OToloDeAmarelo 16/03/2021
Poderia ser bem melhor
Este clássico do escritor inglês Sabine Baring-Gould desvenda os mistérios sobre um dos mitos mais cativantes do ideário europeu: o lobisomem. Em "O Livro dos Lobisomens", o autor lança mão dos anos dedicados ao estudo do folclore bretão para construir um painel rico e detalhado da licantropia. Abordando temas polêmicos e controversos, este é, até hoje, um dos mais completos e essenciais compêndios sobre os lobisomens e sua mitologia. Indispensável para compreender as várias facetas, de terror e atração, existentes por trás da sombria figura que é meio homem, meio animal e surge em noites claras de lua cheia.
Tão sinistra é a impressão que o imortal lobisomem deixa em nossas mentes com todo seu requinte de crueldade e bestialidade, que um investigação metódica foi feita para entendermos melhor a criatura. Sabine recolheu durante anos várias casos, escritas e depoimentos sobre a besta fera, como diversas culturas entendiam sua maldição, como se comportava e como se transformava. Há diversas análises bem legais aqui, como a da pele de lobo, que literalmente cobre o amaldiçoado na hora da transformação. Temos informações de diversos países, o que também é de certa forma, um problema. Faltaram traduções para muitas dessas línguas. Existem muitas passagens nos livros (poesias, relatos, trechos) em línguas como latim, francês, eslovaca, que simplesmente não foram traduzidas e estão jogadas por lá. A leitura deixa de ser fluída, pois muitas vezes não há tradução no rodapé. Você precisa interromper a sua leitura para pesquisar no Google e mesmo assim, como é uma escrita bem antiga, muitas palavras sequer são traduzidas, deixando a compreensão jogada de lado. O engraçado é que aleatoriamente, algumas dessas passagens são traduzidas e outras não. As vezes um texto em latim é traduzido em uma página e logo em seguida, outro trecho latim aparece sem tradução nenhuma. Essa aleatoriedade não faz o menor sentido.