Aventuras na História Nº 87 (Outubro de 2010)

Aventuras na História Nº 87 (Outubro de 2010) Abril



Resenhas - AVENTURAS NA HISTÓRIA nº 87


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z..... 09/07/2020

Outubro de 2010
As capas das edições antigas eram caprichadas, parecendo poster de filme. Show de bola e a dessa edição não fez diferente!
Apesar do Al Capone aparecer ostentando, a reportagem de capa abordou a máfia em termos gerais, buscando entendimento das origens e também apresentando algumas das mais conhecidas organizações mafiosas na atualidade. É uma ótima reportagem e o que mais chamou minha atenção foi a observação de que as respectivas organizações procuram cada vez mais legitimar suas ações, aparentando legalidade. Tem correlação com a infiltração na polícia, política e pessoas ou entidades que promovam o bem, como máscara para a corrupção escusa. Coincidentemente, no momento um empresário que posava de benfeitor, patrocinando os projetos de um apresentador de TV (o que não significa que seja participante do crime e nem estou dizendo) foi descoberto e preso por uma série de irregularidades criminosas. A máfia, no parecer da reportagem, tem dessa caracterização hoje.
Por mais que seja sofrido admitir, existem pessoas que usam a igreja (melhor dizer a religião) para ações que podem ser enquadradas como mafiosas.
Em outra edição a revista argumentou também que a religião estimulou e fortaleceu o surgimento e ascensão da máfia. Muito cuidado na colocação, o que espero ter... A informação referenciada é que a máfia nos EUA projetou-se no período da Lei Seca, na década de 1920, e esta lei foi promulgada por imposição religiosa no contexto, mas a proibição da venda de bebidas acabou servindo para os interesses mafiosos no tráfico. A lei perdurou por cerca de 10 anos e a bebida não deixou de ser consumida ou circular em nenhum momento, com os mafiosos deitando e rolando nesse negócio.
Enfim, sobre a máfia, essa foi uma interessante reportagem.

"Nação cidadã" faz abordagem sobre a política no país desde a colonização, com destaque ao voto, vendo-se as diferentes maneiras como existiu.
Gostei principalmente das informações da página 41, em que existe uma linha temporal com os momentos mais significativos das votações, provocativos à reflexão, como o da primeira votação do país (em 1532, na cidade de São Vicente) e a votação de 1985. O paralelo? Na primeira os analfabetos foram incluídos, mas perderam o direito nas seguintes, até a inclusão em 1985. What? A história democrática de nossa nação em sua maior parte não tem nada de democrático, o que a reportagem faz perceber e instiga.
Vale registrar também que o texto tem ilustrações do Henfil. Quando criança, vi revistas em que a Graúna, Bode Orelana e Zeferino davam as caras nas tiras do artista, mas nunca achava graça e entendia era nada. Hoje tenho a percepção de quão sensacionais e fundamentadas eram. Da revista, gostei principalmente das tiras da página 43.

"A fauna das trincheiras"
Li com avidez, mas fiquei um pouco desapontado com os informes, sobre a participação de animais na loucura de nossas guerras. O mais significativo é o cavalo, mas a reportagem citou exemplos inusitados, como morcegos e cães bombas. Coitado dos bichos, pagando por nossas loucuras... Enfim, nada citaram dos elefantes de Aníbal e nem da batalha em que Alexandre enfrentou elefantes na Índia - pesquisando na net, vi que é chamada de Batalha de Hidaspes, onde o famoso general venceu principalmente pela estratégia.
A reportagem destacou também a questão de armas biológicas e comentou que a derrota do Império Romano está relacionada também à ação da malária. Curioso isso e válido para pesquisas esclarecedoras...

Destaque também para infográfico com história da Biblioteca Nacional. Gostaria de conhece-la, ainda mais instigado pelas informações. Segundo o texto, entre os tesouros do acervo, tem o livro considerado mais antigo das Américas - O Livro dos Evangelhos, do século II (século II? Na vera? Eita, pau! Imagina... Século II!). Encontramos também dois exemplares originais da rara Bíblia publicada por Gutenberg em 1462 (uau!).
A história da aquisição desses e outros patrimônios tem relação com terrível terremoto que assolou Portugal no século XVlll, semeando a ideia de busca de outro local seguro; e também fuga dos exércitos de Napoleão, em que as obras também acompanharam os gajos nas caravelas para a distante terra dos papagaios...
Oche! Fico pensando no destino recente do Museu Nacional e não dá para deixar de pensar bobagens... Depois do que aconteceu, vale a preocupação...

Leitura na quarentena em Macapá, na fase flexibilização gradual. E o povo afoito, iludindo-se e esquecendo de certas coisas, hein!
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