma maneira muito peculiar, o que faz com que a gente se mantenha entretida nos parágrafos e nem perceba o tempo passar.
O que mais me chamou a atenção na leitura deste livro é o tanto que eu sabia pouco sobre o Steven, ou seja, as informações que a mídia nos passa são deturpadas, nós criamos uma imagem sobre nossos ídolos que nada condiz com a realidade deles. A mídia sensacionalista é mesmo bem ridícula, pra não dizer outra coisa.
O barulho na minha cabeça te incomoda? começa com Steven contando sobre sua família, sua infância e sua vida de criança e adolescente hiperativo e cheio de imaginações. Seu primeiro contato com a música surgiu dentro de casa mesmo, pois seu pai era um excelente pianista e ouvi-lo tocar era bastante inspirador. Ainda muito jovem, na adolescência, Steven teve seu início no universo das drogas, universo este que o acompanha até hoje, diga-se de passagem. Bebidas, drogas, medicamentos... Esse será um assunto abordado até o final do livro. Muitas (pra não dizer quase todas) as letras das músicas do Aerosmith foram escritas quando o Steven e seus companheiros de banda estavam sob o efeito das drogas. É interessante prestar atenção nas letras sob essa nova perspectiva... Elas começam a fazer mais sentido, ou não.
Ao longo do texto, Steven conta como acontecia o processo criativo ao se escrever as letras das músicas, e, entre um parágrafo e outro, surgem trechos dessas letras. É impossível ler esses trechos como se fossem frases qualquer. Quando a gente menos percebe, já estamos buscando na memória a melodia da música para cantá-la enquanto lemos o texto. É bem interessante, mas só funciona para quem conhece as músicas da banda.
Nunca li um livro com tanto palavrão, mas quem lê uma autobiografia de um roqueiro não poderia esperar outra coisa, né? Entretanto, não tem nem como achar isso ruim, pois o Steven possui um jeito bem engraçado de contar suas memórias. Diversas vezes durante a leitura eu simplesmente caí em gargalhadas. Não sei nem se a intenção dele era fazer a gente rir, mas foi o que aconteceu comigo em diversos momentos. E eu adorei.
Sobre seu relacionamento com os demais integrantes da banda, a conclusão que eu cheguei é que o Steven Tyler ama o Joe Perry, adora o Tom Hamilton e o Joey Kramer e gosta do Brad Whitford. Nessa ordem. As drogas foram as maiores responsáveis pelos atritos que surgiram na banda, mas foram também as grandes responsáveis por inúmeras dessas músicas incríveis que a gente sabe cantar de cor e salteado.
Resumindo, o livro é ótimo. Ele é bem escrito, divertido, esclarecedor e possui várias fotos bem legais (e coloridas), ou seja, é um verdadeiro prato cheio para os fãs do Aerosmith. Steven mostrou como é difícil conciliar banda, gravações, turnê e família nesse mundo do sexo, drogas e rock ‘n’ roll.
Para concluir, vou deixá-los com um trecho bem inspirador que está presente no último capítulo do livro: “Somando tudo o que me aconteceu, a vida é boa. E aprendi que, se eu for atirar uma flecha de verdade, primeiro devo mergulhar sua ponta no mel. Aprendi a mais antiga lição sobre a culpa – assuma-a. Isso vai apagar muitos dos incêndios pelos quais você possa passar na vida. As pessoas quase sempre deixam de notar o lado bom das coisas porque ficam esperando o melhor acontecer. Tenho visto o sol se pôr e ser engolido pelo mar, e simplesmente se levantar de novo na manhã seguinte.”.