spoiler visualizarFelipe.Goularte 30/01/2020
Tinha tudo pra ser ótimo...
Havia muito tempo eu ouvia falar muito bem dessa obra, que provavelmente é a mais famosa de André Vianco, e após anos de expectativa sendo formada, finalmente decidi iniciar a leitura. A premissa é super interessante (ainda por cima sou grande fã de histórias de vampiro), e a ideia da história por si só já é motivo de mérito, mas meu senhor, como foi difícil chegar ao fim desse livro.
Com uma história clichê e previsível, o autor nos introduz aos personagens principais mais sem graça que vejo em bom tempo. Eles são unidimensionais ao extremo, sem profundidade alguma e com personalidades água com açúcar. Tiago, o protagonista, mocinho da história, além de possuir essas já citadas características, demonstra diversas vezes viver uma relação de supercontrole sobre seu interesse romântico, Eliana. Vale mencionar, Eliana é a única personagem feminina com relevância na história, e mantém seu papel de donzela em perigo do início ao fim, não possuindo vontade própria e apenas reagindo (as vezes, nem isso) ao que os homens ao seu redor fazem, quase como se a história tivesse sido escrita nos tempos dos nossos queridos vampiros portugueses.
São justamente os vampiros anciões que me motivaram minimamente a ir ao fim da história. Eles possuem um mínimo de passado a ser explorado e alguns deles até possuem certa personalidade única, que acaba por criar conflitos interessantes entre eles mesmos. Seus nomes geram grande curiosidade pra descobrir as habilidades de cada um, porém, essas mesmas habilidades pouco são exploradas, com exceção talvez, da de Inverno e Gentil (talvez o Tempestade também?). Engraçado como no começo eles são vendidos como seres muito poderosos e sábios, o que me fez pensar que a tarefa de derrotá-los exigiria inteligência acima de força. No entanto, seus planos pouco sentido fazem, e suas habilidades pouco são utilizadas, culminando numa cena final em que é difícil não questionar o sentido do plano dos vilões.
A forma como os personagens são descritos é estranha e repetitiva. Por exemplo, é mencionado que Inverno possui longos cabelos, e essa única descrição é repetida TODA vez que o personagem aparece em cena, cada personagem tendo sua descrição única e repetitiva pra chamar de sua. Falando em repetitivo, as situações que nos são apresentadas são todas incrivelmente semelhantes, e pouco acrescentam ao desenvolver de personagens e da história.
Ao fim, Vianco apresenta uma história de infinito potencial, que termina como um grande festival de clichês sem sal.
PS: Minha palavra não é a verdade universal, tenho certeza que muitas pessoas podem ler o livro e se divertir a beça.
PSS: Qual foi a do personagem do Padre? Ele apareceu só pra dizer que eram vampiros e deu? Meu caro, isso já sabemos lendo o resumo atrás do livro.