PorEssasPáginas 27/03/2013
Resenha: Conan, O Bárbaro - Por Essas Páginas
Conan, O Bárbaro foi o primeiro livro de parceria que recebemos da Editora Generale e posso dizer que foi um ótimo começo. Para quem aprecia literatura fantástica, estilo Tolkien (aliás, o autor Robert E. Howard foi um grande influenciador tanto de Tolkien, quanto de George R. R. Martin, de As Crônicas de Gelo e Fogo), o livro é um prato cheio. Esqueçam por alguns instantes os filmes de Arnold Schwarzenegger e mergulhem no mundo fantástico de Howard e seu personagem mais famoso: Conan.
Por que eu disse para esquecer os filmes de Schwarzenegger? Porque Conan, no livro, é muito mais que força bruta; claro que ele a utiliza em grande parte do tempo, porém ele também é inteligente e astuto. Para quem não o conhece, Conan já foi de tudo: bárbaro, pirata, saqueador, chefe de tribos, entre outros, e por fim, rei. Para chegar a esse posto não foi apenas sua espada que o ajudou; sua inteligência e carisma também foram fundamentais. Eu mesma tinha outra visão do herói e foi ótimo conhecê-lo de verdade e desconstruir essa imagem.
Já o autor, Robert E. Howard, na maior parte de sua obra, prefere contos a romances; porém, essa edição da Generale traz o único romance de Conan, intitulado “A hora do dragão”. Na história, Conan já é rei da Aquilônia e é destronado através de uma guerra maldita, planejada por seus inimigos utilizando-se de magia negra. A feitiçaria está fortemente presente em todas as histórias de Conan, sendo talvez o único ponto fraco do herói e seu maior obstáculo. Foi essa história que inspirou o filme mais atual do herói, produzido pela Califórnia Filmes em 2011, cujo pôster é a própria capa do livro.
Aliás, a edição da Generale está primorosa; é caprichada e em papel amarelado (fácil e confortável para leitura). Não encontrei erros de edição, revisão ou diagramação em parte alguma do livro. Logo no início, há duas apresentações à edição: uma do brasileiro Alexandre Callari, autor de Apocalipse Zumbi, também da Generale, e outra de Roy Thomas, responsável por adaptar as histórias de Conan para os quadrinhos. O destaque fica para a apresentação completamente apaixonada de Callari, que certamente os fãs adorarão. No final, há um encarte com fotos do filme coloridas e em alta resolução, para os fãs mais ardorosos do guerreiro.
O livro também traz mais três contos inéditos no Brasil: “Além do Rio Negro”, “As negras noites de Zamboula” e “Os profetas do Círculo Negro”. Tenho que confessar que, apesar do romance ser muito bom, prefiro o Howard como contista; acredito que esse é o formato perfeito para Conan e suas aventuras épicas, porém eu sou uma fã assumida de contos, devo admitir. Nos contos, a escrita de Howard é mais objetiva, o que me agrada. Já no romance, Howard tende a ser prolixo, muito parecido com o estilo de Tolkien (na verdade, Tolkien é que é parecido com Howard!), com várias descrições extensas e muitos adjetivos, o que por vezes é um tanto cansativo para o leitor que não está acostumado ou não gosta desse tipo de escrita. Meu conto preferido foi “As negras noites de Zamboula”, que foi rápido e objetivo, sem perder o encanto e a aventura características do herói, nem o estilo do autor. Nesse conto, somos surpreendidos várias vezes, principalmente por Conan, que demonstrou aqui sua astúcia e inteligência, o que me agradou imensamente.
Para os fãs do herói e simpatizantes do gênero espada e feitiçaria, o livro é uma excelente pedida. Também é recomendado para quem ama o gênero fantasia e já aprecia autores como os já citados J. R. R. Tolkien e George R. R. Martin. Abaixo, o trailer do filme inspirado no livro.
Resenha original em http://poressaspaginas.com/resenha-conan-o-barbaro