A utopia brasileira e os movimentos negros

A utopia brasileira e os movimentos negros Antonio Risério




Resenhas - A utopia brasileira e os movimentos negros


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Biblioteca Álvaro Guerra 13/02/2020

Escrito não para especialistas, mas para um público amplo, A utopia brasileira e os movimentos negros aborda o sempre polêmico debate sobre a questão racial brasileira. Para isso, Antonio Risério se utilizou, com rara e brilhante intuição, de noções de História, Política, Linguística, Sociologia, Semiótica, Estética e Antropologia. Nas palavras de Eduardo Gianetti, é "um ato de amor à cultura negromestiça e ao Brasil. Um livro apaixonado e apaixonante".

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site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788573263855
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Thiago 22/01/2016

O título do livro me fez acreditar que autor se ocuparia apenas da crítica de como o movimento negro no brasil se organizou no passado e se organiza no presente diante da Utopia Brasileira - no caso, a democracia racial -, mas não é só isso. Na verdade esse livro é uma coleção de ensaios (16 no total) transformados em capítulos cada um deles. Apesar de serem separados, se conversam muito bem.

Os quatro primeiros capítulos vão fazer uma crítica a um dos pilares, segundo ele, do discurso do movimento negro atual, a "One Drop Rule". Esse termo é usado para identificar a prática tipicamente estadunidense de considerar negro todo aquele que tem ascendência negra. Risério abre fogo contra célebres personas no movimento negro que seriam os responsáveis de importar um modelo norte-americano para a questão racial no Brasil. O autor chama a atenção para como pouco o pouco o mestiço tem desaparecido do radar dos acadêmicos, porém não do dia a dia do Brasileiro. Enquanto os EUA tentam revogar a "One Drop Rule" que nasceu da segregação e do sistema Jim Crow, promovendo debates a respeito da birracialidade, o Brasil faz o caminho inverso, negando a mestiçagem e aderindo a racialista "One Drop Rule". Apesar de não concordar com tudo o que foi escrito nesses 4 capítulos, eles me fizeram pensar bastante sobre a questão mestiçagem, principalmente os capítulos "Mulato, o visível e o invisível" e "Em busca de ambos os dois".

Nos quatro capítulos que se seguem ele vai abandonar um pouco a crítica direta aos movimentos negros e se ocupar de falar da religiosidade negra. Vai novamente traçar um paralelo entre brasileiros e americanos, mas também vai inserir religiosidade negra em Cuba e no Haiti. A mestiçagem volta a aparecer quando fala de sincretismo e multiculturalismo nas religiões afro.

No seguintes ela vai versar sobre cultura popular, literatura, linguagem, música, cinema, poesia e futebol, sempre fazendo um paralelo com outras experiencias semelhantes nas Américas. Termina criticando novamente os movimentos negros nos ultimos capítulos. "Os movimentos negros ontem" e "Os movimentos negros hoje" veio ser uma quase repetição dos argumentos do primeiro capítulo, mas apresentando um panorama histórico das lutas negras ao longo do tempo.

Torno a dizer, gostei muito do livro (não atoa está levando 4 estrelas), não por concordar, mas por me fazer pensar, pesquisar e aumentar minha lista de livros que preciso ler. As vezes nos cercamos de pessoas que compartilham do mesmos pensamentos que os nossos, e nossa capacidade de argumentar com clareza se tornam rasas; Risério conseguiu me tirar da zona do conforto e do pensamento viciado com sucesso e por isso saboreei diligentimente essa leitura.
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