Raffafust 06/01/2016
Quando eu tinha 13 anos o Aerosmith veio ao Rio para um show e ficou hospedado em um hotel muito próximo à escola que eu estudava. Fã da banda, não pensei duas vezes em matar aula com minha amiga e ficarmos exatas 12 horas escondidas na garagem do local esperando a banda sair - porque ouvimos dos porteiros que eles só estavam usando a garagem para saírem do prédio - , o resultado foi que o único local que não nos descobriram era atrás de um biombo de lixo! Imunda, vi toda a banda passar por mim mas uma grade nos separava , Steven tocou na minha cabeça, acenou e entrou no micro-ônibus, eu chorava de emoção. Esse primeiro parágrafo é para explicar porque ler essa biografia faz parte da minha vida, tinha 10 anos quando ouvi músicas do Aerosmith pela primeira vez, 13 quando insistir para me levarem no Hollywood Rock para ver-los e desde então suas músicas não só embalaram decepções mas muitas alegrias como a dança de meu recente casamento - e inclusive foi o primeiro show que fui com meu marido em 2013!
Lendo a história de um dos vocalistas mais famosos do mundo, o susto que levamos é em entender o como Tyler ainda está vivo? Sua biografia pós fama não se diferencia muito das dos demais astros de rock, por muitas vezes lembra a de Slash, a diferença claro está porque ele é único, seu jeito no palco, o bocão, os filhos, os amores...tudo é esmiuçado deliciosamente para nós em um livro que não fica devendo nada. Da infância de garoto que era levado para sala do diretor, até os primeiros shows e o dia que conheceu Joe Perry, tudo está ali. Também não faltam - e isso é boa parte do livro - suas histórias com suas esposas , namoradas e seu vício por drogas. De Bebe Buell, famosa groupie, ex namorada de Steven e que não menos é mãe da linda atriz Liv Tyler, a primeira filha do cantor, também conhecemos a fundo seu relacionamento com Cyrinda, mãe de sua outra filha Mia , lá para frente vamos ver um Steven arrependido de não ter dado toda a atenção que deveria as filhas mais velhas. E Liv , inclusive, só soube que ele era seu pai com 11 anos.
Steven passa por seu casamento com Teresa, o nascimento dos filhos Chelsea e Taj e a dolorosa separação .
A facilidade em compor lindas músicas, as brigas com Perry, os excessos...falar do vício merece muitos parágrafos. Steven usou e abusou do direito de ainda estar vivo sendo dependente químico. Teve recaídas, cheirou, injetou...se limpou...voltou a usar, sofreu com a hepatite, operou várias vezes diferentes partes do corpo por motivos que ele acha que nada ter a ver com o uso de drogas mas que para mim - a leiga, não sou médica - podem ter piorado as coisas.
A banda e a família estando lado a lado mas a primeira sempre tendo preferência no tempo dedicado de Tyler.
Capítulos com famosos sendo citados , temos tantos que não vou estragar o prazer da leitura, mas claro devo confessar a felicidade de ver membros do Guns n´Roses sendo citados algumas vezes - nem sempre por motivos bons, é verdade, Adler por exemplo por estar internado na mesma clínica de reabilitação dele - unindo duas de minhas bandas favoritas.
As influências de quem influenciou tantas bandas e se mantem na ativa também estão no relato dele para David Dalton que co- assina o livro com Steven.
Como não agradecer por alguém que mesmo que abusando da sorte na vida compôs músicas como Crazy , Dream On, Livin´on the edge e What it takes?
Maravilhoso é pouco, saber mais sobre o ídolo foi gratificante.
site: http://www.meninaquecompravalivros.com.br/2016/01/resenha-steven-tyler-o-barulho-da-minha.html